Edmund é o cara da foto.
Acordo com Edward acariciando minha barriga.
- Tá fazendo o que?
- Dando amor pro meu filho. - Diz brincando.
Eu Rio alto.
- Ata... - Um frio percorre minha espinha e me lembro que em nenhuma vez que trasamos usamos camisinha.
Meu sorriso morre e no interior da minha mente ouço um grito dizendo "Esse filho da puta quer mesmo me engravidar".
Meu coração para e eu fico extremamente irritada com seu ato estúpido não consentido.
Ele nem se quer me perguntou nenhuma vez se eu usava algum método contraceptivo e agora faz essa cena.
Com certeza ele quer me engravidar.
- Sinto te decepcionar, mas eu sou estéril, não posso engravidar. - Digo com um sorriso mortal.
Quer jogar, bebê? Também posso entrar no jogo e eu só jogo pra ganhar!
Edward petrifica ao meu redor e levanta a cabeça atônito.
- O que? - Diz confuso.
- Não posso ter filhos, Edward. É um problema que adquiri depois de ser estuprada cedo.
Edward me olha e seus olhos relampeiam de raiva.
- Amanhã vou pedir que venham te fazer exame de sangue e vamos constatar se está grávida ou não.
- Como quiser, querido. - Digo tranquilamente pois eu tenho certeza absoluta que é impossível eu estar grávida simplesmente porque eu uso Diu.
Claro que uma mulher viciada em sexo não pode se dar ao luxo de confiar apenas na camisinha, então logo que comecei a trabalhar foi a primeira coisa que fiz.
Eu coloquei o Diu de cobre e ele vale por até 12 anos. Quando o coloquei tinha por volta dos 19 anos então estou super tranquila.
Vai engravidar o capeta, euem. Sai pra lá.
Me arriscar a entrar no inferno com esse doente é uma coisa, envolver um pobre bebê nessa história de bêbado é outra.
Edward se afasta transtornado e nada fala até chegarmos à mansão novamente.
Eu vou direto pro meu quarto e após um banho relaxante tranco a porta e vou dormir.
Acordo meio confusa sem me lembrar direito de tudo que aconteceu. Levo um tempo para diferenciar a realidade do que foi real.
Eu conheci meu pai e ele não me odeia. Estou feliz.
Porém, algo me preocupa e não é somente o fato de Edward querer me engravidar.
Eu não sei o quanto isso o afeta também, afinal, ele provavelmente precisa de um herdeiro. Mas de forma alguma eu acho que isso seria empecilho para ele ficar comigo.
Não... Certamente não seria.
Ouço batidas na porta e pergunto quem é.
- Sou a Dr. Scarlett. Seu marido me chamou para verifica-la.
Eu a deixo entrar e fazer o que precisa.
- Dentro de 2 horas o resultado será enviado para o seu noivo. Tenha um bom dia.
- Igualmente. - Respondo e quando estou prestes a fechar a porta um pé a trava, me impedindo de concretizar a ação.
Levo um susto ao ver Edmund.
Agora consigo reparar melhor em seu rosto e seu porte físico.
Ele parece uma versão do Edward mais velho, com a barba loura por fazer e os olhos e cabelo do mesmo tom.
Seu porte físico é excepcional, seus músculos quase salta para fora de sua blusa preta. Porém reparo que ele não é tão alto quando Edward.
- Bonjour, poupée! - Diz com a sua voz grave.
- O que você quer? - Digo imparcial.
- Só vim ver como minha cunhadinha está. Vi a médica saindo e quis saber se está tudo bem.
- Estaria melhor se você não estivesse aqui. - Sorrio docemente como uma forma de ironia.
Ele estreia os olhos e sua máscara de bom moço que nunca enganou ninguém cai.
- Você é virgem?
Mantenho minha cara de poker face mas confesso que tive que me esforçar bastante após ouvir uma pergunta dessas.
- Não entendo como isso possa ser da sua conta.
- Na verdade não é da minha mas sim da sua. Meu irmão te contou como é a cerimônia dos Reis da máfia, principalmente quando escolhem se casar com uma mulher que não é mais virgem? - Ele diz mordendo os lábios e exalando crueldade. - Ele te contou os detalhes?
Mantenho a mesma cara impassível.
Porra Edward... Você é um filho de uma puta!
- Claro que falou. - Respondo. - Mais alguma coisa?
Seu olhar vacila e seu sorriso morre.
- E você mesmo assim vai casar com ele? - Ele parece realmente chocado, seja lá o que tem nessa cerimônia, eu definitivamente vou odiar.
- Eu amo o Edward. - Minto com todas as forças. - Eu passaria por coisa muito pior se fosse necessário.
- Pior do que ser mergulhada em uma piscina com o sangue de várias virgens? - Ele diz alterado.
Eu quase engasgo. Meu disfarce quase vai por água abaixo e quando Edward surge atrás de Edmund eu não sei se agradeço ou praguejo.
- Vai fora, Edmund. Não é da sua conta a nossa cerimônia.
Edmund se vira e eu aproveito a oportunidade para correr pro banheiro do quarto e me trancar.
Puta que pariu.
Puta que pariu
Puta que...
Era um blefe... Só podia ter sido um blefe e ele estava querendo me atormentar. Claro que é isso.
Eu tento acalmar minha respiração até ouvir batidas na porta.
- Annelise. - O tom de Edward é mortal mas eu estou pouco me fodendo pra ele nesse momento.
Não acredito que esse filho de uma maldita Puta ia me deixar no escuro com relação a isso...
Maldito!Maldito seja!!
- Vai se foder. - Sussurro é só então percebo o quanto estou tremendo e nervosa.
Minha voz sai trêmula, distorcida, sofrega.
- Annelise eu vou arrombar a porta se você não abrir.
Não me movo.
Não por que eu quero e sim por que estou em choque.
Vou escorregando pela parede e me encolhi em posição fetal no chão.
Piscina com sangue de jovens virgens...
Não pode ser real, né?
Quantas jovens precisariam para encher uma piscina com sangue?
Depende do tamanho da piscina, mas mesmo que seja pequena...
Deus! Não!
Bato minha cabeça no chão para espantar o pensamento.
Não quero pensar nisso... Não quero, não quero!
Edward arromba a porta com um chute e quando me vê no estado que estou paralisa.
Suas mãos se fecham em punho e os nós dos dedos ficam brancos pela força que ele emprega.
- Anne... - Ele diz com a voz estrangulada e parece estar triste.