𝑻𝑹𝑼𝑬 𝑩𝑳𝑶𝑶𝑫 - Jikook...

By LISAMANIAC

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Roseanne e Jimin sempre foram "os irmãos perfeitos": populares, bonitos, dedicados e cheios de amigos. Mas, s... More

Introdução
Pedido
Cast
Sobre os seres sobrenaturais + Playlist
001.
002.
003.
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009.
010.
Novos personagens
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020.
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Memes
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035.
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037.
038.
039.
040.
Capítulo extra: Jikook
Capítulo Extra: Chaelisa

018.

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By LISAMANIAC

Instituto, Cape May, Nova Jersey - Estados Unidos.

6 de Setembro de 2020 - 11:00 A.M

— Você acha que eles vão acordar alguma hora? Já faz dois dias. — Perguntou Eliza.

— Você precisa dar um tempo a eles. Veneno de demônio é forte demais, e eles são praticamente mundanos já que ainda não possuem os símbolos para se manterem fortes como nós. — Dylan respondeu. — Mundanos morrem com grande facilidade, não é mesmo?

— Dylan, você sabe que dá azar falar em morte na sala dos doentes. — Eliza chamou a atenção do irmão.

Dois dias. Jimin pensou lentamente.

Todos os seus pensamentos passaram tão intensa e lentamente quanto sangue.

Preciso acordar. Pensou Jimin novamente.

Mas ele não conseguia. Os sonhos o prendiam, um após o outro, um rio de imagens que o levavam como uma folha capturada em uma corrente. Ele viu Rosé deitada em uma cama de hospital, os olhos pareciam hematomas no rosto pálido. Talvez, só talvez, aquilo não fosse um sonho e sim uma lembrança.

— Às vezes eu fico pensando... Olhe! Ele se mexeu! — Eliza falou animada.

— Acho que ele está vivo, afinal de contas. — Dylan suspirou. — Vou contar ao Edward.

As pálpebras de Jimin pareciam ter sido costuradas. Ele imaginou se poderia sentir a pele rasgando quando as abrisse lentamente e piscasse pela primeira vez em dois dias. Ele viu um céu límpido e azul acima, nuvens brancas fofas e anjos gorduchos com laços dourados que voavam a partir dos pulsos.

Será que estou morto? Ele pensou. Será que o paraíso é assim?

Jimin fechou os olhos com força e os abriu novamente, dessa vez ele percebeu que o que estava encarando era um teto arqueado de madeira, pintado com uma temática antiquada de nuvens e anjos. Com dificuldade, ele se levantou para sentar. Todas as partes do corpo de Jimin doíam, principalmente o pescoço e rosto. Ele olhou em volta. Estava em uma cama com lençóis brancos e havia uma longa fileira de camas similares. Rosé dormia na cama ao lado esquerda da dele, enquanto ao lado direito tinha uma pequena mesa de cabeceira, com um jarro branco e uma xícara em cima.

— Finalmente acordou. — Eliza falou. — Edward vai ficar satisfeito. Dylan e ele juravam que você morreria durante o sono.

Jimin se virou. Eliza estava apoiada na cama ao lado, com os longos cabelos e castanhos presos em duas tranças, usava um jeans e uma camiseta preta justa.

— Sinto muito por desapontá-los. — A voz de Jimin roçava como uma lixa. — Estou no instituto?

— Sim. Você está na nossa enfermaria, não que já não tivesse concluído isso. — Eliza respondeu.

Uma dor repentina e aguda fez com que Jimin apertasse o estômago. Ele se engasgou. Eliza olhou alarmada para ele.

— Você está bem? — Eliza perguntou visivelmente preoculada. A dor estava diminuindo, mas Jimin podia sentir algo ácido no fundo da garganta e uma leve tontura.

— Meu estômago. — Sibilou Jimin.

— Ah, certo. Eu quase esqueci. Edward mandou dar isso a você quando acordasse. — Eliza pegou o jarro de cerâmica e derramou um pouco do conteúdo na xícara, entregando a Jimin em seguida. Estava cheia de um líquido nebuloso que tinha um vapor singelo. Tinha cheiro de ervas e mais alguma coisa, alguma coisa rica e escura. — Você não come nada há dois dias. — Destacou Eliza. — Provavelmente por isso está se sentindo mal. — Cautelosamente, Jimin tomou um gole. Era delicioso, rico e encorpado, e deixava um gosto amanteigado no final.

— O que é isso? — Jimin perguntou.

