As Crônicas de Zesrhirya: Gue...

By ArielLima606

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Zesrhirya está em guerra! Mais uma vez o mundo se vê numa guerra, como as anteriores, o futuro do mundo está... More

TRAILER
Mapa de Zesthirya
Prólogo
As chamas da guerra
Marcas da guerra
Falsas promeças
Destino sombrio
Infiltração - Parte I
Infiltração - Parte II
O cortar dos cordões
A batalha de Murien - Parte I
A batalha de Murien - Parte II
A batalha de Murien - Parte III
Arrependimento
O primeiro passo
Julgamento por combate - Parte I
Julgamento por combate - Parte II
"Ofereça-me seu coração"
De volta a Balor
Catarse
A batalha em Argos - Parte I
A batalha em Argos - Parte II
Herança. Sina e destino
O Fim - Parte I: Na palma do destino
O Fim - Parte II: Obrigado/ adeus

A batalha em Argos - Parte III

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By ArielLima606

19 de maio de 849 da 10° Era do mundo – Base Argos



Pouco tempo se passou desde que nos separamos de Adam. Só foi preciso um primeiro encontro, que hordas e mais hordas de inimigos vinham aos montes em nossa direção. Corremos, lutamos e nos esgueiramos por entre os corredores da estação Argos. De acordo com o mapa que Adam nos deu nós estamos quase nas vilas, localizadas na atmosfera artificial. Espero que tudo continue bem...

— Clarys? — ouvi a voz de Magnos me chamar, me despertando de meus pensamentos. — Você está bem? — ele perguntou preocupado enquanto colocava sua enorme mão sobre meu ombro.

— Estou bem — respondi com um sorriso. — Só estou um pouco... ah, não é nada... — não quero preocupa-lo com besteiras. Contei uns oito confrontos desde que nos separamos de Adam.

Nós caminhávamos pelos corredores atentos a qualquer coisa. Nero caminhava na frente com Roth logo atrás. Cacio vinha no meio. Eu e Magnos cobríamos a retaguarda do grupo.

— Te conheço por tempo suficiente para saber quando não está me contando tudo — Magnos disse num suspiro. De fato tem algo me preocupando, mas pode ser apenas uma paranoia. Ou podemos dar azar e o que eu acho que pode acontecer realmente acontecer...

— Hmm... — suspirei. — Sinto uma coisa estranha desde que entramos na estação. Não sei explicar, mas é algo com uma quantidade assustadoramente alta de mana...

— Pode ser o motor da estação — Roth comentou. — Adam disse que a estação precisava de uma imensa quantidade de mana para "saltar". Pode ser que isto que está sentido seja o motor aquecendo.

— Parem de conversa fiada e continuem caminhando! — Nero rosnou. — Não podemos chamar atenção.

Olhei para Magnos que deu de ombros depois de ouvir a reclamação de Nero. Ele está certo. Não podemos abusar da sorte. Qualquer deslize, e tudo pode dar errado.

Continuamos andando com cautela por um tempo. Eu e Magnos conversamos aos sussurros em breves momentos. Ele claramente está com medo do que pode acontecer se falharmos; não só ele, todos estamos. Mas ele é quem mais demonstra isso; ainda mais depois de tudo que ele perdeu.

— É aqui — disse Nero. Ele parou na divisória de dois corredores, um para esquerda e outro para direita. — A partir daqui seremos dois times. Eu e Cacio iremos desativar o motor. Vocês: Magnos, Clarys e Roth irão até Lilith. Levem os soldados restantes com vocês. — olhei para trás e contei trinta soldados. Quinze elfos e quinze humanos; todos acenaram com a cabeça. — Não esqueçam! Não a matem até que Clarys tenha retirado o Graal dela. — todos acenaram. Olhei para Magnos, que lançou um sorriso confiante. —Vão. E boa sorte.

Nós então nos separamos. A missão é simples: retirar a mana e o Graal de Lilith e impedir o salto. A parte de lutar contra Lilith não vai ser fácil, mas tenho confiança que conseguiremos dar um jeito! O fato de lutarmos aqui na estação a obriga a se segurar numa luta para não causar danos na estrutura da estação. Essa é a nossa vantagem! Ah, Adam... farei o que for preciso para tirar o peso em seus ombros.

——§——

Eu estava de pé em frente a uma janela observando a batalha se desenrolar. Não entendo muito desse tipo de batalha, mas parece estar num impasse.

— Minha Senhora... — a voz de Alomër soou atrás de mim. — Está na hora.

