The Stripper (rabia version)

By sunshinecabell

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Você já imaginou ter duas vidas? Ser duas pessoas ao mesmo tempo? Aposto que sim. Mas entre pensar e viver ha... More

Capítulo 1 - Duas Vidas
Capítulo 2 - Voltando ao Brasil
Capítulo 3 - The Stripper
Capítulo 4 - Nova Presidência
Capítulo 5 - Primeiro Dia
Capítulo 6 - Conversa e mais tempo juntas
Capítulo 7 - A dança
Capítulo 8 - O beijo
Capítulo 9 - Perdendo o controle
Capítulo 10 - Le Café
Capítulo 11 - Devaneios
Capítulo 12 - Confusão
Capítulo 13 - Presente, carona e conversa
Capítulo 14 - Jogo perverso
Capítulo 15 - Chegada inesperada
Capítulo 16 - Reencontro
Capítulo 17 - Conhecendo a família
Capítulo 18 - Um dia diferente
Capítulo 19 - O jantar
Capítulo 20 - Dura realidade
Capítulo 21 - O troco
Capítulo 22 - Perdidas
Capítulo 23 - Arrisque-se
Capítulo 24 - Toda hora
Capítulo 25 - Caminhos cruzados
Capítulo 26 - Desentendimentos e Desculpas
Capítulo 27 part 1 - Uma nova aliança
Capítulo 27 part 2 - Uma nova aliança
Capítulo 28 - Um dia especial
Capítulo 29 part 1 - Momentos
Capítulo 29 part 2 - Vitória do Inimigo?
Capítulo 30 - A descoberta
Capítulo 31 - Confronto
Capítulo 32 - Turbilhão de sentimentos
Capítulo 33 - Caindo em tentação
Capítulo 35 - Coisas do passado
Capítulo 37 - Pedidos
Capítulo 38 - Erros e arrependimentos
Capítulo 39 - Presente especial
Capítulo 40 - Vai dar tudo certo?
Capítulo 41 - Mentir, sim ou não?
Capítulo 42 - O Prêmio
Capítulo 43 - Noite de descobertas
Capítulo 44 - O inimigo comemora.
Capítulo 46 - Decisão
Capítulo 47 - The Lap Dance
Capítulo 48 - Xeque-mate
Capítulo 49 - Estratégia
Capítulo 50 - Nova Era
Nova Fanfic
Capítulo 51 - Acerto de contas
Capítulo 52 - A perda

Capítulo 45 - Sair, sim ou não?

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By sunshinecabell

Point Of View Bianca Andrade

Cheguei à conclusão de que tenho uma espécie de atração descomunal a problemas. Nada pode explicar o fato de eu sempre estar envolvida em um. Quando tudo parece estar bem à vida trata de jogar uma pitadinha de emoção, ou melhor, confusão para dar uma animada na maresia calma. Eu estava atrasada, o horário previsto para o ensaio já havia terminado e eu nem sequer estava dentro de um taxi indo para o apartamento da Rafa, já que há horas atrás eu havia marcado com a mesma que dormiríamos juntas. Por Deus, tudo que eu precisava nesse momento era estar nos braços da minha mulher.

- O que você pensa que está fazendo? – Bárbara perguntou rapidamente, segurando em meu braço impedindo que eu seguisse.

- Me larga. – Relutei.

- Por Deus, Bianca! Não seja idiota.

Franzi o cenho em sua direção, pensando em como a mesma tem a ousadia. Ela revirou os olhos de forma tediosa e me puxou novamente para um canto mais afastado e escuto.

- Você pode parar e pensar?

- Eu estou pensando muito bem! – Exclamei raivosa.

- Não, você não está! Acha que vou fazer mal a você?

Eu parei por alguns instantes olhando nos olhos dela, e apesar de sua malicia evidente e seu jeito diferente. Bárbara  não era uma pessoa má. Eu a conhecia muito bem, sabia todas duas manias e seus jeitos. Eu suspirei pesado, deixando os ombros caírem.

- Você não entende que não quero problemas?

- Você não vai ter problemas, se fizer o que preciso. Ninguém vai saber de absolutamente nada.

- Eu já menti demais, Bárbara. Como vou saber que está falando a verdade?

- E o que tem? Uma mentira a mais e outra a menos não faz diferença. Merda! Porque diabos eu iria mentir? – Exclamou ela se afastando, enquanto levantava as mãos para o alto.

Eu revirei os olhos, e bufei.

- É claro que faz, não vou dançar para você. Não vou mentir mais para a Rafaella.

- Rafaella, Rafaella e Rafaella. – Disse irritada — Porque parece que o mundo gira em torno dessa mulher?