— Um dos guisados de Edward. Sempre funcionam. — Eliza respondeu.

— Quem me trouxe pra cá? — Jimin perguntou. — Minhas memórias estão uma bagunça.

— Os Morgenstern, mais especificamente Jungkook e Lalisa. — Respondeu Eliza. — Edward ficou furioso quando viu dois vampiros invadindo o instituto. Além do mais, vocês derramaram fluido de demônio e sangue por todo o carpete da entrada. — Ela olhou para Jimin mais estreitamente. — Eles disseram que mataram um demônio Ravener, é verdade?

— Acho que sim, não me lembro de muita coisa. Mas, espera aí, Jungkook me salvou? — Jimin perguntou confuso.

— Por incrível que pareça sim, ele deu até o sangue dele para você se curar parcialmente, pelo menos até chegar aqui. E sabe, dar sangue é algo bem íntimo, eu mesma não imaginava que alguém como ele fosse capaz de dar o sangue para outra pessoa sem querer algo em troca. — Eliza explicou, a cabeça de Jimin girou, era muita informação e para piorar uma rápida imagem daquela espécie de escorpião com a face irritável e maldosa passou pela mente dele.

— Onde ele está? Ele está por aqui? — Jimin perguntou.

— Não, mas ele e a Lalisa vieram ver vocês todos os dias. Passavam horas ao lado de vocês esperando que vocês acordassem, só iam embora quando Edward os expulsava. — Eliza deu de ombros. — Por falar neles vou ligar para avisar que você acordou, aposto que Rosé acorda hoje também. O banheiro é por ali, e eu coloquei algumas das roupas velhas do Dylan penduradas no cabide de toalhas caso você queira se trocar.

Jimin foi tomar outro gole e viu que a xícara estava vazia. Ele não estava mais com fome, nem tonto, o que era um alívio. Repousou a xícara na mesa e abraçou o lençol em torno de si.

— O que aconteceu com as minhas roupas? — Perguntou Jimin notando que estava só de cueca.

— Estavam cobertas de sangue e veneno. Edward as queimou. — Eliza respondeu da porta

— Queimou? — Jimin perguntou indignado, mas Eliza já tinha saído.

As roupas de Dylan eram ridículas. Jimin teve de dobrar as pontas da calça jeans algumas vezes até parar de tropeçar nelas, e a camiseta era colada em seus bíceps. Ele se arrumou em um pequeno banheiro, com uma barra de sabonete de lavanda. Secando-se com uma toalha de mão branca, deixou os cabelos loiros molhados soltos e embaraçados, mas perfumados. Ele semicerrou os olhos para enxergar o próprio reflexo no espelho. Havia um hematoma roxo na bochecha esquerda, e os lábios estavam secos e inchados, mas surpreendentemente o pescoço e o rosto estava livre de qualquer marca de queimadura. Ele voltou para o quarto e encontrou os tênis repousados ao pé da cama da enfermaria, deslizando os pés para dentro deles, olhando Rosé dormindo mais uma vez, ele respirou fundo e saiu à procura de Eliza.


— Por que esse lugar tem tantos quartos? — Jimin perguntou para si mesmo.

— Essa é a ala residencial. Juramos oferecer segurança e alojamento a qualquer Caçador de Sombras que requisitar. Podemos abrigar até duzentas pessoas aqui. — A voz de Edward soou alta e clara atrás dele, Jimin deu um salto e se apoiou na parede do corredor.

— Mas a maioria dos quartos estão vazios. — Observou Jimin.

— As pessoas vêm e vão. Ninguém fica por muito tempo. Geralmente somos só Dylan, Eliza, Max, os pais deles e eu.

— Max? — Jimin perguntou.

— Max é o irmão mais novo de Dylan e Eliza, mas ele está viajando com os pais.

— De férias? — Jimin perguntou curioso.

— Não exatamente. — Edward hesitou. — Você pode pensar neles como diplomatas estrangeiros, e isso aqui como uma embaixada, mais ou menos. Agora eles estão no país natal dos caçadores de sombras, resolvendo algumas negociações de paz muito delicadas. Eles levaram Max junto porque ele é muito novo.

— País natal dos caçadores de sombras? Idris, certo? — Jimin perguntou.

— Pelo visto você andou lendo o livro que dei a vocês. — Edward sorriu de lado.

— Eu não consigo entender, por que nunca ouvi falar desse país antes? — Jimin se aproximou de Edward.

