— bom, você vai ter que falar mais do que isso para me fazer entender tudo o que aconteceu. - diz a jovem Laura
Laya respira fundo. Ela olha para os lados e suspira.
— venha comigo. Quero lhe mostrar uma coisa. - diz e Laura franze o cenho
A jovem hesita, mas lembrou do que Nat havia a dito. Se ela realmente quisesse saber o que aconteceu, teria que se permitir a ouvir o que sua mãe tinha para falar. A moça assente e acompanha Laya. As duas caminham e caminham. Quando param em frente a um jardim que parecia estar abandonado, sem flores, sem cor e só o verde seco, Laya fecha os olhos e em segundos toda aquela vista começa a sumir e um lugar florido, lindo e colorido começa a aparecer.
Laura olhava ao redor e não escondia sua face surpresa e impressionada. Ela sorri fraco e olha para a mulher, que voltava a abrir os olhos.
— como fez isso? - pergunta a garota — como isso é possível?
Laya a olha.
— da mesma forma que esse cúpula é invisível ao resto do mundo. Como este lugar onde estamos é escondido do resto do mundo. Como ameaças do espaço são reais e estão presentes em nossas vidas. - Laya diz e começa a andar pelo caminho no meio das flores
A mulher olha para trás e vê Laura parada. Ela faz sinal com a cabeça para a filha a acompanhar. Laura olha em volta e faz. Ela começa a caminhar ao lado de sua mãe.
— eu criei este jardim.- Laya diz — plantei cada flor que você vê. Sozinha. - fala
— e por que o mantém escondido? - Laura pergunta
Laya a olha por alguns segundos. Ela caminha para a frente da filha e para.
— tecnicamente ele não está escondido, apenas num lugar em que as pessoas só podem o ver através de mim. - a mulher diz e Laura franze o cenho
Laya respira fundo e começa.
— irei lhe contar tudo. - diz
Laura suspira e assente.
— bom, tudo começou quando eu estava na Terra. Eu havia sido mandada para uma missão na S.H.I.E.L.D. e... acabei ingerindo um soro deles que limpou todo o meu organismo. Eu havia voltado a ser uma simples mulher, fraca, novamente, o que ocasionou todo o meu sofrimento durante o seu parto, já que as substâncias que Weber havia injetado em mim durante anos não estavam mais no meu sangue. - diz a mulher — o mais importante é que, antes do maluco do Schneider me arrancar daquele lugar eu, peguei alguns frascos dos soros da S.H.I.E.L.D. e os trouxe comigo bem escondidos, pois eu sabia que precisaria deles.
FLASHBACK
N/A
" JÚPITER, 13 de abril de 1989
BASE DA CEPTHUM
(CENTRO ESPECIALIZADO EM TESTES EM HUMANOS)."
Minutos antes de entrar em trabalho de parto, Laya pegou alguns dos soros da S.H.I.E.L.D. e os colocou dentro de todas as substâncias que Weber já preparava para usar em Laura caso ela não sobrevivesse ao parto, fazendo com que, assim como ocorreu em seu corpo, o soro da organização cortasse o efeito daquelas substâncias na menina.
— *aaaaaah*
Laya gritava de dor, parecia o fim do mundo para a mulher, todos os seus músculos doíam e sua cabeça girava.
— você tem que tentar mais uma vez, Laya.
Weber dizia enquanto a mulher chorava.
— Dr. Schneider, ela não vai aguentar. - disse a mulher que estava ao lado de Laya
— ela vai sim. Façam uma transfusão de sangue agora.
Ele respondeu e todos correram para pegar bolsas com sangue e dar para a mulher. O homem se aproximou da pobre moça, deitada na cama, tremendo e pálida e lhe disse:
— eu disse que seu dever era nos trazer informações sobre o grupo, mas você foi se envolver com um deles, e olha onde estamos agora.