— Certo — falei sem me virar. — Pode ir então. Eu irei logo.

— Sim, Senhora — ele respondeu. Ele parecia um tanto irritado. Talvez porque eu dei uma surra nele, mas isso não importa. Um suspiro deixou meus lábios enquanto eu virava de costas para a janela. Caminhei até a porta e segui em direção as vilas logo acima.

— Espero que isso dê certo... — murmurei.

— Não se preocupe, minha Senhora — ele disse confiante enquanto saiamos da sala. — Dará tudo certo.

— Prepare os soldados. Vamos começar.


(ABERTURA)

——§——

Um clima de incerteza pairava dentro do elevador. Magnos, recostado de braços cruzados contra a parede esquerda mantinha um olhar distante o tempo todo. Roth é o mais calmo; ele encara a lâmina de sua espada com um olhar tão afiado quanto sua arma. Eu, por outro lado não sei o que sinto. Medo, dúvida... minha mente está uma bagunça.

Os outros soldados que vieram conosco se dividiram dentro os elevadores restantes. Alguns subiram até a vila por uma escada; a quinze pessoas neste elevador. Mas o que me preocupa é o Adam. Ele está com raiva e confuso; eu não devia ter lhe contado aquilo! Como sou idiota. Eu devia parar de adotar todos que encontro...

O elevador finalmente parou. A porta se abriu revelando uma paisagem artificial. Gravidade, ar, vento, luz projetada... manter algo assim demanda uma enorme quantidade de energia. Posso sentir a mana passando por baixo de meus pés. Olhando para frente posso ver um pôr do sol causado pela inclinação da estação. Subindo meu olhar posso ver que na parte de cima o sol está nascendo. Como esta estação é como uma enorme roda, e a atmosfera artificial fica no circulo interno, é fácil recriar os dias.

— É realmente impressionante... — Roth disse boquiaberto. — Mas onde estão todos?

Ouvir tal pergunta ligou uma chavinha em minha mente. Faz um bom tempo que não encontramos ninguém... oh, não! — Não me diga que...?!

— Parece que vocês perceberam... — uma voz afiada e orgulhosa soou. Voltei meu rosto para uma casa um pouco mais para esquerda. Ela estava contra a luz do sol; havia alguém sentado em uma cadeira de balanço, que se levantou e começou a caminhar em nossa direção.

— Lilith! — rosnei. Ela vestia uma armadura de prata. Enquanto caminhava em nossa direção, ela desembainhou sua espada. — Rápido, avisem Nero! — ordenei a um dos guardas. Roth passou a frente com sua espada em mãos e avançou contra Lilith a uma velocidade absurda.

A lâmina da espada de Roth brilhou fortemente em um verde esmeralda. Ele parou e apontou a espada em direção a Lilith. Um raio de luz saltou de dentro da espada. Lilith colocou a sua na frente para defender, mas de nada adiantou. Ela foi arremessada para trás atravessando uma casa. — Eu irei lutar contra ela! Guerreiros, venham comigo! — Os soldados que nos acompanharam urraram e avançaram. Lilith saltou para fora da casa. Ela golpeou o ar e uma onda de raios vermelhos devastaram tudo por onde passavam. Magnos entrou na minha frente para me proteger. Vi de relance vários soldados sendo carbonizados instantaneamente: mal ouve tempo de gritarem, seus corpos destroçados caíram sobre o chão de terra batida.

— Mas que porra...! Que golpe foi esse?! Não era para ela se segurar?! — Magnos questionou enquanto me envolvia em seus braços.

— Ah, que se foda! Vamos acabar com essa vagabunda! — gritei. Magnos se levantou e eu lancei uma onda devastadora de fogo, mas era apenas uma distração. Olhei para Roth, que abrigava consigo alguns soldados dentro de um campo de luz. Roth acenou para mim, assim como Magnos quanto o encarei.

As chamas se dissiparam. Lilith não tinha nada mais que alguns arranhões. Mas sua malha por baixo da armadura foi totalmente destruída, deixando sua pele exposta em vários pontos. Lilith usou sua espada como apoio para se levantar. Eu conjurei duas espadas de fogo em cada mão, e assim como Roth, Magnos e os soldados, eu avancei. Oito contra uma, hm?... se fosse em outro cenário eu diria que venceríamos fácil. Mas como é contra ela... não posso ser tão otimista.

Uma comporta abriu a minha direita. Eram outros soldados que avançaram até aqui pelas escadas. Agora somos vinte e três contra uma. Eles avançaram atirando com seus blasters.

