TAEHYUNG
Eu sentia o meu corpo inteiro entrar em combustão, eu tentava puxar o ar para os meus pulmões mas parecia que quanto mais eu tentava mais o ar não entrava. Foi então que eu constatei que eu estava tendo um ataque de pânico.
— Irmão, se acalme — Seokjin que estava ao meu lado, disse preocupado — Precisa ficar calmo agora, Tae.
— H-Hyung, eu não consigo — segurei em seus ombros e eu pude sentir a presença do mesmo ficar mais forte, na tentativa de me acalmar.
Quando os polícias apareceram na minha porta e deram a notícia de que acharam o corpo de Bogum, eles logo me trouxeram para que eu mesmo veja com os meus próprios olhos o corpo do meu ex-marido.
Eu não queria estar ali e nem muito menos fazer o reconhecimento do corpo, mas eu sabia que se eu não fizesse, futuramente eu iria me arrepender. Porque eu precisava da confirmação, precisava da certeza de que Bogum não estava mais entre nós.
— Sr. Kim? — um beta saiu da sala do IML, segurando uma prancheta.
— Sim? — depois de me recompor, eu levantei de onde eu estava sentado.
— Venha comigo, por favor.
— Quer que eu vá? — meu irmão perguntou.
— Não precisa, hyung — em um surto de coragem, eu disse aquela frase. Em seguida eu segui o rapaz, esse que me levou para dentro da sala gelada.
Não haviam outros corpos no local, somente aquele que eu deveria checar. Ele estava dentro de um saco preto parcialmente aberto.
Observei o beta colocar sua prancheta em cima de uma das bancadas, em seguida ele colocou suas luvas e só então se aproximou do corpo, podendo agora abrir o saco de vez.
Respirei fundo e fiz o mesmo que o rapaz, mas desde que eu entrei na sala eu pude sentir o aroma de Bogum. E agora, eu pude ter a confirmação de que era mesmo ele.
Bogum estava mesmo morto.
Foi inevitável para mim não conter as lágrimas. Mesmo não o amando mais, ele foi uma pessoa importante na minha vida e querendo ou não ele era o pai biológico do Yeonjun.
Céus, eu tinha tantas perguntas. Queria saber o porquê ele nos deixou sem nem ao menos avisar. O porquê dele sumir assim, não dar notícias e nem nada, simplesmente desaparecer.
— Preciso que me diga é o seu marido, senhor — a voz rapaz me tirou dos meus pensamentos.
— Sim, é ele.
— Sinto muito por isso, senhor — o beta me fitou, comovido — Ao que tudo indica, seu marido fugiu com um amante — o encarei rapidamente, incrédulo — Ele planejava a fuga e acabou sendo no dia do desfile.
— Como sabem disso?
— Nós investigamos o amante dele, que inclusive, foi quem cometeu o assassinato — engoli a seco.
— Isso é muito para a minha cabeça — murmurei, atordoado demais com todas aquelas informações.
— O nosso detetive irá lhe contar tudo detalhadamente, senhor. Agora já podemos ir.
Eu assenti, dando uma última olhada para o corpo de meu ex-marido.
•••
— O amante confessou. Disse que os dois planejavam a fuga há meses e tiveram a oportunidade no dia do desfile, seguindo Lee Donghae, o amante, eles estavam bastante apaixonados — o detetive contou.
— Qual foi a causa da morte? — eu ouvi Seokjin perguntar.
Eu estava quieto enquanto ouvia tudo o que o detetive contava. Aquilo tudo era tão surreal para mim.
— Bem, Donghae disse que eles tiveram uma briga quando Bogum disse que estava esperando um filho do Lee — suspirou — Mas Donghae não queria filhos, então eles acabaram tendo uma discussão. Naquele mesmo dia, Bogum estava arrumando as suas coisas para ir embora da casa do Lee, já que ele preferiu ter o bebê ao invés de abortar, como o alfa havia sugerido — a cada palavra do detetive eu só sentia o meu estômago se revirar — Donghae pegou Bogum no flagra quando o mesmo estava indo embora. Os dois tiveram outra briga, mas Donghae, possesso de raiva, esfaqueou o ômega pelas costas.
