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By autoratriz

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Abaixo de todas as luzes de Nova Iorque, Sensuous é um meio para a diversão, para a sensualidade e, na opiniã... More

Dedicatória
Epígrafe
Welcome to Sensuous
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 06

Capítulo 05

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By autoratriz

— Esteja aqui segunda às nove. 

Foi tudo o que Cece Ross disse após assistir a minha audição. Logo depois, ela saiu do auditório do palco principal, alegando estar indo para seu escritório antes que os dançarinos e espectadores da Sensuous chegassem para mais uma noite. 

Sean e Dante esperaram até que Cece saísse da sala para comemorarem, abrindo dois grandes sorrisos para mim. Sean disse que achou o meu pedido – para coreografar todo número que participarei – ousado e que sua mãe não deixaria as coisas fáceis para mim tão cedo. Isso é algo que já esperava, nada será fácil para mim já que, agora, faço parte do infame cabaré Sensuous. 

— Vem, nós ainda temos muito a te mostrar, Davina. — Sean falou. Eles, então, focaram em mostrar o máximo que podiam do teatro – ou algumas partes que eu precisava conhecer – antes das oito da noite, que é quando os dançarinos se preparam para a longa noite, porém apenas conseguiram me mostrar os bastidores e os camarins.

Indo para a parte de trás do palco, há objetos e acessórios que eu já imaginava que Sensuous teria, assim como qualquer outro teatro. Uma parede de cordas para abrir e fechar as cortinas, levantar cenários e todas as suas outras mil utilidades e responsabilidades. No lado esquerdo há uma extensão do bar escondida atrás do bar principal, exclusivo para os funcionários, como uma sala de descanso, é escura e um pouco bagunçada, talvez fique muito abafada durante a troca de números e a falação da platéia, mas parece – minimamente – confortável. 

Para o lado direito há mesas de som e muitas mesas de controle, que eu desconheço a função. Já no meio há uma grande escada, o tipo de escada que qualquer pessoa veria em mansões antigas, é bonita e imponente, com led colado em cada degrau para iluminar a subida. Ela leva para os camarins e sala de figurinos.

Sean explicou que podemos acessar esses cômodos por um corredor no térreo, onde não há um grande fluxo de gente e para não ter a necessidade de passar pelo palco. Há dois grandes camarins: o feminino e o masculino. Eles não são tão diferentes dos camarins de teatros ou de estúdios de dança, há muitos espelhos, mesas e cadeiras, algumas araras de roupas e um banheiro dentro de cada um. Quando estávamos saindo do camarim feminino, eu vi, através do espelho, uma foto das garotas da Sensuous no palco, com figurinos e cada uma fazendo uma pose única, eu poderia jurar que conhecia a garota loira ao centro da fotografia, mas estava longe demais para poder observar e me lembrar. Antes que eu pudesse caminhar até a parede contrária e analisar a foto, Sean me puxou, alegando que tentaria mostrar a sala de figurinos e – talvez – explicar coisas como o salário, horários e como o cabaré funciona, mas Dante o interrompeu, falando que alguns dançarinos tinham chegado e mais uma noite de show começaria em breve.

— Você pode ficar para assistir, se quiser, ou só por algumas horas, aqui não fica cheio imediatamente. — Sean falou. 

— Eu vou ter muito tempo para isso depois. — Respondo.

Dante me acompanhou até a saída em silêncio, algumas pessoas lentamente entravam, homens e mulheres, com bolsas grandes de ginástica, outros já amarrando os aventais em volta da cintura e pescoço, a mesa de recepção não estava mais vazia, algumas pessoas já compravam tickets.

— Eu sei onde fica a saída, Dante.

— Na verdade, eu quero perguntar se precisa de uma carona.

— Está quase perto das oito horas, você precisa ir trabalhar. Ou sextas são seus dias de folga aqui também?

Ele sorri. — Não, não são. Mas eu ainda tenho uma hora, ou algo perto disso, antes do meu primeiro número, então não se preocupe.

Eu inspiro o ar gelado depois de perceber que tive um longo dia, já do lado de fora de Sensuous, a frustração ainda está correndo em meu corpo porque meus problemas não foram completamente resolvidos. Nova Iorque consegue ser insuportavelmente quente durante a manhã, mas bem fria durante a noite. Também há a questão de que meu hotel não fica nem um pouco perto de Sensuous e a caminhada longa acabaria com toda a força que me resta, então decido aceitar a oferta de Dante, pegando o capacete que ele me entregou, novamente me sentindo relutante e o mandando um olhar feio antes de subir na garupa de sua moto mortífera.

