A Família Real e a Família Madeira
Última Visita
Fazia uma semana desde que a Imperatriz foi exilada do palácio. Ela passou a semana inteira neste pequeno quarto, nesta cama fria com os pés acorrentados. Ela não conseguia se mover muito e só conseguia chegar ao banheiro e ao redor de seu quarto.
A Imperatriz acabou de terminar de escrever uma carta e colocá-la em uma caixa, em seguida, colocou a caixa dentro de sua gaveta. Ela se sentou na cama e olhou distraidamente para a janela sem grades do quarto dele. Este era o quarto andar de uma torre alta. A torre tinha seis andares, mas para um exilado como ela, ela foi colocada no quarto caso alguém quisesse visitá-la.
A Imperatriz riu, quem iria querer visitá-la de qualquer maneira. Ela foi abandonada, despojada de sua dignidade e traída por sua própria família. Quem gostaria de visitar uma pessoa praticamente morta como ela?
Claro, ela ainda esperava que seu verdadeiro subordinado viesse resolver as coisas.
Ela observou os pássaros voarem com suas belas asas. Tudo o que ela podia fazer era apenas observá-los e desejar ser livre.
Ao meio-dia, ela ouviu o guarda destrancar sua porta e deixar alguém entrar em seu quarto. Ela viu aquele homem, um rosto perfeito que parecia irreal e a aura que fazia as pessoas inconscientemente adorá-lo. Aster a visitou.
Aster sorriu e agradeceu ao guarda. Seu sorriso floresceu ainda mais quando ele viu este cenário à sua frente. A infeliz imperatriz ficou ainda mais feia, emagreceu e ficou mortalmente pálida. Seu rosto não era agradável de se olhar, mas ela parecia ainda pior agora.
Aster se alegrou. Ele pegou a cadeira e sentou-se frente a frente com a fraca ex-imperatriz.
"Boa tarde, tia imperatriz!" Aster cumprimentou com entusiasmo.
A Imperatriz sabia que Aster não era tão puro e bonito quanto parecia. Ela pensou, embora Aster pudesse ser assustador quando estava com raiva, não seria tão ruim. Mas isso era diferente.
Ele não era assustador quando ficava bravo, ele simplesmente se transformava em um monstro.
"O que você quer?"
"Eh, este sobrinho só quer visitar a tia Imperatriz. Deve estar frio nesta sala pequena e úmida", disse Aster. Seus olhos então ficaram afiados instantaneamente, "Assim como o que você fez comigo, ousou me dar um pequeno quarto frio e úmido."
Imperatriz mordeu o lábio. Ela não podia contestar que ela colocou Aster em um quarto de servo no início, mas foi tudo por causa da ordem de seu marido.
Aster riu, "Olhe para você agora, seus pés tocam o chão frio todos os dias, assim como o que você fez para me punir naquela época."
Aster esperou que a Imperatriz dissesse alguma coisa, mas ela apenas mordeu o lábio e se recusou a falar. De alguma forma, isso o irritou.
"Assim como quando você tentou me envenenar, tentou me envergonhar. Eu devolvo para você. E você disse, você vai se divertir me humilhando? Parece que eu ri por último aqui", disse Aster.
"Eu nunca quis te machucar", Imperatriz finalmente respondeu.
"Então, que tal o que você fez comigo antes? Eu estava tendo alucinações?"
"Meu marido ordenou que eu punisse você. Ele me forçou a fazer isso. Quão estúpida eu seria para criar problemas com seu forte Grão-Ducado? Eu sempre trato você como meu sobrinho", disse a Imperatriz.
Aster ficou em silêncio ao ouvir essa resposta repentina. Não era o que ele esperava. Ele esperava que ela chorasse e chorasse na frente dele, também implorou que ele a perdoasse. Mas ela não parecia quebrada. Ela ainda parecia forte.
"Eu tentei compensar você com medalha de guarda, mas parece que você só me vê como uma inimiga. De qualquer maneira, é tarde demais, agora estou desonrada, se você quiser rir, então ria."
"CALE-SE!" Aster gritou. "Então qual é a diferença? Aquele imperador está na minha lista de qualquer maneira. Não importa, contanto que eu mate vocês dois!"
Imperatriz olhou para ele com indiferença. "Eu só quero fazer uma pergunta, a tentativa de assassinato contra você e minha irmã, era esse o seu plano?"
Aster, que teve suas emoções intensificadas, se acalmou e respondeu: "Sim, graças à sua medalha de guarda, posso recrutar dois subordinados capazes. Por fim, aquela miserável Merse teve o rosto mutilado!"
