O véu que nos separa (Degusta...

By DboraCorra91

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Dois séculos e meio... Jean Baptiste de Noyan morreu em 1769 após receber sentença de morte por ser um dos lí... More

Nota da Autora
Elenco
Parte 1 - Aquele em que morri
24 de agosto de 1769
19 de outubro de 1769
26 de outubro de 1769
31 de outubro de 1769
Parte 2 - Aquele em que te conheci
30 de abril de 1993
1 de maio de 1993
Parte 3 - Aquele em que te reencontrei
31 de outubro de 2017
30 de novembro de 2017
21 de dezembro de 2017
Prêmios
Aviso!

31 de outubro de 1993

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By DboraCorra91

O tempo tinha escondido muitas coisas nesse ano. Infelizmente, não do jeito que Jean ou Amelia esperavam.

Depois de casar-se com Guilherme, Helena fizera questão de cumprir a promessa que tinha feito a Amelia, negando-se a ver a mãe depois que esta tentou chamar Jean para jantar em sua casa em uma noite que Helena e Guilherme foram visitá-la. Quando a criança nasceu, a filha de Amelia não deixou que a senhora visse a neta até que Amelia prometesse nunca mais chamar Jean para sua casa, principalmente quando o casal estivesse lá.

Foram os meses mais difíceis para Jean. Estar tão perto de sua amiga e praticamente não poder vê-la era um martírio. Ele tinha voltado para Nova Orleans por causa de Amelia, porque queria passar mais tempo em sua companhia, mas era impedido por outra promessa inusitada, porém importante.

Amelia tentou descumprir sua palavra, chamando Jean para visitá-la quando Helena não estava por perto. No entanto, Jean aprendeu, tanto em vida quanto em morte, que a palavra de uma pessoa era um dos bens mais preciosos que ela tinha. Seus estudos, seus princípios e sua palavra jamais deveriam ser desprezados ou traídos. Jean nunca deixaria que Amelia fizesse tal coisa, principalmente por causa dele.

Então, os meses foram passando sem que Jean pudesse ver Helena e sua criança, sem que Jean pudesse jogar cartas ou conversar com Amelia durante um jantar em sua casa ou na dela.

Ele apenas podia ver a amiga quando esta estava trabalhando ou quando marcavam de se encontrar em algum lugar da cidade. No primeiro caso, Amelia quase não tinha tempo para conversar com ele, pois precisava atender os clientes. No segundo caso, os encontros eram constantemente interrompidos por pedidos de socorro de Helena ou pelo tempo que Amelia dedicava a cuidar da neta quando os pais da menina iam a alguma festa.

Nos momentos em que podiam se encontrar, Amelia olhava constantemente ao redor, com medo de que Helena pudesse vê-los juntos. A jovem não tinha proibido que eles se vissem, até porque provavelmente não conseguiria tal promessa da mãe, mas Amelia não queria ter mais problemas ou brigas com a filha, pois tinha medo de perder a neta que aprendera a amar em tão pouco tempo.

Jean entendia os sentimentos da amiga e, por conta disso, quando chegou à loja de Amelia na noite de Halloween, tinha tomado uma decisão que o deixava muito triste. Ele sabia que se arrependeria do que tinha decidido, mas também sabia que o arrependimento duraria pouco tempo, pois estava acostumado a viver o presente e esconder o passado em algum recanto obscuro de sua mente.

Abriu a porta da loja Glamour House e entrou com o queixo erguido e respiração presa. Assim que deu dois passos, porém, soltou a respiração e abriu a boca em surpresa.

Amelia estava parada na frente do balcão, segurando um embrulho de mantas nos braços firmes. Ela balbuciava em direção ao embrulho e fazia caretas divertidas.

Jean ficou parado observando-a por alguns minutos, encantado com a beleza da cena. Uma avó brincando com sua neta, com tanto amor e carinho transbordando em seus olhos e sorrisos que ele jamais diria que aquela Amelia era a mesma que jantara com ele há algumas noites.

