O Erro - Série Amores de Vega...

By MC_Silva_escritora

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Uma cidade, um encontro e uma atração avassaladora... Bárbara Bravanel é uma mulher independente, determinada... More

Avisos
Booktrailer
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 3
Pausa
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7

Capítulo 2

165 30 27
By MC_Silva_escritora

Notas iniciais:

Oi meus amores!!

Antes de tudo quero pedir desculpas pelo sumiço, não foi minha intenção ficar tanto tempo afastada mas as coisas aqui estão uma correria.

Estou em época de prova na faculdade, então de manhã tenho minhas aulas normais e da 13:00hrs até 21:00/22:00hrs estudando e fazendo trabalho.

Não tenho tempo nenhum para escrever ou revisar ou capítulos.

Como eu já tinha avisado os capítulos durante a semana seriam enquanto eu pudesse seguir esse cronograma, bem, por duas ou três semanas seguirei atualizando apenas nos fins de semana.

Me desculpem mesmo! Espero que entendam.

Eu não abandonei as histórias! Não farei isso e continuarei escrevendo, só preciso me dedicar aos meus estudos.

Tudo bem?

Boa leitura a todos!

•Capítulo não revisado•

~*~*~*~*~*~*~

Bárbara Bravanel

Cruzo os braços em frente ao peito e encaro minha amiga. Valentina se movimenta por seu quarto, recolhendo e dobrando suas roupas, caixas e caixas se acumulam nos cantos, corredor e sala. Uma bagunça.

- Vai mesmo ficar me olhando desse jeito? - pergunta prendendo o cabelo no alto da cabeça.

- Eu acho isso uma loucura. - murmuro e arranco uma peça de roupa da sua mão, dobrando-a da maneira certa - Você sabe que pode se divorciar, eu ajudaria você.

- Eu sei mas não quero. - a determinação que vejo em seu olhar me faz parar o que estou fazendo.

- Isso tem alguma coisa a ver com Lucas? - Tina morde o cantinho da boca antes de balançar a cabeça - Você não precisa de Kaydan ou qualquer outro pau pra superar o embuste.

- Eu sei. - espero que ela diga mais alguma coisa, ela não faz é claro.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, mergulhadas em nossas tarefas de terminar suas malas, interrompidas apenas quando os meninos chamavam ou gritavam que terminaram suas tarefas de mover as caixas do corredor e sala.

- Tem certeza? - pergunto novamente, apenas para tirar todas as dúvidas que - Não sei se é uma boa ideia.

- Vai ficar tudo bem, Barbie. Eu só preciso suportar ele por um ano, nos divorciamos e de lucro consigo uma quantia exorbitante de dinheiro. - coloco a mão na cintura e fixo minha atenção nos olhos castanho claro, abarrotados de uma inocência e bondade cega - Nada dará errado.

- E se vocês transarem?

- Isso não vai acontecer. Deixei claro que isso está fora do acordo e ele mais do que confirmou que o que aconteceu em Vegas não se repetiria. - franzo o cenho. O que? Valentina sempre foi muito insegura com sua aparência e desde que conheceu Lucas só piorou. Eu odiava vê-la se moldar para ficar com ele, para fazê-lo feliz.

Passei anos tentando abrir seus olhos e me enfurecia ver os olhares lascivos que ele dava a outras mulheres ou a forma como ousava podar as asas daquele anjo. Valentina sempre mereceu mais do que ele dava a ela, e não deixarei que caia nesta novamente.

- E se você se apaixonar? - cuspo meu maior medo. Ela para de dobrar as roupas - Tina, essa é uma grande possibilidade. Caramba vocês morarão juntos por um ano, ninguém é feito de ferro.

- Nem todos são o detestável Keydan Dark. - pisco repetidas vezes. Tudo bem, talvez eu possa desenhar para ela o nível da secada que o homem deu na bunda dela quando entrou no apartamento. Posso começar desenhando dois pires enormes como olhos e um pêssego gigante como sua bunda - Além disso, eles voltarão para a turnê em pouco tempo e eu ficarei em Nova York.