— Os mundanos não sabem nada a respeito. Existem feitiços protetores por todas as fronteiras. Se você tentasse cruzar as fronteiras de Idris, simplesmente seria transportado de uma fronteira para a próxima. Você nem ficaria sabendo. — Edward explicou.

— Então não consta nos mapas? — Jimin perguntou.

— Não nos mundanos. Para os nossos propósitos, você pode considerá-lo um pequeno país entre Alemanha e França. — Edward falou.

— Mas não tem nada entre a Alemanha e a França. Só a Suíça. — Jimin respondeu ainda mais confuso.

— Exatamente. — Disse Edward.

— Suponho que já tenha estado lá. Em Idris, quero dizer.

— Cresci lá. — A voz de Edward era neutra, mas alguma coisa no seu tom deixou claro que mais perguntas nesse sentido não seriam bem recebidas. — A maioria de nós cresceu lá. Existem, obviamente, caçadores no mundo inteiro. Temos que estar em todos os lugares, porque as atividades demoníacas estão em todos os lugares. Mas, para um caçador, Idris é sempre "sua casa".

— Como Mecca ou Jerusalém. — Observou Jimin disse pensativo. — Então a maioria de vocês é criado lá, e depois, quando crescem...

— Somos mandados para onde precisam de nós — Disse Edward sucintamente. — E existem alguns, como Dylan e Eliza, que crescem longe do país natal, pois os pais estão longe. Com todos os recursos do Instituto aqui, o meu treinamento... — Ele parou de falar. — Aqui é a biblioteca.

Eles chegaram a um par de portas arqueadas. A biblioteca era circular, como se tivesse sido construída no interior de uma torre. As paredes eram alinhadas com livros, as prateleiras tão altas que escadas enormes eram postas em intervalos ao longo do recinto. E também não havia livros normais, eles eram encadernados em couro e veludo, enfeitados com cadeados de pedras brilhantes e iluminados com caligrafias douradas. Pareciam gastos de um jeito que deixava claro que não eram apenas velhos, mas bastante utilizados. Jimin se aproximou das estantes, passando o dedo indicador por uma longa fileira de livros.

— Quer ler um livro? Pode escolher qual quiser, embora duvide que você entenda muita coisa deles. — Edward falou, sentando na cadeira em frente a escrivaninha.

— O que eu quero que minha irmã acorde. — Jimin falou em um sussurro.

— Edward! Achei você! — Dylan apareceu na porta da biblioteca. — Os vampiros estão aqui de novo.

— Pelo Anjo, como eles são insistentes. — Edward revirou os olhos. — Deixe-os entrar. — Dylan acenou positivamente e sumiu na mesma velocidade em que apareceu, minutos depois estava de volta, trazendo consigo duas figuras altas e imponentes.

Lisa usava calça jeans, sobretudo vermelho sob a blusa preta de gola alta e salto alto, sua maquiagem era leve e seu cabelo negro estava preso em um rabo de cavalo. Jungkook estava apoiado ao batente da porta, usando uma calça skinny preta, camiseta com estampa de onça e sapatos sociais pretos e bem ilustrados. Havia um colar prateado em seu pescoço e pulseiras em seus pulsos. Ele estava terrivelmente bonito e charmoso. Quando Jungkook se aproximou, Jimin notou que ironicamente o símbolo de seu colar era uma cruz, Jimin riu pelo nariz pois acreditava que vampiros fugiam de cruzes e não saíam por aí com elas no pescoço.

— Pequeno Park, que bom vê-lo acordado e em pé. — Jungkook sorriu ladino.

— Obrigado por ter me salvado, você não tinha que ter feito aquilo. — Jimin agradeceu, sentindo suas maçãs do rosto esquentarem.

— Você fica lindo corado. — Jungkook abriu um sorriso maior. Ele o olhava como se Jimin carregasse o sol.

— Sério que vão ficar flertando quando se tem assuntos sérios a serem tratados? — Lisa indagou, olhando com divertimento a cena.

— A vampira tem razão. — Dylan falou.

— A vampira tem nome, querido. Lalisa Morgenstern. — Lisa dirigiu um olhar repreendedor a Dylan.

— Que seja. — Dylan deu de ombros.

— Onde está Hoseok? — Jimin ignorou as provocações e olhou para Edward em busca de mais respostas.

— Na delegacia. Dissemos a ele que era em vão denunciar o desaparecimento de Ji Woo para os mundanos, mas ele insistiu. — Edward explicou.

— Como assim? O que levou Ji Woo não é humano? — Jimin perguntou preocupado.