Sua amiga estava feliz ali, com aquela criança. Jean a tinha visto daquele jeito apenas quando Helena nasceu e ficou extasiado por saber que Amelia podia sentir-se tão bem novamente. Mais do que nunca, ele entendeu que a decisão que tinha tomado era a certa para todos. Nem mesmo o arrependimento tardio viria, agora que ele sabia como Amelia estaria sem sua presença.

— Ele vai ficar ali parado a noite toda se não falarmos com ele — Amelia falou para a criança, alto o bastante para que Jean ouvisse e entendesse.

Ele riu com a alfinetada, mesmo sabendo que era verdade.

Quando Amelia finalmente levantou o rosto para observá-lo, ele não se impediu de suspirar por ver o sorriso estampado em seu rosto. Como ele sentiria falta daquela visão.

— Sua poção está em cima do balcão, pode pegar — Amelia apontou, balançando a criança para cima e para baixo em uma velocidade reconfortante.

— Queria conversar contigo primeiro.

O sorriso de Amelia se desfez no mesmo instante. Conhecia o amigo muito bem para saber que, quando ele queria conversar logo antes de beber a poção, o assunto não seria bom ou alegre.

— Aconteceu alguma coisa? São os Villeré? Diga-me o que houve.

— Os Villeré estão bem, não se preocupe — ele lhe tranquilizou. — Se algo tivesse acontecido com eles, eu certamente não estaria aqui.

— Então o que é?

Jean suspirou e se aproximou de Amelia, prolongando o momento com uma mudança de assunto.

— Como convenceu Helena a trazer a criança aqui logo hoje? — perguntou assim que chegou perto das duas.

— Luna — ela falou, ignorando a pergunta dele para apresentá-lo à neta. Ergueu um pouco a criança para que Jean pudesse ver o rosto da pequena no meio das mantas que a esquentavam. Nem percebeu que Jean se afastou um pouco, com receio de chegar muito perto da criança. — Não é o bebê mais lindo que você já viu?

Não era. Jean já tinha visto bebês mais bonitos, menos enrugados depois de três meses de vida. Mesmo assim, ele não focou naquela questão. Sabia que aquela seria uma das poucas vezes, se não a última, que veria a criança, então quis observar seus traços com atenção.

— Tem mais cabelo do que pensei que teria — falou em vez de responder a pergunta de Amelia. — São negros como os da mãe.

— Sim. — Amelia sorria orgulhosa. — Felizmente, ela puxou quase tudo da mãe, então o nariz curto do pai não atrapalha sua beleza.

Jean nunca entendeu como alguém poderia enxergar tantas semelhanças entre os adultos e os bebês, mas não quis desmentir Amelia. Talvez ela estivesse certa, ele só não via nada daquilo. Aliás, ele queria que ela estivesse certa, pois a criança poderia se tornar uma mulher tão bonita quanto a mãe.

Ele ficou ali alguns minutos, observando a criança a uma distância que ele considerou segura. Era só uma criança, como muitas outras. Ele sabia que era a neta de Amelia e que seria muito amada pela bruxa, mas não sentiu a mesma emoção de quando viu Helena pela primeira vez. Talvez o fato de que ele também estivesse começando a temer as atitudes de Helena fosse o responsável por seu distanciamento da criança, emocional e fisicamente.

— Como conseguiu trazê-la aqui esta noite, Amelia? — ele perguntou de novo. Por mais que quisesse esquecer, não podia negar que estava preocupado pela amiga.

— Helena e Guilherme foram à festa de Halloween dos pais de Guilherme. Não era um evento adequado para um bebê tão jovem, então eles me pediram para cuidar dela. Acho que Helena nem se tocou que hoje era o dia que você viria à loja.

— Helena esqueceu que dia é hoje? — perguntou desconfiado.

— Não é um milagre?

