Máscaras (Girafa)

By pinkblairbr

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Rafa, Agente Federal com sede de vingança que se mete em uma trama envolvendo uma família poderosa de Brasil... More

1 - Memórias
2 - Memórias II
3 - Dra. Furacão
4 - Eu Sei de Cor
5 - Titchela
6 - RANU
7 - Preparativos
8 - Operação Hydra
9 - Back To Black
10 - Just Like Fire
11- Abismo Girafa
12 - Anacrônico
13 - Outro Nível
14 - O que ta acontecendo????
15 - Imperfeição
16 - Corrente Alternada
17 - Run
18 - Caminhos
19 - OUTBREAK GIRAFFE
20 - Let's be Friends
21 - Gatas Extraordinárias
22 - Medusa
23 - Origem da vida
24 - AKA Jessy Nelson
25 - Bonança
26 - Mãos atadas
27 - I'm into you, barely breathe
28 - IMPASSE
29 - Physical
30 - Ainda Bem
31 - Apreensão
32 - Revelações - Parte 1
33 - Revelações Parte 2
34 - Quem diria?
35 - Teoria do Caos
36 - Malu Gabatti
37 - Em Minhas Veias (In My Blood)
38 - GINU
39 - Por um Minuto (Part I)
40 - Deve ser Horrível dormir sem mim (II)
41 - The Feeling (A sensação)
42 - Underdogs
43 - Em cima da Moto??
44 - Mudanças
45 - Acaso
46 - Á La Mary Jane
47 - há quanto tempo?
48 - Bobo, falso abobado!
49 - Like a River
50 - Mais que o amor
51 - Um Desejo dois irmãos
52 - Hurt
53 - LyLLa Bicalimann
54 - Please Don't Leave Me
55 - Luxúria
56 - Caos
57 - Inimigo
58 - SETEVIDAS
59 - Fuga
60 - Três lados
61 - Karaoke
62 - Obrigada por me escolher
63 - Dois furacões
64 - Head Over Feet
65 - Sufoco
66 - Inesquecível
68 - Feliz dia dos namorados Meu Amor
69 - Feliz Aniversário

67 - Enquanto eu respirar vou me lembrar de você

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By pinkblairbr

Foto de capa - 'Ouroboros' representam o conceito da eternidade, através da figura de uma serpente que morde a própria cauda. Simboliza a constante evolução e movimento da vida. é usado também na representação do que é eterno e infinito, da criação do universo. Aqui exemplifica o encerrar de um ciclo para que outro possa começar.

Notas da Autora

Chegamos ao final dessa história que se tornou tão importante para mim e pela sua estima demorou 40 dias para que começasse a escrever seu final.

Peço desculpas se não me mantive fiel a minha escrita até aqui, mas realmente foi difícil terminar.

Estava com dificuldade em colocar no papel meus pensamentos e ideias ate que alguém mais que especial me lembrou que finais são importantes e emoções, mesmo as ruins , devem ser apreciadas.

Então, aqui estou me despedindo de vocês, dos personagens que amei tanto, aqueles que me ajudaram em momentos de reflexão, aqueles em que projetei coisas sobre mim mesma e pessoas ao meu redor. Também dou meu Adeus ao wattpad e as fanfics, pois elas e essa em especial , cumpriram seu propósito.

Há coisas que começamos por acaso e que tomam proporções gigantescas em nossas vidas, disso eu já falei, mas não custa repetir. O propósito de máscaras na minha foi conhecer o amor, paciência e a mim mesma.

Costumamos brincar que a vida não é uma fanfic, por que na maioria delas os finais são felizes. Eu acredito que a vida seja exatamente como uma, a diferença é que nós só paramos de contar a história antes que o tempo possa agir, paramos no fim do ciclo e não continuamos seu enredo.

Quando alguém nos faz perceber o quanto merecemos ser amado tanto quanto amamos a vida passa a ter um outro sabor , e pessoal, é muiiiiiito gostoso!

Já me alonguei demais na despedida e vamos de viver nossas próprias vidas exatamente como quisermos.

Por fim...

Dedico, não só esse final, mas toda essa história, a pessoa que tem me completado, me fazendo feliz, me tornando melhor pouco a pouco todos dias. Obrigada pela contribuição da História daqui e da minha vida , sem você não teria escrito pelo menos os últimos 20 capítulos e meus últimos meses não teriam sidos tão felizes.

Minha Doc, que possamos escrever fielmente nossa própria história até que esse ciclo se complete. TE AMO!!!

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AUTOR

Durante toda a vida podemos ser confundidos com pessoas diferentes do que, "deveríamos ser" ou como realmente somos. A percepção que alguém tem do "Ser" do outro, muitas vezes diz mais sobre seu próprio interior do que do outro em Si. Ao longo dos anos tomamos posturas divergentes e isso não significa que sejamos desleais com nós mesmos. Viver é um usar de várias máscaras, estamos sempre trocando e cada uma delas faz parte da nossa personalidade.

Uma folha em branco tem um milhão de possibilidades de ser, logo na primeira escrita, por mais que apagamos algo, ela sempre será marcada. Para que possamos gravar fundo nossa história, devemos escrever com mais força do que a anterior até que aquilo que colocamos no papel, não possa mais ser apagado.
Chega um momento em que a escrita se torna permanente, nem o tempo, considerado a mais poderosa borracha, é capaz de apagar.

POV RAFA

Mari entrou feito um furacão, vestindo um lindo vestido vinho com uma fenda nas coxas, enquanto eu e minha mãe estávamos esperando a cerimonialista nos buscar.

- Rafa, Rafa!

- O que foi? - eu e minha mãe nos olhamos.

- Temos um Grande problema! - Mari arregalou os olhos.

- O que foi menina? - Minha mãe a olhou assustada e eu me levantei.