Soou um pouco bravo. A mulher apenas o olhava, ele gritou para que ela fizesse força e sem conseguir, ela acabou desmaiando. Todos se apressaram para tirar o bebê pela barriga dela e por sorte conseguiram.
Após dar à luz, Laya ficou desacordada por uns dias, até que, sem ninguém saber, a mulher acorda no meio da noite e se vê sozinha em seu quarto. Laya viu que Laura não estava no quarto com ela e começou a se preocupar.
Ela estava com medo pois sabia que Weber continuaria com seu plano de torná-la uma vilã caso soubesse que ela havia sobrevivido. Laya não queria. Ela não queria que sua filha crescesse sem mãe, já que era isso que Weber faria. Manteria Laura longe dela para que seu instinto materno não atrapalhasse o desenvolvimento dos soros.
Laya sabia que se fugisse dali, Weber não hesitaria em usar Laura em seu lugar, fazendo da menina o que não pode fazer com a mãe dela, e aquilo era a última coisa que Laya queria, ter o peso na consciência de que sua filha sofreria por culpa dela.
A mulher cogitou em levar a criança com ela, mas os meios que tinha para fugir só suportaria uma pessoa. Foi então que ela teve uma ideia. Naquela mesma noite, Laya saiu de seu quarto e foi até o laboratório. Escondida, a mulher entra e começa a colocar seu plano em prática.
De tanto acompanhar Weber em seus experimentos, soube criar uma nova substância que chamou de L-Cooper 2023. Essa substância, após ingerida, levaria horas ou dias até que a pessoa "morresse".
O que acontecesse é que o elemento forjava uma morte que poderia durar dias, até anos, dependendo da quantidade que fosse ingerida do elemento., mas depois desse período a pessoa acordaria mais viva do que nunca.
Laya finalizava a primeira parte de seu plano. A mulher pega o elemento e sai procurando o quarto da pequena Laura. Ela sabia que a bebê não seria capaz de fugir sozinha, então ela a daria o elemento L-Cooper 2023, e quando a criança "morresse", Laya fugiria sozinha para a Terra para encontrá-la.
Não estava muito preocupada, ela já havia pensado em tudo. Laya sabia que todas as pessoas que moravam em Júpiter, ao morrerem, eram levadas de volta à Terra e ficavam trancadas em uma base secreta da CEPTHUM. Eles não enterravam as pessoas, ao invés disso, trancavam os corpos em salas minúsculas. A unidade não tinha um sistema de segurança muito forte, já que era localizada em uma área secreta.
Laya sabia que Laura seria enviada para lá, então quando ela fugisse para a Terra encontraria a filha lá e a salvaria.
Ao chegar no quarto de Laura, Laya sorri ao ver a pequena. Ela sorri ao pensar em como a garotinha poderia ter os olhos, o sorriso ou até o gênio do pai. A mulher tenta não pensar em Tony naquele momento, pois precisava de concentração para o que queria fazer.
Ela abre o frasco com a substância e quando ia acordar a garotinha alguém a interrompe. Era Johnson, outro agente da CEPTHUM, que passava por ali quando viu Laya entrando no quarto. Laya tentou esconder o frasco, mas ele viu.
Johnson franze o cenho.
— o que está fazendo? - pergunta
— nada. - Laya diz
— você não estava apagada? - pergunta o homem — Weber precisa saber que está bem e que acordou. - diz e se vira para sair do quarto
— NÃO! - pede a moça
Johnson estranha o comportamento da mulher e cruza os braços, voltando para o interior do quarto.
— o que está acontecendo, Cooper? - pergunta — o que está escondendo aí?
— não... não estou escondendo nada. - ela diz
— ah é? E o que tem na mão? Eu vi que escondeu algo quando entrei. Ia dar alguma coisa para sua filha? - pergunta
Laya estava ficando sem saída.
— bom, não é nada demais. Só queria ver minha filha e ficar com ela. Eu fiquei desacordada por uns dias e não tive a oportunidade de fazer isso ainda. - fala e Johnson assente.