O trajeto foi tranquilo e Dante conseguiu desviar do trânsito lento facilmente. Todo o meu corpo gritava por descanso e sono, mas o vento forte e frio batendo constantemente em meu rosto me fez entrar em uma espécie de transe e batalha mental entre o torpor e a vigilância.

— Chique. — Ele disse depois de parar em frente ao hotel, observando-o. — Você sabe que pode...

— Não precisa, Dante. — Eu sabia o que ele iria perguntar, novamente seria sobre sua proposta para morar com ele, apenas antecipei a resposta. — Eu vou dar um jeito. — Há poucos dias desde que eu cheguei em Nova Iorque e meus planos resolveram não funcionar, o que é raro, então ter pelo menos uma coisa sob meu controle seria bom para variar. Bom, eventualmente, seriam duas coisas: as minhas coreografias para a Sensuous e o lugar onde irei morar. Novamente recusei a oferta de Dante e me despedi dele, devolvendo seu capacete.

Tentei aproveitar minha última diária ao máximo, enchi a banheira até a água quente chegar perto da borda, usei sais, óleos e pétalas de rosas. A água transbordou no momento em que mergulhei meu corpo na banheira, eu não me importei. O banheiro tem uma vista incrível de Nova Iorque, uma que eu nunca poderei esquecer, às vezes, antes do Sol aparecer, é como se estivesse nas nuvens.

Depois do longo banho, deitei na grande e confortável cama de casal, deixando minhas costas relaxarem aos poucos sobre os lençóis macios. Eventualmente o cansaço me alcançou e eu não lutei contra ele.

Paz. Era o que eu precisava.

Sábado. Uma nova jornada à procura de uma casa. Eu não estava pronta para sair do conforto do hotel três estrelas em que me hospedei, por isso tentei estender minha estadia. Não funcionou, o hotel é muito conhecido entre turistas e empresários que viajam para Nova Iorque a trabalho, portanto ele sempre está cheio de hóspedes e quartos lotados, os únicos quartos disponíveis custavam mais do que o resto do meu dinheiro poderia pagar.

Então procurei pelos panfletos amassados de casas a apartamentos para alugar no fundo da minha bolsa, praticamente rezando para que, no fim do dia, eu estivesse embaixo de um teto, livre de preocupações. Me custou algumas voltas pelo Brooklyn e uma parte do Queens até achar um prédio de apartamentos para alugar há vinte minutos de carro da Sensuous, o que é um ponto positivo.

O apartamento não é nada impressionante, tampouco o prédio, mas o aluguel não é caro, outro ponto positivo. A cozinha e a sala ficam em um ambiente só, em um conceito aberto, não é um espaço grande, o máximo que eu posso fazer aqui é me alongar no chão de madeira escura entre o sofá e a pequena televisão. Na cozinha tem um balcão que divide o espaço da cozinha do espaço da sala, o balcão também serve como uma mesa, contendo bancos altos embaixo dele. O espaço da cozinha é ainda menor e mais apertado, eu mal precisaria me mover para alcançar o que preciso ali, bastava girar o corpo. Há apenas um quarto no apartamento inteiro, intitulado como "suíte com banheiro", porém a cama de casal média lutava pelo espaço com o grande guarda-roupa de madeira clara, uma porta estreita ao lado direito levava ao também banheiro estreito, contendo apenas o necessário.

Eu poderia me sentir sufocada aqui se não fosse as grandes janelas da sala e do quarto, elas deixam muita luz entrar, muito ar circular, o que me deixa mais calma.

Consegui fechar negócio antes das três horas da tarde, o horário que deveria fazer o check-out do hotel. Subir dois andares de escadas com mais de três malas grandes não foi tão complicado quanto eu esperava, mas, mesmo assim, precisei encostar no balcão para retomar o fôlego.

O resto do fim de semana foi mais cansativo. Eu não sei quem viveu ali, poderia ter sido um drogado, um traficante de drogas, uma pessoa acumuladora ou alguém desleixado que deixou cair refrigerante de uva no sofá cinza. A limpeza durou por muitas horas e eu tive que arranjar ideias criativas para tudo estar no mais perfeito estado. 

Quando eu terminei, no domingo de tarde, eu percebi que as malas ainda estavam em um canto do quarto, intocadas, pensei em desfazê-las, pensei em organizar minhas roupas no guarda-roupa antigo, mas algo me impediu de fazê-lo. Então eu continuei onde eu estava, sem nunca desfazer as malas.