Amelia estava feliz. Se era por causa da neta ou por poder apresentá-la ao amigo, Jean nunca saberia. Ele não queria, de modo algum, atrapalhar a felicidade da amiga, porém não era tolo.

Helena nunca, jamais, esqueceu do dia 31 de outubro. Quando tinha 15 anos, ela chegou a fugir da escola para ir vê-lo e poder ajudar a mãe a entregar-lhe a poção. Mesmo que ela estivesse irritada com ele e quisesse fingir que não sentia mais nada pelo fantasma, dificilmente ela se esqueceria daquela data.

Jean estava prestes a revelar seus pensamentos para Amelia quando a porta da loja se abriu. Ele só teve tempo de dar um passo para trás, afastando-se mais da senhora e da criança.

Os olhos castanhos brilhavam em regozijo. O quase sorriso e as sobrancelhas arqueadas demonstravam que Helena via exatamente a cena que esperava encontrar quando entrou pela porta da frente da loja de sua mãe. Ela respirou fundo enquanto colocava as mãos na cintura, mas o brilho satisfeito em seu semblante a impedia de se mostrar realmente irritada com a situação.

— O que está acontecendo aqui? — ela falou as palavras pausadamente, como se quisesse aumentar o tom dramático de seus atos.

— Pensei que estava na festa — Amelia respondeu enquanto olhava de Helena para Jean e depois para Luna em seu colo.

— E por isso deixou que esse fantasma viesse até aqui e olhasse para minha filha?

— Helena, por favor. Você sabe muito bem que dia é hoje — Amelia disse. Seu tom de voz demonstrava o quanto estava cansada das baboseiras que a filha inventava e tentava jogar para cima dela e de Jean.

— Sei. Mas pensei que você teria o bom senso de não deixá-lo aparecer enquanto Luna estivesse com você.

— Era o que queria, Helena? — Foi a vez de Jean se expressar. Ele deu um passo em direção à inconstante mulher parada na entrada da loja. — Queria que eu não tivesse vindo? Queria que eu deixasse de ser como sou? Ficaria contente em me deixar vagar pela eternidade como um espírito sem a possibilidade de encerrar meus assuntos? — Helena perdeu o sorriso com as palavras de Jean, dando-lhe a motivação para continuar com as perguntas que atingiam outros sentimentos que a jovem tinha em relação a ele. — Se, um dia, me visses vagando por esta cidade sem que outro alguém pudesse falar comigo, sem que eu pudesse sentir o vento soprar em meu rosto, sem que tu pudesses me tocar, serias feliz?

Quando terminou de falar, Jean já estava a poucos centímetros de Helena. Ele não se orgulhava de usar a paixão que ela sentia por ele como uma arma para que ela não brigasse com a mãe naquele momento, mas queria evitar a discussão das duas, a tristeza de Amelia ao ter a neta retirada de seus braços e a humilhação que esta última enfrentaria para reatar os laços que se quebrariam nesta noite.

Ao mesmo tempo, Jean estava feliz por conseguir se aproximar de Helena uma última vez antes de partir. Perder a amizade e a companhia daquela jovem que um dia fora tão vivaz tinha sido um golpe muito duro de aguentar, mesmo que estivesse certo em impedi-la de o querer. Jean tinha desejado uma despedida e tinha conseguido.

Sem pensar no que estava fazendo e em como aquilo mexeria com os sentimentos de Helena, ele acariciou a mecha de cabelo escuro que se soltava, de forma rebelde, do penteado elaborado. Quando Helena suspirou e fez menção de fechar os olhos, Jean deixou a delicadeza de lado e segurou no queixo da jovem, erguendo seu rosto para que o olhasse nos olhos.

— Não tomes atitudes das quais te arrependerás. És uma jovem promissora, com uma família que está apenas começando. Não te tornes amarga, principalmente em relação a tua mãe. Não encontrarás uma companheira mais fiel que ela.