O homem se aproxima dela e, sem Laya esperar, ele passa as mãos por trás do corpo dela e puxa suas mãos para frente, vendo ela segurar o frasco com o elemento.
Ele toma o objeto de sua mão.
— o que é isso? - pergunta segurando o L-Cooper 2023
— nada. Não é nada. - diz com medo de Johnson descobrir seu plano
— bom, se não é nada eu posso tomar?! - ele diz e abre o frasco
— não! - ela pede tentando o impedir
Johnson ri.
— ué? Por que não? Pensei que havia dito que não era nada. - ele diz
Laya começou a entender porque todos diziam que o agente Johnson era um verdadeiro pé no saco e ninguém aguentava ele.
— é um remédio meu. Eu trouxe para tomar. - diz a mulher
— Laya, Laya! - diz o homem caminhando em volta da mulher
— eu já disse, é meu remédio. - diz ela
— então prove! - ele diz e entrega o elemento para ela
Laya franze o cenho. O que ele estava tentando fazer? Ela não podia tomar aquilo na frente dele, e nem dar para Laura, pois teria reação imediata, e se isso acontecesse seu plano daria extremamente errado.
— vamos, beba! - ele diz
— deixe de ser bobo. Não preciso provar que este é meu remédio. Eu sei muito bem para que serve e porque eu o tomo. - ela diz e segura o frasco firme em sua mão
— bom, será uma pena ter que separar você e sua pequena Laura. - ele diz e vai até o berço
— do que está falando? - Laya pergunta
— você sabe do que eu estou falando. - ele diz e acaricia a cabeça da pequena Laura, que dormia como um anjinho — todos acreditam que você ainda está desacordada, inclusive o Weber, e seria uma pena ter que contar para ele que você está o enganando. Você sabe que assim que ele souber que você acordou e está bem, vai querer continuar com os testes e isso fará você e sua pequenina se separarem. - ele diz e Laya enche os olhos d'água
— você não faria isso. Não contaria. - ela diz
— não! Claro que não! - ele diz
Laya respira aliviada.
— se você beber o seu remedinho. - fala o homem
— o que? - a mulher pergunta não acreditando no que estava ouvindo
— isso mesmo. Eu não falarei nada ao Doutor, contanto que você tome essa droga de remédio que está segurando. - fala e Laya o olhava com raiva — vamos lá, Cooper. É apenas um remédio, não é? - diz
— você é um louco. Sai do quarto da minha filha, agora! - pede apontando para a porta
— uau! Então quer mesmo que eu conte tudo para o Weber? - pergunta
Laya respira fundo.
— você não sabe a sorte que tem por eu ter perdido minhas forças antes desse momento. Eu ia acabar com você. - ela diz com os dentes cerrados
— estou esperando você beber. - ele diz
Laya não poderia fazê-lo beber o elemento, pois Johnson seria mandado para Terra no lugar de Laura e ela continuaria ali, e tudo o que ela mais temia aconteceria.
Uma alta sirene tocou e a voz do Weber ecoou por todos os cantos da CEPTHUM. Ele dizia "O salão das naves e todos os outros pontos da base estão com o acesso bloqueado. A agente Cooper sumiu de seu quarto e não vamos abrir os acessos até encontrá-la. Repito, acessos bloqueados."
Laya olha para Johnson preocupada. O homem sorri.
