𝑻𝑹𝑼𝑬 𝑩𝑳𝑶𝑶𝑫 - Jikook...

Oleh LISAMANIAC

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Roseanne e Jimin sempre foram "os irmãos perfeitos": populares, bonitos, dedicados e cheios de amigos. Mas, s... Lebih Banyak

Introdução
Pedido
Cast
Sobre os seres sobrenaturais + Playlist
001.
002.
003.
004.
005.
006.
007.
008.
009.
010.
Novos personagens
011.
012.
013.
014.
015.
016.
017.
018.
019.
020.
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027.
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031.
032.
033.
Memes
034.
035.
036.
037.
038.
039.
040.
Capítulo extra: Jikook
Capítulo Extra: Chaelisa

030.

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Oleh LISAMANIAC

Depois de passarem na mansão dos Morgenstern e buscarem um carro próprio para a situação, além de Jisoo. Jimin, Jungkook, Lisa e Rosé voltaram para o instituto e pegaram o vampiro falador, Zeke.

— Eu nunca pensei que conheceria a primeira família de vampiros da história. Vocês são tão... tão... Ah, eu queria ser um de vocês. — Zeke falava animado desde que entrara no carro.  — E você, senhor, lorde... Como posso chama-lo? — Se referiu a Jungkook. Jimin notou o híbrido dar um sorriso ladino pelo retrovisor.

— Me chame de magnífico vampiro original e rei dos híbridos. — Jungkook falou com confiança. Zeke acenou positivamente.

— Oh magnífico vampiro original e rei dos híbridos, você é uma lenda, é exatamente como eu imaginei. — Zeke disse com total respeito. Lisa riu pelo nariz. — Quando chegarmos lá, você pode me dar um autógrafo no meu livro sobre você?

— Existe um livro sobre mim? — Jungkook ergueu uma sobrancelha, entretido com o rumo da conversa.

— Sim, se chama “Jungkook Morgenstern: O grande mal”. — Citou Zeke com fervor.

— Interessante. — Jungkook ponderou. — Quem escreveu?

— Não é nada interessante. Os caçadores escreveram, vai por mim, você não vai querer ler. — Lisa colocou a mão sobre o ombro de Jungkook.

— Chegamos. É aqui. — Zeke falou.


O hotel mais parecia um edifício abandonado. Havia uma placa, que tinha se desprendido de um prego e estava pendurado por trás de uma árvore que indicando HOTEL DE LA MUERTE.


— Hotel da morte. — Disse Jungkook quando estacionou o carro. — Que gracinha!

— Mas não pode ser o hotel. — Disse Rosé descendo do carro. — As janelas estão todas fechadas, a porta foi cimentada... Oh. — Ela concluiu, percebendo o olhar de Lisa sobre ela. — Certo. Vampiros. Mas como eles fazem para entrar?

— Eles voam com suas motos. — Disse Lisa, e apontou para os andares superiores do prédio.

Claramente, havia sido um hotel luxuoso e agradável algum dia. A fachada de pedras era elegantemente decorada com arabescos e flores-de-lis entalhadas, escuras e gastas por anos de exposição a ar poluído e chuva ácida.

— Nós não voamos. — Jimin se sentiu na obrigação de frisar.

— Não. — Concordou Jungkook. — Nós arrombamos e invadimos. — Ele começou a atravessar a rua em direção ao hotel.

— Voar parece mais divertido. — Disse Jimin, apressando-se em alcançá-lo.

— Jisoo, fique no carro com o Zeke. — Lisa ordenou, forte e imponente.

— Vocês poderiam me deixar subir sozinho e falar com eles. — Zeke disse. — Seria mais fácil do que invadir e...

— Se seus amigos vampiros estivessem com boas intenções, teriam levado a mundana ao instituto ao notarem a troca. Mas não o fizeram. — Lisa interrompeu Zeke. — Já voltamos.

Uma brisa quente passou, soprando as folhas caídas à frente das árvores do lado de fora do hotel, fazendo com que o lixo da sarjeta e da calçada voassem pelo pavimento rachado. A área era estranhamente deserta, mesmo para o meio dia.

— Eles podem estar espiando pela janela.  — Lisa disse para Jungkook.

— Vamos. — Jungkook foi para o meio das sombras, para perto do hotel.

