A Família Real e a Família Madeira
Eulogia do Príncipe 9
Fiquei em silêncio, ouvindo-a cantar como se uma sereia tivesse encantado e levado minha consciência para longe. Aproximei-me dela devagar, com medo de que ela ficasse assustada com a minha presença.
Merry olhou na minha direção e parou de cantar, sua confiança, que foi derretida com ternura, dissipou-se instantaneamente e ela se tornou uma garota mansa e silenciosa com a qual eu estava familiarizado. Fiquei um pouco desapontado, porque queria ouvir sua voz cantando.
"Você pode continuar, não se importe comigo", eu disse.
Ela corou e balançou a cabeça. Ela saltou da grande pedra para o chão, mas seus pés escorregaram, "Cuidado!" Corri e imediatamente agarrei sua mão e a levei para o meu abraço.
"Uh... hum..."
"Você está bem?" Perguntei. Minha respiração estava pesada, este rio era profundo e frio, e nenhum de nós era um nadador hábil, se ela realmente caiu no rio.
"Estou bem... Ramuja, você pode... me soltar." Merry ficou em meu abraço por um tempo, sua cabeça estava no meu peito, essa posição realmente não estava certa. Eu a soltei e ela respirou fundo.
"Tenha cuidado da próxima vez," eu a avisei novamente. Ela teve sorte de eu estar aqui.
Merry baixou os olhos, parecia lamentável, "Eu sempre canto neste lugar sempre que a luz da lua está forte, normalmente ... não há nenhum incidente", ela fez uma pausa e me lançou um olhar e continuou, "T - talvez porque eu estou nervosa."
"Nervosa? Por quê?"
"Porque..." Merry pausou novamente, ela deu uma olhada furtiva algumas vezes, então de repente recuou, "Eu - eu preciso ir, até amanhã, Ramuja."
Ela correu para a casa, deixando-me aqui sozinho.
Um flash de pensamento veio à minha mente, eu podia sentir seu batimento cardíaco batendo forte em seu peito macio. Mesmo depois de um tempo, seu coração bateu ainda mais forte. Foi... semelhante ao meu batimento cardíaco quando o rosto do Jovem mestre estava tão perto e as pontas de nossos narizes se tocavam. Meu batimento cardíaco estava incontrolável e achei que fosse explodir a qualquer momento.
'Não... não tem como ela ter sentimentos por mim, sou apenas uma escrava, que se apaixonaria por uma escrava.'
Eu me lembrei de não pensar demais e desejei muito. Assim como meu relacionamento com o Jovem mestre, às vezes eu me sentia como se estivéssemos tão próximos, mas sabia que era apenas um pensamento positivo. Sentei-me na grande pedra e olhei para o luar novamente, para que eu pudesse imaginar seu rosto mesmo quando eu não estava com ele.
'Jovem mestre... ele provavelmente tem um príncipe herdeiro ou uma mulher em seu coração...'
Novamente, eu tive que engolir a pílula amarga, não importa o quanto eu tentasse, eu não poderia estar perto do Jovem mestre.
'Minha liberdade é a única maneira... para o Jovem mestre me ver como humano, certo?'
***
Respirei fundo e carreguei outro tronco nas costas. Eu podia sentir minhas costas quase desistindo, já que eram extremamente pesadas. Mas me acostumei com esse trabalho duro mais cedo do que esperava. Era um trabalho difícil, mas definitivamente melhor do que ser fisicamente e mentalmente torturado no grão-ducado.
Era quase inverno, portanto, meu trabalho de carregar toras dobrou do que a cota normal. No entanto, o grão-duque teve a gentileza de dobrar a ração de comida para todos os trabalhadores para compensar a cota dobrada.
Ele era muito generoso, mas raramente ia à mansão do grão-ducado. Minha vida provavelmente seria mais fácil se ele estivesse lá. Pelo menos a grã-duquesa não ousaria me torturar.
