Playing For Him (DEGUSTAÇÃO)

Galing kay autorabeautyslut

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Heaven Morgan nunca gostou muito de jogos. Porém, assim que seus olhos contemplaram o capitão do time de hóqu... Higit pa

PLAYING FOR HIM
EPÍGRAFE
PRÓLOGO
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Galing kay autorabeautyslut

Ian anda de um lado para o outro enquanto arruma a sua bolsa. Ele até parece tranquilo levando em consideração que o primeiro jogo do campeonato universitário de hóquei é em poucas horas.

No final do semestre, olheiros de times grandes sempre frequentam a faculdade à procura de novos garotos prodígios. E eu não preciso nem dizer o quanto isso é importante para o meu irmão, não é mesmo?

Não tenho a minha atenção totalmente voltada para Ian, pois uma pergunta rouba quase toda a minha atenção desde que cheguei aqui:

— Paige e Declan namoram? — A pergunta escorrega pela minha língua e, quando me dou conta, os olhos olivas do meu irmão mais velho estão focados em mim.

Imediatamente, desvio o meu olhar, tentando manter a minha postura casual, como se essa fosse uma pergunta como qualquer outra. O que claramente não é.

— Não, eles só transam. Por que a pergunta, Ven? — Arqueia uma sobrancelha.

A semelhança entre meu pai e meu irmão é assustadora.

Porém, apenas dou de ombros, fingindo indiferença.

— Curiosidade.

Smith mora comigo e, aparentemente, gosta dele. Eles juntos piora a minha situação uns 1000% simplesmente porque eu posso estar tendo uma quedinha por ele.

Droga!

— Você não me engana. Sabe disso, não sabe? — ele insiste.

Sem pensar duas vezes, assinto.

— Eu só o achei bonito, nada mais — declaro.

— E o desgraçado é mesmo. — Faz uma careta engraçada. — Só não mais que eu, mas até que dá para o gasto. — Dá de ombros.

Dou uma risadinha, revirando os meus olhos.

— Modéstia sempre foi a sua maior qualidade — digo com ironia.

Ven, tenho o gene do papai. É mais forte do que eu.

Nego, fazendo uma careta.

Ian termina de colocar uma última coisa em sua bolsa, fechando-a em seguida, e, por um nanosegundo, olha em volta como se quisesse ter a certeza de que não está se esquecendo de nada.

— O papai não é convencido desse jeito, senhor Collin.

— É sim. — Solta uma risada alta. — Quando vai se inscrever para participar do time de patinação, huh? — Muda completamente de assunto.

Eu nunca pensei nisso, para falar a verdade.

Acho que viver no meio de tanta competição me fez crescer sem gostar delas.

Patinar é tudo para mim. A pista de gelo é onde me sinto livre, onde sinto que eu posso ser quem eu realmente quiser.

Tenho um grande medo de que campeonatos e tanta pressão estraguem a minha coisa.

— Não tenho nenhuma pretensão.

— Por que não? Você é a melhor, porra — fala, com algo semelhante a indignação. Uma indignação muito engraçada.

De repente, dou um pulo, levantando-me rapidamente com a única intenção de fugir do assunto.

— E você está atrasado.

— Não mude de assunto, Carinae. — Ele semicerra os olhos para mim.

— Não estou fazendo isso - suspiro. — Você sabe que eu nunca gostei de competições tanto quanto vocês, então não tenho muito interesse. — Dou de ombros. — Mas eu ficaria maravilhosa dentro de um colan com glitter, huh? — brinco.

Ian não nega enquanto sorri. Logo, ele pega a sua bolsa para que possamos, finalmente, sair dali.

— Com certeza, ficaria. Pense com carinho. Você pode gostar. — Sorri.

Assinto e saio andando, esperando que o meu irmão faça o mesmo.

O apartamento que ele mora é legal e um pouco maior do que o que eu moro com Paige e Summer.

As paredes são de concreto e o chão é de madeira, o que deixa tudo um pouco mais elegante. Há troféus, medalhas e quadros de hóquei por todas as partes, o que não é uma surpresa, uma TV grande na sala, videogame e um sofá grande e confortável.

Um típico apartamento masculino.

Minutos mais tarde, entramos no carro dele para que possamos seguir o caminho até a GLU, onde eu, enfim, poderei assistir ao primeiro jogo importante dos Black Horns Bull. E eu mal posso esperar por isso.

