CARTAS PARA MEU NOIVO ( Mpreg...

By LadyFelipe19

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Ano 1892. 4 anos após a abolição da escravidão, uma cidade bem do interior, começava a sofrer com as crises d... More

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By LadyFelipe19

Boa leitura amores ❤️♥️❤️♥️❤️



— Senhorita!! Eu sou a maior baderneira dessa cidade, e se essa Baronesa de fedegalha, não der um jeito no filho mal caráter dela, tenha certeza que toda essa cidade e afins, vão saber os podres que esse urubu esconde!!!

— Sua imoral! Como ousa me difamar dessa maneira? Voa daqui pavoa, voa! E volte para aquele antro que vosmecê e suas ervas daninhas moram.

— Olha aqui, sua Inhaca de urubu, é bom que venha comigo, ou como acha que será vista pela sociedade, com todos os seus podres se espalharem por aí?

— Por favor, vá com essa senhorita, por que se a senhora espalhar mais podres, é capaz deu colocar meu jantar para fora! - Samuel fala se divertindo, e recebe um pequeno beliscão de seu tio.

— Irei com vosmecê, para não incomodar o barão, e não dar assuntos aos porcos. - Falou olhando para Samuel, que sentiu a indireta, mas não deixava de se divertir com a situação. - Mas vá na frente, não quero ser vista ao lado de vosmecê, IMORAL.

— FEDORENTA! - As duas aos xingamentos saem da casa do Barão, e Samuel se deixou rir.

— Amei essa senhorita. E essa Baronesa, ô mulher de futum desagradável.

— Deve tomar cuidado, Urraca é uma mulher de muitos contatos, e se resolver se vingar de mim, lhe atingindo, será muito pior. - Seu tio advertiu.

— Pois, como disse aquela senhorita, eu não sou defunto, para ter medo de um urubu, não vou deixar de impor meus pensamentos, por uma senhora fedorenta, vai me desculpar meu tio, mas não tenho sangue de barata.

— Sei disso! Vosmecê puxou o gênio de seu avô, parece que estou vendo na minha frente.

— É mesmo?!




— Sim! O meu pai e de sua mãe, era bem liberal, tinha pensamentos a frente, e uma língua!! - Os dois riram - Não se deixava abaixar para ninguém, colecionou amigos, mas também inimigos por esse gênio, e não quero que sofra depois de tudo que passou. - Samuel se sentiu tocado com a preocupação de seu tio e lhe deu um abraço bem forte.

— Obrigado pela preocupação. Prometo tomar cuidado, mas agora preciso de um banho, eu e essa sala que ficou empesteada com o futum dessa mulher. - Elias riu.

—  Vosmecê não tem jeito mesmo, igual seu avô! Vá tomar seu banho e tenha uma boa noite. - Deu um beijo em sua testa e subiu para seu quarto para que pudesse tomar banho e se trocar.

Dona Urrava chega na pensão Jardineira, comandada por Rosalinda Pavão, é um lugar de muita diversão, jogatina, muita bebida e comida, uma baderna total.

—  Meu Deus! Eu pisando nesse antro de perdição. Saindo daqui, vou me purificar na igreja, com minhas orações.

—  A senhora não se purificaria, nem se rezasse 400 pais nosso! Eu só vou passar a acreditar em milagres quando essas suas orações tirarem esse seu futum podre. Agora, vá lá em cima, seu filho está desmaiado em um dos quartos, se meteu numa briga, como sempre. Eu vou avisar pela última vez, ou dá um jeito de conter o seu filho, ou sua podridão não será só no cheiro, mas todos os seus segredos estarão na boca de muitas más línguas, e a senhora sabe que nessa cidade não há poucos mexeriqueiros.

— Não se preocupe, Rosamurcha pavão, meu filho não pisa mais aqui, neste antro de perdição. Voooooosmecês, me ajudem a levar o meu filho. - Pediu a dois rapazes que já estavam alterados.

—  1 conto...de ré. Réis - Os dois que já estavam com a voz embargada cobraram.

— Mas que absurdo, eu peço gentilmente um favor e ainda sou cobrada. Ai!!! Saudades dos meus escravos da Guiné, fortes, espadaúdos, viris, másculos....

— É, mas tudo isso se acabou, não existe escravos, e se quiser tirar seu filho, terá que pagar aos cavalheiros. - Rosalinda falou sem paciência, e Urraca mesmo contrariada, pagou aos dois, que subiram e levaram Danilo para a charrete dela, e o charreteiro seguiu para seu solar.

Ao chegar, ela gritou por sua única empregada.

—  GONZALINA!!!! - A empregada aparece. - Traga-me um licor, e um balde de água fria! Rápido! Um, dois, um, dois! - Ela corre, e depois de um tempo, volta com o licor em uma taça e o balde de água. Dona Urraca pega o licor, e toma tudo de uma vez só.

Depois pega o balde e joga todo em cima de Danilo que levanta no susto.

— Está louca minha mãe?! - Perguntou tremendo de frio.