De repente uma comporta a esquerda se abriu revelado atrás dela uma pequena horda de vampiros e demônios, que avançaram contra nós. Não gosto do rumo que isto está tomando.

Em pouquíssimo tempo aquele espaço se tornou um campo de batalha. Blasters cantavam, espadas se colidiam, sangue era derramado. Eu, Magnos e Roth avançamos contra Lilith. Magnos e eu atacamos pelos flancos enquanto Roth avançava de frente.

O choque das lâminas deles causou uma pequena onda de choque que reverberou por alguns metros antes de desaparecer. Os golpes de Lilith comparados aos de Roth eram lentos e sem ritmo; Roth por outro lado, movia-se rápido. Seus golpes eram precisos.

Magnos então saltou enquanto erguia seu machado. Ao percebe-lo, Lilith esquivou do golpe de Roth e saltou para esquerda para não ser atingida pelo golpe de Magnos, mas ela deu azar. O machado de magnos atingiu o solo queimado com forma. Uma pequena onde de choque reverberou e a atingiu, jogando para trás. Lilith rapidamente se levantou, mas não antes que eu pudesse ataca-la.

Desferi um golpe diagonal da esquerda para direita, que Lilith esquivou inclinando-se para direita. Girei meu corpo e desferi um golpe horizontal, que ela defendeu usando sua espada. — Lilith, não seja tola! Qual o motivo disso?! O tempo que perdemos lutando nesta guerra poderia ser gasto tentando salvar o colapso total do universo! — ela questionou enquanto estávamos com as espadas cruzadas. — Ainda há tempo!

— Você acha que me importo com este mundo?! Eu quero que ele queime! Meu povo sofreu por séculos nos desertos do Reino demoníaco enquanto vocês humanos e elfos viviam tranquilos e seguros em Zesthirya! E o que vocês faziam com os demônios que conseguiam atravessar? Torturavam e matavam. Não. não mais! Mesmo que este universo se despedace, mesmo que eu morra, eu não deixarei isso acontecer de novo! — ela então me jogou para trás. — Minha irmã morreu empalada por uma lança! — ela gritou enquanto avançava. — Eu fui torturada por anos numa masmorra apenas por ser um demônio! — ela bradou enquanto desferia uma sequencia de estocadas. Um, dois, três; defendi-os facilmente. Quatro, cinco, seis; ela me certou duas vezes. — Eu me banharei com os gritos de vocês ante do Fim! — ela gritou enquanto desferia o último golpe. Uma estocada que atingiu meu peito fazendo-me voar por alguns metros.

Caí pesadamente sobre o chão. Ela me atingiu em cheio. Mas usando as chamas eu conjurei um pequeno escudo que me protegeu. — Você não tem salvação... — murmurei enquanto tentava me levantar. — Você não tem salvação! — gritei. — Antes que você desfrute do fim, eu farei com que sofra... — minha pele começou a queimar de dentro para fora enquanto eu ficava de pé. — Mesmo que eu morra... eu a encontrarei no pós vida e mutilarei seu corpo... — meu corpo então explodiu em chamas. As labaredas dançavam ao meu redor enquanto eu condensava toda manda que podia reunir em espadas e machados, que flutuavam acima de mim. — Pelo que fez com Adam... pelo que fez com Wanda! Eu vou impedi-la! — as espadas e machados de fogo voaram a uma velocidade absurda contra Lilith, que conseguiu se defender de algumas, mas foi acertada em cheio por outras. De repente uma cratera se formou onde Lilith estava e a poeira subiu. Eu só podia ouvir os gritos dela enquanto era atingida.

De repente um clarão azul emanou da cratera seguido de uma explosão de fogo azul, um jato de fogo veio contra mim. Lancei outro naquela direção. Os jatos se choraram enquanto se misturavam. Um clarão vermelho e azul tomou minha visão enquanto as chamas de Lilith ficavam mais e mais fortes. Não pude resistir e fui arremessada para trás ferozmente.

Erguendo meu olhar pude ver Lilith tomada pelas chamas azuis. A ultima vez que vi a vi assim, foi num mundo devastado por um inferno de gelo. Ela caminhou lentamente em minha direção. Magnos avançou contra ela. Ele ergueu seu machado e desferiu um golpe vertical, que foi defendido por nada menos que a mão dela.