Tudo é tratado como um grande espetáculo e acredito que só não há fogos de artifício sendo soltos no local porque ele é fechado. Sinto como se estivesse num tipo de abertura de copa do mundo. Tudo brilha enquanto luzes, pretas e brancas, cores da nossa Universidade, piscam a todo vapor antecipando a entrada dos competidores.

Nos três anos em que Ian estuda na Great Lakes University, eu nunca pude vir aos jogos de hóquei do time, já que a grande maioria deles acontece durante o período letivo e estar nos jogos do meu irmão significava perder dois ou três dias de aula, o que me fazia preferir ficar em Orleans Sungold e vê-lo somente nas férias e feriados.

Acho que foi por isso que não conheci Declan antes, visto que até os meus pais o conheceram antes de mim.

Merda!

O primeiro time a adentrar a pista é o time de Yale, a nossa maior rival segundo Ian me falou. A sua pequena torcida, que se encontra presente no nosso território, faz uma festa, mas nada comparado ao que vem a seguir, quando o time da casa faz a sua entrada na arena.

A multidão, majoritariamente vestida de preta, cor característica do Black Horns Bull, vai à completa loucura. Claramente, o time universitário local tem uma moral do cacete, ou essas pessoas são completamente loucas.
Eu, por embalo da galera ou apenas por orgulho, acompanho a euforia de todos ao ver o meu irmão focado e totalmente extasiado com tudo aquilo.

Ele adora a atenção e respira hóquei desde que me entendo por gente. Vê-lo ali deixa meu coração quentinho.

Porém, meu coração bate ainda mais rápido quando os meus olhos focam em outra pessoa que se posiciona ao lado de Ian. Enquanto o time está extasiado pela energia da torcida e pronto para reverenciar o hino nacional, ele está focado apenas na pista, parecendo pouco ligar para a multidão enfurecida que espera, agora calada, pelo início do jogo tão aguardado.

Mesmo que eu não veja seu rosto com clareza, por conta do capacete de proteção que usa, sei que o menino está sério. E muito lindo. O uniforme preto cai como uma luva no capitão Blackwell. Na verdade, acho ele tão bonito que ficaria atraente até vestindo trapos.

Assim que The Star-Spangled Banner termina, os jogadores saúdam a bandeira e o público aplaude. Logo em seguida, os 12 jogadores presentes na pista se posicionam em seus devidos lugares e, enfim, a partida começa.

Desde a primeira deslizada do puck, dá para ter a noção de que o jogo de abertura do campeonato universitário vai ser completamente emocionante.

Ian joga no ataque, junto a Declan e mais outro garoto, que eu não conheço, e eu tenho que admitir: os caras são bons. Muito bons. Todavia, o que me fascina é a química que meu irmão e seu amigo mais bonito têm como dupla.

Uau! Eu nunca vi Collin tão à vontade com alguém enquanto joga.

A partida é árdua, como esperado. Cada tocada no disco de borracha demonstra isso.

A defesa do nosso time parece não ser párea o bastante para deter Peter Santiago, o atacante talentoso do time oposto, e, por consequência, ele acaba abrindo o placar no final dos primeiros 20 minutos de partida.

Percebo que o nosso capitão é o primeiro a deixar a arena para ir ao vestiário no intervalo. Ele parece nervoso e até decepcionado com o seu rendimento e eu não sei o que ele e o treinador, Jared Jeffords, disseram ao time no intervalo, mas, quando eles retornam à pista, os caras estão com tudo.

O time adversário pode ser muito bom, coisa que ele demonstrou abrindo o placar na nossa casa, mas os nossos meninos têm muito mais técnica, muito mais raça e, olhando de perto o entrosamento deles, não é de se admirar que BHB seja o bicampeão invicto das últimas duas temporadas.

Em um dado momento, quando Ian dá um passe calibradíssimo para Declan, o moreno sai em disparada, tendo seus supostos bloqueadores bloqueados por outros companheiros de time ou apenas driblado por ele.

E em menos de 5 segundos, Blackwell dá um tapa certeiro no disco de borracha e estufa a rede adversária.

Empatamos. 1x1.

Contudo, a cena que se segue me deixa um tanto intrigada.

Enquanto todos os outros 5 jogadores comemoram o gol de empate, Declan apenas volta para o nosso campo de defesa, sem fazer qualquer tipo de comemoração.

Talvez, ele apenas não seja espontâneo, não é mesmo?

Então, o jogo segue, parecendo uma final eletrizante de campeonato. Nenhum dos dois times está disposto a perder. Nenhum dos dois capitães parece disposto a levar o peso da derrota do primeiro jogo em suas costas pelo resto da temporada.