"Na verdade, eu planejei ambas as tentativas de assassinato," Aster riu, "Tia Imperatriz, o que você sente agora? Dor? Dor? Choque? Diga-me," Aster perguntou. Ele realmente queria atormentar sua tia Imperatriz, mas Imperatriz apenas olhou para ele com indiferença e zombou.
"Você está cego de raiva. Não tenho interesse em falar com uma criança emocional", Imperatriz respondeu com uma pitada de zombaria.
Essa última frase quebrou sua paciência. Aster quase levantou a mão para bater nesta mulher. No entanto, surpreendentemente, ver sua atitude calma mesmo depois de tudo isso fez Aster se sentir culpado.
Sim, ele se sentia culpado de alguma forma. Ele pensou que depois de se vingar, ele poderia sentir uma alegria enorme. No entanto, o gosto não era tão bom quanto ele esperava; na verdade, parecia pesado em seu peito.
Aster ficou em silêncio por um tempo e então decidiu deixar a Imperatriz. Ele fez o que queria, não havia mais nada que pudesse fazer para humilhar esta mulher.
"Aster," a Imperatriz o chamou, "... Minha irmã realmente se preocupa com você."
Aster parou por um momento antes de fechar a porta. Ele saiu da torre alta, mas uma pergunta persistia em sua mente.
'Estou certo fazendo isso?'
***
À noite, alguém abriu a porta. A Imperatriz estava muito cansada após a visita de Aster e prestes a descansar. No entanto, seus olhos escureceram imediatamente quando ela viu quem a visitava.
Uma mulher muito bonita com traços faciais quase perfeitos, com a pele branca como a neve, olhos dourados e cabelos dourados presos por um grampo de borboleta, também um corpo esguio que acentuava perfeitamente sua figura naquele longo vestido branco.
Ela estava acompanhada por dois guardas.
"Muito tempo sem ver, Beatrice." ela falou suavemente, e então deu um sorriso.
"Camille." Empress cerrou os dentes.
"Oh? Parece que não sou bem-vindo aqui."
"Se você sabe que não é bem-vindo, vá embora!" A Imperatriz rosnou.
A grã-duquesa riu, ela pegou um pedaço de papel do guarda e jogou para a Imperatriz. "Estou aqui para lhe dar as notícias atuais sobre o Império."
A Imperatriz pegou o jornal e leu com atenção.
'Empress Cecilia é exilada após se provar culpada como mentor por trás de duas tentativas de assassinato dirigidas ao jovem grão-duque de Stormhill. O imperador representa a justiça e a imperatriz exilada apesar de seu apelo.'
A mão da Imperatriz tremeu depois de ler este pedaço de papel. Essa era uma notícia oficial do palácio, se já circulava pelo Império.
"Hm? Surpresa? Bem, eu tenho que ter certeza de que você não tem saída." Grã-duquesa disse calmamente.
"Foi você, certo? Foi você quem planejou tudo!" A Imperatriz apontou o dedo para a Grã-Duquesa. Seu corpo inteiro tremia de fúria.
"Mais ou menos, sim, eu fiz", admitiu a grã-duquesa. "Incluindo o que meu filho fez, eu planejei tudo."
"Quem é? Quem é a toupeira?"
"Uma toupeira? Oh, que cruel, chamar sua própria filha de toupeira", a grã-duquesa expressou sua tristeza, mas não durou muito até que ela deu uma risadinha. "Não foi só sua filha. Seu marido, seu vassalo, até mesmo seus servos estão todos trabalhando para mim."
O coração da Imperatriz afundou nas profundezas do pavor. Se ela mesma concluiu, basicamente sua vida estava nas mãos dessa mulher.
A grã-duquesa continuou: "Bem, sua luta naquele falso julgamento privado basicamente cimentou sua morte. Ainda tenho outras maneiras de arruiná-lo, mas você mordeu a isca tão facilmente que se prendeu naquele julgamento privado."
"SUA DEMÔNIO!" A Imperatriz saltou, prestes a atingir a Grã-Duquesa. Mas os guardas empurraram seu estômago para trás e ela caiu na cama. Os guardas a seguraram. Mesmo que a Imperatriz lutasse tanto, ela não era uma ameaça para guardas treinados
A Grã-Duquesa sorriu ao ver esta aparência divertida da Imperatriz. Ela se aproximou da Imperatriz e sussurrou: "Se você me chama de demônio, então seus filhos são demônios ainda piores. Sacrificar você por seus próprios interesses, que triste."
"Meus filhos nunca foram ruins, foi você quem os influenciou! Ao contrário do seu filho que é um defeito indesejado desde o nascimento!"
Ouvindo isso, a Grã-Duquesa subconscientemente agarrou o pescoço da Imperatriz e apertou-o consideravelmente. Toda a aura dela fez os dois guardas ao lado dela estremecerem, "Não se atreva a caluniar meu filho com sua boca."