Lilith segurou a lâmina do enorme machado de Magnos como se ele fosse de brinquedo. Com a outra mão ela o segurou pelo pescoço. Magnos se contorceu e se debateu até que um som de estalo o fez parar. Lilith jogou o corpo de Magnos para longe como não fosse nada. — MAGNOS!!! — gritei enfurecida. Saltei para cima de Lilith enquanto conjurava as duas espadas novamente.

Um, dois, quatro, seis... ela defendeu meus golpes como se não fossem nada. Saltei para trás e lancei outro jato de fogo. Lilith então ergueu sua mão e o absorveu. Aumentei a potencia das chamas, mas de nada adiantou. Ela continuou a absorver.

Roth saltou por cima dela e desferiu um golpe vertical enquanto seu corpo girava no ar. Ele cortou as costas dela e pousou em frente a ela. Roth então ergueu sua espada, preparando-se para desferir uma estocada direto no coração dela. Mas de repente, uma estaca de pedra surgiu do chão e o empalou. — NÃÃO!! — gritei. Havia uma pequena aura azul em torno da estaca. Num piscar de olhos Lilith matou um deus.

Ela começou a caminhar em minha direção. Desesperada, eu lancei mais um jato de fogo, que novamente foi absorvido. Mesmo aumentando a intensidade das chamas era inútil. Não demorou nada para Lilith se aproximar de mim. Ela me chutou no rosto fazendo-me cair de cara no chão. Ele me virou para cima com seu pé e subiu em cima de mim. Ela encostou seu rosto ao meu. — EI, Clarys... diga-me: você já sentiu o gosto do beijo da morte? — ela sussurrou. Senti cinco dedos sobre meu peito. — Não? então acho que você vai gostar... — ela cravou os dedos na minha pele, atravessando-a. urrei de dor.

Senti minha mana ser tomada pouco a pouco. Meu coração, que batia tão rápido quando de uma criança que acabara de correr, começou a ficar lento. Institivamente comecei a me debater desesperada para sobreviver. — Eu gostaria de dizer que sinto muito, Clarys. Que eu não queria que isso acabasse assim... mas seria mentira. — Adam! Sinto muito... — É incrível, não é? Mesmo na morte você se parece com ela. O mesmo olhar impiedoso, mas repleto de ódio... — mãe... me desculpe...! — Adeus, Clarys — meu corpo já não se debatia. Mesmo com a visão escurecida, eu ainda podia ver os olhos de Lilith brilharem um azul intenso. Parece que eu finamente a verei de novo... Wanda...

— CLARYS! — uma voz gritou. Ouvi um som de uma explosão. De repente os olhos de Lilith já não estava mais em meu campo de visão. Senti calor. Alguém me segurou gentilmente. — Ei, Clarys... você está bem? — o rosto embaçado me parecia familiar. Forcei minha visão e enfim o reconheci.

— Nero...? — murmurei.

— Sim. Ficará tudo bem agora — ele disse gentilmente.

— C-Como... chegou aqui?

— Encontrei com o Adam no caminho — ele disse tirando os olhos de mim e olhando para frente. Virei minha cabeça para esquerda. Adam estava de pé com a espada apontada para Lilith.

— Vai! Lava ela! — Adam disse.

— E quanto a você?! — Nero questionou.

— Eu vou terminar isso — Adam disse friamente. — Vão. Agora!

— Certifique-se de voltar vivo!

— Eu vou!

Nero então virou de costas para Adam e começou a correr. Logo eu não estava mais na vila, mas sim num corredor. — Ei, Nero... você não pode deixa-lo lá sozinho! — reclamei, mas quase sem forças.

— Não tenho escolha! — ele disse enquanto corria. — O salto irá acontecer em daqui vinte minutos! Vi varias naves deixarem a estação enquanto corria para chegar à vila. Adam só precisa distrair Lilith até lá.

Adam... cuidado.

——§——

— Adam... — disse Lilith enquanto as chamas azuis que envolviam seu corpo desaparecerem. — Está aqui para aceitar minha oferta?

— Não — respondi friamente. — Você tirou tudo de mim! Minha vida, minha memórias... tudo! Você não tem mais salvação, Lilith!

— Adam...

— Mas antes... me responda uma coisa: por que você a matou? — ela inclinou a cabeça para o lado e fez uma cara de "de quem está falando?" — Por que você matou a Wanda!?

— Ah... era isso? — ela suspirou. — Ela era minha inimiga; estava no meu caminho. Eu precisava removê-la.

— "Removê-la"?... você percebe como isso parece?! — gritei. — Chega! — falei me preparando para atacar.

— Adam ainda temos tempo. Venha comigo. Vamos deixar este universo condenado para trás! Vamos deixar este passado para trás!