— Acreditamos que o demônio ravener tenha atacado Ji Woo e que você e Rosé poderiam ser os próximos. — Edward explicou.



Atacou. Jimin imaginou se isso seria um eufemismo para "assassinou".



— Raveners são máquinas de busca e destruição. — Disse Dylan. — Eles agem por ordem de feiticeiros ou poderosos lordes demoníacos. Agora, que interesse um feiticeiro ou um lorde demoníaco teria em uma licantrope comum? Ou em dois projetos de caçadores das sombras? — Os olhos dele brilhavam com desgosto ao olhar para Jimin. — Alguma ideia?

— Deve ter sido algum engano. — Jimin respondeu.

— Demônios não cometem esse tipo de engano. Se eles foram atrás de Ji Woo, devem ter tido algum motivo para isso. Se ela fosse inocente... — Jungkook começou, mas Jimin logo o interrompeu.

— O que você quer dizer com "inocente"? — A voz de Jimin soou irritada.

— O que ele quer dizer — Disse Lisa. — É que é extremamente incomum que um demônio poderoso, do tipo que controla um exército de demônios menores, fosse interessar-se por uma licantrope comum. Nenhum lobisomem consegue invocar um demônio, eles não têm esse poder, mas existem alguns, tolos e desesperados, que encontram feiticeiros que o fazem para eles.

— Não! Ji Woo não faria isso, vocês não a conhecem como eu, isso é impossível. — Jimin defendeu a honra de Ji Woo.

— Então nos ajude a entender isso Jimin, preciso que se lembre daquela noite, tirando o demônio que o atacou, você viu ou ouviu algo suspeito? Algo que possa nos levar até o sequestrador de Ji Woo? — Edward o fitou sério e de repente Jimin notou que todos os olhos na sala estavam sobre ele. Jimin franziu o cenho, seguiu até o sofá e se sentou, passando as mãos pelo rosto em uma tentativa de se lembrar de algo relevante daquela terrível noite. De repente, uma lampadazinha se acendeu sob a cabeça de Jimin e ele deu um salto.

— Theodore, o demônio disse esse nome. — Jimin falou, encarando Edward com seus olhinhos esperançosos.

— Theodore? — Edward deu um sobresalto da cadeira.

— Isso — Respondeu Jimin. — Você conhece alguém com esse nome?

— É um nome que todos nós conhecemos. — Disse Edward brevemente. Ele tinha a voz firme, mas Jimin podia ver que apresentava um leve tremor nas mãos.

— Um demônio? — Jimin perguntou preocupado.

— Não. Theodore é, era, um Caçador de Sombras. — Edward respondeu.

— Um Caçador de Sombras? Por que você disse era? — Jimin o olhou em busca de respostas.

— Porque ele está morto. — Disse Edward secamente. — Morreu há 17 anos. — Jimin se afundou novamente nas almofadas do sofá, tudo parecia cada vez mais confuso.

— Será que poderia ser outra pessoa? Alguém com o mesmo nome? — Foi a vez de Jungkook questionar. A risada de Edward foi um ruído sem qualquer sinal de humor.

— Não. Mas poderia ser alguém usando o nome dele para transmitir algum recado. — Ele se levantou e caminhou até a mesa, com as mãos nas costas. — E essa seria a época propícia para isso.

— Por que agora? — Jimin indagou.

— Por causa dos Acordos. — Edward respondeu.

— As negociações de paz entre os seres do submundo e dos caçadores? — Jimin perguntou.

— Sim, exatamente. — Dylan concluiu.

— É de extrema importância que tenhamos sucesso nessa nova negociação de paz. — Edward disse baixo.

— Por que? — Jimin perguntou.

— Vou fazer uma breve introdução a você de toda essa história. — Lisa suspirou, despejando o líquido da chaleira na xícara. — Alguém aceita? Não? Okay. — Lisa tomou um gole, caminhando até o sofá do outro lado. — Vocês, caçadores de sombras foram criados há mais de mil anos, quando os humanos estavam sendo dominados por invasões de demônios de outros mundos e ataques de vampiros, mais precisamente nossos ataques, dos vampiros originais. A pedido de nosso querido pai psicopata, um feiticeiro invocou o anjo Raziel, que misturou um pouco do próprio sangue com o de nosso pai e de mais alguns homens e o deu para que estes o bebessem. Aqueles que beberam o sangue do Anjo se tornaram caçadores de sombras, assim como seus filhos e os filhos de seus filhos. O cálice passou a ser conhecido como Cálice Mortal. A verdade é que, ao longo dos anos, quando os exércitos de caçadores de sombras foram reduzidos, sempre era possível criar novos caçadores de sombras através desse cálice.