- Valentina, não brinque com o destino. Ele é uma bruxa má de humor ácido. - suas mãos agarram meus ombros e me forçam a encara-la.

- Não se preocupe, vou ficar bem. - passo meus braços por seu corpo, segurando-a contra meu peito - Sabe que o único homem que conseguiu me machucar de verdade foi o Lucas.

- Não, ele foi o primeiro homem a machucá-la, haverão outras paixões que a machucarão. - afasto-a e agarro suas mãos - Me prometa que não deixará Kaydan partir seu coração.

- Achei que você seria a primeira a dizer que ter o coração partido por qualquer um deles seria uma honra. - fico tentada a lhe dar um tapa mas recuo - Não é necessário uma promessa já que meu adorado marido já deixou claro o quanto eu lhe desagrado mas tudo bem, eu prometo.

- Ah Valentina, não consegue ver o que todos vemos? - como ela podia não ver o que todos podiam ver? - Espero que esteja certa e que o que eu vejo não seja nada além de uma ilusão que criei.

- Eu vou ficar bem. - seus braços me apertam e ela acaricia meus cachos em minhas costas - Quer dizer, ficarei bem desde que não conte aos meus pais que estou casada e indo morar com meu suposto marido.

- Eu não contarei nada mas sabe que assim que se assumirem todos os sites de fofocas vão fazer uma publicação sobre isso. - meus braços se apertam mais a sua volta - Sentirei sua falta.

- Sentirá minha falta ou da minha comida? - rio baixinho e finjo pensar.

- Dos dois. - nos afastamos. Não tento esconder minhas lágrimas dela, Valentina é uma das poucas pessoa que deixo me verem desta forma, vulnerável - Vamos terminar de arrumar suas coisas antes que ele invada esse quarto e te leve pelos cabelos.

Levamos mais um tempo para terminar de organizar o que ela separou, e confesso não ter sido tão útil como eu gostaria.

Vez ou outra me pegava concentrada em ouvir o que os quatro conversavam na sala.

Estariam falando de nós? Jace mencionou algo sobre o que fizemos?

Dias se passaram desde a fatídica noite no carro. Como combinamos, não nos falamos mais ou nos encontramos e eu estava bem com isso, tinha meus encontros e estava satisfeita dessa forma.

Certo, satisfeita talvez não seja a palavra correta. Os dois caras que vieram depois foram medianos e se eu não estivesse me estimulando não teria gozado. E a mulher de dois dias atrás foi aceitável.

Sempre fui exigente com as pessoas com quem dormia mas desde de Jace, tudo o que posso fazer é tentar, desesperadamente, exorcizar esse homem da minha memória. Eu odiava desejá-lo daquela maneira, odiava como parecia que todos os outros não chegavam aos seus pés.

Quando entraram ali pela manhã, agi normalmente o tratando educadamente. Senti seu olhar queimar minhas costas quando flertei com Félix ou quando beijei Brice mais demoradamente do que a etiqueta pedia.

Mas droga, ele tinha mesmo que ser tão bonito?

Irritada, largo a camiseta que estava em mãos na cama, abro a porta e coloco a cabeça para fora.

- Meninos! - grito. As risadas cessam rapidamente. Da sala vejo Kaydan se inclinar e olhar para mim - Venham aqui!

As quatro figuras altas, fortes e grande demais para o quarto, invadem o cômodo. Dou um passo para o lado atraindo a atenção de todos.

- Vocês podem levar essas coisas para baixo? - aponto para as caixas espadanadas - Depois voltem e levem as malas.

Sem questionarem, assisto aqueles deuses olimpianos se abaixarem, exibirem os bumbuns malhados e erguerem as caixas. Kaydan é o primeiro a sair, seguido por Félix.

