Era uma vez em veneza

Per Anakansada

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Draco é arrancado de sua terra natal para ser vendido como escravo, mas ele é salvo ao cair nos braços de um... Més

Notas da autora original
Prólogo
1
2
3
4
5
6
7
EXTRA
8
EXTRA 2
9
10
EXTRA 3
11
EXTRA 4
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17
EPÍLOGO

12

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Per Anakansada

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NA: Depois desse capítulo, vem um extra, para quem está curioso quanto à atual situação do Andrej e do Marino!
L

ily: Oi, querida! Entendo, aquela outra versão realmente seria mais sensual do que essa, porque depois dos três anos o Draco teria perdido sua inocência. Minha ideia nunca foi modificar tanto aquela versão, mas conforme eu ia escrevendo, era isso que ia saindo, então... ficou assim. xD Mas fico feliz que ao menos tenha lido e curtido, e que goste do casal paralelo ao principal. Beijos!
S. R. Malfoy: Oi, linda! Ah, sim, pode apostar, o Harry ficou muito balançado com aquela uva. Ele já se segurou por tempo demais, e aí vem o Draco provocar, chega a ser maldade, hahaha! Só digo que o Riddle vai aprontar. Quando que ele não apronta? Eu ri muito de você chamando o Mordred de 'pulga saltitante', haahhaah! Espero que goste das seduções do Dray. Beijos!
Ed Gyllenhaal: Draquinho é muito, muito inocente, mas a Pansy vai abrir os olhos dele, hahaah! Beijos!
Carolzinha: Ah, fico muito feliz! Obrigada! :*
kiara S: Agora o Draco vai usar artilharia pesada. :DD Beijos!
Summer A: Ui! Então você vai achar esse cap. mais curto ainda! (ele realmente é menor que o outro, rs). E ao Harry, se ele ficar fugindo muito, não sai mais do banheiro para... *censurado* hahahaha! E o Blaise é ótimo, né? Adoro o personagem como amigão do Draco, não tinha como não colocá-lo... Obrigada! Beijos!
Amirasan: Oi, Amira. Bem, vamos falar sobre o Mordred? Eu sei que posso ter exagerado, mas se vocês pensar comigo, em todos os momentos é o Draco que diz que os "Hics!" dele tem algum sentido, quando não tem, necessariamente, nenhum. Isso é mais brincadeira dele em humanizar o próprio bichinho. E eu nem considero isso coisa de criança! Eu mesma faço isso! E tenho 21 anos. E eu gosto de humanizações de animais, então não tenho como levar sua crítica baseada em seu próprio gosto pessoal, em consideração, porque não acredito que críticas baseadas apenas nisso tem algum valor. E desculpe se isso soou agressivo! Realmente não é minha intenção, só que às vezes os leitores esquecem que quem escreve, escreve de tal maneira que lhe agrade, então se eu humanizei o Mordred, é porque eu gosto. E sim, fiquei um pouco chateada com seu comentário, a ponto de comparar minha história com algo que você considera ridículo (a lealdade de um consorte). Isso é uma fanfic, não é um livro, não é algo sério, apesar de eu me esforçar bastante para não escrever completas porcarias. E o Draco não ficou másculo. Ele tem e sempre terá um jeito mais meigo e adorável, mesmo com mais idade. Ele perdeu o ar infantil? Perdeu. Ele está mais maduro? Sim. Mas ele ainda é o mesmo. É doce, ingênuo e fofinho, com um ar angelical, só que agora com 18 anos. Ele é assim nessa fanfic e isso está avisado lá desde a nota inicial. Enfim, isso é uma ficção, escrita por uma amadora, que não tem nenhuma obrigação com editora ou o que for, e que não tem medo de escrever uma bobagenzinha do jeito que gosta. Desculpe de novo se sooei agressiva, não é minha intenção, estou falando tudo absolutamente numa boa. Só queria que compreendesse melhor. Beijos!
Fulaninha de Tal: Não tinha como não ficar né? Eu tb viraria um pimentão! Beijos!
InoMx: Eu tb adoro. Deve ser por isso que sempre que dá coloco em fics, ahahah! E o Riddle... ele vem para incomodar mesmo. O Andrej só ficou mais lindo com o passar dos anos. ;D Beijoos!