- Meu Deus Mari, o que aconteceu? – eu disse.

- Sua futura esposa, está enlouquecida, eu acho que ela vai fugir.

- O que??? – eu e minha mãe dissemos ao mesmo tempo.

- Ela está chorando, falando que não sabe o que fazer, que as coisas não costumam dar certo pra ela, que está feliz demais e que alguma coisa está errado. Disse que não vai sair do quarto.

Pensei por alguns momentos.

- Se tudo estiver ruim, ela tem medo, se tudo está bom, ela também tem medo – respirei fundo – Na concepção da Gizelly, nada pode ser tão bom assim, então quando ela está muito feliz, ela fica enlouquecida esperando que algo dê errado, por que segundo ela, com ela sempre dá. - Sentei na cadeira novamente.

- Então você está tranquila? Não tem medo que sua noiva vá pular a janela? – Mari disse com os olhos assustados.

- Minha filha, e agora? Tem certeza? - Minha mãe disse , ela e Mari ficaram me olhando.

- Ela vai ficar brava, depois chorar, ficar pensativa, depois vai dizer que se dane seus medos, ela vai aproveitar o momento e voltar ao normal. Ela sabe que a amo, vai por mim. Mas eu vou lá, sou a única que a acalma.

- Vai la uma ova! Você não pode, não dá sorte vocês se verem antes do casamento – Minha mãe me parou com uma das mãos e saiu em disparada – Eu que vou, você fica Megafone, acalma ela na lua de Mel. – Mari riu e eu a olhei brava. Antes de sair totalmente do cômodo , Genilda se virou para mim e disse - Ah Rafa, Você está deslumbrante minha filha, Gizelly é uma mulher de sorte.

- Eu que tive sorte em encontra- lá – sorri genuína.

Eu e Mari nós olhamos e rimos, fiquei um pouco apreensiva, mas em se tratando de Gizelly eu sabia que tudo ficaria bem. Amava minha futura esposa, mas ela era um pouco exagerada as vezes, mas até seu exagero eu gostava.

Esperei minha mãe sair da sala e me virei para Mariana, ainda um pouco desconfiada...

POV GIZELLY

- Minha Filha você está linda! - Minha mãe disse com as mãos no rosto

- Claro que você está achando, você é minha mãe – eu disse chorando, sabia que estava bem arrumada, com um vestido maravilhoso, mas ainda assim não me sentia tão linda assim, estava insegura e nervosa.

Marcilene se virou e colocou as mãos no meu ombro

- Meu amor – ela olhou nos meus olhos – eu passei pelo que você está passando DUAS vezes Gizelly, eu sei bem como você é minha filha.

- Mãe...

- Deixa eu falar, eu te conheço a vida toda, sei como você pensa, sei das suas inseguranças e vou te dizer uma coisa – ela segurou meu rosto em suas mãos – insegurança e medo você vai ter para praticamente TUDO de novo que for realizar em sua vida e as vezes é bom, nos faz dar mais valor ao que estamos recebendo, mas demais atrapalha. Você já ama, não pensa em como vai ser, não pensa se vai ser do jeito que você quer que seja, do jeito que espera – ela respirou fundo – nada vai ser exatamente como desejamos, as vezes vai ser melhor, outras pior , mas vai acontecer exatamente do jeito que tem que ser.
O que importa minha filha, é a consciência de que você fez o que queria e agiu da forma como acreditava, viveu o que sentia do jeito mais puro e não importa o resultado, ninguém perde por dar amor e ser amado – fazia sentido o que ela em falava.

- Eu sei mãe – segurei firme em suas mãos contendo mais um pouco minhas lagrimas.

- Não sabe, se soubesse não estava assim. – Já ia falar algo quando Genilda bateu a porta.

- Posso entrar?

- Claro! – Conferi minha figura ao espelho.

- Meu Deus você está linda! – Minha sogra disse.

- Eu falei com ela! Não te disse minha filha?

- Sim mãe! – eu corei

- Rafa já está pronta e está divina também – saber que a mulher que eu amava já me aguardava me deu uma injeção de ânimo, respirei fundo.

- Vamos, estou pronta! - finalmente eu formaria o compromisso para o resto da minha vida, com a segurança que Rafaella merecia.

POV RAFA

- Rafa Você está linda! – Ela disse assim que minha mãe saiu do quarto.

- Obrigada Mari, você também – nos olhamos sorridente.

- Está nervosa, hesitante?

- Nem um pouco, quando se tem certeza absoluta do que estamos fazendo, não existe hesitação ou nervosismo.

- Diz isso para Gizelly – Gargalhamos.

- Gizelly é uma pessoa diferente, esse é o processo em que ela percebe que tem certeza, vai por mim.

- Eu acredito.

Ela parecia querer conversar, mas não sabia por onde começar. Passamos algum tempo em silêncio nos olhando, até que resolvi perguntar.

- Mari?

- Sim, Rafa!

- E a Manu? – Ela respirou fundo.

- A última vez que conversamos ela estava em missão, não sei se conseguirá vir.

- Espera ai, A Manu não vem? – Arregalei os olhos, havia conversado com ela há dias atrás e ela disse que viria, algo não estava batendo.

- Acho que não.

- Nossa, eu vou socar tanto ela que ela vai diminuir 10 cm – Mari riu e pareceu pensar, eu estava realmente brava, minha melhor amiga deveria comparecer no meu casamento.

- Pelo amor de Deus Rafa, tadinha – comecei a rir e Mari não entendeu nada

- Amiga ela vai ficar no tamanho exato de ... – Senti um tapa em meu braço – Eii doeu.

- E vai doer muito mais se brincar com isso de novo.

Me brigou, mas ainda sim sorria. Minha piadinha sem graça surtiu algum efeito para amenizar a situação, mas logo fiz outra pergunta difícil e seu semblante mudou.