— Sempre era possível? — Jimin indagou curioso.

— O Cálice não existe mais. — Disse Edward. — Foi destruído por Theodore, imediatamente antes de morrer. Ele acendeu uma fogueira enorme e se queimou junto com sua família, a esposa e os dois filhos. A terra ficou preta. Ninguém nunca mais construiu nela. Dizem que a terra é amaldiçoada.

— E é? — Perguntou Jimin.

— Possivelmente. A Clave lança maldições como punição pela violação da Lei. Theodore quebrou a maior de todas as Leis: voltou-se contra os companheiros caçadores de sombras e os matou violentamente. Ele e o grupo que integrava, o Ciclo, mataram dúzias de seus irmãos, junto com centenas de habitantes do Submundo durante o último acordo. Mas foram derrotados. — Edward concluiu.

— Por que ele trairia outros Caçadores de Sombras? — Jimin perguntou.

— Porque ele reprovava os Acordos. Abominava os integrantes do submundo e achava que tinham de ser esquartejados, vandalizados, para que esse mundo fosse mantido puro para os seres humanos. Apesar de a maioria dos habitantes do submundo não serem demônios, tampouco invasores, ele achava que tinham natureza demoníaca, e isso bastava. A Clave não concordava; achava que a assistência dos habitantes do submundo era necessária se algum dia quiséssemos livrar o mundo dos demônios de uma vez por todas. E quem poderia discutir, de verdade, que os Fair Folks não pertenciam a este mundo, quando estavam aqui há mais tempo do que nós? — Lisa explicou.

— Os Acordos foram assinados? — Jimin voltou a questionar.

— Sim, foram assinados. Quando os habitantes do Submundo viram que a Clave se voltou contra Theodore e o Ciclo em defesa deles, perceberam que os caçadores de sombras não eram inimigos. Ironicamente, com essa insurreição, Theodore possibilitou os Acordos. — Edward sentou novamente na cadeira. — Peço desculpas, isso deve ser uma aula monótona de História para você.

— Eu adoraria ter participado desse momento, a ideia de massacrar caçadores de sombras que se achavam superiores a nós me parece encantadora. — Jungkook sorriu maldoso.

— Enfim, esse era Theodore. Incandescente, um visionário, um homem de grande charme e convicção. E um assassino. Agora alguém está invocando seu nome... — Edward continuou.

— Mas quem? — Perguntou Jimin. — E o que minha família tem a ver com isso?

— Não sei. Mas vou fazer o possível para descobrir. Vou mandar mensagens para a Clave e também para os Irmãos do Silêncio. Eles podem querer falar com você. — Edward falou convicto.

Jimin não perguntou quem eram os Irmãos do Silêncio. Ele estava cansado de fazer perguntas cujas respostas só faziam com que se sentisse mais confuso. Ele se levantou.

— Existe alguma chance de que eu possa ir para casa? — Jimin perguntou. Edward e Dylan pareceram se preocupar.

— Não, acho que não seria sábio de sua parte. — Dylan opinou.

— Tem coisas que preciso lá, mesmo que eu vá ficar aqui. Roupas... — Jimin explicou.

— Nós podemos lhe dar dinheiro para comprar roupas novas. — Jungkook falou. Mas Jimin o ignorou.

— Por favor — Disse Jimin olhando para Edward. — Eu tenho que ver se... eu preciso ver o que restou.



Edward hesitou, depois acenou brevemente com a cabeça em afirmação.



— Eu vou com ele. — Jungkook falou decidido. — Faço sua segurança, pequeno Park. — Jungkook piscou para Jimin, esse que revirou os olhos.

— Tanto faz, mas.. — Jimin foi interrompido com a abertura da porta.

— Rosé acordou. — Eliza anunciou com um sorriso animado estampado no rosto. — Jimin, ela quer ver você. — Jimin suspirou aliviado, se levantando do sofá.

— Com licença. — Jimin pediu, dando as costas ao grupo dentro da sala e caminhando até a porta. — Saímos em uma hora. — Jimin avisou Jungkook, sem olha-lo.

— Pelo visto, ele adora ter a última palavra. — Jungkook sorriu ladino, vendo o Park sumir porta a fora.


◈ ━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━ ◈


Capítulo muito longo né, espero que tenham gostado.

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Sor lendo pra sabe😅 Finalizada