Jimin e Rosé sentiram o nervosismo subindo pela espinha, chegando ao pulso e pulsando nas orelhas. O barulho distante de carros parecia muito longe, o único ruído provinha dos sapatos deles passando pelo chão cheio de lixo. Eles desejaram o poder de andar silenciosamente, como Jungkook e Lisa. Talvez um dia Jungkook e Lisa pudesse ensinar a eles ou talvez isso apenas fosse coisa de vampiros.

Eles dobraram a esquina do hotel e foram para um beco que provavelmente servira como área para serviço de entregas. Era estreito, cheio de lixo: caixas de papelão mofadas, garrafas de vidro vazias, plástico danificado, coisas quebradas que inicialmente Rosé e Jimin pensaram que fossem palitos, mas de perto pareciam...

— Ossos. — Lisa disse secamente. — Ossos de cachorros, de gatos. Não olhem perto demais, examinar lixo de vampiros nunca é uma boa coisa.

— Bem — Rosé disse. — Pelo menos sabemos que estamos no lugar certo. — E foi recompensada pelo leve ar de respeito que foi brevemente exibido pelos olhos de Lisa.

— Ah, estamos no lugar certo. — Ela disse. — Agora só precisamos descobrir como vamos fazer para entrar.


Certamente houvera janelas em outra época, e agora estavam cobertas por tijolos. Não havia porta ou qualquer placa que indicasse uma saída de incêndio.

— Quando isso era um hotel. — Jungkook disse lentamente. — Deveriam fazer entregas por aqui. Quero dizer, eles não iam trazer coisas pela porta da frente, e não há outro lugar para os caminhões pararem. Então deve haver alguma entrada.

Jimin e Rosé pensaram no Cape May Grill. Eles já os viram receber entregas, cedo, pela manhã, enquanto ia para a escola, já viram os proprietários ingleses abrindo portas de metal na calçada, próximas às respectivas portas da frente, de modo que pudessem carregar caixas de toalhas de papel e comida para os depósitos.

— Aposto que as portas estão no chão. Provavelmente enterradas sob esse lixo todo.— Jimin falou. Jungkook, um pouquinho na frente dele, fez que sim com a cabeça.

— Exatamente o que eu estava pensando. — Jungkook suspirou. — Acho que o melhor é retirar o lixo. Podemos começar com aquela lata ali. — Ele apontou, sem qualquer entusiasmo. Lisa foi até a lata de lixo e pegou um dos lados.

— Você pega o outro. Vamos virá-la. — Lisa falou para Jungkook.

— Virar vai fazer muito barulho. — Argumentou Rosé, vendo Jungkook assumir o posto no outro lado daquele container enorme.

Era uma lata de lixo padrão da cidade, pintada de verde-escuro, suja com manchas estranhas. Tinha um cheiro horrível, pior do que o da maioria das lixeiras, de lixo e mais alguma coisa, alguma coisa grossa e doce que tomou a garganta de Rosé e Jimin, fazendo com que eles tivessem ânsia de vômito.

— Deveríamos empurrá-la. — Jimin argumentou também.

— Olhe — Começou Jungkook, quando uma voz falou, subitamente, nas sombras atrás deles.

— Vocês realmente acham que deveriam estar fazendo isso? — A voz perguntou.

Rosé e Jimin congelaram, olhando fixamente para as sombras, na entrada do beco. Por um instante de pânico, eles pensaram se não teriam imaginado a voz, mas Jungkook e Lisa olhavam para o canto sombrio com os olhos semicerrados.

Jungkook se afastou da lata de lixo, com a mão deslizando para o cinto e apoiando a mão sobre sua adaga. Protetoramente, Jungkook e Lisa empurraram Jimin e Rosé para trás deles.

— Tem alguém aí? — Jungkook perguntou com a voz seca.

— Dios mio. — A voz era masculina, entretida, e falava um espanhol claro. — Você não é desta vizinhança, é? — Ele deu um passo para a frente, saindo da parte mais espessa das sombras. O formato dele evoluiu lentamente, era um menino, não muito mais velho do que Jimin e Rosé, provavelmente uns 15 centímetros mais alto. Era magro, tinha olhos grandes e escuros, e pele pálida. Vestia calças pretas, camiseta branca com gola em V e um cordão de ouro em volta do pescoço que brilhava singelamente à medida que ele se aproximava da luz.

— Pode-se dizer que sim. — Jungkook disse cuidadosamente, sem afastar a mão da adaga.