- E vocês como estão, realmente?

- É complicado, mas digamos que estamos .... - ela hesitou

- Estão? – ela suspirou.

- Você é insistente Rafaella! - Riu sem graça.

- Mari, minha futura esposa está tendo um surto no cômodo ao lado, hoje é o julgamento de parte do caso mais importante de nossas carreiras. To aqui desde 18 horas com apenas um copo de café com leite e um pedacinho de queijo no estomago o dia inteiro, por que queria ficar mais gostosa no vestido do dia mais importante da minha vida. Não sou uma pessoa nervosa, mas o dia não tá colaborando com isso não, vamos mulher, me distraia!

- Você tem certeza que quer ser distraída? Com drama lesbico? – fez uma cara de assustada - Da amiga ainda? Isso não é nada legal ou engraçado Rafa.

Nos olhamos e rimos alto, esperei até que ela falasse.

- Manu tem fugido dos problemas, estávamos bem com a distância tínhamos um combinado, aliás temos um combinado, sempre ser sincera uma com a outra, mas as coisas mudaram.

- Esse combinado é importante, mas por que acha que mudou?

- Ela mudou.

- Tem certeza disso Mari? As vezes projetamos nossos medos e damos como certo algo pelo simples fato de temermos. - Ela pareceu pensativa – Você conversou com ela, sobre a tal mudança.

- Não tive oportunidade.

- Então converse, o diálogo é sempre melhor!

- E eu não sei? - Ela se sentou – as coisas estavam indo até bem, até que de repente não estavam mais, eu acho que a distância cobrou seu preço.

- A mulher quando se relaciona com a outra, parece marcar uma caixinha de texto, tipo um pre requisito. Tem que morar longe, check! Ai você namora, parece até marcar pontos, quanto mais longe, Score! Emocionadas.

Rimos mais um pouco, mas o riso de Mari se tornou preocupado, então parei e tentei amenizar as coisas.

- Mas Mari, não se preocupe. Manu depois do acidente ficou um pouco diferente. Ela está mais apaixonada, mas também mais sensível. Por vezes achamos que há algo de errado, mas é somente a mente dela trabalhando em algo importante, vai por mim.

- Pode ser Rafa – suspirou

- Pode ser não, é! – Suspirei divertida – eu queria ser entretida e to aqui consolando a sapatão do relacionamento a distância no dia do meu casamento.

Ficamos em silêncio.

- Será que Gizelly já se acalmou? - percebi que ela mudou de assunto.

- Creio que sim. Sabe Rafa, fiquei pensando sobre mulheres e seus relacionamentos a distância .... - pronto , coloquei coisas na cabeça da menina.

- Ah Meu Deus, ao invés de ajudar, atrapalhei ! Agora vou ter uma madrinha triste, além de uma ausente. – Mari sorriu mas permaneceu pensativa – E? – Fiz um gesto para que ela continuasse, mas não sei se queria saber. Porém como comecei o assunto , o mínimo que deveria fazer era escutar.

- Pode parecer idiotice, mas pensei que as vezes amamos pessoas tão distante, por que amamos demais. - eu não entendi seu raciocínio.

- Como assim? - acho que Mari estava ficando doida.

- Para caber entre nós todo o amor que sentimos - ela falou de forma saudosa.

- Meu Deus você é muito boiola! – Me segurei para não rir pois Mari parecia estar falando sério.

- Eu to muito fodida Rafa - ela se entristeceu.

- Me diz um Brasileiro que não está? E digo se esperava ou não.

Ouvimos batidas a porta, a Cerimonialista e minha mãe apareceram.

- Meninas estamos prontas, Gizelly também já está a postos – minha mãe disse e eu me virei para ela.

- Mãe como ela está? Vou casar ainda? – Ela riu

- Vai sim minha filha, ela só estava insegura a respeito de si mesma, não era nada com o casamento.

- Eu sabia que não era – sorri mais para mim mesma. Me olhei uma última vez no espelho, respirei fundo, pisquei para Mari, minha mãe e sai para o início oficial da minha tão esperada vida a dois.

(...)

O Salão estava deslumbrante, minha mãe e Marcilene tinham realmente se empenhado.

Uma deliciosa musica tocava ao fundo, entrei lentamente no salão, mesas estavam dispostas harmonicamente e eu via os rostos das pessoas mais importantes em minha vida. A maioria estava ali, familiares, amigos e pessoas muito queridas por mim e Gizelly. Senti minha garganta fechar quando observei o sorriso de minha mãe e meu pai, que estavam próximos a mesa onde o celebrante do casamento se encontrava. 

Eu me sentia maravilhosa e emocionada. Optamos por fazer algo simples, a celebração seria no salão, com muita comida, Gizelly fez questão de frisar, MUITA COMIDA! Sem pão duragem.

Me posicionei a frente do celebrante, de modo que pudesse olhar a entrada quando Gizelly adentrasse o salão. Meu coração já disparava forte.

De repente todos começaram a olhar para a frente e comecei a sentir um calafrio percorrer meu corpo, quando noto que Mari ao meu lado, abre um dos maiores sorrisos e seus olhos marejam, quando me viro, lá está ela, Manu. Minha amiga estava vestindo um vestido, tom de preto magnífico , agora entendia a reação de Mariana.

- Da uma segurada, que o casamento é meu ainda – falei baixo de modo que apenas Mari podia me ouvir.

- Impossível, eu casaria com ela nesse momento – ela disse a medida que Manu se aproxima e se posicionava ao lado oposto de Mari.

Agora a cerimonia estava quase completa, meus pais, minhas madrinhas, minha sogra, faltava apenas minha mulher.

Pouco tempo depois ocorreu uma troca de música, uma mais suave ecoou pelo salão, notei que todos se viravam e percebi que havia chegado o tão esperado momento.

