Amarelo, a nova cor do Amor...

Bruna2112

634K 41.9K 56.5K

" O mundo é mais colorido quando você sorri. " Elizah dizia isso com muita convicção e com grande sensação d... Еще

*
01_ Que vergonha.
02_ Thalia e Lary.
03_ Pow Zezinho!
05_ Ipê amarelo.
06_ Biblioteca.
07_ Papagaio?
08_ THÉO!
09_ É original.
10_ Você gosta de pão?
11_ Que sorriso...
12_ O professor faltou!
13_ Thank you my brother!
14_ Chuva?
15_ TIA!!!
16_ 3... 2... 1...
17_ Não estamos flertando.
18_ Vem, Elizah.
19_ O que é, o que é?
🌻 Personagens 🌻
24_ Saudades.
Livro Novo
Livro Físico
Epílogo
Bienal

04_ Pikachu.

11.8K 1.9K 3.5K
Bruna2112

Abri a porta da sala atraindo a atenção da maioria dos alunos já presentes na ali dentro. Perto da porta tinha um grupo de garotos que olharam para mim - uns com uns sorrisos de segundas intenções - , em cima da mesa do professor tinham duas garotas sentadas e mais duas na frente delas.

O resto dos alunos estavam em seus grupinhos, mas todos pararam para olhar para mim.

Senti-me sem graça com todos aqueles olhares, então fiz algo que eu faço no automático na maioria das situações: sorri.

O sinal tocou logo em seguida - bem alto, devo dizer - e logo senti uma mão nas minhas costas.

ㅡ Sem gracinhas hoje, Daniel. ㅡ Uma voz feminina soou e eu olhei para trás. Quem havia tocado minhas costas era um mulher de longos, beeeem longos, cabelos loiros. A mesma tinha uma bolsa preta grande embaixo dos braços e umas pastas. Nos olhos um óculos redondo e notei que ela falava com alguém que estava atrás de mim.

ㅡ E desde quando eu faço gracinhas? ㅡ A pessoa, na qual percebi ser um rapaz, falou e eu logo sai de sua frente sem olha-lo.

ㅡ Respondam para ele, turma! ㅡ Ela aumentou o tom.

Desde sempre! ㅡ Todos falaram juntos e a professora esticou o braço na direção da fileira perto da parede.

ㅡ Mas eu não atrapalho a aula. ㅡ O garoto respondeu indo na direção das fileiras de cadeiras e a professora parou ao meu lado. A mesma me deu um sorriso simpático e pediu em um gesto para que eu ficasse ali. ㅡ Em plena segunda-feira eu tenho que trabalhar com a minha mesa cheirando a bunda? ㅡ Ela pergunto enquanto caminhava na direção de sua mesa onde as meninas estavam sentadas.

Metade da turma gargalhou e as garotas saíram. A professora deixou a bolsa sobre a mesa junto das pastas e voltou até mim.

ㅡ Qual seu nome, querida? ㅡ Ela perguntou tocando meu ombro.

ㅡ Elizah. ㅡ Respondi.

ㅡ Pessoal? Já sentaram? ㅡ Ela encarou a todos que rapidamente sentaram em suas carteiras. Eu estava me sentindo tímida, então tentei não focar no rosto de nenhum deles.

Infelizmente meu plano foi frustrado quando olhei para a última cadeira da fileira da parede. O rapaz na qual se chamava Daniel e que entrou logo depois de mim era o garoto que eu vi na janela. O mesmo que me viu quase cair no banheiro e quase me atropelou com a bicicleta.

Meus olhos se arregalaram e eu notei que ele também havia me reconhecido.

ㅡ 3001, essa é a Elizah. Ela veio da capital do Rio e estudará esse último ano com vocês. ㅡ A professora me apresentou.

ㅡ Veio fazer o que aqui no interior? Tem nada na nossa cidade. ㅡ Uma garota murmurou e alguns riram.

ㅡ Eu achei a cidade particularmente muito bonita. ㅡ Sorri e a garota balançou a cabeça.

ㅡ Qual é a do amarelo? ㅡ Um garoto do canto da sala perto da porta perguntou se referindo à minha mochila e ao meu tênis.

ㅡ É a minha cor favorita. ㅡ Respondi ainda sorrindo.

Pikachu.ㅡ Daniel imitou a vozinha do fundo da sala fazendo todos gargalharem.

No momento eu não soube se aquilo era para ser um apelido ofensivo ou apenas algo para ser engraçado, mas como todos riram, eu resolvi acreditar na primeira opção.

ㅡ Sente-se ali. ㅡ A professora apontou para uma das carteiras que ficavam ao lado da janela. Não escondi a minha felicidade naquele momento. Eu sempre gostei de me sentar perto da janela, era mais fresco, eu podia ver o dia e me ajudava a pensar em testes e provas.

Caminhei em direção à minha carteira ainda com um sorriso. Talvez você possa me achar irritante por sorrir tanto, mas eu gosto. Sorrir por pequenas coisas te faz dar mais valor àquilo.

ㅡ Felizinha ela, né. ㅡ Ouvi uma garota falar num tom baixo.

ㅡ É, ta achando que está no dentista? ㅡ A outra comentou e logo ambas riram baixo.

Parei de sorrir e puxei minha cadeira. Coloquei minha mochila sobre a mesa e me sentei. Peguei o meu celular para coloca-lo no silencioso mas permaneci com a minha atenção focada na professora.