"Além disso, caso você não saiba, eles se juntaram a mim por vontade própria, você não vale nada aos olhos deles." Grã-duquesa disse.
As lágrimas da Imperatriz finalmente caíram. Ela se esforçou para segurar, mas quando a grã-duquesa disse que ela não valia nada aos olhos dos filhos, ela não conseguiu evitar o choro. Porque o que ela disse era verdade.
"Por quê? Eu já te machuquei? Por que você está fazendo isso comigo." Imperatriz perguntou. Ela soluçou descaradamente, jogando fora toda a sua dignidade.
"Oh, não. Não chore, eu nunca tive a intenção de mirar em você especificamente", a Grã-Duquesa afrouxou o aperto no pescoço da Imperatriz e continuou, "Você é apenas um obstáculo que eu tenho que limpar para o meu plano. Além disso, eu preciso ensinar meu filho sobre conspirar, para que ele possa crescer bem. Você é a boneca de pano perfeita para isso. "
A grã-duquesa disse isso como se fosse uma coisa trivial. A Imperatriz ficou chocada e incapaz de responder. Então, a grã-duquesa ordenou que seus homens a libertassem. Antes de sair da sala, ela sussurrou algo para a Imperatriz:
"Pessoas que nasceram sob o sangue dourado nunca foram boas. Mas eles sempre sabem o que querem."
A grã-duquesa saiu da sala, deixando a imperatriz aflita sozinha.
***
Já era meia-noite e a Imperatriz ainda não tinha fechado os olhos. A comida deixada pelo guarda foi deixada intocada. Ela estava muito triste para fazer qualquer coisa.
Então, houve um som de fora, uma voz curta e abafada antes de tudo ficar em silêncio novamente. A porta foi destrancada novamente, mas desta vez, seu subordinado finalmente chegou.
"Sua Majestade..."
"Helene, você finalmente veio", a Imperatriz sorriu fracamente.
Os olhos de Helene começaram a lacrimejar. A Imperatriz, seu mestre de juramento, caiu em tal estado. Ela se ajoelhou na frente de seu mestre e disse: "Sua Majestade, este subordinado irá levá-la. Eu já eliminei todos os guardas ao redor, temos tempo suficiente para escapar agora."
"Não precisa. Helene, mesmo que eu tenha escapado, já não sou nada. Eu só iria sobrecarregar você se eu decidisse fugir."
"Sua Majestade."
A Imperatriz suspirou. Ela pegou o lenço e enxugou as lágrimas que escorreram pela bochecha de Helene.
"Você é uma adulta. Os adultos não choram facilmente", disse a Imperatriz com um sorriso.
"Mas..."
"Venha, tire isso."
Helene usou a chave que ela acabou de tirar do guarda e destrancou a corrente dos pés. A Imperatriz agradeceu e caminhou vagarosamente até a gaveta. Ela pegou a caixa com uma carta enfiada dentro dela, então entregou a Helene.
"Guarde esta caixa por enquanto. Dê ao príncipe herdeiro Charles quando chegar a hora. Essa hora é quando ele está em situação difícil e precisa de apoio", a Imperatriz instruiu. Helene parecia hesitante, mas ela recebeu a caixa de qualquer maneira.
"Além disso, entregue minhas palavras ao meu outro subordinado de medalha de guarda, o Príncipe Gaum, o irmão mais novo de Lorde Gamasiel, ele foi dispensado", continuou a Imperatriz.
"Dispensado?!" Helene ficou surpresa. O subordinado da Medalha de Guarda é um juramento vitalício, se ele for demitido, isso significa...
"Para meu último pedido, Helene, prometa-me que protegerá meu filho até o fim."
"Esta - esta subordinada obedece..."
"Então, você está dispensada", sorriu Imperatriz.
"Sua Majestade, por favor, reconsidere!" Helene implorou. Mas a Imperatriz balançou a cabeça.
"Saia agora antes que você seja notado."
Helene levantou a cabeça e viu a Imperatriz com sua expressão calma, mas decidida. Não havia nada que ela pudesse fazer para impedir seu mestre agora. Ela enxugou a última lágrima e fechou a caixa com força. Ela fechou a porta e trancou-a, então desapareceu instantaneamente.
A Imperatriz sorriu.
'Infelizmente, tudo acabou para mim agora.'
'Eu só queria que tudo estivesse bem para minha família, meu marido Ludwig, Charles, Rosalie, Merse...'
'Estou cansada.'
A Imperatriz subiu pela janela e ficou ali atordoada, esperando o bando de pássaros que voou à meia-noite. Ela esperou um pouco até encontrá-los passando. Seu sorriso sincero floresceu. Ela fechou os olhos, andou na ponta dos pés e saltou.