Esqueça a sensação de beber agua quando se está com muita sede, ir ao banheiro quando se está muito apertado, rir até a barriga doer, a primeira manhã de férias e todas essas sensações extremamente gostosas. Quando nossos olhos se cruzaram, eu tive a mais absoluta certeza que estava vivendo o melhor dia da minha vida. Tantas sensações me invadiram de uma só vez, nosso primeiro contato na fazenda, nossa primeira gargalhada juntas, o dia do nosso primeiro beijo...

Dizem que quando você está prestes a morrer, passa um filme em sua cabeça, você vislumbra todos os momentos importantes de sua vida, então ali, recordando de todos os momentos que tive com Gizelly e por causa dela, fiquei com medo de estar vivendo meus últimos.

Palavras não seriam capazes de descreve-la, pensei em meus votos, quando dei por mim ela já estava ao meu lado, sorridente e Linda. Senti em minhas mãos algo molhado, não havia percebido, mas estava chorando, um choro de felicidade, alivio e realização.

Nosso celebrante, João, era um homem baixo, branco, de cavanhaque milimetricamente perfeito e estava de terno.

- Boa Noite a todos – ele disse. - Estamos aqui reunidos para celebrar a união dessas duas mulheres ...

Eu já não ouvia quase nada do que ele dizia, me perdia na imensidão castanha dos olhos da mulher mais linda que já vi em toda a minha vida. Enquanto nos olhávamos, ela sussurrou um "EU TE AMO" apenas com os lábios, olhando em meus olhos e meu coração deu um salto, as pessoas ao nosso redor pareciam sumir. Quando dei por mim, a cerimônia já estava na parte dos votos e da aliança.

- Então Rafaella? – Ele disse e pisquei como se estive saindo de um transe.

Peguei a aliança que Manu me estendeu, com as mãos tremulas, olhei nos fundos dos castanhos marejados e proferi meu singelo texto.

- Gizelly, Só um coração apaixonado pode opinar sobre seu amor. Temos esse privilégio e somente nossa opinião importa quando o assunto são os nossos corações. Te conhecer foi uma das coisas mais incríveis em minha vida. Coisas mais que certas se tornaram um revés espetacular. Quando um coração acostumado ao ordinário encontra o excepcional, inusitado, atípico, fascinante, belo, ele se torna completo, me sinto inteira ao seu lado. São tantos adjetivos que me vem à cabeça quando penso em você que mesmo se eu soubesse todas as palavras contidas no dicionário, ainda sim me faltariam termos para expressar todo meu amor – segurei sua mão esquerda na minha, beijei a aliança e a posicionei de modo que pudesse coloca-la lentamente em seu dedo - Se eu encontrasse uma lâmpada magica todos meus três desejos teriam seu nome. Você me faz melhor cada dia, observei coisas sobre mim mesma que só foi possível com sua entrada em minha vida. Seu cuidado me fez querer cuidar também, e não só de você, mas também de mim mesma e das pessoas e coisas ao meu redor. Você me desacelerou, e quando abrandamos a pressa, as coisas que antes passavam rápido demais, acontecem diante da gente com mais riqueza de detalhes, damos mais importância as pequenas coisas, a vida passa a ter mais sabor. Você é a melhor pessoa que eu já encontrei, a mulher que eu olho e digo "Senhor, Obrigada! Sou definitivamente uma mulher de sorte "- ninguém continha mais as lagrimas no recinto, então puxei todo o ar para continuar – Suas expressões, meu amor, são perfeitas janelas para cada um de seus sentimentos, eu amo tudo em você e quero passar todo o resto da minha vida ao seu lado. Te amo.

Terminei de colocar a aliança em seu dedo e esperei para que ela finalizasse nosso compromisso e colocasse uma no meu. Gizelly suspirou tentando conter, sem sucesso, as lagrimas que corriam por seu rosto, ela sorriu com a língua entre os dentes e eu , mais uma vez morri de amores.
Nos olhamos apaixonadas até que ela falou.

- Bom pessoal, depois dessa eu vou dizer só um ACEITO e vida que segue – todos riram, inclusive eu, sabia que ela faria uma gracinha. Quando estava sem graça fazia algo para quebrar seu nervosismo, respirou fundo e me olhou com os olhos apaixonados – Obrigada meu amor.

Pegou a aliança e minha mão esquerda em suas mãos, olhou no fundo dos meus olhos e começou uma das coisas mais lindas que já ouvi em toda minha vida.

- Rafaella, você foi a coisa mais linda que apareceu na minha vida, que me envolveu e me tomou de um jeito tão inexplicável que eu já não pertencia mais a mim mesma. A primeira vez que te vi fiquei hipnotizada, como se uma Deusa intocável estivesse no mesmo Plano que eu, me senti petrificada, quando vi seu sorriso pela primeira vez e a forma como me olhava. Me perdi na imensidão dos seus olhos e na graciosidade do seu sorriso. Quando falam de beleza, muitos atribuem ao que os olhos vêm, aquilo agradável demais de se ver. Quando eu falo da sua, eu penso exatamente isso – fez uma cara divertida - Cara você é LINDA, and Gos.. não posso falar por que tem crianças no recinto, mas, UAU – ela fez um gesto se abanando e todos riram novamente. Esperou um momento, suspirou, voltou a ficar seria e me encarou de novo , sua voz ficou mais séria – brincadeiras a parte, Sua beleza vai muito além do que tudo isso, ela se traduz nos seus gestos e atitudes, sua voz maravilhosa, sua forma de pensar, o modo como arruma seu cabelo, como tenta e consegue – ela levantou um dedo no ar, frisando bem o consegue - me deixar confortável o suficiente para que eu possa mostrar tudo que há dentro de mim sem temer nada. O jeito como vê a vida me fascina. O Lindo que admiro em você, além do que os olhos vêm – apontou para o meu rosto e abri um sorriso - é o dom que tem de fazer com que eu e todos ao seu redor possam enxergar a vida mais colorida, apreciar o bonito em tudo que olhamos.
Com você meu amor, consigo contemplar cada pequeno detalhe, como se eu tivesse passado minha vida inteira em um quarto pouco iluminado e já muito acostumada com ele, não sabia que podia ficar mais claro. Os detalhes importam. Você chegou e jogou sua luz, tão forte e magnífica que me cegou de imediato, mas assim que comecei a me adaptar, me acostumar ao seu inconfundível brilho, passei a enxergar coisas e cores antes nunca vistas. E para cada velho lugar que sua luz aponta, novas coisas vão aparecendo, mais belas que as anteriores e eu fico apaixonada, cada vez mais. Já não sei mais viver sem você. Percebi, de uma vez por todas que te amava, quando sua felicidade se confundia com a minha. Você me ganhou assim quando nos vimos pela primeira vez, me conquista todos os dias e eu ganhei um amor para vida inteira.

