Just a Year - (COMPLETA)

By alexia-macedo

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Rebeca mora em São Paulo e está no último ano do ensino médio. Tudo que ela quer é apenas aproveitar esse últ... More

Sinopse
Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6 (bônus)
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capitulo 20
Capitulo 21
Capitulo 22
Capitulo 23
Capitulo 24
Capitulo 25 (Especial 6 mil leituras)
Capitulo 26
Capitulo 27
Capitulo 28
Capitulo 30
Capitulo 31
Capitulo 32
Capitulo 33
Capitulo 34
Capitulo 35
Capitulo 36
Capitulo 37
Capitulo 38
Capitulo 39
Capitulo 40
Capitulo 41
Capitulo 42
Capitulo 43
Capitulo 44
Capitulo 45 (Final)
EPILOGO
Agradecimentos
Novidades para os leitores!

Capitulo 29

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By alexia-macedo

Tirar o gesso foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos dias, semanas ou meses! Nem me lembrava de como minha perna era leve e de como era pratico andar sem aquilo.  A primeira coisa que fiz claro foi tomar um banho, um longo e maravilhoso banho. Claro que logo após de sair saltitando pelo meu quarto e ter dançado algumas musicas do Just Dance.

Finalmente minha maré de azar tinha me dado uma trégua. Apesar de que eu sempre soube que a calmaria antecede a tempestade. Mas que os ventos soprem contra, por favor, obrigado! Eu e o Brian nos encontramos mais vezes e naquelas em que a Penélope não estava sempre ficávamos conversando.

Acabei me aproximando mais dele e conhecendo lados que não conhecia. Chega ser um pouco estranho quando você cria toda uma personalidade de uma pessoa apenas por alguns lados que conhece dela. O mesmo aconteceu quando conheci a Vanessa.

Extrovertida e mais animada do que o normal e, talvez, saudável. Imaginei que ela seria uma chata. E tudo bem que às vezes ela faz esse papel, quando me acorda em pleno domingo com alguma música animada e me chama para faxinar a casa como se tivesse me convidando para ir à praia paradisíaca: com total animação. Mas a verdade é que ela se mostrou alguém séria e até um pouco inspiradora. Sempre sabia o que falar e a hora de calar, de ouvir, de pensar.

Sem nem perceber, me tornei sua amiga.

O mesmo aconteceu com o Brian nas últimas semanas.

As maiorias das “reuniões” aconteciam em sua casa, as outras, na minha e apenas uma foi na casa da Penélope, sobre o olhar vigilante da sua mãe. Entre uma conversa e outra ele se mostrou bem mais do que imaginei. Seu amor pela fotografia e a forma como ele sofre (mesmo não confessando isso explicitamente) com seu pai controlador.

Antes que pudesse me controlar, estava lá eu, deitada em minha cama, esperando o sono vim enquanto passava nossas conversas, como se tivesse revendo as cenas preferidas de um filme. Sua risada alta, sua forma calma de falar, o jeito que ele mexia no cabelo, sua expressão quando tentava entender algo. Cada mínimo detalhe que passava em minha mente e varria meu sono para longe.

Agora, que os trabalhos foram apresentados, provas feitas e gesso cortado, eu não tinha mais motivos para vê-lo, nem para falar com ele no corredor. Cada vez que ele veio falar comigo na última semana, os olhos desafiadores da Cecilia me fitavam.  A impressão que eu tinha dela era como se ela fosse uma desses pássaros que defendem seus pequenos passarinhos com suas garras enormes e seus olhares assustadores.

A Vanessa entra no elevador e eu continuo empacada na frente das portas abertas.

- Você tem razão que isso é uma boa ideia? – Pergunto enquanto coloco minha perna no meio das portas, que estão começando a se fechar.

Sem nenhuma resposta ela apenas me puxa pelo braço, me fazendo entrar de supetão no elevador e soltar um pequeno grito.

- Se eu não tivesse, não estaria te levando. – Ela diz e me olha como “fique tranquila”.