— Vocês não deveriam estar aqui. — O menino passou a mão nos cachos pretos caídos sobre a própria testa. — Este lugar é perigoso.

— Nós sabemos. — Rosé disse. — Só estamos um pouco perdidos.

— O que vocês estavam fazendo com isso? — O menino apontou para a lata de lixo.




Não sou boa em mentir, pensou Rosé, e olhou para Lisa, que, ela esperava que Lisa fosse ótima nisso.




— Estávamos tentando entrar no hotel. Achamos que talvez pudesse haver uma entrada para a adega atrás desta lata de lixo. — Lisa decepcionou Rosé imediatamente.




Os olhos do garoto se arregalaram em sinal de descrença.




— Puta madre... Por que vocês iam querer fazer uma coisa assim? — O garoto perguntou.

— De brincadeira, você sabe. Só para nos divertirmos um pouco. — Jungkook deu de ombros.

— Vocês não entendem. Este lugar é assombrado, amaldiçoado. Ruim. — O garoto sacudiu a cabeça vigorosamente e disse uma porção de coisas em espanhol que Rosé e Jimin desconfiaram que tivessem a ver com a estupidez de adolescentes mimados em geral, e a estupidez deles quatro em particular. — Venham comigo, vou levá-los até o metrô.

— Nós sabemos onde fica o metrô. — Disse Lisa.

— Claro. É claro que sabem, mas se forem comigo ninguém irá incomodá-los. Vocês não querem ter problemas, não é mesmo? — O garoto questionou.

— Depende. — Disse Jungkook, e se movimentou de modo que sua jaqueta abriu levemente, exibindo um flash das adagas que tinha no cinto. — Quanto estão pagando a você para manter pessoas afastadas do hotel?

O menino olhou para trás de si e os nervos de Rosé e Jimin ficaram à flor da pele enquanto eles imaginavam o beco estreito se enchendo de outras figuras sombrias, com rostos brancos, bocas vermelhas, caninos afiados como faíscas metálicas no asfalto. Quando eles olharam de volta para Jungkook e Lisa, suas bocas formavam um sorriso fino.


— Quanto quem está me pagando, chico? — Indagou o garoto.

— Os vampiros. Quanto estão pagando? Ou é outra coisa, disseram que fariam de você um deles, ofereceram vida eterna, sem dor, sem doenças, você poderia viver para sempre? Pois não vale a pena. A vida fica longa demais quando você nunca pode ver a luz do sol, chico. — Disse Jungkook com desdém.

— Meu nome é Santiago. Não chico. — O rosto do menino não tinha qualquer expressão.

— Mas você sabe do que estamos falando. Você sabe sobre os vampiros? — Indagou Jimin.




Santiago virou o rosto para o lado e cuspiu. Quando olhou de volta para eles, os olhos estavam cheios de brilho de ódio.



— Los vampiros, sí, os animais que bebem sangue. Mesmo antes de o hotel ser fechado, já havia histórias, as risadas tarde da noite, os animais pequenos desaparecendo, os ruídos... — O garoto parou, balançando a cabeça. — Todos da vizinhança sabem que devem manter distância, mas o que se pode fazer? Não se pode ligar para a polícia e dizer que o seu problema é com vampiros.

— Você já os viu? — Perguntou Rosé. — Ou conhece alguém que já os tenha visto?

— Apenas alguns meninos, uma vez, um grupo de amigos. Eles acharam que tinham tido uma boa ideia, de entrar no hotel e matar os monstros do lado de dentro. Levaram armas, facas também, tudo benzido por padres. Nunca mais voltaram. Minha tia encontrou suas roupas, mais tarde, na frente da casa. — Santiago falou lentamente.

— Da casa dela? — Perguntou Rosé.

— Sí. Um dos meninos era meu irmão. — Santiago disse secamente. — Então agora vocês sabem por que passo por aqui no meio da noite, às vezes, quando estou voltando da casa da minha tia, e por que eu os alertei para manterem distância. Se entrarem, não vão mais sair.

— Nossa amiga está lá dentro. — Disse Jimin. — Viemos para buscá-la.

— Ah. — Disse Santiago. — Então talvez não consiga mantê-los longe.

— Não. Mas não se preocupe. O que aconteceu com os seus amigos não vai acontecer conosco. — Disse Jungkook, tirando a adaga do cinto e girando-a entre os dedos.

— Quero ir com vocês. — Santiago disse.
Lisa balançou a cabeça.