Nesse momento eu e Gizelly já chorávamos copiosamente, ela terminou de colocar a aliança em meu dedo e eu só queria agarra-la ali mesmo e não soltar nunca mais. João prosseguiu com a cerimonia.

- Para finalizar, usarei das palavras de Carlos Drummond de Andrade – ele disse.

"Quando encontrar alguém e esse alguém fizer parar de funcionar o seu coração por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus mandou-lhe um presente: O Amor."

Então celebro aqui o amor, entre Rafaella e Gizelly, e que essas duas mulheres possam usufruir desse presente, pelo resto de suas vidas. Enfim casadas!

Nos beijamos apaixonadas sem se importar com quem estava nos assistindo, naquele momento, só existia eu e Gizelly.

POV MANU

A cerimônia foi belíssima, estava muito feliz pelas minhas duas amigas. Fiquei muito pensativa nos últimos dias e afastei Mariana de mim, não tinha justificativa para isso, mas eu precisava do meu espaço para pensar. Estava ponderando o melhor momento para falar com ela quando senti sua inconfundível respiração e perfume atrás de mim.

- Heyy, Você! Achei que não viria. – me virei para ela enquanto terminava de pegar uma bebida.

- Eu não perderia esse casamento por nada nesse mundo.

- Eu imaginei que não, mas fiquei na dúvida devido suas atitudes nos últimos dias. – ela me olhou nos olhos e percebi que a tinha magoado mais do que imaginava.

- Vamos lá fora, podemos conversar melhor em particular – pedi.

Ela assentiu com a cabeça e me seguiu, chegamos ao jardim, a noite estava estrelada e muito bonita, nos sentamos em um banco branco no centro de uma grande área verde. A brisa da noite espalhava o perfume de seus cabelos que me inebriavam de uma forma deliciosa, observei seu vestido e a forma como suas curvas ficavam perfeitas nele. Seu rosto continha preocupação e eu queria tirar seus medos e ansiedade com meus beijos e abraços.

- Diga Manu.

- Primeiro queria te pedir desculpas pela forma que agi nos últimos dias, não foi legal.

- Ainda bem que você sabe – ela cruzou os braços e fez um bico que eu achava difícil resistir, me limitei a sorrir e focar no que tinha para ser dito.

- Pensei muito nesses últimos dias e decide que está na hora.

- Hora de ? – Mari pareceu pensativa.

- De ficarmos juntas – tomei suas mãos nas minhas.

- Achei que já estávamos.

- Juntas, juntas, pra valer, sem os quilômetros...

- Você ta me pedindo em casamento no meio de um, Manoela? Sem nenhuma aliança? - ela riu divertida e eu corei.

- Você colocando desse jeito me faz parecer ridícula – ao ver seu sorriso se alargando eu sorri mais ainda – estou falando que está na hora de morarmos mais perto.

- Tipo na mesma cidade?

- Eu tava pensando mais na mesma Casa, mas podemos começar por ai – ela me deu um tapinha no ombro.

- Sabe que no último mês eu pensei a mesma coisa, podemos começar na mesma cidade, depois vamos para o mesmo bairro e se eu ainda estiver aturando você, quem sabe.

- Me aturando? – gargalhei – você não vive sem mim.

- Odeio como você me conhece – ela disse ficando séria e eu também.

- Odeia mesmo?

- Não eu amo, amo como você me conhece melhor que a mim mesma.

Chegamos mais próximas uma da outra, nos tocamos devagar, eu estava morrendo de saudades do seu toque. Lentamente eu passava as mãos por seus ombros e braços e ela acariciava minha cintura. Nossos rostos colando, até que a vontade do beijo se tornou insustentável e explodimos em desejo, amor e ternura. Como eu amava seus lábios e a forma doce como ela me segurava e me beijava, ficamos alguns minutos, ou horas naquele beijo delicioso. O relógio parecia correr quando eu estava na presença dela, por isso não percebi o quanto havia passado, quando interrompemos o beijo, ficamos mais um tempo abraçadas.

- Eu pedi transferência ontem para São Paulo, Mari – falei sorrindo e a reação que tive não foi a que eu esperava. Mari se tornou branca igual papel, se afastou de mim e ficou atônita.

- Co... como assim?

- Pedi minha transferência, acho que até final do mês que vem já mudo para a sua unidade, achei que era o que queria. – A olhei com pesar e dúvidas.

- Era o que eu mais queria – ela colocou as mãos na cabeça e eu não entendi nada.

- Então por que está com essa cara de enterro? – Levantei as sombracelhas.

- Por que eu pedi transferência para o Rio de Janeiro, semana passada!!!!