- Cuidado, por favor. Está escrito frágil. - Jace lança um olhar enviesado para minha amiga - Se eu pegar um defeito no que tem ai dentro, a coisa vai ficar feia.

- Você parece um dócil filhote de Poodle falando. - ele aperta a ponta do seu nariz - Prometo não deixar cair.

Antes de sair Jace se inclina para mim e deixa um beijo sútil abaixo da minha orelha. Valentina arregala os olhos e tapa a boca, completamente chocada.

- Eu termino com você depois. - o que? Digo, ou melhor, penso. O moreno pisca para mim e sai.

- O que foi isso? - pergunta se aproximando, a alegria romântica que vejo em seu rosto me faz querer vomitar. - Vocês dois...

- Transamos Valentina. - esclareço. Abaixo-me e fecho sua última mala.

- Quando? - olho feio para ela, porém a mulher não se intimida comigo.

- Alguns dias atrás. Sim, foi ótimo. Gozei horrores. O pau dele é enorme e ele sabe usar o negócio. Não, não vamos sair e você sabe porque. - ela pisca algumas vezes, processando todas as informações.

- No dia em que chegou tarde parecendo ter sido atropelada por uma carreta. - arregalo os olhos e a fito, confusa - O que? Achou mesmo que eu estava dormindo? E vem cá, eu não queira saber nada sobre o pau dele, pelo amor de Deus!

- São os detalhes. Amigas sempre pedem detalhes.

- Eu nunca peço porque você sempre dá. Nunca vou me esquecer do cara pau pra esquerda. - ela faz uma careta e estremece. Uma risada me escapa - Pelo menos você tem gozado, eu só chupo dedo.

- Você pode gozar horrores, duvido que Kaydan não saiba usar o que tem no meio das pernas. E eu me lembro bem da sua aparência quando voltou para o quarto. - coloco a outra mala próximo a porta - E se quer saber, não tem sido tão bom também.

- Jura? Dois dias atrás ouvir você berrar horrores.

- Não era eu. - resmungo, infeliz. Tina faz outra careta.

- Puxa, eu deveria transar com você qualquer dia, a mulher parecia prestes a explodir.

- Eu faço o que posso. - dou de ombros mas há um sorriso arrogante em meus lábios.

- Deve ser por isso que Jace parece tão apaixonado, você deu um jeito nele. - ela mexe as sobrancelhas de forma sugestiva.

- Não vamos falar disso porque não há nada a ser dito.

- Tudo bem. - suas mãos se erguem em rendição - Mas quero que saiba que estou aqui para ouvi-la, mesmo se for apenas para me contar suas aventuras sexuais.

- Até as estranhas?

- Certo, nem todas, se limite aquelas em que posso rir ou te dar os parabéns.

- Obrigada. - ela sorri para mim e assente, entendendo o quis dizer.

Os homens voltam minutos depois e descem as malas. Pelo espelho posso ver Jace me lançar um olhar rápido antes de sair. Respiro fundo e afasto qualquer pensamento relacionado a ele.

- Vamos. - abraço-a pelos ombros. Nossa diferença de altura fica evidente dessa forma e não posso deixar de rir quando a escuto resmungar algo como "injustiça do universo".

Quando chegamos a garagem apenas Kaydan está ali, os outros carros partiram na frente. Despeço-me dela com um último abraço e a promessa de nos vermos em breve.

Assisto, curiosa, a forma como os dois interagem. Kaydan está incrivelmente disposto a provocar e torturar minha amiga com sua moto. Preciso tapar minha boca e abafar a gargalhada quando a ouço insultar a "máquina" dele. Porém, instantes depois vejo um pequeno vislumbre da alma dos dois.

Dois teimosos e orgulhosos que simplesmente se encaixavam. Não queria encorajar Valentina a entrar em uma aventura como aquela porque sabia de seus medos e de toda a dor que sofreu no último relacionamento, mas há algo naquele homem que me faz querer confiar nele.

Espero que não me arrependa ou precisaria esconder o corpo do famoso Kaydan Dark.

