IM(PERCEPTÍVEL) | ✓

By angelsfloyd

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Phoebe Reed carregava em seu peito um único sentimento: ódio. Ela não suportava ver alguém sendo feliz, porqu... More

Im(perceptível)
Book trailer
Epígrafe
Prólogo
01| Inferno particular
02| Sensações
03| Perigo
04| Evitar é a melhor opção no momento
05| Eu a quero
06| Perdida
07| Um dia quase péssimo
08| Sonho realizado
09| Nada mais faz sentido
10| Dúvidas
12| Questionamentos
13| Algo mudou
O PRIMEIRO INOCENTE
14| Proteção
15| Medo
16| Se sentir amada é bom
17| Para amar e cuidar
O SEGUNDO INOCENTE
18| Insegurança
19| Eu não deveria ter confiado
20| Ela estava apenas me usando
21| Não pode ser
O TERCEIRO INOCENTE
22| Dor
23| Por que eu não consigo aceitar o óbvio?
24| Corra
25| Nunca mais ele me tocará
26| Loucura
27| Imperceptíveis
28| Eu não sou mais sozinha
29| Tudo desmoronou
30| Sem rumo
31| Imaginação
32| Desculpa
33| Eu te amo
34| Uma experiência nova
Epílogo
Notas finais
SPIN-OFF

11| Sentimentos estranhos

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By angelsfloyd

Tudo parece está de cabeça para baixo.

Não sei se minha vida já começou errada, ou se foi as pessoas que eu convivi que a fizeram virar essa merda, mas tudo parece ser tão difícil. Eu não sei lidar com sentimentos, porque eu nunca tinha sentido algo dessa forma.

Quando eu pus meus olhos em Axel Coleman eu sabia que ele seria um grande problema, meu Deus, como eu sabia.

Ele é o tipo de homem que eu fujo desde sempre. Na verdade, só por ele ser homem já é um grande problema.

Eu passei metade da minha vida vivendo um inferno e agora, alguém que não deveria me fazer se sentir bem com o seu toque, faz. Ele faz eu querer mais. Ele está fazendo eu fazer coisas que para mim não eram boas. Eu nunca tinha gostado do toque de alguém como eu gosto do dele. E cada vez que eu o vejo, eu quero beijá-lo. Eu quero senti-lo e isso não pode ser normal.

Até o jeito que ele fala me faz ficar admirada, e eu realmente não sei o que isso significa. E o pior de tudo é não ter amigas, nem ninguém para perguntar o que é isso.

Eu só queria saber porque tudo nele parece mil vezes mais interessante.

— Você está prestando atenção no que eu estou dizendo? — a pessoa que vem me levando a loucura me traz de volta a realidade.

Foco em seu rosto e não consigo controlar a vontade que estou de sentir seus lábios nos meus novamente. Que inferno!

— Sim, estou ouvindo... Se a gente entrar em contato com os familiares, não terá muito resultado, eu já te disse. O jeito seria montar um armadilha para ele, mas não tem como... Precisaríamos saber quem seria seu próximo alvo, e isso é impossível. Então, ainda continuo com a tática de divulgar foto das tatuagens... Seu irmão poderia olhar também, e nos dizer se conhece alguém que faz esses traços...

Ele presta atenção em cada palavra que eu digo e eu gosto disso. Significa que ele realmente se interessa no que eu falo. Meus outros parceiros geralmente queriam entrar entre as minhas pernas, mas não me achavam boa o suficiente para o trabalho... Bom, como é nítido, eu consegui me destacar mais que todos eles.

— Boa ideia você ter falado do meu irmão.. Vou fazer isso. Vou enviar para ele as fotos. Quem sabe ele já não viu nosso assassino por ai... — diz, com um de seus sorrisos lindos, e mais uma vez eu me pego olhando para ele como uma idiota.

— Faça isso, vou levar os arquivos para casa para estudar melhor sobre tudo, pode ser que tenha alguma coisa que esteja passando despercebido por nós. Não descansarei até pegar ele.

Me levanto, indo até o quadro. Agora que temos mais uma pista, tudo se torna um pouco mais fácil e ao mesmo tempo não.