ㅡ Elizah, o meu nome é Patrícia e eu sou professora de história. Você não perdeu tanto pois as aulas que tivemos foram todas relembrando as matérias do ano passado. ㅡ Assenti e, depois de tirar o som do celular, o guardei na mochila novamente. ㅡ Hoje nós começaremos a estudar Era Vargas. ㅡ A professora se virou para o quadro e anotou o título na cor azul ciano. ㅡ Alguém sabe me dizer em que ano começou? ㅡ Ela se virou novamente e eu olhei pela sala, mas ninguém levantou a mão.

Com certa timidez - pois eu não costumava fazer aquilo - ergui minha mão. A professora apontou o piloto para mim.

ㅡ 1930, após a revolução de 30. ㅡ Eu havia estudado aquele assunto nas primeiras semanas do ano no meu antigo colégio.

ㅡ Muito bem. ㅡ Ela voltou a olhar para o quadro.

após a revolução de 30. ㅡ A mesma garota imitou minha voz de uma forma mais fina fazendo uma careta. Não demorou para que a risada das meninas soassem.

Encolhi meus ombros em frustração e olhei para a janela tentando não me chatear. Talvez aquilo fosse normal. Talvez fosse o jeito delas.

Uma coisa que Mariana e Marcos sempre reclamavam era que eu via o melhor de todos, sempre. A pessoa podia ser a pior das pessoas, mas eu sempre procurava entender o lado dela e não olha-la com maus olhos.

Segundo eles isso é ser trouxa.

Olhei novamente para as garotas que nem ao menos prestavam atenção na aula. Ambas mexiam no celular escondido dentro de suas mochilas.

Abaixei a cabeça e resolvi pegar o meu caderno. Eu já tinha resumos daquela matéria, mas cada professor explica de sua maneira e, talvez, a professora Patricia dissesse algo que a minha antiga professora não disse. Então seria bom anotar.

Eu tentei não me preocupar com os demais alunos pelo resto da aula. Era só o meu primeiro dia, não significava que os demais seriam da mesma forma.

[...]

O sinal do intervalo tocou enquanto eu estava terminando de terminar uma equação. Eu tive duas aulas de história e agora estava tendo uma de matemática.

O barulho das mesas se mexendo enquantos alunos se levantavam para sair acabou me desconcentrando e me fazendo escrever o número errado. Paguei a borracha para apagar o erro e, com a minha perfeita habilidade em desajeito, deixei a borracha cair.

Porém, eu não sei se é só com a minha borracha, mas quando ela cai, ela não simplesmente cai, ela cai e rola para o outro lado da sala.

Olhei na direção dela e estava prestes a me levantar para pegar quando alguém a pegou antes.

Daniel, que estava passando por entre as cadeiras para sair da sala, pegou a borracha e veio na minha direção. Eu me senti completamente sem graça quando ele parou perto de mim e me estendeu a borracha, mas não foi porque ele era muito bonito - porque era - mas sim pelo fato de eu olhar para a cara dele e me lembrar da vergonha que passei na janela.

ㅡ Obrigada. ㅡ Sorri no automático.

ㅡ De nada. ㅡ Ele respondeu e já se virou para ir em direção a porta. Meu cérebro naquele momento pensou em milhares de desculpas para puxar um assunto com ele. Eu estava me sentindo solitária e, querendo ou não, ele era o único na qual eu " conhecia ". Entre aspas porque eu só sabia o seu nome né, mas ele era meu vizinho. Eu precisava de amizades. Mas acabei não dizendo nada. Fiquei com medo de ele pensar que eu estava tentando forçar uma amizade e sei o quanto isso é chato. ㅡ Ah... ㅡ Ele se virou para mim de novo e eu o olhei. ㅡ Foi mal quase ter te... atropelado com a minha bike hoje. Eu estava com a cabeça em outras coisas.

ㅡ Não se preocupe. ㅡ Sorri para ele. ㅡ Essas coisas acontecem. Eu também não estava prestando muita atenção. ㅡ Dei de ombros e ele assentiu, mas logo saiu da sala me deixando sozinha ali dentro.

Me senti aliviada por uns segundos por uma pessoa que não fosse um professor ou diretor ou um porteiro ter falado comigo sem sarcasmo ou desinteresse.

Mas esse alivio passou quando olhei ao redor e me vi sozinha.

●●●
Continua...

Продолжить чтение

Вам также понравится

Lindy e o Rapper de Nova Iorque Bruna Almeida

Любовные романы

742K 123K 78
" Eu não preciso de ninguém ao meu lado, eu estou muito bem sozinha. Sou capaz de conquistar os meus sonhos por conta própria sem depender de homem a...
Namorado De Aluguel. star girl

Любовные романы

12K 616 30
Luna Gray sempre foi uma aluna brilhante, sempre as melhores notas, e agora no seu primeiro ano de faculdade em literatura, as coisas não mudam. Não...
Meu Moreno Possessivo Malu

Любовные романы

158K 9.7K 30
Isís tem 17 anos, ela está no terceiro ano do ensino médio, Isis é a típica nerd da escola apesar de sua aparência não ser de uma, ela é a melhor ami...
Uma confusa ironia do destino Camilly Silva

Подростковая литература

26.1K 2.8K 34
Assim que recebe a notícia de que se mudará para Nova York com a família, Amelie finalmente viu uma oportunidade de se livrar de sua antiga vida em N...