O silêncio tomou conta da sala e agora eu tinha os olhares dos dois sob mim.
— Eu realmente sinto muito, sr. Kim — o detetive se lamentou e eu apenas assenti, impossibilitado de dizer algo.
— Tem mais alguma coisa que temos que fazer? — Seokjin perguntou, visto que eu não falaria mais nada.
— Não. Estamos esperando os pais da vítima para poderemos liberar o corpo para o enterro — o alfa informou — Vocês estão liberados.
Quando saímos da delegacia, o lado de forma estava tomado por repórteres e jornalistas, o que me fez pensar que nessa altura, toda a Coréia já sabia o que havia acontecido.
Seokjin e eu seguimos para o carro sem darmos entrevistas. Eu permaneci em silêncio o trajeto todo até chegarmos em minha casa.
Havíamos passado à tarde toda na delegacia e tudo o que eu queria agora era tomar um banho, ficar com Jeongguk e com os nossos filhos.
— E então? — minha mãe nos encarou assim que entramos na mansão. A mesma estava sentada no sofá ao lado de Jennie.
— Era ele mesmo — Seokjin a respondeu e eu pude ouvir o choro de minha mãe.
Eu segui para o segundo andar, indo até o meu quarto, onde encontrei Jeongguk em meio das cobertas assistindo algo na televisão.
Seus olhos pousaram em mim assim que eu entrei no cômodo. Ele levantou e me seguiu para o banheiro.
— Como foi? — sua voz soou baixa e com receio.
— Era corpo dele mesmo — respondi, já sentindo os meus olhos se tornarem marejados.
— Eu sinto muito — o Jeon me abraçou e só então eu me permitir desabar ali.
Jeongguk era e sempre será o meu porto seguro.
Ele ficou acariciando os meus fios enquanto eu colocava para fora toda a dor e tristeza que estavam acumulados dentro de mim.
•••
Estávamos deitados na cama, eu com a minha cabeça sob o peito do mais novo e esse continuava com as carícias em meu cabelo. Eu já havia tomado banho e também tinha passado um tempo com os nosso filhos — esses que agora estavam dormindo.
Ainda era próximo das oito da noite e tudo o que eu queria era ficar com o ômega. Somente a sua presença era capaz de me acalmar naquele momento.
— O que acha de tirarmos umas férias de duas semanas? — perguntei, depois de ter permanecido em silêncio por alguns minutos.
— Férias?
— É. Eu, você e os filhotes. Podemos ir para a minha fazenda em Daegu, onde ficaremos longe de tudo — levantei o meu rosto para o fitar seus olhos.
— É uma boa ideia, querido — sorriu, minimamente — Mas, você não quer ir no enterro? — perguntou, hesitante.
— Eu não irei conseguir ir — confessei — Acho melhor eu ficar com você e com os nossos filhos. Sinto que de alguma forma o lobo de Yeonjun sabe o que aconteceu com Bogum, por isso ele está mais enjoadinho hoje.
— Eu também pensei nisso — o ômega passou a contornar a minha boca, olhos e bochechas com a ponta de seu dedo indicador — Quando iremos para Daegu?
— Amanhã mesmo. Avisarei ao evento que não iremos — eu disse, trazendo o corpo do mais novo para mais perto.
— Nós podemos passar no meu pai antes de irmos? Quero que ele te conheça... — disse, timidamente.
— Podemos sim, amor — roubei um selar de seus lábios — Eu amo você.
— Eu também amo você.
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Sim gente o Bogum morreu de vez, ele não vai voltar dos mortos como muita gente estava teorizando.
O capítulo foi pequeno mas o próximo será maior, eu prometo <3
Feliz ano novo atrasado!! Espero que esse ano seja melhor que o anterior que traga a vacina.
Vejo vocês em breve ♡