— Devia estar mesmo quando dei à luz a um estafermo como vosmecê. - Falou dando uns tapas em seu filho. - Eu tive que sair da casa do Barão, um importante aliado no momento em que estamos, porque vosmecê se meteu em confusão de novo naquele lugar, naquela pensão pecaminosa de Rosamurcha Pavão.

— Sem dramas minha mãe. Um monte de caras estava dando em cima do Heleno, e eu só o defendi, mas vieram três em cima de mim, não aguentei.

—  Deus!!! Além de me dar um asno como filho, tinha que vir com essa imoralidade de se interessar por homens. Vosmecê precisa arrumar uma esposa rica para resolver nossos problemas, não percebe que estamos à beira de uma bancarrota. - Falou entrando em seu solar, foi até uma cômoda, e tirou uma pasta.

—  O que é isso? - Danilo pergunta.

— Olha meu filho, tem homens que conseguem ser um pai horrível, péssimos administradores, péssimos chefes de família, maus amantes, mas acredite, seu pai conseguiu ser isso, e muito mais. Essa maldita pasta são dívidas e mais dívidas, infindáveis, que seu pai contraiu.

—  Que Deus o tenha!

—  E que o diabo o carregue! Olha a quantidade de dívidas, se vierem cobrar podemos perder esse solar. E o pior é que não posso empenhar Gonzalina. - Falava bem dramática.

—  Sem dramas, Baronesa, leve isso aos nossos administradores….



—  Administradores para quê!? Quase não temos propriedades, não temos renda, depois da abolição perdemos nossos escravos, estamos a ponto de perder nosso teto. E vosmecê correndo atrás de homem. - Deu mais uns tapas em seu braço. - Amanhã eu vou voltar e ter um almoço digno com o barão, vosmecê vai comigo, seja o mais gentil, quero que o barão se interesse na minha pessoa, já que com o meu filhinho eu não posso contar. - Depois dessa discussão, os dois foram para seus quartos, tentar dormir um pouco, em meio aos problemas, ao menos Dona Urraca, pois Danilo pensava em Heleno, um rapaz que conhecera na pensão, e que não sai de seus pensamentos.

O dia amanheceu, Samuel já estava acordado, e foi para o jardim, desde que chegou, aquele se tornou seu local preferido, era bonito, calmo, sereno, poderia por seus pensamentos em ordem.

Estava tão distraído que não percebeu a chegada de seu tio.

—  Acordou cedo!! - Elias comentou, chegando perto e dando um beijo em sua cabeça.

—  Bons dias, tio, sim, levantei aos pulos hoje da cama, me sinto bem-disposto e vim caminhar pelo jardim. - Falou com um grande sorriso.

—  Vamos tomar café, quero conversar com ti. - Eles foram até chegar na mesa, um lindo e delicioso bolo de fubá estava à espera deles.

—  Como sabia que bolo de fubá é o meu favorito?!

—  Porque é o meu também!! - Os dois riram, pegaram um pedaço generoso para cada um e começaram a se deliciar, ao final, o barão suspirou e começou a falar. - Bom, eu preciso muito de sua ajuda hoje, o banqueiro, e a Baronesa Urraca, me mandaram mensageiros avisando que viriam almoçar aqui.

—  Aquela senhora fedorenta, não perde uma chance de boca livre. - Seu tio deixou se levar, e gargalhou.

—  É exatamente isso, que eu preciso da sua ajuda, se puder não comentar nada, sem ofensas ou brincadeiras, iremos tratar de negócios, o filho dela virá aqui talvez vosmecês possam conversar?

—  Sabe que não será fácil? Mas pelo senhor, prometo me esforçar e não farei nada para prejudicá-lo, mas se aquela senhora vier com ofensas à minha pessoa, eu vou revidar. E não me obrigue a ficar ao lado daquela mulher, sou capaz de pôr meu café para fora, com o odor fétido que ela exala.

—  Tudo bem. Não vou lhe obrigar a nada, apenas que mantenha o decoro. - Samuel acenou positivamente, e assim, a manhã seguiu com ele no jardim, realmente tinha fascínio por aquele lugar.

Na hora do almoço, Alaor o chamou falando que os convidados haviam chegado, e se retirou. Quando Samuel iria entrar, sua mão foi puxada e seu corpo foi prensado na parede com brutalidade, e sua boca foi tampada. Após recuperar o susto, a surpresa foi maior, era Alan o jardineiro, irmão de Alaor que o destratou na última vez.

Na sala, o banqueiro entra, e em seguida Dona Urraca e seu filho.

—  Boas tardes a todos, uma honra recebê-los! - O Barão foi cortês.

—  Boas tardes Barão, peço mil desculpas pelo infortúnio de ontem, como pode ver trouxe o estafe....... Quero dizer o meu filhinho! - Dona Urraca se segurava em um sorriso falso.

—  Como vai barão? - Danilo aperta a mão de Elias.

— Vou muito bem obrigado. Apesar de não ser tão velho, o vi um garoto ainda, e agora está forte e grande, se tornou um belo rapaz. Deve arrancar suspiros de várias moças!

