How to Fix a Brokenheart #2

By starzriel

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[an original novel] > livro #2 ❛❛ Reprimir seus sentimentos não te torna imune a eles. Sinta o agora, ou nunc... More

Sinopse & cast
1➷ Emergency call
2➷ Lost Boy
3➷ Gone Girl
4➷ Trouble Trouble
6➷ Slow Down
7➷ Cracked Walls
8➷ Night fall
9➷ Dilemma

5➷ Golden Cage

807 91 63
By starzriel

Dave


— Isso não é justo, — reclamo pela milésima vez, durante todo o trajeto desde a escola até estarmos diante da porta de casa, usei minha melhor conversa para persuadir minha mãe, o que não parece estar levando a lugar nenhum — Eu não quero ir para Cali Prep. Aquela escola é pior que a St. Peter, todo mundo parece tão limpo que é como se fosse um hospital, coisa de maluco!

— E desde quando ser limpo é defeito? — ela refuta enquanto entramos.

Eu sei que ela entendeu o que eu quis dizer.

— Além disso, quase todo mundo lá usa óculos! Você acha isso normal?

— Até isso? O que você tem contra óculos, Thomas?

— Nada! Mas isso me leva a pensar que eles fazem alguma coisa com aquelas crianças, tipo lavagem cerebral. Não é possível noventa porcento dos alunos terem miopia! —isso faz total sentido para mim.

Ela me olha, nem um pouco interessada, seus saltos batendo no assoalho enquanto eu a sigo para a sala de estar.

— Você está vendo besteira demais na internet, além de estar exagerando.

— Eu não tô brincando, ouvi dizer que é proibido até falar palavrão dentro do lugar e chamam uns aos outros pelo sobrenome. 

— Bom, isso vai limpar sua boca suja.

Merda. Nada tá ajudando.

Teena chega para pegar a bolsa da minha mãe, ela me olha com um olhar severo, eu sussurro um "eu não fiz nada" mas pela sua expressão duvido que ela acredite.

— Teena, mande prepararem meu banho, minha massagista vai chegar a qualquer momento, e por favor, me traga o meu remédio. — minha mãe pede e Teena se vai.

— Ah, qual é? — eu continuo. — Olha, eu faço o que você quiser.

— Eu já tomei minha decisão, Thomas.

Estou prestes a inventar mais uma coisa quando alguém na sala ao lado nos interrompe, minha mãe para imediatamente ao pé da escada.

— Parece algo importante. — a voz é uma lembrança distante na minha memória, até que um mulher de fisionomia quase idêntica a da minha mãe aparece.

Tia Stella? — pelo que me lembro ainda não estamos no natal para receber parentes por aqui. Oh, talvez esse seja o motivo do tamanho estresse da minha mãe.

Minha tia vive com o marido no Japão, que é empresário ou algo do tipo, não tenho muito contato com nenhum parente já que só os vejo em datas comemorativas, sem contar que a maior parte da família do meu pai mora fora do país.

— Ah, é verdade.... Você está aqui.  — mãe diz, massageando a área entre os olhos — Thomas, Stella vai passar um tempo aqui, ela descobriu que está grávida e por algum motivo quer ficar com a família.

— Jeana, que maneira péssima de contar as coisas. — tia Stella resmunga, vindo ao meu encontro.

— E que maneira péssima de vir para casa dos outros sem avisar. — mamãe diz.

Stella é a irmã mais nova da minha mãe e todo mundo da família comentava sobre como ela já estava ficando velha e ainda não tinha nenhum filho e toda aquela babaquice, o que é idiotice já que ela poderia simplesmente não querer ter um? Era o que pensava.

— Que legal. Eu acho normal ela querer ficar com a família num momento desses. — eu digo, enquanto ela me cumprimenta com um abraço caloroso.

— Obrigada por entender, Dave. — ela diz.

— E seu marido? Ele não vem ficar com você?

— Sim, mas no momento ele precisa resolver alguns negócios por lá. — ela explica — E então? O que vocês estavam conversando?

— Minha mãe quer me mudar de colégio, mas eu prefiro me atirar de um carro em movimento. —explico.

— Ei, não diga coisas desse tipo! — ela abafa uma risada — E porque você quer mudar ele de colégio? O ano letivo mal começou.

E põe mal começou nisso. Que tal um dia.