Aceno uma última vez para eles e caminho para o elevador. Voltar para o apartamento e percebe o silêncio que ficou me arrasa, por isso livro-me da saia longa e camiseta que vestia e coloco-me em meus antigos pijamas da época do ensino médio.

É bonitinho. Um unicórnio estampa a camiseta regata e outros pequenos o short.

Ligo a televisão e vou até a cozinha verificar o que poderia comer. Valentina como sempre, deixou um bocado de comida pronta e colocou bilhetinhos para me indicar o que era.

Ótimo, eu também precisava me preocupar como me alimentaria. Não que eu não soubesse cozinhar, sabia, contudo, sempre acabava queimando, empapando, salgando ou adoçando as coisas. Meu pai e irmão costumavam dizer que qualquer pessoa que sobreviva a minha comida se torna imortal.

Então basicamente eu poderia começar a viver de sanduíches, miojo, pizza, suco e água. Talvez seja bom acrescentar frutas nessa dieta, não preciso cozinhar elas.

Alcanço meu celular e olho todos os aplicativos de comida, indecisa entre um lanche nada saudável ou uma espera enorme por um prato de comida descente. Por uma hora inteira fico apenas pulando de restaurante em restaurante sem nunca me decidir.

Suspiro e jogo o aparelho no sofá. Verifico o relógio e decido que seria melhor comer fora, estava mesmo precisando sair um pouco.

Quando estou no meio do caminho para o quarto escuto batidas na porta. Franzo o cenho e retorno. Continuo encarando a porta enquanto a pessoa continua batendo e apertando a maldita campanhia.

- Será que você pode me deixar entrar? - fecho os olhos com força, perturbada com o som da sua voz - Seria muito imaturo me deixar aqui e...

Destranco a porta e a abro. Jace está parado no corredor, as mesmas roupas e uma expressão divertida no rosto. Nas suas mãos há uma garrafa de vinho, e na outra um pacote marrom de comida que cheira muito bem.

- O que está fazendo aqui? E como conseguiu subir? - disparo, ainda bloqueando sua entrada - Será que terei que começar a me preocupar com suas tendências obsessivas?

- Vamos com calma. - ele coça a garganta e adota uma seriedade fingida - Estou aqui em sinal de paz. - ergue as mãos, demonstrando passividade - O porteiro me deixou subir porque me viu aqui mais cedo. E eu disse que estava fazendo uma supresa para minha garota. - abro a boca para começar a xingá-lo. Jace é mais rápido e grita por cima de mim: - E não sou obsessivo em relação a você, eu diria excitado e talvez, admirado, não obsessivo.

- Jace, você é ridículo. - cuspo. Ele não parece ofendido. Quando é que o bom humor dele vai embora?

- Posso entrar? Não quero ser descoberto aqui, seria inconveniente pra você. - respiro fundo e dou um passo para o lado.

O homem invade minha casa sem se importar com minha resistência. Agindo como se conhecesse bem o lugar e o frequentasse, ele deixa suas compras sobre o balcão, lava as mãos na pia e abre os armários recolhendo taças, pratos e talheres.

- O que está fazendo? - balbucio debilmente ao vê-lo posicionar um jogo americano na pequena mesa ali.

- Arrumando a mesa para comermos, você sabe, podemos comer na sala se preferir.

- Não me lembro de convida-lo para comer.

- Não vejo mais ninguém aqui para comer com você. - cruzo os braços sobre o peito e continuo o observando.

- O que você trouxe? - seu sorriso se amplia, sabendo que me venceu.

Jace puxa da sacola pequenos recipientes atolados de comida. O primeiro que abre revela uma típica e saborosa feijoada, os outros são acompanhamentos. Meu estômago reage instantaneamente fazendo um barulho vergonhoso.

Ainda lutando com meu orgulho, sento em um dos lugares e alcanço a garrafa de vinho tinto. Abro-a e sirvo a nós dois. Tento ignorar o pequeno sorriso que ele exibe ao me ver sentada.