Terminei minha cota hoje e peguei minha cesta. Imediatamente fiz fila para a ração de comida dos trabalhadores.
No entanto, não muito depois de entrar na fila, vi o guarda do grão-duque se aproximar dos trabalhadores. Todos ficaram tensos e pararam de conversar, porque a guarda do duque não era uma boa notícia. Sempre que o grão-duque chama alguém, essa pessoa sempre será demitida.
Eu estava calma, porém, era uma escrava pertencente ao Grão-Ducado, então ele nem precisou me ligar se quisesse me abandonar. Basta dizer as palavras e minha cabeça vai voar imediatamente. Porém, não fiz nada ofensivo, então me recompus e continuei na fila.
"Você vem!" o guarda de repente apontou para mim.
Fiquei confuso, pois pensei que não fiz nada de errado.
"Você! Rápido! O grão-duque quer ver você!"
Engoli em seco, não, o grão-duque não era cruel como sua esposa, ele não me mataria. Deve haver algum mal-entendido aqui. Eu relutantemente segui o guarda para o quarto do duque. Entrei na sala e imediatamente estremeci ao sentir o cheiro familiar de tabaco. Meu mestre anterior gostava muito de tabaco e fumava muito. Ele também queimava minha pele com seu charuto em vários lugares.
Ajoelhei-me diante dele e disse: "Este escravo atendendo ao chamado do grão-duque."
O grão-duque Harion estava sentado em uma cadeira de couro, olhando para mim por um tempo, de baixo para cima, eu poderia descrever sua aparência como severa e séria. Ele tinha aquele olhar profundo semelhante ao de jovem mestre, pele branca, embora não tão pálida quanto a dele e a mesma verruga sob o olho esquerdo. Mesmo em seus 30 anos, ele ainda parecia bonito.
"Você é escravo do meu filho que comprei naquele mercado, certo?" ele perguntou.
"Sim, Milord."
"Então, por que você está aqui? Quem mandou você deixar meu filho?" ele perguntou.
Eu estava com a língua presa, esta pergunta... se eu dissesse que a grã-duquesa foi quem me enviou aqui, ele ficaria com raiva? Ela era sua esposa, no entanto. O grão-duque parecia adivinhar a resposta com base no meu silêncio.
"Minha esposa, Grã-Duquesa ameaçou você deixar meu filho, certo?"
Eu tremia, sempre que ouvia o nome da Grã-Duquesa ser mencionado, imediatamente me ajoelhava ainda mais. Não ousei responder a essa pergunta, temendo que minha vida estivesse à beira de um golpe.
"Considero o seu silêncio um sim", disse o grão-duque, batendo em minha mão com as botas. "Então, você aceitou o ouro oferecido por ela?"
"Este servo..." Eu parei, porque o medo de repente subiu, escurecendo minha consciência. Engoli meu medo, mas minhas mãos não pararam de tremer. Eu estava nervoso porque, de fato, peguei o ouro e deixei o Jovem Mestre. O grão-duque nunca me perdoaria. Mas eu também não podia mentir, porque ele poderia simplesmente perguntar a sua esposa sobre mim.
"Este - este servo ... pegou o ouro, mas ainda não o tinha usado", disse eu. Fechei meus olhos, esperando por essa tortura.
"Entendo... então, você passou", disse o grão-duque levemente. Eu olhei para cima, esperando um monstro assustador na minha frente, mas o que eu encontrei foi o grão-duque Harion sorrindo para mim. Sim, sorrindo para mim, uma escrava.
"Milord? Este ... este servo não entende..." Eu disse estupidamente.
"Você é honesto, se responder de outra forma apenas para me impressionar com sua lealdade, eu pararia sua respiração agora", explicou o grão-duque. Ele pegou um saco de moedas e jogou-o na minha frente. Essa ação foi semelhante à da grã-duquesa, mas não recebi a mesma pressão de quando estava com ela.