E agora, segunda, às oito e cinquenta da manhã, eu estou na frente da entrada luxuosa de Sensuous, vestida com uma legging preta, blusa vermelha escura e carregando uma bolsa de ginástica, pensando "o que porras eu fiz com a minha vida?".

Hipocrisia ou desespero?

Davina Larson, a promessa de Filadélfia, agora no cabaré que Nova Iorque não consegue decidir se ama ou odeia, e, honestamente, não me sinto capaz de decidir se o amo ou odeio também, por mais que esteja mais inclinada para odiá-lo.

A fama de Sensuous nunca foi boa, por mais que eu tenha ficado encantada com seu interior, a decoração, a grandiosidade, não significa que Sensuous seja um paraíso. Há anos que escuto sobre brigas, fofocas, intrigas e rumores sobre o cabaré, mas não há nada que se compare com estar no ambiente originário de todos esses comentários. Nunca passou pela minha cabeça que um dia eu entraria ali, muito menos dançar ali, mas estou aqui mesmo assim, não estou?

Então, os dois. hipocrisia e desespero.

— Você vai ficar parada aí para sempre? — Sean me surpreendeu quando apareceu ao meu lado, vestindo uma camisa azul escura que realça sua pele negra e segurando um porta copos de papelão com quatro copos, exalando o cheiro de café quente. — Café?

— Não, obrigada.

Sean continuou ali, parado ao meu lado, em silêncio, olhando para Sensuous. A rua sem saída em U atrás de nós, cada carro levando um pedaço do caos de Nova Iorque. E como eu esperava, o silêncio entre nós ficou estranho e inconfortável rapidamente, Sean, como filho de Cece Ross, conseguiu deixar o ambiente ainda mais estranho e inconfortável apenas dizendo: — Agora você está no clube de stripper.

Me viro para Sean, que está com um sorrisinho debochado no rosto. — Eu pensei que estávamos recomeçando.

— E estamos, — Ele afirma. — eu só estou brincando, Davina.

Eu suspiro, olhando para Sensuous. — Você vai se acostumar eventualmente, não é tão terrível quanto você pensa, somos como uma família aqui. — Sean quebra o silêncio novamente. 

— Não é tão terrível quanto eu penso, huh? Então quer dizer que é terrível?

— Você deve ter escutado rumores aqui e ali sobre Sensuous.

— E quais são verdade?

Ele ri, mas não responde a minha pergunta. — Agora, é melhor entrarmos, dona Cece Ross não gosta de atrasos.

Isso é algo que eu tenho em comum com Cece, nunca gostei de atrasos, da minha parte ou da parte de dançarinos que formavam grupos de dança comigo, sempre achei algo inadmissível e completamente irresponsável – uma das razões pelo qual decidi não formar grupos, nem para apenas um número de dança numa competição – mas era divertido ver concorrentes chegando atrasados para suas apresentações depois de um imprevisto. Estranhamente, quando Davina Larson está participando de uma competição, ficar trancado em um dos vestiários é mais comum que o normal.

Minha rotina no cabaré não será nada fácil, Cece decidiu que, para eu ter o que quero, minhas próprias coreografias, eu teria que suar e muito. Sensuous funciona todos os dias, porém só é aberto ao público de quarta à sábado. Infelizmente preciso ensaiar todos os dias, aparecer com novas coreografias, músicas e passos de dança todos os dias. Mas vou fazer valer a pena.

— Nós aprendemos e ensaiamos as coreografias no palco principal, é mais fácil para termos a noção de espaço. — Então começamos a ir para aquela direção, dessa vez, usando a entrada para dançarinos. Mais uma vez me surpreendi pela grandiosidade do cabaré. O palco principal é enorme, os camarins ficam atrás do palco, portanto andamos o tamanho equivalente a essa mesma distância. Pude ver que Sensuous se amplia ainda mais, mostrando mais corredores, escadas, janelas e portas, parecendo ter um número infinito delas. — É normal uma reação dessa quando é sua primeira vez aqui. — Ele diz apontando para o meu olhar curioso.

— Óbvio! Quero dizer, desde quando Nova Iorque tem algo desse tamanho sem querer transformar em um prédio, museu ou algo do tipo? — Falo contendo minha voz. Sean balança a cabeça. — Quantas salas tem aqui?

— Só sei que são muitas, minha mãe é quem mantém controle sobre esse tipo de coisa. Mas nós temos salas de jogos, salões de festas, muitas salas de depósitos, além das salas de dança, é claro — Ele fala gesticulando. — e também temos quartos.

— Quartos?

— É, nunca se sabe. — Eu olho confusa para ele. — Também ganhar um dinheiro extra é sempre bom.