Mantenho meus olhos presos na comida enquanto coloco uma grande porção de tudo no meu prato.

- Você, nossa, está com fome, não é? - pergunta olhando para o pequeno monte que fiz no prato.

- A culpa é sua, estou a sessenta e seis dias sem a comida do meu país, e então aparece aqui com feijoada. - resmungo comendo a primeira garfada - Tudo isso vai para minha bunda, terei que malhar o dobro essa semana.

- Não deveria se preocupar com isso, você tem uma bunda maravilhosa. - olho para ele, Jace parece tranquilo enquanto come, como se não tivesse acabado de dizer algo sobre minha bunda.

- Eu tenho uma bunda ok. - rebato. Nunca tive a necessidade de ouvir elogios ou de ter uma reafirmação sobre minha aparência, mas há algo sobre ter Jace fazendo isso que me deixa satisfeita.

- Uma bunda ok? - ele parece indignado, quase insultado - Sua bunda é a nona maravilha do mundo, talvez a oitava. Não sei, ainda não decidi se seus peitos ganham ou não.

- Será que podemos comer sem que alguma parte do meu corpo venha a conversa? De preferência, comeremos em silêncio.

- Que mau humor! Achei que depois do que dei a você no carro, estaria mais alegre. - engasgo-me com a porção que comi e preciso ingerir quase toda minha taça para conseguir falar novamente.

- O que você quer de mim? - digo, após estar recuperado. O mar de mel se fixa em mim, curiosos - Hein?

Minha respiração está difícil, não apenas por meu quase falecimento mas também porque o clima ali pesou e se tornou difícil de aspirar. Jace inclina a cabeça para o lado, observando-me como se eu fosse um cubo mágico.

- O que há de tão fascinante em mim? Eu o enxotei da minha vida Jace!  - o lembro acidamente. Tento sorrir mas falho - Não respondi ou atendi suas ligações e mesmo assim ainda está aqui. O que você quer de mim?

- Você poderia, por um único momento, largar a porra da sua armadura e escudos reluzentes? - abro a boca, chocada - Eu lhe trouxe comida, e estou oferecendo minha companhia quando eu pude ver que estava triste por Valentina sair, então cale a boca e deixe de ser orgulhosa.

- Por que?

- Você não deve ter tido muitos amigos na escola, não é? - ele mastiga por alguns instantes e depois beberica de sua taça.

- Quer ser meu amigo?

- O que mais eu iria querer com você? - suas palavras me machucam mais do que achei que poderiam, não digo isso a ele, apenas empurro o súbito aperto no peito e forço minha melhor expressão de tédio.

- Amigo, e nada mais?

- Amigo e nada mais. - confirma contente. No entanto, um minuto depois, apoia os antebraços na mesa e se inclina para mim, seu rosto pairando alguns centímetros do meu - A não ser que você me peça pelo contrário.

- Não vai acontecer. Nunca.

- Nunca diga nunca, amor. - cruzo as pernas com força. Droga, ele tinha mesmo que ter esse sotaque arrastado do interior? Toda vez que ele diz loove minha vagina entende "fode" - Diga "hoje não" ou talvez "em breve" fica mais fácil admitir que está errada.

- Não vai acontecer. - repito com firmeza, ignorando Babi a Vagina - Certo, faremos isso então.

- Foder na mesa? - chuto sua perna por baixo da mesa - Não pode me culpar por tentar.

- Faremos essa coisa de sermos amigos. Será útil já que minha melhor amiga está casada com seu amigo por um ano.

- Exatamente. - ele bate palma, satisfeito com a situação - Seremos ótimos como amigos. Sua bunda gostosa e meu pau enorme.

Suspiro alto. Sua gargalhada vem em seguida.

Conseguimos terminar o almoço sem que eu arremesse algo em sua cabeça. Claro que isso me custou toda a paciência reservada para a semana.