Nenhum desses homens se pareciam ser estupradores, só o Max. Esse eu sabia. Como eu sabia.

O que me deixa com a dúvida é: Como nosso assassino sabia? Ninguém sabia. Eu sempre tive medo de contar, e mesmo depois dele morto, nunca disse para alguém, só para minha psicóloga, apenas. Mas isso é um assunto confidencial, ela não pode ter dito para outra pessoa. O que me leva a pensar que talvez ele me conheça. E se isso for verdade, não me sinto nenhum pouco segura.

— Hoje é sexta, amanhã você não trabalha... Para quê levar trabalho para casa podendo se divertir? — pergunta, se aproximando demais.

Me viro na sua direção olhando em seus olhos escuros demais. Ele está tão perto que se eu desse só mais um passo poderia juntar nossas bocas novamente, e isso nunca se pareceu tão certo na minha mente nublada.

— Não costumo me divertir... Minha vida se resulta em prender psicopatas, apenas.

Ele pega em um fio de cabelo que estava fora do lugar e se aproxima mais, me prendendo entre ele e o quadro.

— Que tal mudar isso? Só hoje?

— Você está me convidando para sair? — pergunto, olhando descaradamente para sua boca.

Não adianta mais eu tentar me enganar. Eu quero isso. Eu quero está perto dele, mesmo achando que eu tenho tudo para ser a única machucada da história.

— Se você aceitar, sim.

Sorrio, como a muito tempo não faço, na verdade, acho que poucas vezes eu fiz isso.

— Acho que você merece ter o prazer de me ter ao seu lado por essa noite. Só essa noite... — respondo, mordendo os lábios.

Meu movimento parece ter sido um convite para ele, porque ele quebra a distância de nossas bocas, me mostrando o quanto isso é bom. Bom demais.

Em toda a minha mísera vida eu nunca achei que fosse gostar tanto assim de sentir mãos grandes apertando a minha cintura, como ele faz.

Seus lábios parecem ser um doce que eu não como a muito tempo, porque tudo que eu mais quero é nunca mais parar de sentir eles. Acho que posso até comparar eles com chocolate, eu o trocaria rapidamente por eles.

Nossas línguas juntas fazem uma dança silenciosa, mas picante. E eu odeio coisas picantes, mas essa, com certeza vai entrar para minha lista de coisas que eu gosto e muito.

Afastamos nossas bocas por falta de ar, mas ele não afasta seu rosto, e por isso, sinto sua respiração e finalmente entendo que não tem como eu fugir disso. Acho que nesse momento, é impossível.

— A galera marcou de se encontrar no bar aqui perto, no final do expediente... Tudo bem se formos para lá? Eu prometi ao Joshua que ia com ele.. — sussurra, com sua voz rouca, carregada de algo que eu prefiro não pensar muito.

Abro meus olhos pensando sobre isso. Trabalho com a mesma equipe a quase três anos e nunca participei desses encontros, nunca gostei de lugares muito cheios. Mas hoje eu quero ser normal. Pelo menos só hoje.

— Tudo bem... Eu irei. — falo, por fim. E sem pensar, dou um selinho em seus lábios. Isso é bom demais.

— Gosto quando você faz isso... — ele diz, passando seu dedo indicador em meus lábios

— Isso o que?

— Me beija. Pode fazer sempre. Eu adoro.

E sem esperar por uma resposta, ele me puxa pela nuca e junta nossos lábios de novo, e jesus, eu poderia morrer agora, com toda certeza eu morreria muito feliz, porque eu finalmente senti algo bom.

(...)

O barulho alto de uma música eletrônica junto com os olhares dos policiais que trabalham comigo me faz me arrepender rapidamente de ter vindo. Isso não faz parte do meu mundo.

Joshua saiu junto com Axel para ir buscar bebidas e eu estou querendo ir embora a todo momento. Não gosto de ser o centro das atenções mas tenho impressão, que nesse momento eu sou.