Como não queria que suas palavras e seus gestos liberassem pensamentos e desejos infundados em Helena, ele soltou seu queixo e se afastou, virando de lado para ver Amelia e piscando para ela. Como suspeitou que aconteceria, o gesto despretensioso causou uma reação absurda na jovem que queria rapidamente se tornar adulta, mas falhava miseravelmente.

— Combinou com ela de falar assim comigo? — Helena gritou, inconformada com a própria reação ao toque de Jean. — Pensou que poderia me amansar para voltar a frequentar nossa casa?

— A casa é minha...

— Pois está muito enganado! — Helena ignorou a fala da mãe e continuou gritando com Jean, que, mais uma vez, colocou-se de frente para ela, impedindo que avançasse contra as duas outras pessoas no recinto. — Eu nunca vou voltar atrás! Você pode falar manso, usar essas palavras antiquadas, tocar-me o quanto quiser, mas eu jamais deixarei que se aproxime de mim de novo. E se depender de mim, nunca mais verá minha filha! Por isso — antes de terminar a frase, empurrou Jean para o lado e avançou para Amelia, tomando a criança de seus braços, fazendo com que começasse a chorar —, estou levando ela para um lugar bem longe de vocês dois!

— Helena, deixe de ser infantil! — Amelia não conseguiu se controlar. Estava farta de ver sua filha lutando por algo que nunca alcançaria. — Só porque Jean não pode amá-la como uma mulher, não quer dizer que ele se tornou uma má pessoa da noite para o dia. Muito pelo contrário, ele está se afastando cada vez mais de você, de mim! Não vê que isso vai magoar a todos?

— Pois que magoe — ela falou encarando a mãe, chegando tão perto e se esticando tanto, que chegou a intimidar Amelia com sua ferocidade. — Quando eu fui magoada, nenhum de vocês se importou. Quando eu fui magoada, vocês riram de mim, brigaram comigo. Eu só queria ser amada pelo homem que eu amo, o que tinha de errado com isso?

— Helena...

— Mas vocês riram dos meus sentimentos — ela interrompeu a tentativa de argumentação de Jean. — Jogaram meu amor no chão e pisotearam ele. — As lágrimas agora corriam por suas bochechas, pingando rapidamente sobre a criança que ainda chorava em seu colo. — Eu não quero mais ficar perto de vocês. Vou embora e nunca mais deixarei que veja Luna. Não permitirei que ele a veja de novo.

Amelia estava chocada, mas, ao mesmo tempo, estava resignada. Sua filha estava magoada, mas sem ter realmente razão para isso. Nem ela nem Jean brigaram com ela por causa de seus sentimentos. Jean, na verdade, ficou extremamente triste e cabisbaixo por ter magoado a criança que tanto amava de forma fraternal. Amelia só queria que a filha entendesse que ele era um homem solitário, que não buscaria um amor enquanto estivesse preso ao destino incerto que os deuses tinham lhe dado. Amar não era pecado, não era errado, mas tentar impor um relacionamento era. Todos tinham seu livre-arbítrio, e Helena não tinha direito de exigir ser escolhida por Jean. Por isso, Amelia a deixaria ir.

Jean, no entanto, tinha outros planos.

Ele impediu que Helena chegasse até a porta, entrando na sua frente toda vez que ela tentava desviar de seu espírito sólido. Quando ela, por fim, desistiu de passar por ele e ergueu os olhos, Jean falou:

— Não posso deixar que faça isso. Sei como se sente, deixou bem claro. No entanto, há outras questões a serem consideradas, como o fato de você ter planejado este encontro para que pudesse mais uma vez chantagear a mim e a sua mãe.

— Eu não...

— Não me importo com suas insídias — ele a interrompeu, como ela havia feito com ele e Amelia —, mas não tolerarei que desrespeite Amelia. Ela deu-lhe a vida, cuidou de você, ensinou-lhe a ser mulher, então você vai tratá-la com dignidade e respeito. É o mínimo que pode fazer se deseja ser vista como uma adulta. — Helena respirou fundo, mas não refutou as palavras que ouviu. — Quanto ao outro assunto, não precisa se preocupar. Vim até aqui esta noite para pegar a poção e dar a notícia de que estou saindo da cidade novamente.