— NÃO! Eu prefiro morrer aqui a trocar mais palavras com você. Entregue o Graal!

— Você acha que pode comigo? Wanda era minha amiga e eu a matei! Imagine o que eu farei com você!— nossos olhares determinados se encontraram. O olhar afiado dela dizia mais que suas palavras. Ela parecia triste. Mas ela está certa numa coisa: está na hora de acabar com isso!

Pergunto-me se isso era inevitável... o que teria acontecido se eu nunca a tivesse encontrado naquele lago. O que teria acontecido? Será que minha vida é apenas um emaranhado de tragédias? Talvez isso seja o que chamam de destino...

Com uma velocidade assustadora, Lilith avançou erguendo sua espada. Seu golpe diagonal de baixo para cima passou a milímetros de cortar meu olho esquerdo. Saltei para trás por puro reflexo. Ela errou de propósito? Isso não importa.

Avancei contra ela. O som do choque de nossas espadas reverberou pela atmosfera artificial enquanto trocávamos golpes devastadores. A cada golpe trocado minha certeza de que minha escolha foi correta aumentava. Ela é uma louca genocida que precisa ser parada. Deve ser parada.

Lancei meu corpo para frente enquanto desferia uma estocada. Ela esquivou facilmente girando seu corpo para direita. Lilith então me chutou com força no peito. Voei alguns metros para trás enquanto o ar deixava meus pulmões. Meu corpo caiu pesadamente sobre o chão.

Lilith saltou em minha direção. Girei meu corpo para esquerda. Lilith caiu com força enquanto sua espada era enterrada no chão.

Rapidamente me levantei e saltei em sua direção. Ao perceber, Lilith soltou o cabo da espada e inclinou seu corpo para trás. Passei no espaço entre ela e a espada enquanto via de relance ela conjurar duas espadas em dada mão.

Cai fazendo um rolamento. Vi uma espada perto de um corpo a poucos centímetros de mim. Eu apeguei. Me virei rapidamente, mas a espada de Lilith estava a poucos centímetros de mim. Cruzando as duas espadas, eu aparei o golpe dela. Senti sua força esmagadora quase quebrar meu joelho esquerdo, que afundou um pouco no chão.

Empurrei-a para trás e rapidamente avancei desferindo uma serie de golpes. Um, dois, três. Ela os defendeu com facilidade; quatro, cinco, seis. Por pouco não a acertei; continuei golpeando mais e mais rápido. As espadas começaram a brilhar num azul intenso enquanto os golpes ficavam mais e mais fortes. Vi o rosto dela se contorcer um pouco enquanto ela tentava se defender. Meu decimo sexto golpe bateu contra as duas espadas dela horizontalmente, quebrando-as em milhares de pedaços e deixando um rastro de luz no ar. Girei meu corpo e desferi um golpe vertical com a espada em minha mão esquerda. Lilith abriu sua boca e um brilho azul podia ser visto no fundo de sua garganta. Um jato de chamas azuis saiu de sua boca me atingindo com força. Voei para trás e mais uma vez eu estava no chão. Quando percebi ela estava com seu pé sobre meu peito me encarando. Lagrimas começaram a escorrer de seus olhos. — Você deveria estar do meu lado... me apoiando...

— E eu não estava? Você tinha ideais nobres, Lilith. Mas você colocou sua vingança acima de tudo e todos. Mas se pararmos para pensar... você sempre foi assim, não é? — aproveitando a atenção dela no que eu falava, eu cravei minha espada na parte esquerda do abdômen dela — Eu não cairei mais no seu joguinho! — torci a lâmina. Sangue dela começou a escorrer pela lâmina da espada e pelo meu braço. Ela me encarou chocada; eu então puxei a espada e a empurrei usando os dois pés. Ela cambaleou alguns passos para trás e caiu de joelhos. Me levantei apoiando-me na espada da minha mão direita.

"Atenção: A sequencia de 'salto' será realizada em um minuto. Todos os tripulantes, preparem-se. Atenção..." — uma voz computadorizada começou a falar. Olhei para Lilith que parecia feliz e aliviada. Olhei para cima e vi varias naves voltando para a estação.

— Parece que... no fim, tudo dará certo... — ela disse. Olhei para ela e comecei a caminhar em sua direção; parei a pouco mais de um metro.

— Ut aliena vi corporis adsumerentur... — comecei a entoar o feitiço para retirar o Graal, e qualquer outra mana do corpo dela. — Sit tenebris spítitus procellàrum dierum hodie, dissertationis Graal ut sit sancta...