Fico observando alguns policiais subirem no palco e cantarem músicas até bonitas, mas suas vozes não parece ajudar muito, por isso, sem nem perceber solto um sorriso para o desafinamento deles.

Isso me faz lembrar da época em que fazia aulas de música, eu até gostava, era um dos poucos momentos que eu realmente fazia algo que gostava, mas tudo pareceu perder o sentido depois do que aconteceu.

— Já te disseram que seu sorriso é lindo? — escuto alguém falar perto demais de mim.

Me viro automaticamente para olhar quem é, mas não o conheço.

— Obrigada — o respondo, para não ser mal educada, mas não gosto da sua proximidade.

— Posso me sentar aqui? — pergunta, já se sentando.

Seus dedos roçam no meu braço e eu tento me afastar um pouco, mas ele se aproxima.

— Eu não lembro de ter dito que você poderia sentar aqui, tão perto... Eu estou acompanhada. — falo, na tentativa de me levantar para sair de perto dele, mas ele segura em meu braço, e seu toque me deixa em alerta, como a muito tempo não acontece.

— Você não se lembra de mim? — insiste, passando suas mãos asquerosas em meu braço.

Olho em seus olhos, tentando o reconhecer, mas nada sai.

Acho que nunca o vi na minha vida.

— Não. Agora me solta! — tento puxar meu braço, mas ele o aperta com mais força.

— Claro que vadias fingem não lembrar né...

Uma vontade absurda de chorar me atinge, porque a forma como ele está pegando em meu braço me faz lembrar de coisas que eu não quero lembrar, mas tento me manter forte e antes que eu tome a iniciativa de o afastar, vejo ele ser puxado brutalmente de perto de mim.

Axel parece um cão bravo batendo no homem como se ele fosse um saco de batatas e tudo que eu penso em fazer é para-lo, mas eu simplesmente não consigo me mover.

Graças a Deus, os nossos colegas foram fazer o que eu não consegui.

As coisas pareciam estar passando em câmera lenta nos meus olhos, e eu ainda não conseguia me mover.

— Você está bem? — ele me pergunta, assim que se afasta do tal homem, passando suas mãos em meu rosto, como se estivesse tocando em uma boneca de porcelana. Com o maior cuidado do mundo.

Tento dizer alguma coisa, mas nada parece sair, então opto por não dizer nada, apenas fico olhando em seus olhos, porque eu descobri hoje que isso me acalma e me faz esquecer.

— Você quer ir embora? — insiste mais uma vez, e agora eu consigo o responder.

— Não, não quero estragar a noite. — sussurro, indo me sentar.

Vejo do outro lado o homem conversando com alguns policiais que não fazem parte do nosso departamento, e seu olhar na nossa direção diz algo que eu conheço bem: ódio.

— Se você quiser embora está tudo bem, aquele imbecil tem a mania de se aproximar de mulheres mesmo sem elas permitirem, chefe. — Joshua diz, me entregando um copo de água.

— Bom saber disso... Vou informar ao Martins o tipo de pessoa que ele coloca para trabalhar conosco... — digo, pegando o copo de água e tomando uma boa quantidade.

Depois desse episódio, tentei focar nas pessoas ao meu redor, e até consegui me divertir um pouco com eles.

Conheci alguns dos policiais da minha equipe, e agora me sinto uma pessoa horrível por nunca ter dado meras palavras para eles.

São pessoas como eu, que também tem problemas pessoais, às vezes até se podem se comparar com os meus, e ainda assim, eu preferi me manter reclusa, na minha vida sem graça.

Ao escutar mais uma das piadinhas sem graça de Oliver, um dos melhores hackers do departamento, percebo que ele é solitário, mas tenta ao máximo se entrosar no meio da turma. Me identifico com ele, só não na parte de querer se envolver com todos.

Olho para Axel, que está com um sorriso de lado, olhando para mim. Devolvo o sorriso, sem não conseguir não fazer isso. As vezes acho que ele entrou na minha vida para me ajudar, mas as vezes acho que foi para terminar de fuder ela mais ainda.

— Você sabia que eu te achava super autoritária no início de tudo? Mas hoje você mudou um pouco essa concepção... — Oliver diz, chamando minha atenção.