Era uma Vez em Veneza

.12.
E

ntramos no bordel pouco depois de escurecer. Eu, Blaise e Seamus. Eu só havia ido até ali à noite uma vez na vida; e acompanhado, apenas quando Anna viera comigo no carnaval. Pansy pedira para que eu viesse àquela hora, pois queria conversar mais sobre como eu deveria provocar Harry.
O lugar ainda não estava muito cheio. Eu vi Daphne e Astoria dançando no palco, rindo e se divertindo, enquanto alguém tocava o piano e a harpa. Havia alguns homens no bar do salão, e outros nas mesas, conversando em pequenos grupos. Pansy dizia que muitos negócios importantes sobre Veneza eram discutidos entre as paredes daquela casa de prazeres.
Blaise e Seamus olhavam tudo com curiosidade e interesse, principalmente para as garotas e mulheres com menos roupa do que a moda veneziana habitual.
"Uau, esse lugar é fantástico!" Blaise falou com os olhos brilhando. Ele parecia mesmo bastante deslumbrado.
"Você nunca esteve em um bordel antes?" Seamus perguntou perplexo. Ele estava com vinte e um anos e sempre se fazia de 'experimentado'. Blaise deu de ombros sem parecer, porém, constrangido por nunca ter ido a um lugar como aquele.
"Estou agora!" Ele sorriu abertamente e abriu os braços. "Então vamos aproveitar!"
Fomos até o bar e Blaise pediu bebida para nós três. Eu peguei a minha e olhei ao redor, mas não vi Pansy; ela deveria aparecer em breve. Blaise e Seamus enveredaram por uma conversa sobre mulheres, decotes e conquistas – aparentemente, Blaise adorava mulheres mais velhas –, mas eu fiquei apenas sentado, observando o ambiente, vendo a maneira como os cortesãos balançavam mais o quadril ao caminhar, ou exalavam uma confiança soberba em sua capacidade de agradar com o corpo.
"Achou alguém do seu interesse?" Alguém sussurrou no meu ouvido e pulei de susto. Andrej sorriu e acomodou-se no banco ao meu lado. "Está pensando no que não deve? Para estar tão ressabiado..." Ele passou o dedo pela minha nuca e riu quando afastei rapidamente sua mão, com o rosto corado.
"Onde está Pansy?" Perguntei, e ele deu de ombros.
"Deve estar lá em cima, mas já deve descer." Andrej pediu um copo de bebida também ao barman e, depois de beber uns goles, olhou para mim mais detidamente. "Você está tentando seduzir Potter, então?"
"Fale baixo!" Rosnei, olhando para o lado, mas Blaise e Seamus pareciam entretidos demais em sua própria conversa. Suspirei e relaxei. "Ele quer me mandar embora de Veneza."
Os olhos de Andrej cresceram pelo susto.
"Por quê?" Perguntou, e detectei aflição em seu tom.
"Para estudar. Ele quer que eu conheça o mundo." Falei com desdém, torcendo o lábio e tomando um gole da bebida. Desceu queimando, mas tentei não demonstrar minha fraqueza para o álcool.
Andrej ficou em silêncio por um momento.
"Ele está certo..." Falou lentamente, e eu o encarei exasperado e irritado por ele concordar com a ideia. "Eu gostaria de ter uma oportunidade dessas também."
"Então vá você no meu lugar." Fiz uma careta emburrada, mas ela desapareceu quando Andrej segurou meu rosto e mirou-me profundamente.
"Vou sentir sua falta." Ele sussurrou com sinceridade. E então se inclinou e tocou meus lábios gentilmente contra os dele. O toque foi tão suave e delicado que eu mal poderia chamá-lo de beijo. Ele se afastou com um sorriso sincero. "Boa sorte em conquistar o seu amor."
Andrej se afastou e foi para o palco, dançar junto com Daphne e Astoria. Os três faziam um ótimo trio, eu descobria apenas agora, depois de quatro anos.
"Impressão minha ou aquele rapaz acabou de te beijar?" Blaise perguntou arrancando-me de meus devaneios.
Eu o ignorei porque vi Pansy se aproximando de onde estávamos. Ela tinha os cabelos negros soltos e o rosto marcado por maquiagem, os lábios rubros, os olhos delineados; seu corpete era apertado e alto, e os braços estavam escondidos por luvas finas e pretas que alcançavam o meio dos braços. Ela era absolutamente linda, e o retrato da autoconfiança e do despudor.