— Como eu lido com a educação do meu filho não é da sua conta. Quando o seu nascer, então se importe com a dele. — minha mãe disse, subindo escada à cima. — Ugh, sinto que vou precisar de mais que um comprimido.

Elas duas tinham algum tipo de briga de irmãs, ou melhor dizendo, minha mãe tinha, porque tia Stella é simplesmente tranquila demais para dizer algo de volta, elas sempre estão se bicando, minha mãe tem uma lista extensa de pessoas das quais ela não gosta e sua irmã é uma delas, perde apenas para o meu avô.

— Juro por Deus ela fica de mal humor vinte e quatro horas por dia. — eu reviro os olhos.

— Isso é normal dela, sempre foi assim. — ela diz, caminhando para um dos sofás da grande sala. — Venha, vamos conversar um pouco. Como foi o seu dia?

Eu me jogo no outro sofá, afrouxando minha gravata.

— Contando que se passou um dia e minha mãe já quer me transferir, digamos que não foi lá essas coisas.

Ela ri.

— Você consegue persuadi-la, sei disso.

Eu dúvido muito.

— E quanto as namoradas, — ela continua as perguntas — Você já tem alguma?

— Não.

— Ninguém de quem você goste?

Eu me deito de costas, olhando para o lustre de cristal no teto. Eu tinha ficado hipnotizado por essa garota há muito tempo. Ano passado eu decidi parar e tentar esquecer. Eu a vi em uma festa uma vez, ela estava dançando com suas amigas, mas eu só conseguia enxergar ela. Ela sorria como se estivesse emanando felicidade, eu queria guardar ela para mim. E então eu o vi, o motivo pelo qual ela sorri, a razão pelo qual seus olhos brilhavam tanto. E percebi que eu nunca seria aquele cara, nem em um milhão de anos.

— Não gosto de nenhuma, mas todas gostam de mim. — brinco.

•••


   Ethan me ligou mais tarde para conversar sobre o que tinha acontecido, eu honestamente não acho que possa persuadir minha mãe, ela é decidida demais e quando tem algo em mente ninguém consegue faze-la mudar de ideia. Faz sentido ela ser tão bem sucedida como é, ela sempre diz que ninguém ganha nada sem se impor e manteve isso em nossas cabeças desde que me lembro.

Eu estava obviamente certo sobre isso, desde que ela ficou ocupada o dia inteiro e tive que esperar até o dia seguinte para tentar conversar com ela mais uma vez. Porém, na manhã seguinte, quando Teena me acordou igual todos os outros dias ela jogou uma caixa no meu sofá, eu estava confuso sobre o que diabos aquilo seria, e quando abri o negócio fiquei irritado.

— O que é isso? — perguntei apontando para a caixa.

— Seu novo uniforme.

Nem fodendo. De jeito nenhum. Não faz nem um dia!

— Huh... Não? — recuso — Eu não quero isso.

— Eu achei bonito, — ela comenta — E se vista logo sua mãe quer conversar com você antes de ir.

— Acho que você não entendeu, eu não estou indo para a Cali Prep. Você entende?

— Sua matrícula que foi feita às pressas diz o contrário.

De jeito nenhum. Eu peguei a caixa e saí do quarto ainda usando meu pijama que consiste em ser minha cueca somente, a voz de Teena me chamando fica para trás enquanto desço as escadas para a sala de jantar onde meus pais estavam tomando café na mesa perfeitamente elaborada e cheia. Minha mãe me fuzila com o olhar no momento em que alcanço seu campo de visão.

— Thomas, tenha um pouco de decência.

— Eu não vou mudar de colégio, cancele essa merda. — jogo a caixa sobre a mesa.

— Thomas! — ela repreende. — Eu disse, você vai para Cali Prep. Então você está indo para Cali Prep. Faça seu caminho de volta para o seu quarto e se arrume, eu não vou repetir.

— Eu não dou a mínima. Foda-se, estou indo para a St. Peter. — dou meia volta.

— Mesmo se você quisesse não poderia, seu cartão de acesso foi cancelado no momento que retirei sua matrícula.

Ela só pode estar de brincadeira comigo.

— Você é uma egoísta do caralho!

— Não fale assim com a sua mãe. — meu pai milagrosamente tem algo para dizer, enquanto ergue seu olhar idêntico ao do meu irmão.