— Espera, o que?! — Falo parando no meio do corredor, observando Sean, indignada. Ele começa a gargalhar descontroladamente.

— Ei, foi você quem disse que Sensuous é um clube de prostitutas e strippers, não eu! — Ele diz ainda rindo.

— Eu não estava falando sério!

— Então Davina Larson sabe como ser dramática? — Nós voltamos a andar.

— Ocasionalmente. — Respondo.

Então, no fundo do prédio há um grande corredor cheio de janelas grandes e imponentes, mostrando uma rua qualquer bem movimentada do Brooklyn, nesse corredor há placas indicando cada camarim, banheiro e a sala de figurinos. — Aqui. — Sean diz me entregando um cadeado e uma chave. — É só escolher um armário vazio para guardar suas coisas, te encontro depois.

Sean entrou no camarim masculino, o primeiro à esquerda, eu segui até estar na frente da placa indicando o camarim feminino. Não foi difícil achar um armário vazio, há uma parede inteira deles no lado esquerdo do camarim, são pequenos, mas espaçosos. Guardo minha bolsa de ginástica em um dos armários azuis e saio do camarim em direção à longa escada.

Todo o lugar estava em completo silêncio e, então, uma voz retumbou por todo o espaço: a voz de Cece Ross. Cece começa a gritar ordens, não consigo ouvir direito por conta da cortina, abafando os sons. Logo desço as escadas e saio dos bastidores, indo para o palco. Senhora Ross está parada no meio do palco, usando saltos enormes, argolas chamativas e um vestido tubo preto, com Dante ao seu lado. Percebo outros dançarinos, muitos dançarinos, sentados na parte VIP de Sensuous, as mesas que ficam na frente do palco. — Está atrasada, Davina! — É a primeira coisa que Cece diz depois de me ver.

Procuro por um relógio de parede, porém não encontro nenhum, tenho certeza que, por mais que tenha ficado distraída olhando para os vários corredores de Sensuous, a caminhada com Sean não foi demorada. Então me aproximo de Dante, pegando em seu braço esquerdo, surpreendendo-o, e checando o horário em seu relógio de pulso prata. — São nove em ponto. — Confirmo.

Cece me imita, também pegando o braço de Dante, com o mesmo confuso entre nós, e checa o horário em seu relógio. — Trinta segundos atrasada.

E, assim como no dia em que a conheci, deixo meu queixo cair em descrença, porém pronta para retrucar. Dante deve ter previsto que eu iria falar algo e tossiu falsamente, colocando o braço em meus ombros, me tirando de perto de Cece. — Bom dia, Davina. — Ele fala para mim. — Vou te apresentar aos outros dançarinos. — Fala mais alto para que todos escutassem e para que impedisse uma possível briga entre Ross e eu.

— Não temos tempo para isso agora, Dante. Vamos garotas, vocês precisam ensaiar, subam no palco. — Mesmo assim, Dante continua com o braço ao meu redor enquanto descemos as escadas do palco, depois nos encostando em uma das mesas, não muito distantes do resto dos dançarinos. Retirei seu braço do meu redor com uma chacoalhada nos ombros.

Seis garotas sobem ao palco, consigo perceber que alguns de seus penteados são complicados, imitando os penteados dos anos 20, outras estão usando perucas. Seis cadeiras são colocadas no palco em uma linha horizontal com cada garota ficando atrás de cada cadeira, todas esperando pela música.

E então, a melodia memorável começou. Chicago é um musical muito conhecido no mundo da dança e da música, honestamente é muito conhecido no mundo inteiro. Um grande sucesso da Broadway que virou um grande sucesso do cinema. Qualquer dançarino que se preze deseja que uma peça onde ele dançou vire um sucesso na Broadway e nos cinemas. A melodia de Cell Block Tango começa a ganhar força em todo o palco da Sensuous enquanto as garotas dublam as vozes.

Pop! Six! Squish! Uh uh! Cicero, Lipschitz!

A música sobre as seis assassinas do presídio do condado de Cook County explica – em detalhes – como elas matam seus parceiros, a razão pelo o qual fizeram tal ato e como qualquer pessoa iria fazer o mesmo se estivessem em seus lugares. Estourar chicletes, ter seis esposas, ser acusada de transar com o leiteiro, uma garota – realmente – inocente, uma traição no hotel Cícero e um pintor se "descobrindo".

He had it coming
He had it coming
He only had himself to blame

If you'd have been there
If you'd have seen it
I betcha you would have done the same!