— o acesso daqui para os outros quartos estão livres, então eu poderei salvar sua pele. Posso levá-la de volta sem que ninguém veja e fazer todos acreditarem que você ainda não acordou, mesmo tendo sumido. - diz ele
— não pode nada. - diz Laya nervosa
— sou sua única opção. Tudo o que precisa fazer é tomar seu remédio. - ele diz e Laya nega com a cabeça — tá legal, Cooper. Então eu vou tomar. - ele diz e vai até ela para pegar o elemento
— sai de perto de mim! - ela pede se afastando dele
— ok. Ok. - diz — já que você não quer tomar e nem me dar, sinto muito, mas o jeito é eu te entregar. - ele fala e Laya franze o cenho — AQUI, ELA ESTÁ AQUI! - grita indo em direção a porta
— Johnson! Para! - pede a moça, mas o homem não a escuta
— WEBER, ALGUÉM!? - ele continua — ELA ESTÁ AQUI! - grita e Laya o pega pelo braço e o puxa para dentro do quarto
A jovem tranca a porta e abre o frasco. No desespero ela acaba engolindo toda a dose que estava dentro dele.
— FELIZ? - pergunta secando a boca quando termina de ingerir o líquido
Laya tinha os olhos lacrimejantes. Ela segurava suas lágrimas, enquanto Johnson sorria.
— bom, me convenceu! - diz e coloca a mecha solta do cabelo da jovem atrás da orelha dela — fique aqui que eu já volto. Vou preparar o caminho para te tirar daqui e cumprir com o que prometi. Weber nunca saberá que você acordou. - fala e Laya assente.
Ele sai do quarto.
Laya tampa a boca para seu choro não alertar ninguém. Ela caminha até o berço da sua filha e a pega no colo. Laya chora. Havia dado tudo errado. Ela "morreria" no lugar da pequena, que agora teria que ficar na base sob a loucura de Weber e ser o novo projeto dele.
Laya já começava sentir as reações de sua substância pelo seu corpo. Já sentia as dores vindo e então teve que sair dali, mesmo com o coração partido, para evitar tornar o momento ainda mais difícil.
— vamos? - pergunta Johnson aparecendo na porta
Ela o olha e coloca Laura no berço.
— eu ainda vou te encontrar, filha! - diz acariciando o rosto da menina
— Cooper, vamos! - chama o homem
— me perdoa! - ela beija a cabecinha da filha e quando ia sair dali a criança começa a chorar — não, meu amor. Por favor! - Laya volta e vai tentar acalmar a bebê
— Laya, não! Não temos tempo. - Johnson diz e vai pegar a mulher
— me solta, Johnson! Eu não posso deixar ela assim. - diz a mulher chorando e tentando se soltar do homem
— não. Ela vai parar. Você tem que voltar pro seu quarto agora. - ele diz levando a moça para fora dali
Laya chorava e estava com o coração partido por ter que deixar a filha sozinha e chorando. Logo ela se lembrou de quando foi arrancada de Tony, quando teve que deixá-lo e se separaram. Deixar sua filha estava sendo tão doloroso o quanto.
Johnson a joga por cima de seu ombro e corre para levá-la até o quarto dela. A moça dava socos e batia nas costas dele com raiva do homem.
Pelo caminho que fez, logo o homem chegou ao quarto da mulher. Ele a colocou no chão e fechou a porta virando-se para ela.
— tudo bem? - pergunta e a mulher o fitava
— eu tive que deixar a minha filha sozinha e chorando no que talvez seja o último dia da minha vida, e tudo por culpa sua. - ela diz com ódio
— minha? Você que enganou todo mundo, Cooper. Você saiu do seu quarto quando sabia que era isso que o Weber queria para voltar a testar você. - ele diz
— eu estava bem até você aparecer. Eu ia conseguir tudo, mas você chegou e ferrou tudo o que eu tinha planejado. - ela diz andando de um lado para o outro no quarto
— tenta se acalmar. Você precisa voltar a dormir, deixa o resto comigo. - ele fala
Ela o olha de lado balançando a cabeça.
— vai ficar tudo bem. Eu sei como é ter que deixar uma criança chorando quando o que você mais quer é ficar com ela. - diz — isso acontece comigo toda vez que preciso trabalhar.