Taco a taco, disco a disco, contato a contato. Já assisti a muitos jogos profissionais, mas o que estou presenciando neste momento não está muito abaixo da qualidade da NHL.

E é o fim do segundo tempo.

Blackwell e o treinador vão para o vestiário ainda nada satisfeitos com o resultado.

O terceiro e último tempo começa já com um gol. Um golaço protagonizado por nada mais nada menos que Declan Blackwell, o capitão que carrega o peso da camisa número 99. O mesmo número do lendário Gretzky. O moreno parece estar sendo dominado por um ímpeto diferente no começo do tempo, porque o que ele fez não foi normal.

Ele simplesmente deslizou o disco pela primeira vez para Ian, patinou alguns milímetros e recebeu o puck, patinando e driblando os adversários de maneira esplêndida até ficar cara a cara com o goleiro e deslizar o objeto por entre suas pernas. Isso com apenas 20 segundos de jogo.

Porra, o cara é muito bom!

E, mesmo seus olhos sendo praticamente da cor do gelo sobre o qual ele patina, o fogo e a paixão que emanam das órbitas de Declan enquanto joga faz seu belo olhar se destacar dentre os de todos os doze jogadores da partida.

Raiva, impassividade, paixão.

O moreno deixa claro todos os seus sentimentos à medida que seus pés o guiam pela pista gélida no primeiro jogo da temporada universitária de maneira hábil.

Blackwell tem, claramente, todo o potencial de se tornar profissional. Com o pé nas costas. Não sei se ele é o melhor jogador universitário atualmente, mas vendo o seu desempenho no dia de hoje, tenho certeza que o dono dos olhos de gelo poderia ser.

A frieza de um profissional, o ímpeto de um universitário. Uma mistura única que ele possui em cada célula de seu corpo.

Se engana quem pensa que a partir daí o time adversário se abalou e recuou.

Pelo contrário, Yale avança com tudo para cima de nós. Cada disco perdido ou passe errado, o treinador berra com eles. E digo com toda a tranquilidade do mundo que só não tomamos outro gol porque a nossa retaguarda também é espetacular, destacando Sebastian O'Shea, o goleiro, porque o tanto de defesas difíceis que o cara teve que fazer para não tomarmos o empate foi digno de um óscar.

Yale e Peter podem ter tentado, mas não conseguiram superar o time da casa e ainda tomou, aos 19 minutos finais, outro gol. Dessa vez, tendo como autor o meu querido irmão, que chegou a mandar beijos e corações para mim, fazendo-me rir com o ato.

E assim teve fim.

3x1.

De virada.

Na abertura do campeonato.

Em casa.

Os meninos têm muito o que comemorar. Eles foram incríveis.

Enfim, consigo ver um sorriso contido no rosto de Blackwell quando ele tira o capacete antes de ir para o vestiário ao lado dos companheiros de time e de Jeffords, que agora tem a expressão tranquila diferente da que tinha no decorrer da partida.

Foi um ótimo jogo, tenho que admitir. Ian me contava sobre como gostava dessa atmosfera e eu não posso dizer que ele estava errado.

Para um amante de hóquei, isso é ouro. Estar no meio da torcida, sentir a emoção de ver seu time ganhar e poder gritar quando isso acontece é, definitivamente, de outro mundo.

É bom finalmente estar aqui para poder sentir isso na pele.

Nos minutos seguintes, tudo o que eu faço é me manter sentada, esperando que o ginásio se esvazie gradativamente.

Algumas pessoas estão alteradas por causa das diversas bebidas que tomaram durante o jogo e, mesmo assim, parecem animadas o suficiente para comemorarem a vitória do time de hóquei local.

Em menos de uma hora, não há mais ninguém sentado nas arquibancadas ou até mesmo na pista de gelo. Por esse motivo, me levanto e levo junto comigo a minha bolsa, com a intenção de fazer o que esperei até agora.

No colegial, eu costumava fazer exatamente isso. Esperava que os jogos de hóquei tivessem fim para que pudesse patinar, visto que eu nunca participei da equipe de patinação e, por isso, nunca tive autorização para tal coisa.

Em alguns momentos me dei mal? Com certeza! Mas valeu a pena, senão a galinha toda.

Ainda me surpreende, mesmo depois de todos esses anos, que em Orleans Sungold exista uma pista de gelo.

Os meus patins estão em meus pés quando me levanto com a pretensão de adentrar a quadra.

As minhas pernas tremem e as minhas mãos suam à medida que meu coração bate acelerado.