— Mesmo se continuar falando, eu não vou mudar de ideia. — ela diz, inabalável.

— Eu estou cansado disso, eu queria que o Bryce ainda estivesse aqui para você voltar a agir como se eu fosse invisível!

Ela finalmente ergue os olhos para mim, como se isso estivesse a ofendendo mais do que os palavrões que eu falei.

— Eu nunca fiz isso. —ela responde.

—Ah, Cala a boca. Ano passado vocês fizeram a porra de um aniversário em casa para ele, com direito a bolo e parabéns no quarto dele quando ele acordou e o que vocês fizeram para mim no meu? Voaram até outro estado para estar com ele e simplesmente me largaram aqui.

— Já chega, Thomas! — meu pai ergue a voz.

— Eu... Nós te demos presentes, Teena fez um bolo... — ela toca sua têmpora, talvez tentando pensar em outra desculpa — Você sempre comemora com os seus amigos, eu pensei...

— Você não pensou em nada. Nada além dele todos esses anos. Essa é verdade, não importa o quanto você tente manter sua consciência limpa! E só porque ele não está aqui, não quer dizer que eu vou querer suas migalhas de falso afeto ou fingir que por um momento sou o filho que vocês gostam.  — eu volto a subir as escadas porque simplesmente não aguento mais.

Eu odeio tudo isso e odeio ainda mais me lembrar que me sinto assim.

Volto para o quarto, estou tão frustrado que poderia quebrar algo, mas sei que isso é besteira e seria mais um trabalho para alguém ter que limpar. Me jogo na cama e grito contra o travesseiro, isso sempre ajudava, eu vejo vermelho quando estou prestes a chorar, mas não choro, não mais. A porta do quarto se abre e não me preocupo em olhar quem é, porque eu já sei.

— Ei, respire um pouco, garoto. — Teena toca meu ombro. — Tudo vai ficar bem, você vai ver.

— Eu odeio ela, eu juro...

Isso é uma mentira, saber disso me deixa ainda mais bravo. Nunca odiei minha mãe, eu simplesmente não consigo.

— Ela é sua mãe, não diga isso, você a conhece, é assim que ela é.

Eu respiro fundo. Não tem ponto em ficar assim, não posso adiar o inadiável, tenho que aceitar o que dizem e parar de agir como um bebê chorão.

— Essa droga de uniforme... — eu mumuro — É ridículo. É inspirado em quê? Country clubs?

Teena ri. Isso me faz rir também.

— Prove e então só aí dê sua opinião.

— Isso não vale porque eu fico bonito em qualquer coisa.

— Ok. Ok. Se você quiser ir então se arrume, se não quiser também duvido que alguém vá te forçar.— ela dá um último tapinha na minha cabeça e então sai.

Olho mais uma vez para a caixa, cujo o conteúdo se espalhou no chão. Foda-se.

•••


   No momento em que estaciono percebo que isso aqui não é nada como a St. Peter. Não há ninguém na área externa do colégio, isso pode ser pelo fato de eu estar atrasado pra caralho, mas mesmo assim em qualquer horário do dia no outro colégio teriam pessoas largadas por qualquer canto que não seja a sala de aula. Resumindo, ninguém dava a mínima para nada.

A fachada da Cali Prep é branca como papel, e tem vidro por toda a construção, tenho que admitir os arquitetos fizeram um bom trabalho nesse lugar, mas nem sequer chega perto da melhor escolha de L.A. O lugar é sofisticado e assustadoramente bem cuidado. Imaginei alguém cortando os arbustos medindo com um régua, porque não tem como eles serem tão alinhados assim.

Decido parar de adiar e resolvo começar logo esse inferno. Assim que entro no prédio sou surpreendido por uma garota parada num canto ao lado da porta como um fantasma.

Puta que pariu! —xingo, quase saltando um metro de distância.

— Oi, eu sou a Lia. Fiquei responsável por te apresentar o lugar. — a garota baixa de cabelos cacheados diz. Seu tom de voz é entediado, é como eu suspeitava, os alunos daqui tem suas almas sugadas.

— Você quase me matou do coração, garota. — resmungo, e quando ela parece não dar a mínima eu continuo. — Tá... Hm, eu sou o Dave.

— Sei quem você é, Griffin. — ela diz, e vira as costas. — Me segue, vou te mostrar seu armário.