— não tente comparar o Shane com a minha filha. Ele já é uma criança, mas a Laura é só um bebê. A outra diferença é que quando você o deixa, você sabe que voltará horas depois para continuar com ele. - disse a mulher chorando — eu não. - diz e ele sela os lábios sem entender o que ela queria dizer com aquilo.
— só... tenta descansar! - ele pede
— como eu vou descansar? Como? Eu estou prestes a morrer e o culpado é você. - ela diz e caminha até a cama para se sentar
Johnson franze o cenho.
— morrer? - pergunta
— sim. - ela responde — eu criei uma substância para tirar a Laura daqui e eu poder fugir em seguida. Ela morreria por algum tempo, tempo suficiente para mandarem ela para Terra e em seguida eu iria embora daqui, mas adivinha só? Graças a você quem vai morrer agora sou eu. - diz e abaixa a cabeça
Ele se aproxima.
— o remédio! - diz ao lembrar do que fez a mulher beber — estava segurando a substância quando eu cheguei no quarto da garotinha!
Ela assente, sem o olhar.
— eu... eu achei que fosse mesmo um remédio. Nunca me passou pela cabeça que fosse algo como o que inventou. - diz o homem
— talvez se você fosse mais compreensivo com as pessoas, ou respeitasse mais, ou até mesmo não se metesse onde não é chamado, poderia ter evitado tudo isso. O engraçado é que você escolhe o contrário. Você escolhe ser um pé no saco e a uma das piores pessoas desse lugar, por isso não tem ninguém ao seu lado a não ser o Shane, mas olha só... você só o tem porque ele ainda não entendeu que o tutor dele é uma péssima pessoa. No minuto que ele entender isso, cairá fora e te deixará sozinho.- ela diz nervosa
— não deveria falar assim. Você sabe que cuidar de Shane não estava nos meus planos. Sabe também que desde que ele apareceu na minha vida eu faço o máximo que posso para criá-lo. - ele diz
— Isso nunca foi uma obrigação sua, Johnson, mas você a aceitou porque quis. Não se vitimize agora. Isso é o que você ganha quando tenta agradar o monstro do Doutor. - fala a mulher
— eu precisava ganhar a confiança do Weber. - diz
— não. O que você precisava era seguir sendo o cara legal que você foi um dia. Hoje, ninguém mais te suporta. - ela fala e se levanta caminhando para lá e para cá
Johnson abaixa a cabeça. Parece que Laya havia tocado em sua ferida e o feito repensar em algumas de suas atitudes. O homem volta a olhá-la, vendo-a preocupada enquanto secava as lágrimas que desciam em seu rosto.
— quanto tempo até que a substância comece a fazer efeito? - pergunta para ela
Ela balança a cabeça.
— eu já sinto dores. - ela diz — meu corpo já está elevando a temperatura e o próximo efeito colateral deve ser a febre alta. - fala
Johnson sela os lábios.
— vou limpar sua barra como prometi. - disse — pode ficar tranquila... Weber não saberá que esteve acordada. - diz e ela o olha — se tiver mais alguma coisa que eu possa fazer por você...
Ele espera que ela diga algo.
— qualquer coisa, Cooper. Vai me fazer sentir melhor depois do que eu fiz. - ele insiste
Laya pensa. Ela não poderia sair mais do quarto pois seria muito arriscado. Não queria causar nenhuma outra confusão por não estar em seu quarto. Levando em consideração o que ela tinha em mente, sua única saída era o rapaz.
— tem... tem algo que eu preciso que faça, já que quer ajudar. - ela diz
— qualquer coisa. - ele fala
Laya suspira e começa.
— quando eu voltei da Terra, trouxe comigo alguns soros que são capazes de cortar os efeitos dos soros de Weber. Eu sei que depois que eu for embora ele usará a Laura como cobaia, então preciso que esses soros sejam dados de alguma forma para ela. - fala — a única pessoa que eu sei que ficará ao lado de Laura nesse processo é a Brigitte, então queria que me prometesse que entregará isso a ela e explicará exatamente como eu vou lhe falar.