—  Naturalmente, mas não me encanto por nenhuma, prefiro um par de pernas que me enlouquecem lá na pensão Jardineira. - Falou de maneira natural.

—  Barão! Não ligue para meu filho, ele fala muita coisa sem pensar (coisa até demais) - Falou cochichando. - E onde está seu sobrinho? Não o vejo, por acaso foi embora? - Perguntou com uma alegria perceptível.

—  Não Dona Urraca, meu sobrinho está no jardim, Alaor vosmecê chamou meu sobrinho?

—  Chamei sim senhor! - O Barão estranhou.

—  Pode deixar Barão, eu vou olhar, sempre gostei do vosso jardim, e aproveito para conhecer seu sobrinho. - Danilo se dispôs a ir. Elias, Urraca e o banqueiro que apenas observava tudo, sentaram na sala para aguardar.

No jardim, Samuel se soltou de Alan, um pouco assustado.

— O que pensa que está fazendo? - Samuel perguntou nervoso.

— Desculpa! Desculpa não só por isso, mas pelas ofensas, eu fui indelicado e me deixei levar, vosmecê faz o que quiser de sua vida, eu não tenho direito de me meter. - Se desculpou bem arrependido.

— Que bom que entendeu isso! Vou para o almoço com meu tio, depois conversamos. - Samuel foi saindo, mas as palavras de Alan ficaram em sua cabeça, e por distração ele esbarra seu corpo no peito de alguém. - Me desculpa, eu não lhe vi, estava distraído.

— Não se preocupe, não foi um desagrado, ter tão bela formosura esbarrando na minha pessoa. - Falou com um sorriso malicioso.

— E posso saber quem é o aspirante a galã e aprendiz de don Juan que só sabe falar cantadas baratas? - Respondeu surpreendendo ele.

— Calma, docinho! Não precisa dessa agressividade, comece já conquistou meu coração.

— Haha! O pudim, não se iluda, é pior para ti. Agora pode me dizer quem é?

— Danilo de Almeida, seu criado, ao seu dispor. - Pegou na mão de Samuel e deu um beijo. Samuel deu um sorrisinho sapeca.

— Os estábulos estão precisando ser limpos, tem muito estercos, pode limpar se quiser meu criado, com licença. - Samuel saiu andando, e Danilo riu.

— Finalmente alguém que me interesse, e ainda nas terras do barão. - Pensava alto com um sorriso malicioso. Alan enxergava de longe, e não estava com uma cara boa.

Samuel chegou na sala.

— Boas tardes, meu tio, senhor banqueiro e Baronesa, perdoe-me o atraso, o jardim do meu tio, realmente me fascinou.

— Imagino. Um jardim vasto daqueles, encantaria qualquer um, com suas flores, belezas, perfumes.... - A Baronesa foi interrompida por Samuel.

— Se quiser pegar alguma para fazer perfume fique à vontade, tem muitas que podem lhe ser útil. - Falou provocando e recebeu um olhar de seu tio.

— Não! Muito obrigado pela oferta, mas prefiro meu perfume francês. - Ela tira um pequeno frasco, de seu peito e espirra em si, o que faz o banqueiro se afastar, o barão tentar afastar o cheiro com as mãos, e Samuel tossir.

— Acho... que já entendemos Baronesa. - O barão fez com que ela parasse. - onde está Danilo?

— Estou aqui Barão! Devo dizer que tive dois privilégios hoje, conhecer vosso jardim que é de uma magnitude esplendorosa e vosso sobrinho, que com todo respeito, é muito belo.

— Realmente meu sobrinho é especial e muito belo, se chama Samuel, Samuel Gonçalves. E Samuel, esse é Danilo, filho de Dona Urraca.

— Já tínhamos nos conhecido lá fora tio, mas novamente é um prazer conhecê-lo.

— Igualmente! - E assim todos foram à mesa para o almoço.


No quartel, Alonso contava o tempo em que estaria desfrutando de tudo que sempre quis. Um soldado chega perto dele.

— Aqui, que que houve que desde que chegou aquela carta, vosmecê vive de sorrisinho para lá e para cá.

— Digamos que caiu um noivado com muitos benefícios, no meu colo. - Ele ri, e o soldado o acompanha.

— Sortudo hein?! Vai ficar rico e com uma gata a tiracolo.

— Vosmecê nem imagina.

— Falar nisso, o comandante mandou te chamar! - Alonso foi até a sala do comandante.

— Boas tardes comandante! O senhor me chamou?

— Sim! Eu expliquei sua situação, e consegui que sua dispensa seja para hoje à noite, ou seja amanhã poderá encontrar seu noivo.



Continua…


[••]

Capítulo postado com sucesso ♥️♥️♥️

Espero que tenham gostado, votem, compartilhem e adicionem em suas listas.

Ps: Se a história aparecer domínio público é bug do wattpad. Todos os direitos autorais da história são meus!!

Ps²: no meu perfil está o link do meu grupo, vai lá interagir comigo🤗🤗🤗

Ps³: dêem uma chance para essa história!!

Espero vosmecês no próximo capítulo 💛💚

# deve ser horrível dormir sem mim

[••]

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