"Por todos os deuses," Ouvi Blaise ofegar ao meu lado. "quem é ela?" Os olhos dele brilharam de admiração e encanto em direção à Pansy. Eu ri disso.
"Draco, meu bem, você veio." Pansy falou assim que parou perto de nós. Mesmo com o salto alto, ela er a mais baixa de nós três, e recordei a época em que eu precisava erguer os olhos para ver-lhe o rosto. Ela acariciou meus cabelos e sorriu. "E trouxe alguns amigos?"
"Essa é Pansy Parkinson, Blaise. É a dona do lugar." Falei.
Blaise imediatamente segurou a mão de Pansy e se inclinou para beijá-la.
"Senhorita Parkinson, é um prazer imenso conhecê-la." Ele garantiu galanteador, erguendo o rosto e sorrindo insinuante. Revirei os olhos, lembrando que Blaise gostava de mulheres mais velhas. Pansy era quatorze anos mais velha do que ele, mas Blaise parecia não ver problema algum.
"E esse é Blaise Zabini, e aquele Seamus Finnigan." Apresentei, vendo os dois se empertigarem rapidamente.
"Aproveitem a noite, senhores. É um prazer tê-los por aqui. Sintam-se em casa e não se acanhem em me procurar caso tenham qualquer dúvida." Pansy declarou, com uma piscadela.
"Farei isso." Disse Blaise. Ele só faltava babar em cima de Pansy.
"Draco, venha comigo, tem algo que quero lhe dar de presente." Pansy falou, enlaçando meu braço e me levando até a saleta atrás das escadas onde ela havia me levado ao me encontrar chorando à sua porta há tanto tempo atrás. "Sente-se." Ela pediu assim que entramos.
Sentei em uma poltrona e observei enquanto ela deslizava as mãos por uma estante de livros perto da lareira. Quando ela encontrou o que queria, pegou o livro e estendeu-o para mim. Olhei o título e ergui uma sobrancelha, desconfiado.
"Ars Amatoria, de Ovídio." Peguei o livro e olhei a capa e contracapa.
"A arte de amar." Pansy traduziu o título que estava em latim. "É um livro maravilhoso, sobre arte da sedução, escrito em versos." Ela riu, divertida. "Talvez um dos motivos por que Ovídio foi banido de Roma pelo imperador Augusto."
Corei um pouco enquanto folheava o livro.
"Sempre mando meus querubins lerem essa joia preciosa." Pansy falou com louvor.
"Eu não sou um de seus querubins." Murmurei. Ela chamava quem trabalhava no bordel de querubins; Pansy tinha uma preocupação bastante maternal com todos eles.
"Mas quer fazer o mesmo que todos eles fazem." Pansy gargalhou ondulando os cabelos como um manto negro e brilhante. Ela pegou minha mão e voltou a me levar de volta ao bordel. "Olhe para eles. Eles sabem o que querem e o que precisam fazer. Digo-lhe, Draco, que confiança é a alma do negócio. Você precisa acredita em si mesmo. Acredite que é belo, charmoso, sedutor e irresistível, e então os outros acreditarão também. Mas nunca os deixe saber que você sabe disso." Ela me olhou e acariciou minha bochecha. "Inocência também combina com você. Aconteça o que acontecer, você não deve deixar que Harry saiba o que você está fazendo. Tudo deve ser propositalmente casual, sutil e despreocupado. Você não percebe sua própria beleza, não repara em seus gestos provocantes, e sequer imagina o efeito que eles causam nos outros. É assim que deve ser, e é assim que você destrói o auto-controle de qualquer um."
"Certo..." Disse duvidoso, segurando com força o livro contra meu peito. "Mas anteontem, as uvas, elas não funcionaram. Harry saiu correndo da sala de estar porque se lembrou de um compromisso urgente e-"
Parei ao ouvir a risada de Pansy.
"Draco, isso é ótimo! É claro que funcionou! Ele correu porque ficou excitado!"
"O quê?" Meus olhos se arregalaram e meu rosto queimou com a possibilidade. Meu coração começou a bater como se Harry estivesse naquele momento na minha frente, excitado por minha causa.
Pansy balançou a cabeça, com um olhar que me chamava de ingênuo e inocente. Fiz uma careta consternada.
"Venha, querido, temos muito que conversar."