— como quiser! - ele diz
E assim Laya faz. Ela pede que ele espere ela morrer para poder entregar os soros à Brigitte, e explique a ela que deverá colocar algumas gotas dos soros nas substâncias todas as vezes em que Weber for testar Laura, assim seus experimentos com a menina nunca fariam efeito. O homem concorda com o plano. A mulher aproveita para escrever uma carta e entregá-lo. Laya se deita na cama para descansar e Johnson se vira para sair, mas antes ele para na porta e segundos depois olha para ela.
— olha... - ele vira-se para ela antes de passar pela porta — eu sei que eu sou um idiota, pé no saco, como você diz. - fala e sorri fraco — mas eu nunca matei ninguém, e agora você está nessa situação por minha causa, então... eu sei que não vai valer muito, mas eu farei o que for preciso para ajudar a Brigitte no que ela precisar.
Ele diz e Laya enche os olhos de lágrimas.
— você me deu os soros e agora está confiando a vida da sua filha a mim, isso significa muito para mim. Não se preocupe, não contarei a ninguém o que realmente aconteceu. - ele fala — prometo que Shane e eu nunca deixaremos nada de ruim acontecer com ela. - diz e se vira para sair.
O homem sai de lá e a mulher respira fundo tentando acreditar em cada palavra que Johnson acabara de falar. Laya não sabia mais o que esperar a não ser a morte. Embora ela soubesse que voltaria a viver, sei coração se despedaçava por entender que viveria sem sua filha.
•
No dia seguinte após Laya "morrer", Brigitte está em pé de frente a uma janela enorme com vista para a imensidão de Júpiter. A mulher chorava sem entender o por quê a amiga tinha que partir.
Se aproximando dali estava Johnson, com os soros dentro de um compartimento. Ele para ao lado dela e a olha. Volta o olhar para o mesmo lugar que a mulher olhava.
— sinto muito pelo que aconteceu. - diz o homem
Brigitte engole seco.
— por favor, eu estou de luto, não venha me tirar do sério já que é a única coisa que você faz com todos neste lugar! - ela pede sem o olhar
Ele suspira e balança a cabeça.
— por mais difícil que seja para você acreditar, estou aqui porque sinto sua dor. - ele diz — e... para te entregar isso. - diz e estende o compartimento para ela — foi ela quem pediu para eu te entregar.
A mulher finalmente o olha.
— isso não tem graça, Johnson. - Brigitte diz e ele bufa
— se eu quisesse tirar sarro do seu sofrimento eu já estaria o fazendo. Acredite em mim, você não estaria chorando mais por ela, e sim pela raiva que estaria de mim. - ele diz nervoso — aqui está. - ele deixa a caixa no chão. — são soros para você dar à Laura depois dos testes de Weber. Eles cortarão o efeito dos soros dele e a menina não será como a mãe. Dentro há uma carta de Laya explicando tudo com mais detalhes. Divirta-se. - ele diz e sai de lá deixando Brigitte sozinha
Johnson havia ficado chateado com a mulher por não ter colocado fé na boa vontade dele. O homem volta para sua cabine.
Brigitte, por sua vez, corre para o quarto e abre a caixa. Ela vê vários frascos do soro da S.H.I.E.L.D. e a carta. Ela olha e vê a caligrafia da amiga. Bri cai no choro e lê todas as instruções que Laya havia a deixado. A mulher estava pronta e sabia o que fazer.
•••
— você pode não acreditar em mim, mas foi exatamente isso que aconteceu. - Laya finaliza a história de como teve que deixar Laura
A garota estava séria e ainda processava tudo que acabara de ouvir. Laura não fazia ideia que tudo aquilo havia acontecido com sua mãe por tentar salvá-la. Mesmo depois de toda a explicação, a jovem ainda tinha uma dúvida.