Eu faço o que ela pede, só porque estou curioso, com certeza não é porque estou com medo dela.

— Me conhece é? Sou tão popular que sou famoso até em outras escolas.

— Pare de agir como se não fosse celebridade, eu não vivo debaixo de uma pedra. Além do mais eu já estudei na St. Peter. Te conheço bem. — ela diz, arrogante.

Ela não gosta de mim... Interessante.

— Já estudou lá? Quantos anos você tem? —ela parece ser mais nova.

Lia me ignora mais uma vez, então continuo.

— E por que você saiu de lá? Quer dizer, esse lugar aqui é meio entediante.

— Que tal você calar a boca pelo menos uma vez?

Eu pego a dica. Ela é chata, já entendi.

Lia me ignora o resto da caminhada. Só abre a boca para me mostrar coisas básicas, e dizer o que ela foi ordenada. Em seguida simplesmente desaparece da minha vista exatamente como apareceu. Ok, espero não cruzar com ela outra vez, pessoas chatas não fazem o meu estilo de amizade, apesar que de primeira ela pareceu ser até fofa.

Segundo passo checo meu horário e tento encontrar minha sala. Cara, eu odeio isso, ser aluno novo não funciona para mim, eu estudo com as mesmas pessoas desde que me lembro, eventualmente alguém estranho aparecia, mas não acontece frequentemente. Me arrasto pelo corredor em busca da aula de biologia antes que eu decida voltar para o meu carro e dirigir por aí até o horário de voltar para casa.

Abro a porta da sala e todos param para me olhar, a aula já tinha começado então devo ter chamado uma atenção extra. Caminho até qualquer carteira vazia e jogo meus livros sobre a mesa. O silêncio continua e simplesmente não entendo porque a mulher lá na frente apenas não volta a dar sua aula.

— Com licença? — ela diz, com tom arrogante olhando direto para mim. — Você entra numa sala de aula sem bater como se nada estivesse acontecido?

— Hum, e aconteceu alguma coisa?

Ela fica boquiaberta por algum motivo. Qual o problema dela?

— Presumo que você seja o aluno novo, da St. Peter.

— Aham.

— Ah, isso eu posso ver muito bem. — ela diz, seja lá o que quer dizer. Pondo os óculos e mexendo num papel. — Thomas D. Griffin. Espero que você não pense que pode manter os mesmos hábitos que mantinha, estando aqui em nossa instituição.

— É Dave.

— Me desculpe, o quê?

— Meu nome. Thomas Dave Griffin, por que diabos "D" não é como se fosse uma palavra enorme. — eu brinco.

Ouço algumas risadinhas aqui e ali, parece que os robôs não são programados para isso. Legal. Pelo contrário, a professora não parece feliz.

— Bom, Thomas Dave Griffin, pegue suas coisas e vá ser engraçadinho na sala do conselheiro estudantil. —ela aponta para a porta.

— Eu nem sei onde fica isso.

A mulher fica vermelha, talvez até sai fumacinha das orelhas e tudo isso porquê? Eu corrigi meu nome?

— É o suficiente! Srta. Michaelson, acompanhe o Sr. Griffin até a sala do conselheiro.

Uma garota na fileira da frente se põe de pé imediatamente. Tá bom?

Quando saímos eu começo a rir, a situação é engraçada demais para não fazer isso, estou aqui a menos de uma hora e já fui expulso da sala sem nenhum motivo bom o suficiente para isso. Um totalmente de zero minutos de paz desde que acordei.

— Você teve azar que chegar justo na aula dela. — a garota diz, andando na minha frente — Ela é a pior.

— É, eu costumo ter azar mesmo, mas poxa o que eu fiz?

— Sei lá, você estava feliz demais para o gosto dela? — ela ri e dou uma boa olhada.

— Ei, o que acha da gente fazer um desvio de percurso e você me mostrar um lugar mais legal? —digo, sugestivamente.

Ela para e se vira para mim, braços cruzados.

— Parece que o boatos sobre os garotos do St. Peter não valerem nada é real. — ela provoca.

— Não sei os outros, mas eu valho muito. Posso te mostrar se quiser.

Ela pensa por um segundo. Por favor, vamos lá.

— Vem. — ela agarra meu pulso — Conheço um lugar.





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