"Tome isso como seu primeiro pagamento, agora você é meu povo", sorriu o grão-duque. Ele parecia digno e poderoso, mas não era repressivo como sua esposa. Eu senti como se tivesse visto uma miragem, uma ilusão de um nobre gentil. Aquele que não abusaria de seu poder de pisotear alguém como eu.
"Este servo... não entende," eu disse novamente.
Olhando para meu rosto idiota, o grão-duque riu. Ele bebeu seu vinho e chamou o guarda: "Dê-me um contrato."
O guarda abriu rapidamente uma caixa e entregou ao grão-duque um pedaço de papel com algumas inscrições e um frasco de tinta. Era a escrita nobre que eu não conseguia entender de jeito nenhum. Eu vi o grão-duque inspecionar e finalmente entregá-lo para mim.
"Este servo não sabe ler, milorde."
"É um contrato, você será meu subordinado secreto. Eu lhe darei pagamento e proteção. O que você precisa fazer é seguir minhas instruções", os olhos do grão-duque piscaram com cautela, "Já que você é escravo do meu filho, então meu a instrução para você é relatar todas as suas atividades para mim, relatar qualquer pequena mudança em seu comportamento e o mais importante..."
O Grão-Duque me encarou com seu olhar solene, esse único olhar fez minhas costas enrijecerem, "... você nunca o trairá. Uma vez que você o trair ou machucar, eu serei aquele que alimentará seu corpo para os cães."
"Este servo não ousou e nunca pensei isso, Milord!" Exclamei com confiança. Este eu nunca duvidei. Nunca passou pela minha mente a ideia de machucar o Jovem Mestre ou traí-lo.
'Porque ele é... aquele que eu seguirei para sempre.'
"Então, mergulhe o polegar nesta tinta e imprima aqui", o grão-duque apontou para um ponto sob as inscrições.
Hesitei, porque não conseguia ler, tinha medo que ele me prendesse em alguma armadilha de teia da qual eu não pudesse escapar.
'Mas dada a sua instrução, ele parece ser realmente sincero com o Jovem Mestre...'
Respirei fundo, mergulhei meu polegar na tinta e imprimi no papel. Eu era oficialmente subordinado do grão-duque em segredo.
O grão-duque sorriu de satisfação. Ele pegou o contrato e colocou-o na mesma caixa.
"Agora, antes de eu deixar você sair, você quer perguntar sobre alguma coisa?"
"Este servo... quer saber por que o milorde grão-duque e a grã-duquesa... trataram esse servo de maneira diferente", perguntei enquanto me ajoelhava ainda mais baixo, a ponto de quase me prostrar, temendo que minha pergunta o ofendesse.
O grão-duque ficou em silêncio, não ousei indagar ainda mais e decidi me desculpar. No entanto, o grão-duque finalmente respondeu pouco antes de eu me desculpar: "Nunca estamos do mesmo lado, a prioridade dela e a minha são diferentes", disse ele solenemente, "não posso protegê-lo dela, mas posso garantir que você não morrer sob minha liderança."
"Agora, você deve ir embora, quando meu filho voltar de seu suposto treinamento no palácio real, irei imediatamente transferi-lo de volta para ele", disse o grão-duque.
"Sim, agradecendo a generosidade do senhor. Este servo se desculpou."
Saí com a bolsa de moedas de ouro no bolso. Havia muitas perguntas na minha cabeça, mas eu naturalmente não poderia perguntar agora. Tudo o que pude fazer foi ficar do lado do grão-duque como garantia, para poder acompanhar o Jovem Mestre.
Segurei a bolsa de moedas no bolso com força e me afastei da tenda do grão-duque.
'Com isso, algum dia poderei comprar minha liberdade do Jovem Mestre.'
'Então eu posso ficar ao lado dele, como um ser humano.'
'Jovem Mestre... tudo isso para você.'