— então, se os soros impediram os testes de Weber funcionar em mim, como eu ainda tenho esses poderes? - pergunta
Laya suspira.
— quando eu encontrei Shane e ele me disse que você tinha esses poderes, eu... eu entendi tudo. - Laya diz — na S.H.I.E.L.D., o soro que me deram e que limpou o meu organismo, na verdade, tirou os meus poderes de mim, mas os passou para você.
Laura franze o cenho.
— e pelo que sei, você só descobriu alguns deles. Precisa abrir a mente e o coração para liberar os outros. - fala Laya e Laura balança a cabeça
Agora tudo estava claro em sua cabeça.
— eu acordei e estava na Terra, na base da CEPTHUM. Eu consegui fugir. - Laya conta — eu consegui tudo o que uma pessoa precisa para sobreviver nesse lugar e isso me custou anos, mas facilitou meu encontro com Nick Fury. Eu o contei sobre você e o fiz prometer que não contaria a ninguém sobre mim. Pedi que ele mandasse buscar você e se alguém perguntasse, diria que havia ido me buscar, mas não estava lá, então trouxeram você.
— isso é... - Laura tenta completar
— louco. - Laya diz — é, eu sei, mas eu precisava que fosse assim. Weber não podia sonhar que eu estava viva. Ainda não pode.
Laura a olha e suspira.
— você recuperou seus poderes? - perguntou a jovem
Laya sorri.
— alguns. Os conquistei sozinha, trabalhando em um laboratório que eu criei e testando em mim mesma todas as substâncias que eu precisava para tê-los novamente. - diz — no dia em que eu "morri", Jonathan ficou encarregado de me colocar na nave para despacho. Ele colocou uma bolsa cheia de frascos com os soros mais importantes de Weber e escreveu um bilhete dizendo que sentia muito, e que esperava que eu pudesse usá-los para o meu bem. Foi isso que eu fiz. Depois disso eu conheci um homem que que tinha um país inteiro escondido do resto do mundo, lá na África. Pedi que ele me contasse como fez aquilo e usei seu método nessa redoma. Estou aqui desde então.
A jovem sorri.
— que jornada! - Laura sorri — me desculpa por toda desconfiança e arrogância que usei quando te conheci. Eu só... não sabia a verdade sobre Laya Cooper e achava que nem precisasse saber. - Laura pede
— não se culpe. Seu pai colocou a maioria delas na sua cabeça. - falou Laya
— não. Meu pai tem o jeito dele de pensar e eu tenho o meu. A dor de cada um é muito pessoal. - Laura fala e suspira. — não há como passar uma borracha e apagar tudo o que sofri naquele lugar e por culpa sua... - ela faz uma pausa e se corrige — ou do Jonathan, sei lá. - as duas riem — mas prometo tentar. Prometo não ser tão dura com você.
— tudo bem. Eu entendo. - Laya fala sorrindo
As duas voltam a olhar o jardim.
— ainda pretende deixá-lo aqui? Longe dos nossos olhos? - Laura pergunta
— acho que agora estou pronta para mostrá-lo. Vou deixá-lo aqui para que todos possam ver dessa vez. - a mulher diz sorrindo
— sério? Assim, de repente? - pergunta Laura
— não. De repente não. Eu a encontrei, Laura. - diz Laya — Eu a deixei naquele lugar e vim para a terra. Eu não fazia ideia de como estava se saindo sem mim. Eu decidi criar esse jardim, plantar todas essas flores e árvores, tudo isso pensando em você. Eu plantei tudo e o escondi até mesmo de mim, assim não poderia vê-lo enquanto crescia, assim como você. Eu esperei a hora certa. Embora eu não o visse, eu sabia que ele estava crescendo e que quando eu entrasse aqui de novo ele estaria pronto e lindo. — ela enche os olhos de lágrimas e sua filha sorri — Quando o dia de voltar aqui chegou, eu quase não acreditei no quão maravilhoso esse lugar ficou. E depois desse dia eu sempre vinha para cá quando queria me lembrar de você. Eu plantei este jardim para que ele me fizesse lembrar que, mesmo que eu não estivesse com você, ou acompanhando e vendo você crescer, de uma coisa eu podia ter certeza, você estava florescendo, mesmo longe de mim, e quando eu te encontrasse você estaria assim... pronta, linda.