— Não, de jeito nenhum. — Lisa falou.

— Posso mostrar como entrar. — Disse Santiago. Lisa hesitou. A tentação no rosto era evidente.

— Não podemos levá-lo conosco. — Lisa falou por fim.

— Tudo bem. — Santiago o seguiu e chutou de lado uma pilha de lixo contra uma parede. Havia uma grade de metal ali, barras finas cobertas por uma camada de ferrugem. Ele se ajoelhou, agarrou as barras e levantou a grade. — Foi assim que meu irmão e seus amigos entraram. Dá no porão, eu acho. — Ele olhou enquanto Jimin, Jungkook, Rosé e Lisa se juntavam a ele. Rosé e Jimin prenderam a respiração, o cheiro de lixo era insuportável, e mesmo no escuro eles podia ver as sombras de baratas passando sob o lixo acumulado. Lisa acendeu a lanterna do celular.

— Obrigada. — Lisa disse a Santiago. — Está ótimo.

— Entrem aí e faça pela amiga de vocês o que eu não pude fazer pelo meu irmão. — Santiago falou. Jungkook e Lisa trocaram olhares cúmplices.

— Fiquem por perto. — Jungkook disse a Rosé e Jimin. Lisa atravessou a grade com um único movimento suave, com os pés primeiro. Rosé prendeu o ar, esperando um grito de agonia ou surpresa, mas só ouviu o suave ruído de pés aterrissando em terra firme.

— Está tudo bem. — Lisa disse, com a voz sufocada. — Pode pular que eu seguro você.




Jimin estendeu a mão. Rosé a utilizou para se equilibrar enquanto se posicionava. Soltou-a assim que ela escorregou pelo buraco. A queda durou apenas um segundo e Lisa pegou-a, a saia dela subindo pelas coxas e a mão de Lisa passando pela sua perna enquanto ela escorregava pelos braços da Morgenstern. Lisa a soltou com cuidado.




— Você está bem? — Lisa perguntou.
Rosé abaixou o vestido, aliviada por Lisa não poder vê-la no escuro.

— Tudo bem. — Rosé sussurrou.




Jungkook desceu logo atrás, dando sinal para Jimin, o Park caiu da mesma forma que Rosé, sendo pego com cuidado pelo híbrido. As mãos de Jungkook deslizaram pela cintura de Jimin e seus olhares se cruzaram. Jimin suspirou pesadamente.




— Me coloque no chão. — Pediu Jimin, parecendo acordar de um sonho, Jungkook obedeceu.




Jungkook balançou a cabeça, tentando espantar os próprios pensamentos. Ele tirou outra adaga do cinto e estendeu para Lisa. Eles estavam em um espaço estreito, com o teto baixo e o chão de concreto rachado. Uma entrada, cuja porta não estava mais lá, conduzia a outra sala.

Uma batida alta fez com que eles parassem e virassem para ver Santiago aterrissando, com os joelhos dobrados, a alguns metros deles. Ele os havia seguido pela grade. Ele se recompôs e sorriu.




— Eu falei... — Lisa parecia furiosa.

— E eu ouvi. — Santiago acenou, interrompendo-a. — O que você vai fazer a respeito? Não posso sair pelo caminho que entramos, e vocês não podem simplesmente me largar aqui para ser encontrado pelos mortos... podem? — Ninguém respondeu, então ele continuou. — Temos que ir por ali, em direção às escadas. Eles ficam nos andares mais altos do hotel. Vocês vão ver. — Ele passou por Jungkook e Lisa, pela entrada estreita. 




O andar inferior do hotel era um emaranhado de corredores que pareciam labirintos, uma lavanderia deserta, pilhas de toalhas mofadas em cestos apodrecidos, até mesmo uma cozinha fantasmagórica, bancadas de aço inoxidável se esticando pelas sombras.

Boa parte das escadarias que iam para os andares superiores não existia mais, não apodrecidas, mas deliberadamente arrancadas, reduzidas a pilhas de tacos apoiados na parede.

Os degraus faltantes deixaram Rosé e Jimin abismados. O que os vampiros tinham contra escadas? Finalmente, encontraram uma escadaria intacta, escondida atrás da lavanderia. Os degraus tinham camadas espessas de poeira agora, como montes de neve cinzenta, que fizeram Rosé e Jimin tossirem.




— Shhh. — Sibilou Santiago. — Eles vão ouvir. Estamos perto de onde eles dormem.