Jace parecia realmente empenhado em sua nova posição em minha rotina e formulou um extenso questionário sobre minha vida, e por mais que eu odiasse me abrir daquela maneira, com ele, eu simplesmente falei.

Contei a ele sobre o trabalho e as minhas preocupações com os dois processos que tinha em mãos. Leigo ou não, Jace ouviu tudo, balançando a cabeça quando necessário e obviamente, fazendo comentário impertinentes quando não deveria.

Lavamos e secamos a louça, ignorando a máquina que poderia fazer isso. Nesta hora o homem de 34 anos se fora, e apenas um garoto arteiro ficara, pois diversas vezes precisei gritar com ele para parar de brincar com a espuma ou de me molhar com a torneira. Meu adorado e velho pijama estava todo respingado.

- Não acredito que você é fã de filmes ruins. - ouço-o gritar depois que decidi trocar de roupa. Visto minha camiseta rapidamente e retorno a tempo de vê-lo pegar o controle - Ei!

Puxo o controle da sua mão e o coloco contra o peito, impedindo que pegue de volta. Ocupo meu espaço no sofá e me aconchego as várias almofadas.

- Não é um filme ruim. Van Helsing é um clássico e eu amo. - ele faz uma careta para mim - E se não quiser, pode sair.

Aponto para a porta, deixando claro suas opções. Jace faz um som de escárnio e se livra dos sapatos pesados, coloca os pés na mesinha de centro e esparrama os abraços no encosto, consequentemente me englobando no calor de seus músculos.

Meu corpo fica subitamente tenso e assistir ao filme é pura tortura. Jace, ao contrário de mim, parece tranquilo, seus dedos acariciavam a pele do meu ombro de forma distraída, quase inocente demais.

Respiro fundo e solto o ar devagar focada em não saltar no homem ao meu lado.

Após uma hora inteira naquela posição, pelo canto de olho vejo-o alcançar seu celular no bolso assim que o escuta vibrar. O brilho baixo e sua tentativa de fingir desinteresse não me enganam. Confesso que me encostei um pouco mais nele para conseguir ler do que se tratava.

Sayuri. Uma mulher.

Um gigantescos nó se forma em minha garganta. Jace digita algo para ela e depois desliga a tela. Foco minha atenção no filme, contente por saber cada fala de cor e caso ele pergunte posso disfarçar afirmando completa concentração.

Mas ele não pergunta ou fala por vários minutos depois disso.

- Preciso ir. - dou um pulo ao ouvir sua voz tão perto. Giro a cabeça e o encaro com tédio.

- Está pedindo permissão para sair? - arqueio uma das sobrancelhas. Uso indicador e polegar para apertar seu queixo - Não sou sua mãe, bonitão. Vá.

- Estou apenas avisando, engraçadinha. - ele se inclina e deixa um beijo na ponta do meu nariz e depois em minha bochecha, perto demais da minha boca.

- Por que está me beijando? Não vamos fazer isso!

- Pensei que estava tudo bem, uma vez que passou metade do filme me tocando. - o que? Olho pra baixo e...Deus!

Rapidamente puxo minha mão que estava apoiada em sua coxa. Quando isso aconteceu? Olho para Jace e o vejo encarando o lugar vazio com descontentamento evidente.

- Tchau Jace. - murmuro abaixando o olhar para minhas mãos.

- Nos vemos na semana que vem. - não sei o que isso significa e não me importo em perguntar.

Escuto-o puxar uma respiração afiada e hesitar por um momento, porém acaba se levantando e saindo. Solto o ar que nem sabia que estava prendendo. Esfrego meu rosto com as duas mãos e grito abafado.

Dormir com ele foi um erro, um delicioso erro, mas não repetirei isso. Não importa o quanto ele me tente ou o quanto sua presença me conforte, ou quanto orgasmos ele é capaz de me dar. Jace é perigoso e eu não preciso disso.

Preciso do meu controle de volta.

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