Estou com medo de ser pega. Acredito que as consequências dos meus atos aqui serão muito piores do que na época da escola.

As regras da Great Lakes University são claras e eu claramente estou as desrespeitando.

Quando as lâminas do meu patins tocam a base gélida da grande quadra, a minha respiração falha e eu paro por um momento, pronta para deslizar por toda a superfície lisa.

Porém, antes que isso aconteça, eu me desequilibro de um jeito que nunca aconteceu antes, como se eu não fizesse a mínima ideia do que estou fazendo. O resultado disso é: minha bunda batendo no chão, gerando um barulho estrondoso que ecoa pelo enorme ginásio agora vazio.

— Merda — murmuro baixinho.

Respiro fundo enquanto me viro, apoiando as minhas mãos no chão para que eu consiga me levantar com mais facilidade e tentando a todo custo não cair outra vez.

— Está tudo bem aí? — Uma voz irrompe o lugar.

Droga!

Eu tô muito fodida.

Suspiro pesadamente, erguendo os meus olhos com a pretensão de achar o dono da voz que ecoou pelo local há pouco.

O meu queixo vai ao chão duro quando as minhas órbitas encontram Declan Blackwell do outro lado da quadra, de pé enquanto mantém as suas sobrancelhas arqueadas na minha direção.

Sua expressão é neutra e seus ombros estão relaxados, alertando que não tem a mínima intenção de me entregar.

Afinal, eu sou irmã do seu amigo.

Ufa!

— Sim. — Lanço um sorriso sem graça para ele. — O que faz aqui? — pergunto, antes de conseguir me conter.

Nenhuma expressão surge em seu belo rosto. Apenas vejo quando ele tensiona o seu maxilar e cruza os braços, numa postura completamente impassível.

— Eu que deveria fazer essa pergunta, não? Você não tem autorização para estar aqui.

Engulo em seco.

Ele tem toda razão.

— Ok, culpada. — Levanto as mãos em sinal de rendição, dando um sorrisinho. — Eu só queria patinar e não há outro lugar para fazer isso a não ser aqui. Clandestinamente.

Imediatamente, suas sobrancelhas se franzem, demonstrando sua genuína confusão.

— Sabe mesmo o que está fazendo? — Aponta para os meus patins, referindo-se ao tombo que tomei.

— Ah, eu só caí porque estava com medo de ser pega. Eu me garanto.

Blackwell dá de ombros, indiferente.

— Certo... — Eu juro que consigo ver uma sombra de sorriso em seus lábios. — O zelador vem aqui às nove. Cuidado.

— Valeu. Não vai comemorar com o time? — disparo, curiosa.

Merda, Carinae, segura a língua!

Declan retrocede, talvez surpreso com a minha pergunta ou até mesmo um tanto desconfortável com a minha intromissão. Mas, logo, dá de ombros.

— Não tenho o que comemorar. É apenas o primeiro jogo da temporada.

— E vocês jogaram muito bem. O sucesso se constrói aos poucos. Não ficar feliz ou animado com o avanço é idiotice — declaro, tranquila.

As sobrancelhas do garoto se chocam com o teto quando ele as arqueia bruscamente.

— Está mesmo me chamando de idiota, Morgan? — Seu tom é frio.

— E você não está agindo como um? — rebato imediatamente.

Minha mãe tinha que ter me ensinado a guardar a língua.

Ele bufa, revirando os seus olhos para desviá-los logo em seguida, claramente descontente com o que acabou de ouvir.

— Não se mete mais nisso, huh?

Blackwell não me dá direito de resposta, apenas gira os seus calcanhares, dando as costas para mim, e sai andando novamente em direção ao vestiário.

No caminho, consigo ver uma fumaça densa saindo de suas orelhas.

Merda, Heaven!

Eu respiro fundo e chacoalho a minha cabeça em uma tentativa de esquecer o que aconteceu no último minuto e, logo, volto ao que fazia antes, tentando ocupar a minha cabeça com outra coisa que não sejam as íris furiosas de Declan Blackwell.

Black Horns Bull (BHB) - Time de Hóquei da Great Lakes University;

The Star-Spangled Banner - Hino nacional dos EUA;

Puck - Nome dado ao disco usado em jogos de hóquei de gelo;

NHL (National Hockey League) - Liga profissional de hóquei de gelo norte-americana;

Wayne Gretzky - Jogador canadense profissional de hóquei de gelo que jogou de 1978 - 1999. Vestia a camisa de número 99.

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