— Saindo? — Amelia o interrompeu, chamando a atenção dos dois com seu tom desconcertado. — Era o que queria me dizer?

— Sim, estou indo embora — ele respondeu. — Não quero ser a pessoa que vai afastar você de sua neta, Amelia. Se a condição de vê-la, de tê-la por perto, é a minha ausência, farei com prazer. Porém... — fez uma pausa dramática para que Helena ficasse alerta às suas próximas palavras — quero que prometa que nunca mais irá ameaçá-la de afastamento, Helena. Sabe que não seria justo e que você mesma sofreria com a ausência dela em sua vida.

Não fez menção ao fato de que Helena, provavelmente, também sofreria com a ausência dele. Estava cogitando a possibilidade de que ela realmente o queria longe para esquecê-lo.

— Vai embora então?

— Vou.

— E promete não voltar?

— Prometo que virei ver sua mãe apenas no dia 31 de outubro dos próximos anos e que, caso Luna esteja com ela, esperarei que saia de perto para pegar a poção e ir embora.

— E não te verei mais? — Helena deixou transparecer um filete de incerteza e desânimo em sua voz ao fazer essa pergunta.

— Se depender de mim, não. Prometo não abordá-la ou procurá-la, nem mesmo perguntarei sobre você à sua mãe.

— E Luna?

— Não perguntarei sobre ela também. Seremos, enquanto a escolha for minha, apenas dois desconhecidos.

— Minha mãe vai querer falar sobre ela.

— Não deixarei.

— Jean, isso é um absurdo! — Amelia tentou intervir.

— É o que deseja, Helena? — Jean ignorou a exasperação da amiga. — Se eu fizer isso, promete nunca mais tentar ou ameaçar tirar Luna de sua mãe, independente do que aconteça?

— Prometo — ela respondeu rápido demais.

— Fale. — Jean sabia do poder das palavras pronunciadas.

— Prometo nunca tentar ou ameaçar tirar Luna de minha mãe, independente do que aconteça, contanto que você cumpra sua palavra.

— Ah, não se preocupe. — Jean sorriu, vitorioso. — Eu sempre cumpro minhas promessas.

Sem querer que Helena entendesse o que tinha acabado de prometer, ele se afastou e deixou que ela fosse embora. Quando a porta bateu atrás dela, ele se virou para Amelia com o mesmo sorriso debochado no rosto.

— Sabe que ela não entendeu, não é? — Amelia perguntou, começando a esboçar ela mesma um sorriso cúmplice.

— Eu também não tinha entendido quando fiz da primeira vez.

— Vai mesmo embora? — falou, voltando a demonstrar tristeza ao se aproximar de Jean com sua poção na mão.

— Ela pode não ter entendido, mas eu sim. Cumprirei com minha parte e você fará com que ela cumpra a dela. Tenho certeza de que não te desafiará, pois irá temer que eu volte.

— Para onde vai dessa vez?

— Comprei uma casa em Montreal quando passei pela cidade em minha visita à Cassandra. Ficarei lá por um tempo. Depois penso em que continente visitarei.

— Vou sentir sua falta — ela disse enquanto estendia a poção para Jean pegar.

Em vez de simplesmente retirar a poção da mão dela, Jean apertou leve e carinhosamente seus dedos antes de dizer:

— Sempre serás minha amiga e não pretendo deixar de falar contigo, apenas não poderei ouvir-te falar da tua neta. Conversaremos muito ainda, minha pequena. Mas certamente sentirei saudade de sua presença.

— Tenha cuidado.

— Não sou eu quem pode morrer.

— Está me chamando de velha?

— Para mim, serás sempre minha jovem amiga.

*3060 palavras

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