— Vai tomar o Graal de meu corpo? — ela questionou. — Não vai funcionar. Não estou mais com ele.

— Et corpore meo... O que?! — parei de entoar o feitiço. — Como não está mais com ele?!

— É simples, meu querido. Como acha que fiz para ter energia suficiente para "saltar"?

"Sequencia de 'salto' será iniciada em 30 segundos..."

— É mentira! Se fosse por isso, Alomër não teria ido até Balor buscar cristais de mana!

— Então continue com a entoar o feitiço — ela disse com um sorriso orgulhoso no rosto. Não é verdade. Não pode ser verdade! Mas e se for? Tudo terá sido em vão...!

"Sequencia de 'salto' será iniciada em 20 segundos..."

— Ei, Adam — olhei para ela. — Era mentira.

— O que-...? — ela ergueu as mãos em minha direção. Delas raios vermelhos saíram cortando o ar e me atingindo com força e me fazendo voar vários metros para trás. Lilith se aproximou e me ergueu pelo braço.

— Eu realente não queria que terminasse assim, Adam — de repente um barulho de engrenagens começando a se mover ecoou pela atmosfera artificial. O chão a alguns metros atrás de Lilith começou a se parar. Olhando para cima pude ver a mesma coisa acontecendo. A estação estava se separando. — É, pois é... apenas os demônios farão o "salto". Eu e os vampiros ficaremos aqui.

— Mas...

— Eu sei que o que restou do exercito de Alice está agora em Karath. Depois de tomar Karath e matar Alice, eu usarei o Graal para reparar o dano que causei. O mundo ficará livre dos deuses, e eu finalmente poderei viver o resto de meus dias em paz.

— Lilith... você...

— Infelizmente, eu percebi que você é uma distração. Se eu não tivesse perdido tanto tempo com você tudo teria acontecido mais rápido... — um som alto de metal rangendo explodiu na atmosfera. As duas metades da estação começaram a se mover em sentidos opostos.

"Sequencia de 'salto' será iniciada em dez segundos".

— Adeus Adam — Lilith então me lançou em direção a outra metade da estação.

"05, 04, 03, 02, 01... o 'salto' será iniciado".

— LILITH!! — Gritei.

Senti uma enorme força de gravidade me puxando. Apertei um ponto especifico do meu traje e um capacete se formou em volta da minha cabeça. Vi Lilith dar as costas para mim e começar a caminhar para algum outro lugar. Me virei em direção a outra estação. Uma fenda no espaço-tempo começou a se formar. Era como se o espaço-tempo fosse uma folha e a fenda um buraco aberto por um lápis.

De repente ela dobrou de tamanho; tamanho suficiente para a outra metade da estação Argos passasse. A outra metade da estação então lançou um raio de mana, que ao entrar dentro da fenda formou um tipo de túnel de luz.

Comecei a ser atraído cada vez mais rápido. Olhei para o lado e vi a luz começar a rachar. Comecei a ficar zonzo enquanto tudo a minha volta começava a se distorcer. Logo não via nada que fizesse sentido. Uma dor começou a se espalhar por meu corpo. Senti come se estivesse com um planeta inteiro sobre minha cabeça. Eu então, assim como a outra metade da estação Argos, caímos dentro da fenda. Senti como se meu corpo sendo espremido, esticado, partido e reconstruído infinitas vezes. Tudo ficou claro, depois cinza e por ultimo preto. Senti minha consciência se esvair até que de repente, eu abri os olhos. Senti frio, muito frio. Havia neve por toda parte. Uivos de lobos misturados ao som do vento forte chegaram aos meus ouvidos doloridos.

Tentei virar meu corpo, mas parei assim que senti que cairia de algum lugar. Virei meu rosto e abri meus olhos. Era uma paisagem de neve iluminada por uma lua totalmente vermelha. O que está acontecendo?

Olhei para baixo e vi um garoto caído sobre a neve. Havia muito sangue em volta dele. Não muito longe dele havia um grande lobo negro caído. — Keiji! — uma voz feminina gritou de dentro da ravina onde o garoto estava.

— Oh, você está aqui — Outra voz feminina falou, mas esta era de uma mulher mais velha. — Você parece horrível...

— Q-Quem é... você? — falei com dificuldade enquanto tentava me virar para ver quem era. — O-Onde... onde estou?

— Eu sou Arudyn. Bem-vindo ao Inferno de Gelo, Adam.

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