XxX
P

elo resto da noite, fiquei conversando com Pansy e Andrej, que não falava muito, apenas escutava e concordava com uma ou outra palavra de Pansy. Blaise vez ou outra pavoneava perto da cortesã, que erguia as sobrancelhas e mostrava-se comicamente divertida.
Em certo momento, ele se inclinou para Pansy, um tanto constrangido, e sussurrou algo no ouvido dela. Pansy ergueu as sobrancelhas, parecendo genuinamente surpresa.
"Eu não faço mais esse tipo de serviço, doçura. Mas como você pode ver, há muitas opções belíssimas e graciosas circulando por aqui." Pansy estendeu a mão indicando todo o salão. Blaise pareceu decepcionadíssimo.
"Eu pago qualquer preço. Eu tenho dinheiro. Meu pai é um dos homens mais ricos de Veneza!" Ele falou rápido e desesperado, segurando a mão de Pansy, pequena entre as suas. "Você é tão linda. Por favor." Ele a beijou na mão mirando-a nos olhos.
Eu ri baixinho e levei uma cotovelada fraca de Andrej.
"Neste caso..." Pansy puxou Blaise e murmurou algo no ouvido dele. O negro arregalou os olhos e deixou o queixo cair. Cogitei a hipótese de Pansy ter-lhe dito uma quantia majestosa para que fosse para cama com ele. "Quando você puder pagar pelos meus serviços, nós conversaremos."
Pansy sorriu vitoriosa, mas então Blaise se empertigou, estufando o peito.
"Espere por mim amanhã. Eu virei aqui novamente." Ele nos deixou, como se soubesse que a conversa era particular. Pansy me encarou estupefata, e eu apenas dei de ombros.
"Ele pode ser bastante decidido quando quer." Falei.
Conversamos mais um pouco, não apenas sobre Harry, mas sobre variados assuntos, até que Seamus se aproximou, tocou meu braço e disse que deveríamos voltar.
"O Sr. Potter não achará nada bonito saber que você ficou aqui até tão tarde... Eu fiquei de cuidar de você." Ele disse. Arregalei os olhos em descrença.
"Harry sabe que estou aqui?"
Ele revirou os olhos.
"Potter sempre sabe de cada passo seu, Draco. Agora vamos." Seamus me puxou e, após um breve aceno cortês para Pansy e Andrej, levou-me até a saída. Blaise nos seguiu a passos trôpegos e felizes.
"Amanhã!" Ele exclamou alegremente erguendo uma mão para o alto. "Amanhã!" e riu.
"Bêbados..." Seamus resmungou desgostoso, enquanto eu pensava em tudo o que havia aprendido aquela noite. Falar é sempre fácil... Complicado é colocar em prática. Mas eu não iria desistir.