— Como você sabe? — Rosé sussurrou de volta. Ele nem deveria estar ali. Quem lhe dera o direito de passar sermão a respeito de barulho?

— Posso sentir. — O canto do olho dele tremeu, e ela percebeu que ele estava tão assustado quanto ela. — Você não?




Rosé balançou a cabeça. Ela não sentia nada, a não ser um frio estranho, depois do calor noturno lá de fora, o frio no interior do hotel era intenso.

No topo da escadaria, havia uma porta em que a palavra pintada “Lobby” era praticamente ilegível sob a sujeira acumulada. A porta soltou ferrugem quando Jungkook e Lisa a empurrou. Rosé e Jimin passaram os braços em volta do próprio corpo.




— Você já viu algum vampiro de verdade, Santiago? — Jimin perguntou pensando se o garoto já suspeitava ou sabia sobre Jungkook e Lisa. Santiago olhou para ele com uma expressão quase vazia.

— Sei como eles são. São mais pálidos que seres humanos normais, mas muito fortes. Eles andam como gatos e atacam com a eficiência das serpentes. São belos e terríveis. Como este hotel. — Santiago falou.




Um arco à esquerda deles levava mais adiante na escuridão, os pilares de ambos os lados esculpidos com figuras de temática de folhas e flores. Quando Santiago olhou para cima, Rosé e Jimin observaram uma cicatriz na garganta dele, muito branca contra a pele, brilhou como uma piscadela de olho. Eles imaginaram o que a teria causado.




— Acho que deveríamos voltar para a escadaria dos serventes. — Rosé sussurrou. — Estou me sentindo muito exposta aqui.

— Você sabe que quando chegarmos lá você vai ter que chamar Jennie e esperar que ela consiga ouvir sabe? — Jungkook perguntou, revirando os olhos.

— Eu... — Rosé imaginou se o medo que estava sentindo estaria estampado no rosto. Ela teve as palavras interrompidas por um grito estridente. Ela se virou para trás.




Santiago havia desaparecido, sem qualquer marca na poeira que pudesse indicar para onde teria ido ou sido arrastado. Ela esticou o braço para alcançar Lisa, um ato reflexo, mas ela já estava se movendo, correndo na direção do arco aberto na parede oposta e nas sombras além. Rosé não conseguia vê-la, mas seguiu a luz emitida pela lanterna do celular que ela carregava. Jimin olhou para Jungkook, o híbrido segurou a mão de Jimin e o guiou pela escuridão, correndo atrás de Rosé.

Além do arco, havia o que outrora fôra um grande salão. O chão arruinado era de mármore branco. Espelhos de moldura dourada penduravam-se sobre a parede. Teias de aranha caíam pelo ar como antigos véus de casamento.

Santiago estava no centro da sala, com os braços nas laterais. Rosé e Lisa correram até ele, Jungkook e Jimin seguindo atrás um pouco mais devagar.




— Você está bem? — Rosé perguntou sem fôlego. Ele fez que sim com a cabeça lentamente.

— Achei que tivesse visto uma movimentação nas sombras. Não foi nada. — Santiago falou.

— Vamos voltar para a escadaria dos serventes. — Disse Lisa. — Não há nada neste andar.

— Boa ideia. — Santiago fez que sim com a cabeça.




Ele foi para a porta, sem olhar para trás para ver se os outros o estavam seguindo. Ele só dera alguns passos quando Jungkook falou.




— Santiago? — Jungkook chamou. Santiago girou, com os olhos arregalados em sinal de interrogação, e Jungkook atirou a adaga.




Os reflexos de Santiago foram rápidos, mas não o suficiente. A lâmina o atingiu em cheio, e a força do impacto o derrubou. Seus pés saíram do chão e ele caiu com tudo no piso de mármore. O sangue que escorria parecia preto.




— Jungkook! — Jimin sibilou descrente, completamente chocado. Ele já havia percebido que Jungkook não gostava muito de mundanos, mas nunca pensara que ele fosse atacar um que estava ajudando eles, talvez Rosé estivesse certa sobre Jungkook, talvez ele fosse completamente maluco.




Ao virar para ver Santiago, Jungkook empurrou Jimin brutalmente de lado. Ele se lançou sobre Santiago e estendeu a mão para pegar a adaga presa ao peito do garoto. Mas Santiago foi mais rápido. Ele pegou a faca e arremessou na direção de Jungkook, mas o híbrido a pegou no ar. A mancha vermelha se espalhando no peito de Santiago. Mas Santiago estava rindo.