Suspiro pesado e me deixo corroer pelo nervosismo e ansiedade durante todo o caminho. Mesmo com os covers acústicos maravilhosos do Boyce Avenue tocando. Nem mesmo essas músicas conseguem me fazer relaxar e nem me sentir em um daqueles clipes melodramáticos em que a mocinha olha pela janela do carro e começa a passar várias cenas lindas pelo vidro, como lembranças.

Tudo que consigo fazer é morder o canto da minha boca, já que estou totalmente proibida de agora em diante a roer as unhas. Não consigo entender porque estou tão nervosa. Não é como se isso fosse dar certo mesmo.

Ainda não sei o que estava se passando pela minha cabeça quando eu cogitei essa hipótese. Na verdade, eu não estava pensando. Tenho sérios problemas quando uma pessoa começa a contar coisas da sua vida, pois eu também começo a contar coisas que não deveria. Mas antes que eu possa perceber, lá estou eu: contando tudo e me deixando levar pelos conselhos.

- Acho que você deveria aceitar isso. – O Brian diz sentado na cadeira que fica na escrivaninha. Estou sentada na minha cama, abraçada aos joelhos, e ele me fita com seus olhos de cor indefinida. Ora parece verde. Ora Azul.  – Você é linda. – Ele gira a cadeira e começa a puxar alguns papeis, como se tivesse adicionando um comentário qualquer. Então se vira novamente e volta a me fitar com seu olhar calmo. – E vai fazer sucesso com isso.

Ele sorri e continuamos nos olhando por algum tempo. É incrível ver como, hoje, podemos fazer isso sem rir ou desviar os olhares envergonhados depois de dois segundos. É como se tivéssemos conseguido criar uma conexão.

- E, um dia, eu adoraria te fotografar. – Ele diz e então dá um sorriso. É um sorriso malicioso e antes que ele possa falar, jogo o travesseiro, que estava preso entre minhas costas e parede, na sua direção. Ele ri e eu não consigo me controlar, e acabo sendo contagiada também.

- Quem sabe um dia. – Sorrio e então ele levanta suas grossas sobrancelhas, em surpresa. – Não desse jeito, ridículo.

Não posso deixar que um riso saia da minha boca com a lembrança. Agradeço por a Vanessa ter aumentado o som, para não ouvir a risada. Sinto minhas tensões indo embora, mas rapidamente elas voltam quando vejo o pequeno prédio onde fica o estúdio em que a Vanessa foi fotografada quando a acompanhei, mais de um mês atrás.

Seco minhas mãos na saia preta que estou usando e passo a mão pelo cabelo, enquanto acompanho a Vanessa até a sala em que iremos tirar as fotos.

Toda minha tensão inicial se dissipou conforme a música animada ressoava pelo ambiente e eu ia posando em frente à câmera. Com certeza foi mais divertido do que pensei, e, por mais que eu tivesse que girar a cabeça minimante alguns centímetros para frente ou para trás, foi divertido.

Fazia tempo que eu não ria tanto em uma tarde, tirando, claro, as tardes em que eu e o Brian íamos fazer ensaiar para o trabalho de filosofia. Pelo que soube, aquele fotografo acompanhou a carreira da Vanessa bem cedo e sempre de perto, ele já a fotografou várias vezes e parecem até melhores amigos.

- Se não fosse pelo seu pai... – Ele diz enquanto pousa a câmera no ombro e estala a língua algumas vezes. – Ela teria um futuro brilhante. Ainda mais, quer dizer.

Ele disse isso com um sorriso que mostrava que não reprovava o que ela tinha feito. E ainda mais: que faria a mesma coisa por um true love, como ele mesmo disse.

- Suas fotos ficaram maravilhosas. – Ele disse enquanto passava algumas por sua câmera. – Vou editar e em poucos dias você terá um book perfeito.

Não pude evitar olhar ele de perfil, enquanto via aquelas fotos. Não era muito velho, era um homem bonito. Mas não era isso que eu via enquanto tentava fita-lo sem que ninguém notasse. Imaginava o rosto do Brian ali. Sua expressão concentrada, franzindo a boca de vez em quando, dando um esboço de sorriso e pendendo a cabeça para o lado quando algo lhe agradava. Era muito fácil vê-lo naquela situação, parecia natural. Como quando ele me fotografou em seu quarto e das outras tantas vezes em que ele conseguiu tirar fotos minhas que só descobri que foram tiradas quando ele mostrava.

