A Camões
Eu ando de um lado,
Parado, para outro
Noutro mundo.
Profundo sentimento
Dentro, tenho em mim!
Assim levo minha vida...
Querida, te quero tanto,
Encanto de pessoa!
Atordoa em ti, pensar.
Amar! eis do que vivo.
Revivo mil recordações;
Ilusões a fazer-me sofrer!
Crer, porém eu creio,
Devaneio, que nada,
Amada! é ao acaso!
Passo os meus olhos,
Molho, pela realidade.
Verdade tão distante...
Visitante apaixonado,
Tocado, tu me tocas.
Desloca minha alma!
Calma, tende paciência;
Insistência, Eu amarei;
Sentirei-te, Amor!
Favor! em mim credes!
Vedes, que versos belos,
Singelos, que escreverei...
Estarei, Eu, tão risonho.
Sonho sede? não, deveras
Eras, Primaveras, amarei!
Atenteis nessas linhas,
Minhas lamúrias, Amor!
Clamor e comiseração:
Coração meu, quieto.
Afeto! acaso o ouve?
Devolve o meu Ar!
Suspirar já não consigo.
Amigo! me dizei porquê?
Crê, eu quero tanto viver!
Morrer de tanto amar;
Falar tão docilmente,
Sinceramente cantar!
Calar, então, me calo.
Falo, porém, algo mais:
Apraz-me lúcido pensar!