Nos olhamos por alguns segundos serias até que nossa seriedade se transformou em sorrisos e os risos em gargalhadas de doer a barriga

- Meu Deus Mariana – falei ainda sorrindo.

- E agora? – ela não parava de rir.

- Você mudaria de estado por mim? – eu disse

- Claro que sim! – Nos beijamos novamente – so temos que decidir qual, vamos?

- Ué, assim, na lata ? ta querendo o que, Par o ímpar – eu ri da piada mas ela se manteve seria – Meu Deus, a sua cara decidir o nosso futuro em um Par ou ímpar Mari – eu gargalhei e ela acompanhou.

- Confesso que foi exatamente isso que se passou pela minha cabeça. Nossa história é inusitada mesmo, mais uma ou menos uma coisa não faz diferença – ela sorriu largo para mim.

- Amo como sua loucura desperta mais ainda a minha. – Sorri mais largo ainda

- Amo tudo em você Manu.

- Te amo muito. – eu disse me aproximou mais ainda dela, a tomando em um abraço. Nos beijamos sobre a luz das estrelas e com o sentimento de que nossa história estava apenas começando.

(...)

POV GIZELLY

A festa já se estendia, nem a notícia de que Lucas foi condenado a 15 anos de cadeia não atrapalhou a comemoração. Meu irmão, Daniel havia conseguido um bom acordo, mas ainda sim seria preso, mamãe ficou muito triste de início, mas a consolei pois era muito menos do que eu esperava, de ambas as sentenças, mas se tratando da justiça brasileira, não havia muito que podia ser feito, talvez um dia eu poderia mudar essa realidade. Marcela havia sido inocentada das acusações, Rafa ainda não estava totalmente convencida da sua inocência, mas eu fiquei feliz por Marcela, eu sentia que ela realmente não sabia das coisas que a família fazia, apesar de não sermos mais tão próximas, eu queria o seu bem por toda amizade que tivemos, ela fazia parte da minha história. A última notícia que eu tive dela foi que estava viajando pelo mundo com uma cantora de Sertanejo por quem havia se apaixonada, estava tirando férias após a prisão de seus irmãos.

Eu e Rafa já havíamos cumprimentado a todos, eu já tinha comido bastante, não sabia como passaria a lua de mel assim igual um baiacu, mas não estava me importando muito, estava feliz.

Dançávamos todos na pista de dança, quando a música deu uma trégua e senti minha mãe chegando próximas a nós.

- Rafa, a nervosismo da Gi sempre foi assim viu, os votos de vocês foram lindos, me emociono só de lembrar – eu sorri para minha mãe - Lembro quando Gizelly se apaixonou pela primeira vez, ficou muito nervosa por anos até conseguir falar com o menino, pobre coitado – Rafa levantou uma sobrancelha divertida.

- Mãe!! Você está falando de primeiro amor da mulher que acabou de casar na frente da sua esposa – apontou com a cabeça para a Rafa que ria.

- Oh Céus, Perdão – Minha mãe colocou as mãos no rosto – eu só estava querendo dizer que você é bem emocionada minha filha, por isso ficou nervosa – Rafa Riu e me puxou pela cintura, encaixando seu corpo no meu.

- Eu não me importo com primeiros amores – me abraçou forte e me deu um beijo gostoso na bochecha que me fez cerrar os olhos – desde que eu seja o último.

(...)

06 ANOS DEPOIS

- Vamos Gizelly!

- Já to indo amor

- Você vai se atrasar!

- Não vou não, Rafa.

- Não sei por que me pede para te acordar e te ajudar a estar no horário se mesmo assim faz hora – a vejo revirando os olhos.

- Já estou quase pronta – coloco a blusa enquanto escovo os dentes, calçando meus sapatos e ajeitando a mala.

- Quanto tempo vai ficar fora mesmo amor?

- Duas semanas. – falei de forma triste

- É tempo de mais! Não sei se consigo ficar tanto tempo assim longe de você. – ela me abraçou por trás e um calafrio percorreu meu corpo.

- Eu sei, nunca ficamos tanto tempo separadas.

- Odeio isso.

- Eu também amor, mas quando menos esperar eu vou estar de volta, eu só não sei o que vou fazer para poder matar minhas saudades de você – eu disse enquanto me virava para olhar em seus olhos.

- Eu posso ter uma ideia... ou duas – juntei sua cintura e seu corpo junto ao meu e começamos a nos beijar.

- Amor eu vou me atrasar – eu falei em meio ao beijo.

- Agora você ta preocupada é? – rimos, dei um tapa de leve em sua bunda – vamos eu vou te levar até o aeroporto, minha Excelentissima Mulher Linda, Gizelly Bicalho.

- Amor , já disse que não gosto que me chame assim.

- De minha Mulher? Linda? Você é!

- É - – sorri tímida.

- Mas agora você é uma Juíza, vou chamar milha mulher assim, me dá tesão.

- Ai amor eu fico com vergonha – coloquei as mãos no rosto.

- Você com vergonha? – ela gargalhou.

- Vai rindo de mim que eu sumo as duas semanas.

- Você não consegue nem duas horas.

- Odeio o quanto você tem razão.

- Te amo.

- Te amo mais.

(...)

Ser Juiza era o meu sonho e assim que realizei fiquei inteiramente feliz, mais contente me tornei quando vi nos olhos da minha mulher seu orgulho e felicidade também pela minha conquista. É tão bom dividir a vida com alguém que torce e acredita em você.

Uma semana havia se passado e eu estava completamente exausta mas com a sensação de dever cumprido. Desde que nos casamos, Rafa e eu não passavamos muito tempo longe, o máximo que passamos separadas , foram cinco dias em que ela viajou a trabalho, agora era minha vez e sete dias já haviam se passado. Eu sonhava com ela todas as noites, mesmo quando conversávamos por telefone a saudade não passava. Cheguei exausta de uma audiência, tomei um belo banho e deitei em minha cama, eu pretendia realmente dormir, quando o telefone tocou, abri o maior sorriso do mundo ao ver que era minha Rafaella.