Ema uma tarde ele havia me mostrado algumas fotos que ele já havia tirado de alguns lugares. Uma fazenda, a praia, uma serra, montanhas, animais. Todas as fotos eram perfeitas. Perguntei se ele já havia feito algum curso, e ele disse que sua mãe já havia lhe pagado alguns meses, mas seu pai o obrigou a sair quando descobriu e desde então tudo que ele aprende é pesquisando e estudando na internet.

- Não tem foto de pessoas? – Pergunto enquanto aperto a setinha para passar as fotos. Estou sentada em sua cadeira preta, mil vezes mais confortável que a minha e ele está atrás de mim, com uma mão apoiada no encosto da cadeira. Bastava um pequeno movimento meu e seus dedos roçavam em meu ombro. Às vezes ele se abaixava e falava perto do meu ouvido alguma coisa, como se quisesse dar mais ênfase ao que estava falando. Tinha a impressão que ele não fazia a ideia do que tal atitude causava ao meu pobre coração, que batia descontroladamente a cada vez que ele fazia aquilo.

- Nunca me interessei em fotografar ninguém. – Ele diz e sinto seu leve hálito de menta em meu pescoço, mesmo que agora ele não esteja realmente perto de mim.

- Nem mesmo a Cecilia? – Ele se senta na beirada da cama e eu viro a cadeira em sua direção. Me controlo para não ficar girando nessa cadeira como uma criança de cinco anos que acabou de descobrir a cadeira giratória. – Ele já tem jeito de modelo.

- Nem mesmo ela. – Ele diz dando de ombros e sorrindo.

- E por que eu? – Pergunto e ele não parece se assustar com a pergunta, nem mesmo fica surpreso. Mesmo eu estando completamente surpresa de ter perguntado.

- Faço a menor ideia. Só vi você, estava com a câmera na mão e cliquei. Achei que ficaria legal. –Ele volta a dar de ombros, como se aquilo não fosse nada demais. Pode não ser para ele, mas para mim é. Sinto como se uma líder de torcida tivesse dentro de mim, pulando, balançando pompons e gritando GO REBECA!

Toda essa aproximação me fez conhecer um lado do Brian que eu não fazia ideia que existia. Não era como se ele tivesse se transformado do nada e se revelado um príncipe encantado. Ele continuava com seus olhares constrangedores e piadas cheias de segunda intenção, apesar de ser mais neutro, para a alegria das minhas bochechas que já não aguentavam mais ficar coradas. Não era como se ele tivesse mudado. Pois ele continuou o mesmo. Ele apenas revelou uma parte dele. Mais uma que não conhecia. Como se ele fosse composto por camadas, desde a superficial até a mais intensa.

Acredito que fiz meio caminho. Estar ao lado do Brian foi divertido e tranquilo, aquela tensão tinha sumido e eu conseguia rir e achar graça até mesmo quando ele dava em cima de mim. Levava na brincadeira, até porque ele tem namorada e é claro que essa era sua intenção: fazer graça.

Pensar sobre isso me deixa feliz e deprimida. Gostei de conhecer essas camadas do Brian. Gostei de ver que ele não é apenas sua camada superficial. Que dentro dele tem alguém que sonha e consegue ser sensível o bastante para querer eternizar momentos pela lente de uma câmera.

E então me lembro de que tenho que me afastar do Brian. Não só por causa da Cecilia, mas por mim também. Sei que é o melhor a se fazer e sei que ela tem razão: cada vez que cruzo seu caminho, sempre acaba em briga e estresse. E sem contar que agora falta ainda menos par que eu volte para São Paulo.

E estranhamente pensar nisso faz meu coração doer.

Gostou do capitulo? Então não deixe de votar e comentar! O livro está na reta final e até que acabe ainda quero atingir muitos novos leitores, por isso me ajude a divulgar: mostre o livro para seus amigos, curta a fan page e participe do grupo (basca buscar por Leitores de Just A Year). Vamos mostrar para mais pessoas a história da Becky ♥ Me contem o que esperam para os capitulos finais. Em breve sai booktrailer :) Beijos!

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