E foi a primeira vez em que Laura sentiu vontade de abraçar a mãe. Ela o fez e as duas choraram. Laya chegou a pensar que nunca mais veria a filha novamente. Pensou, por muitas vezes, que nunca mais tocaria na moça outra vez, mas no fundo ela sabia que deveria acreditar, pois o dia chegaria. E chegou.
Elas caminham devagar para fora do jardim, que ficaria visível a todos, para sempre. As duas continuam conversando e entram na mansão. A alguns dos Vingadores caminham pela casa, outros comiam, outros brincavam com as crianças.
— quero que fique com isso! - Laya diz e a entrega o colar que Tony havia lhe dado quando namoravam
— uau! É... lindo. - Laura diz sorrindo — obrigada. É de família? - pergunta
— não, mas digamos que é tão importante o quanto. - fala — você precisará mais dele do que eu. - diz e sorri
Laura sorri e coloca o colar.
— oi! - Steve se aproxima com Nat
— oi! - Laura e Laya falam em coro
— e então? O que podemos esperar? - pergunta a ruiva
Mãe e filha se entreolham e sorriem.
— um novo laço pode estar começando a ser criado. - Laura diz e sua mãe sorri — é claro que ainda vou precisar de um tempo para digerir tudo o que eu soube hoje, mas sei que vou entender você. - olha para Laya
— que ótimo! - Steve diz e sorri
Natasha o acompanha.
— Cooper! - eles escutam a voz de Shane
— sim. - Laya responde
— tenho informações sobre o Schneider. Acabei de ver que ele recrutou mais um integrante vir atrás de nós. - Shane fala
— Weber está vindo atrás de nós? - Laura pergunta
— como assim? - Steve pergunta
— ele não pode nos achar aqui, pode? - Nat pergunta
— fiquem calmos! - Laya pede — ele não pode nos achar aqui. Enquanto estivermos dentro da redoma, estaremos seguros. - fala
Laura abraça Steve, que olha para Laya pensativo.
— o que sabe sobre esse novo integrante? - Laya pergunta
— bom, não muito... - ele ia continuar, mas a mulher o interrompe
— Laura, por que não vai contar para seu pai sobre nossa conversa?! Ele deve estar querendo me matar. - sugere e olha para Steve e Nat
— seria uma boa. O Stark está arrancando os cabelos, aposto. - Natasha diz
— eu conto sobre o que Shane nos falar. - diz Steve e a moça assente
— vou salvar os cabelos brancos do meu pai. - ela brinca e sai, mesmo querendo ficar
— depois terminamos a nossa conversa. - Laya diz e a garota assente
Eles a observam sumir e se entreolham.
— o que está acontecendo? - Natasha pergunta
Laya passa por eles e os chama para segui-la. Shane, Steve e Nat vão atrás dela. Quando chegam em uma sala, no porão da casa, Laya abre uma porta com senha e eles entram em uma espécie de sala de monitoramento. A mulher tinha, definitivamente, um lugar onde ela seguia todos os passos de Weber.
— como estava dizendo... - Shane continua — ainda não sei muito sobre ele, mas consegui essa imagem. - ele diz e entrega a foto para Laya
Ela olha e passa para Natasha. A mesma franze o cenho.
— seu nome é estranho e meio engraçado. As pessoas o chamam de "Soldado Invernal".
Steve olha para Shane na mesma hora.
— o que disse? - pergunta o Capitão com o cenho franzido
— ham... Steve! - Nat o chama e o entrega a foto