- Oi Meu amor – ela disse e meu sorriso rasgou mais ainda minha cara.

- Rafa que saudades – deitei na cama enquanto conversávamos.

- Eu to Morrendo Gizelly!

- O que Rafaella? - Levantei em um susto colocando a mão no coração – Morrendo como assim? Ta sentindo o que?

- Morrendo de saudades meu amor – ouvi um sorrisinho do outro lado.

- Rafaella do céu, eu vou contar pra sua mãe, não faz uma brincadeira dessas eu tenho histórico de cardíaco.

- Gi, você sabe que apenas o fato de ter um coração não te faz ter histórico cardíaco né?

- Rafa você poderia ter me dado um problema aqui oh – massageie minha caixa torácica respirando fundo, sabia que estava sendo exagerada, mas eu realmente me assustei.

- Ai Amor, faz o seguinte, advinha o que eu estou vestindo? - ela falou com uma voz que parecia baixinha e sensual, franzi a testa.

- Aquela camiseta velha que você não tira do corpo Rafaella? - fiquei pensativa.

- Nops, tenta de novo – sua voz parecia mais divertida e sensual, estava definitivamente sensual agora.

- huuum, aquele vestidinho verde que eu gosto – resolvi entrar no jogo.

- Ai Gi, acho que não vou dar mais dicas e parar por aqui, já que tem seu HISTÓRICO , eu não vou te fazer adivinhar o que estou vestindo.

- NÃOOOO – saiu mais alto do que eu esperava.

- Nossa meu amor, tá desesperada é – a cada nova fala, mais sensual sua voz ficava - você gosta, mas não é um vestido ....

- Rafa...

- Gizelly, chuta pelo menos a cor e eu te falo.

- Vermelho – falei mais que depressa.

- Não, você sabe que eu gosto de cinta liga preta amor.

- Você tá vestindo uma CINTA LIGA PRETA RAFAELLA, comigo há quilômetros de distância? – nesse momento eu já estava sentada na cama com uma das minhas mãos no rosto.

- É pra te fazer voltar pra casa mais rápido TICHELA! – eu já estava desejando ter o poder do tele transporte só de ouvir sua voz arrastada e extremamente sexy.

- Tô reservando o voo nesse minuto. – Decidi – que se dane a audiência.

- Você sabe que não pode amor, Cadê você Gi?

- Como cadê eu o que? To aqui derretendo no quarto do hotel Rafaella – me deitei na cama novamente.

- Minha câmera está ligada, você não quer ver como ficou em mim? – meu corpo todo gelou, era impressionante como ela ainda me causava todas essas sensações.

- Sangue, fogo e labareda amor, EU SOU CARDIACA SIM. – me atrapalhei toda tentando ligar meu vídeo e vê-la que até derrubei o celular.

- Que barulho é esse amor? Tô com tanta saudade de você, queria estar te sentindo agora.
- Meu Deus Rafa – ela vestia uma cinta liga preta que abraçava seu corpo em perfeição, quando viu que eu a olhava, posicionou o celular aos seus pés em algum tipo de apoio e se ajoelhou com a bunda virada para mim.

- Gi eu não estou me aguentando – ela passava as mãos vagorosamente por seu corpo ,virando a cabeça por cima dos ombros e mordendo próprio lábio.

- Meu Deus Rafa!!! - Ver Rafaella de quatro por vídeo me acendia de todas as formas, eu perdia o ar, me ajeitei na cama e deixei o telefone virado para mim, de lado, para que eu pudesse vê-la e ainda sim me tocar.

- Gi, me mostra seu corpo vai, passa o celular por ele – Tirei minha blusa e fiquei apenas de calcinha, peguei o celular e passei a tela pelo meu corpo, ela virou de frente para a câmera me dando uma visão privilegiada de seus seios espremidos pelo sutiã - Você é deliciosa! – Essa voz arrastada de novo, eu ia morrer, tinha certeza – Coloca a mão nos seus seios para mim amor, vai.

Eu abria minhas pernas, sentia como se Rafaella realmente estivesse no mesmo cômodo que eu.

- Meu Deus Rafa!- eu apertava meus seios e via seus olhos exalando luxuria.

- Fecha os olhos e me imagina te tocando – ela soltou um gemido – sente meus dentes e minha língua passando por seus seios, seus mamilos. Agora minha língua está tomando o próprio tempo no vale dos seus seios minha gostosa – eu poderia gozar so de ouvir rafaella narrando o que queria fazer comigo.

- Eu to sentindo sua língua quente no meu colo minha linda – olhei com tesão para ela que estava deitada e aberta na cama do outro lado do telefone.

- Estou subindo pelo seu corpo, deixa eu beijar essa boca maravilhosa deixa, Gi – comecei a passar minhas mãos em meus lábios e chupar meus dedos, imaginando Rafaella me invadindo com sua língua quente.

- Você pode fazer o que quiser comigo. – eu disse já encharcada

- Posso é? quero enfiar minha língua em você, morder seu lábio do jeito que você gosta
depois de te beijar vou descer pelo outro lado do seu corpo , provando todo o seu gosto – sua voz sensual estava me deixando louca, meu centro já fechava contra o nada – quero encher minha boca com seu seio , passar meus lábios e língua por sua barriga.

Nesse momento percebi que Rafa já estava se despindo e ficando totalmente nua do outro lado do vídeo, seus olhos se tornaram negros e ela mordia os lábios de forma tão sexy que eu podia jurar que estava passando mal.