Roxie Hart é a estrela do musical Chicago, a história é sobre ela, entretanto, Roxie é uma artista procurando por sucesso, reconhecimento e fama, ela não mede esforços para isso. Mas as coisas saem de controle, ela trai seu marido e mata seu amante e apenas um advogado pode fazê-la virar a queridinha de Chicago e uma pessoa inocente aos olhos de todos com apenas uma manchete principal exibindo seu nome.

A primeira garota faz sua coreografia seguindo a letra da música e o refrão toca novamente.

He had it coming
He had it coming
He only had himself to blame

If you'd have been there
If you'd have seen it
I betcha you would have done the same!

Hart logo aprende que o advogado também almeja por poder e reconhecimento, as garotas de Cook County precisam – praticamente – competir por sua atenção. Quem atrair mais manchetes ganha. E então começa uma grande atuação para provar que as assassinas são inocentes.

Mais uma parte da música passa, contando sobre outras duas histórias, cada garota fazendo sua coreografia em seu devido tempo com o refrão, mais uma vez, dividindo suas partes.

Cell Block Tango tem muitas pausas para falas, uma coreografia considerada complicada e definitivamente é um número grande.

E então chega a parte de Velma Kelly.

My sister Veronica and I had this double act
And my husband Charlie traveled around with us

Now for the last number in our act, we did 20 acrobatic tricks in our world
One, two, three, four, five, splits, spread eagles
Back flips, Flip flops, one right after the other

Velma Kelly e a irmã eram as estrelas de um cabaré de Chicago, até Velma encontrá-la com seu marido e matá-los.

Mesmo assim, ela ainda era a estrela de Chicago.

A garota interpretando Velma usa uma peruca curta preta, assim como no musical. Seu corpo se move com uma precisão incrível, uma que eu não via há anos. Movimentos limpos e passos completos. 

Well, this one night before the show we were in the hotel Cicero
The three of us Boozin' and havin' a few laughs
And we ran out of ice, so I went out to get some

I come back, open the door
And there's Veronica and Charlie
Doing number seventeen
The spread eagle

Para o desgosto de Velma, Roxie acaba roubando seu estrelato, sempre arranjando uma nova história falsa para encantar Chicago e mantê-la nas manchetes.

A confiança e determinação. O olhar azul afiado como uma faca. Eu já a vi dançar.

Well, I was in such a state of shock
I completely blacked out I can't remember a thing
It wasn't until later
When I was washing the blood off my hands
I even knew they were dead

Velma se desespera, ninguém tinha a possibilidade de apagá-la das manchetes, mas Roxie Hart conseguiu.

Essa não é uma história estranha para mim.

Eu estou em estado de choque.

They had it coming
They had it coming
They had it coming all along

I didn't do it (She didn't do it)
But if I'd done it (But if she done it)
How could you tell me that I was wrong?

E como uma ironia do destino, eu reencontro minha Velma Kelly.

Assim como Roxie fez os holofotes focarem nela e esquecerem de Velma, eu fiz cada jurado, dançarino e coreógrafo focar em mim, deixando ela no escuro, sem nenhuma atenção.

Eu a fiz ficar em segundo lugar, me colocando em primeiro no pódio. Exceto que eu não entrei em sua vida do nada, foi ela quem me permitiu entrar em sua vida e me ensinou cada coisa que carrego até hoje. Ela me contou cada segredinho sujo, me mostrou cada sabotagem, demonstrou cada passo de como eu deveria fazer para chegar ao topo.

Ela criou seu próprio ponto fraco.

Eu não prestei atenção para o resto do ensaio, não quando uma chuva de memórias e caos se infiltraram em minha cabeça, combinando com a música alta. Os passos dela deixaram de ser tão precisos quando percebeu que minha atenção estava presa nela.

Os traços finos e o nariz arrebitado eram inconfundíveis. Quando o número acabou, ela soube para quem estava olhando, assim como eu percebi o cabelo loiro e brilhante embaixo da peruca preta. As duas segurando o fôlego diante a realização.

Eu estou diante de Tess Bulot.

O que estão achando até agora?

Pequeno Aviso: Agora eu tenho um Instagram direcionado para a minha escrita, meus leitores e tudo sobre meus livros. Vocês podem encontrar o perfil pelo link na minha bio ou pesquisando diretamente no Instagram!

Instagram: trizwriter
Twitter: viciouscavill

Gostaria de agradecer todos que estão lendo, comentando e votando. Também aos que interagem comigo no Twitter sobre meu livro, isso me incentiva mais do que vocês podem imaginar. Muito obrigada!

xoxo

TRIZ.

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