Quebro o contato dos meus olhos com os de Axel para olhar para ele.

— Que bom que consegui te fazer mudar de opinião, caso contrário, teria que te demitir. — falo, sorrindo, mas as pessoas não parecem ter interpretado bem o que eu disse. - Gente, eu estou brincando...

Depois de terminar minha frase nem eu acredito. Desde quando eu brinco meu Deus?

— Nooossa! Eu realmente fiquei nervoso... — diz, parecendo aliviado.

— Eu sei brincar gente, não sou tão malvada assim... — sorrio para eles, levantando meu copo.

— Bom saber chefe... — Joshua diz, com um brilho diferente nos olhos, mas não foco muito nisso.

— A noite realmente foi divertida, mas tenho que ir embora...

Me levanto da mesa, depositando o copo vazio em cima dela.

Vejo os olhares de tristeza voltados para mim e eu realmente gosto de ver isso. Significa que eles me querem por perto. Vejo pela minha visão periférica Axel se levantar também.

— Também irei embora... — diz, e os olhares automaticamente se voltam para nós dois e eu fico com uma puta vergonha disso. Nunca achei que fosse me sentir assim.

De fato venho sentindo milhares de outras coisas diferentes.

Ninguém diz mais nada porque os olhares já entrega o que estão pensando, cogito dizer a ele que não era necessário ele ir, mas talvez seja só apenas coincidência e ele realmente queira ir embora também.

— Até mais chefe espero que você venha mais vezes... — Oliver diz, com um sorriso tímido de lado.

Aceno para ele concordando. Logo depois me afasto, e escuto os passos dele me acompanhando.

— Você realmente gostou de hoje? — pergunta, quando estamos perto do carro.

Olho para ele, e solto um sorriso. Ele parece ficar ainda mais charmoso quando bota a mão em seu bolso, como se estivesse tentando as manter longe.

— Sim... Obrigada por me convidar, fiquei até me sentindo um pouco mal por não conhecer a minha própria equipe... Mas realmente foi importante hoje... Tirando a parte daquele imbecil, foi tudo perfeito. Inclusive, obrigada por te me ajudado, mas não era necessário, eu poderia lidar com ele. — sussurro, tentando evitar olhar muito em seus olhos.

Ele se aproxima mais um pouco, ficando poucos centímetros longe.

— As vezes é importante mudar a rotina e conhecer as pessoas que te cercam... Espero que você venha mais vezes, eles realmente te admiram muito. — ele coloca sua mão no teto do carro, me prendendo entre seu corpo e ele — E sobre aquele idiota, eu te ajudei porque não gostei de ver ele te tocando daquela forma... E seus olhos demonstravam algo que eu também não gostei... — a última parte ele quase sussurra perto do meu ouvido, e santo Deus, pude sentir todos os pelos do meu corpo se arrepiarem com isso.

— Que forma? — pergunto, não conseguindo evitar.

— Como se ele te conhecesse bem... Como se ele tivesse o direito de te tocar...

Seu olhar é a coisa mais intensa que já vi na vida, e porra, é a mais linda também. Parece que tem a constelação toda neles, e eu sempre fui apaixonada pelas estrelas, desde pequena.

— Isso te incomodou?! — a pergunta sai mais como uma resposta. 

— Sim... Não gostei e acho que nunca vou gostar de ver alguém te tocando... 

Suas palavras deveriam me deixar com raiva, afinal, ele não é nada meu, e eu não deveria de ouvir alguém dizendo isso. Mas eu gostei. E não tem como eu evitar isso.

E sem conseguir dizer mais nada, eu apenas faço o que eu quero desde o início da noite.

Passo meus braços ao redor do seu pescoço puxando seu rosto e seu corpo para se colar mais ao meu, e esse contato nunca se pareceu tão certo como agora. Tudo com ele parece certo demais.

Enquanto nos beijamos, não consigo ver nada do que acontece ao nosso redor, porque só nós dois importa, e isso sim é um erro. Porque eu não vejo a pessoa que deveria ver do outro lado da rua, nos observando.


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