- Antes de chegar onde a gente quer – ela continuou - vou te virar de costas do jeito que voce gosta e merece, segurar firme na sua cintura, morder e chupar seu pescoço.

- Ai Rafa vai – Não aguentei e comecei a me tocar imaginando todas as coisas que ela narrava, ouvi seus gemidos ficando mais altos.
- Vou beijar e morder de leve as suas costas , do jeito que você gosta, vou passar minha mão pra frente e pra trás no seu centro, sentir você toda molhada pra mim, pressionar meu corpo no seu, por tras, bemmm gostoso.

- Hummmm , eu não aguento mais – meu gemido sai mais alto que esperava, me viro de bruços e posiciono o celular para que ela possa me ver por inteira.

- Isso amor, geme para mim, se toca para mim, vai , me deixa te ouvir.

Quando ouço Rafa também gemer, começo a me tocar mais freneticamente, viro meu rosto de lado e mordo o lençol, do outro lado Rafa também se toca, aberta para mim. A visão me acende de tal forma que sinto que não precisaria nem me encostar para chegar ao orgasmo.

Eu e minha mulher começamos a nos tocar e gemer até que nossos ritmos pareciam sincronizados, era gostoso demais assistir e fazer com ela.

- Rebola para mim amor – minha voz saiu arrastada mas surtiu o efeito desejado, ela começou a rebolar mais rápido ainda deitada. Acompanhei seus movimentos até que nossos gemidos se transforam em expressões gostosas de prazer. Ouvi Rafaella gozar falando meu nome mesmo do outro lado da tela, foi uma experiência gostosa.

Ficamos em silencio, sorrindo suadas. Depois de nos recuperamos, ela quebrou o silencio confortável entre nos.

- Amor – ela falou através do celular com um sorriso satisfeito.

- Sim minha Deusa.

- Te amo.

- Te amo para sempre! – Sorrimos uma para a outra.

- Quando voltar tem a encenação ao vivo.

- Mal posso esperar - Dormimos em ligação, as duas com sorriso no rosto. Viver com Rafa era uma caixinha de surpresas todos os dias, eu não cabia em mim e a cada dia eu transbordava de amor.

AUTOR

- Marianaaaaa, o telefone está tocando – Manu gritou do quarto.

- Está mesmo amor! – Manu revirou os olhos e sorriu, Mari revidou da sala e continuou sentada digitando em seu laptop.

- Então atende criatura, eu to aqui trocando a roupa do Heitor e depois que atender vem me ajudar, por que SEU filho está tirando hora com a minha cara.

Mari levantou e foi até o telefone.

- Alo?

- Mari, que saudades, como está o pequenino?

- Oiii Rafa. A julgar pelo humor da Manu, está dando trabalho como sempre – riram ao telefone – e vocês?

- Estamos ótimas, temos novidades, mas queríamos falar para vocês duas.

- Vai me fazer mesmo ir até a Manu agora? Quando ela está tentando ensinar o Heitor a obedecer? – Mari fez uma cara divertida de medo.

- Vou, vá lá que vou chamar a Gi.

Mari foi ate o quarto com cuidado, parou na entrada da porta enquanto observava a interação de Manoela e Heitor.

O menino de 4 anos, dos cabelos lisos, negros e pele alva, estava pulando na cama de cueca e apenas uma meia. Manu olhava seria para o menino enquanto dizia que ele não poderia comer sobremesa por um mês enquanto não se vestisse sem fazer bagunça, a criança tentava argumentar com ela. Inclusive tentou negociar um mês sem sobremesa por apenas um dia, se ele pudesse pular na cama por mais uma hora. Mari ria da situação, quando Manu percebeu que ela sorria, sorriu de volta, mas logo vestiu sua cara brava, sabia que deveria permanecer firme pela educação da criança.

- Meu filho – Mari disse – vista sua roupa comportado, por favor.

- Mas mamãe, estou comportado.

- Não está e você sabe disso, não se faça, já conversamos sobre isso – Mari se apoio no marco da porta, Manu a olhou admirada – e obedeça suas mães.

- Ok mamãe – o menino desceu e Manu o ajudou a se vestir com um sorriso no rosto.

- Va escovar os dentes pequeno – Manu disse e o menino saiu porta a fora, ela olhou para Mari -  Nosso filho ta crescendo!

- Quando faz birra é meu, quando se comporta é nosso? – Mari divertida.

- Ainda ta com sorte que quando se comporta eu to falando que é nosso, por que podia ta falando que era so meu – riram, se abraçaram e Mari depositou um beijo na testa da menor.

- Te amo.

- Amo você

- Eii, eu to aqui !!! – A voz saiu do telefone na mão de Mariana

- Oh Desculpa Rafa – Mari levantou o celular de modo que ela e Manu pudessem ver.

- Tem coisas que nunca mudam não é mesmo?

Rafaella e Gizelly estavam em chamada de vídeo do outro lado da tela, sentadas no sofá . Mari e Manu do outro lado estavam abraçadas e com o celular suspendido. As quatro amigas, dois casais estavam mais que felizes, suas vidas tomaram rumos antes nunca imaginados, sabiam que todas estavam completas de alguma forma.

- Estamos Gravidas – Gizelly e Rafaella disseram em uníssono.

- Parabéns, meu Deus que tudo!!! – Mari e Manu disseram enquanto Heitor chegava no quarto, levantaram o menino e o informaram que ele teria um amiguinho ou amiguinha em breve. Conversaram por mais algum tempo, Mari desejou boa sorte na maternidade pois Rafa ia precisar, Gizelly se fingiu de brava pois quem estava gravida era ela. E assim em meio a brincadeiras, conselhos e conversas sobre a vida, perceberam o que realmente importa e que a vida é boa sim, basta encontrar seu proposito.

FIM.

Comenta e Favorita.

Obrigada a todos.

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