— Você errou. — Disse o garoto, e sorriu pela primeira vez, mostrando dentes brancos afiados. — Você errou o meu coração.

— Você se moveu no último segundo. — Jungkook cerrou os punhos. Santiago franziu o rosto e cuspiu um líquido vermelho. Jungkook avançou e após alguns golpes, prendeu Santiago contra a parede, apontando a adaga no pescoço do garoto.




Rosé e Jimin deram um passo para trás, assistindo a tudo, horrorizados.




— Quando você percebeu? — Santiago perguntou. O sotaque havia desaparecido, as palavras agora eram mais precisas e claras. — Que sou um vampiro. — Completou.

— Adivinhei no beco. — Disse Jungkook. — Mas imaginei que você fosse nos ajudar a entrar no hotel, depois se voltaria contra nós. Quando você saiu do saguão, seus pés não deixaram marcas na poeira. Foi então que eu tive certeza. Uma vez aqui dentro, estaríamos fora da proteção do Pacto. Justo.  — Jungkook recuou um pouco, ainda segurando a lâmina contra a garganta de Santiago. — Mas aposto que você não esperava que eu fosse um vampiro também. — Santiago o olhou com surpresa. — E um original, você está encrencado, chico. —  Jimin se sentiu arrependido por ter desconfiado da sanidade de Jungkook, enquanto ele acreditava fielmente em Santiago, o híbrido sacava tudo.

— Não foi seu irmão que entrou aqui procurando por monstros e nunca mais saiu, não é? — Disse Lisa. — Foi você.

— Vocês dois são muito espertos. — Disse Santiago. — Mas não o suficiente. Olhem para cima. — Santiago disse e levantou a mão, apontando para o teto.




Lisa, Jimin e Rosé olharam para cima, Jungkook permaneceu firme, sem desgrudar os olhos de Santiago.




— Jimin. O que você está vendo? — Jungkook perguntou.




Jimin e Rosé se apavoraram. Estavam cheias agora, fileiras e mais fileiras de vampiros com os rostos pálidos, bocas vermelhas, confusos, olhando para baixo.

Jungkook ainda estava olhando para Santiago.




— Você os chamou, não foi? — Jungkook indagou. Santiago continuava sorrindo. O sangue havia parado de se espalhar da fenda no peito.

— Faz alguma diferença? Há muitos deles, mesmo para você, Morgenstern. — Disse Santiago. Jungkook fez menção de tirar a adaga do pescoço do garoto, mas Lisa sabia que era para enfia-la no coração do vampiro.

— Jungkook. — Lisa disse em tom de alerta. — Não o mate.

— Por que não? — Jungkook indagou. — Particularmente estou desejando muito isso agora.

— Talvez seja possível utilizá-lo como refém, no lugar do Zeke. — Lisa falou. — Dúvido que tenhamos a chance de sair daqui para buscá-lo.




Jungkook podia ver os vampiros agora, preenchendo a entrada arqueada, movendo-se tão silenciosamente quanto os irmãos da cidade dos ossos.




— Sei o que estou fazendo. Levante-o, Jungkook. — Lisa falou. Jungkook olhou para ela e, em seguida, deu de ombros.

— Tudo bem. — Jungkook respondeu.

— Não tem a menor graça. — Santiago se irritou.

— Por isso ninguém está rindo. — Jungkook puxou Santiago, virando-o de costas e colocando a ponta da faca entre as omoplatas do vampiro. — Posso perfurar o seu coração com a mesma facilidade pelas costas. — Ele disse. — Eu não me mexeria se fosse você.




Lisa virou-se de costas para eles, para olhar para as formas escuras que não paravam de chegar. Ela levantou a mão.





— Parem onde estão. — Lisa disse com uma firmeza que arrepiou Rosé. — Ou ele vai enfiar aquela lâmina no coração de Santiago.




Jimin e Rosé notaram as sombras pararem de se mexer.




— Pronta para quebrar as regras do pacto como antigamente irmã? — Jungkook perguntou com um sorriso ladino. Mesmo de costas para o irmão, Lisa sabia que ele estava sorrindo.

— Velhos hábitos nunca morrem. — Disse a Morgenstern com um sorriso curto.

◈ ━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━ ◈


A relação de irmãos do Jungkook e da Lisa é tudo pra mim ❤️

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