XxX
Q

uando cheguei ao palazzo, tomei um banho rápido e coloquei um robe de seda branca. Depois saí, ordenando a Mordred que ficasse no quarto e não me seguisse, e avancei até o final do corredor, onde ficava a porta de carvalho do quarto de Harry, com belos arabescos em alto relevo. Deslizei os dedos por eles, seguindo os traços ondulados, e enchi os pulmões de ar, como se isso pudesse dar-me coragem. Então bati à porta.
Pouco depois, Harry estava à minha frente, apenas com uma calça larga de dormir, e o abdômen, o peito e os braços fortes à mostra. Senti o ar faltar com a visão, e só então percebi que a noite estava bem quente.
Era início de verão.
Eu entrei no quarto antes que ele tivesse chance de dizer alguma coisa e suspirei aliviado ao ver que não havia nenhuma mulher por ali.
"Te acordei?" perguntei inocentemente, indo até a cama e me sentando nela. Meus cabelos ainda molhados grudaram em meio rosto, e eu os afastei em um gesto descuidado.
"Não, eu estava fazendo umas anotações... Vi quando você chegou." Harry falou, fechando a porta e se virando para me ver. Havia dúvida e espera em seu rosto.
"Fazia tempo que eu não me esgueirava para dentro do seu quarto..." Sorri distraído enquanto passava a mão pelo lençol branco da cama. "Eu costumava fazer bastante isso."
"Eu lembro." Houve a sugestão de um sorriso no rosto de Harry, e ele se aproximou. Eu me esforcei para não prender a respiração, mas ele foi até a poltrona perto de sua escrivaninha e se sentou ali. As janelas estavam abertas e um vento quente inundava o cômodo. Vi uma gota de suor escorrendo pela pele ligeiramente bronzeada dele e estremeci, desviando o olhar.
"Você sempre soube que eu visitava Pansy, não é? Mesmo quando você me proibiu de ir até lá novamente..." Lembrei das palavras de Seamus. Harry sabia de todos os meus passos. Isso fez com que um arrepio atingisse minha espinha.
"Eu sabia. Mas também sabia que você continuaria a visitá-la mesmo que eu o amarrasse ao pé da cama."
Abri um sorriso tímido e me icei mais para o centro da cama. Peguei um travesseiro e o abracei, apoiando o queixo nele. Harry me observava com curiosidade.
"Pansy me contou que você costumava frequentar o bordel." Comecei. Qualquer sinal de sorriso desapareceu do rosto de Harry, mas eu não me abalei. Eu ri. "Você tinha medo? Que ela me contasse coisas sobre você que você gostaria que eu não soubesse?"
Harry desviou o olhar para um momento, fixando na lareira apagada, quase como se pudesse ver o fogo crepitando ali, como acontecia nos meses de inverno. Sem dúvidas havia fogo nos seus olhos verdes, sempre tão quentes e expressivos, ainda que eu raramente conseguisse decifrar o que havia por trás das chamas.
"Não apenas isso. Você é inocente demais para um ambiente como aquele." Harry disse. "Mas como você vai apenas durante o dia, eu não vejo problemas."
"Eu fui à noite hoje." Falei arrastado.
"Eu sei." Harry voltou a me olhar. "Mas você já tem dezoito anos, não posso mais proibi-lo de frequentar bordeis, caso essa seja a sua vontade." O tom de Harry parecia duro, e sua expressão e punhos cerrados me diziam exatamente o contrário. Ele gostaria de me proibir.
"Não sou mais criança, não é mesmo?" Perguntei indo mais para trás e me deitando no colchão. A resposta de Harry demorou a vir.
"Não, não é."
Eu sorri preguiçosamente, acomodando-me melhor na cama.
"Eu não fiz nada lá. Apenas conversei com Pansy e Andrej. E Blaise foi também. Acho que ele está apaixonado por Pansy agora." Comentei, virando de lado e começando a praticamente ronronar. Meu robe desalinhou, mas eu não o ajeitei.
"Também sei disso." Ouvi a voz baixa de Harry. Eu estava realmente começando a me sentir sonolento.
"Seamus lhe contou? O que ele é? Seu espião?" Debochei e me ergui de súbito. "É claro! Você sempre mandou Seamus manter um olho em mim, não foi? Ele tem um jeito furtivo e uma mania de aparecer de repente que dá nos nervos!" Eu me calei ao perceber que o robe escorregara pelo meu ombro e agora deixava metade do meu peito aparecendo. Meu corpo esquentou quando percebi que Harry encarava a pele descoberta.
"Eu cuido do que é meu." Harry falou, cravando seus olhos aos meus.
Meus lábios entreabriram de surpresa.
"Não sou seu." Falei sentindo minha respiração descompassar. Eu sabia que era dele.
Harry pareceu perceber o que havia dito e ficou consternado. Quando ele me encarou seriamente, pensei que seria para me mandar sair do quarto. Lembrei-me das palavras de Pansy; eu não podia deixar que Harry percebesse o que estava acontecendo caso ele deixasse algo escapar. "Mas fico feliz que se preocupe comigo." Emendei rapidamente, de forma inocente, e voltei a deitar. "Estou com sono." Suspirei, fechando os olhos.
Tentei parecer tranquilo enquanto me coração batia barulhento como chuva contra janelas em noites de tempestade.
"Draco..." Harry chamou.
"Deixe-me dormir aqui." Pedi baixinho. Acomodei-me melhor e fingi pegar no sono depois de alguns minutos. E fiquei ali, apenas esperando. Acho que cochilei em alguns momentos, em algum lugar entre a consciência e o breu dos sonhos. Mas cuidei para me manter alerta.
O mais difícil foi continuar o fingimento quando, mais tarde, as luzes se apagaram, e senti o colchão afundar um pouco mais com o peso de Harry, quando este se deitou na cama. Estava tão quente aquela noite.
Apertei a parte de baixo do travesseiro quando pude sentir o calor do peito nu dele próximo às minhas costas. Estremeci e fechei os olhos com mais força quando senti a mão ligeiramente áspera dele percorrer meu ombro desnudo e meu braço.
Depois vieram seus lábios em meu pescoço e o arrepio que experimentei quando ele aspirou o aroma de minha pele. Soltei um gemido sufocado quando a ponta de sua língua tocou minha pele e ele apertou com mais força o meu braço. Ele parou, e só o som do vento morno era audível naquele momento.
Minha pele formigava onde ele me havia tocado. Desejei ardentemente que ele continuasse, mas senti seu peso pender para o outro lado, depois sua respiração tornar-se lenta e uniforme. Quando me virei, vi que dormia de costas, com o braço sobre os olhos. Sua expressão parecia tensa mesmo que eu não pudesse ver completamente seu rosto.
Fiquei observando ele dormir, sentindo vontade de traçar com os dedos os contornos de seus músculos como havia feito com os arabescos da porta, até que o sono fosse maior que minha vontade.

Continua llegint

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