- Sabe de uma coisa? Eu sei uma maneira de resolver isso.

Ela virou em minha direção, com um olhar confuso.

- O que vai fazer?

Dei de ombros e virei em direção ao salão principal, seguindo rumo a sala de Amber. Ouvi a mulher chamar ao fundo, mas nem sequer dei importância. Eu precisava dar um fim aquilo.

Bati seguidas vezes na porta de Amber, sentindo meu coração acelerar. Eu estava decidida do que ia fazer, porém estava nervosa.

- O que houve? Que desespero é esse?

Perguntou me fitando de olhos arregalados e surpresos. Adentrei sua sala com pressa, ficando de costa para a mulher.

- Jennyfer? – Chamou.

Eu respirei fundo, sentindo o ar entrar com dificuldade em meus pulmões. Tomar a decisão que tomei, e dizer a ela não era uma tarefa nada fácil. Eu ia contra tudo que aconteceu durante todos esses anos. Mas já não tinha mais jeito, a situação não poderia seguir assim.

- Eu preciso te dizer algo muito importante.

Amber ficou em silencio por alguns segundos, me dando a chance de ouvi-la respirar fundo. A mulher lentamente se aproximou, em passos visivelmente calculados.

- Primeiro se acalme, Jennyfer, você me parece nervosa.

Disse com toda calma, mas eu simplesmente me afastei. Eu não queria ter calma, eu não queria desistir.

- Não quero me acalmar, eu estou bem! Só preciso falar.

- Pode dizer querida, você sabe que pode me contar qualquer coisa. – Falou de forma carinhosa e preocupada.

Eu fechei os olhos e neguei com a cabeça. Quando abri dei de cara com uma Amber preocupada, receosa com o que estava por vir. Engoli em seco o nó que se formou em minha garganta e o frio em minha barriga. Era a hora.

- Eu quero sair da Imperium, Amber. Não quero mais ser stripper.

E foi como se o mundo tivesse parado. A loira ficou por segundos estática, me fitando como se não tivesse entendido absolutamente nada. Seus olhos transmitiam confusão e uma áurea perdida. Ela piscou seguidas vezes para então se pronunciar:

- O que você disse? – Falou acordando de seus pensamentos.

Mantive a cabeça erguida e continuei.

- Disse que não quero mais ser Stripper, não quero mais dançar na Imperium.

Amber soltou uma risada alta, sem a menor gota de humor.

- Você está brincando, não é? Jennyfer, não faça essas brincadeiras comigo. – Falou ainda em uma risada sem humor.

- Não é brincadeira.

Eu permaneci seria, para que ela entendesse que minha decisão não era uma espécie de brincadeira sem fundamento. Amber franziu o cenho confusa, e negou com a cabeça mais vezes do que o normal.

- Você está ficando louca, não tem outra explicação.

- Eu não estou louca, eu só não quero mais. – Falei calmamente.

- Como assim não quer mais?

- Não quero continuar, é simples.

- Não quer mais por você mesma? Ou foi aquela mulher que colocou isso na sua cabeça? – Seu tom de voz agora era elevado, e irônico.

- Raafella não tem nada haver com isso! Eu só quero sair.

- Sair do nada?! Por Deus!

- Sim!

Se ela soubesse tudo que se passava em minha mente, entenderia o motivo de minha saída. Mas não era a hora certa para aquilo.

- Você não vai sair. Está fazendo besteira, e eu não vou permitir. – Amber falou calma, caminhando em direção a sua enorme poltrona.

- A escolha não é sua, Amber. Eu não vou mais ficar nesse lugar.

A mulher me fitou intensamente, e eu pude ver ela puxar a respiração pesadamente antes de falar.

- Jenny, querida. Você está acabando com a melhor chance que tem. Tem certeza que quer isso? Você é a melhor dançarina deste lugar, nem uma outra ganha tantas mordomias como você.

- Tenho, acho que já fiz tudo que pude por esse lugar.

Uma gargalhada carregada de rancor preencheu todo o ambiente.

- Não, você não fez! Que porra acha que está fazendo? Eu escolho quem entra e quem sai aqui! – Gritou furiosa, me deixando em estado de alerta.

- Vai me obrigar a ficar?

- Se for preciso eu vou sim! – Falou decidida.

Eu ri ironicamente.

- Não acha que já ganhou lucro demais as minhas custas?! – Soltei no mesmo tom que o seu, e por um instante ela parou e me fitou assustada.

Em todos esses anos minha relação com Amber foi praticamente perfeita. Nós éramos a dupla infalível daquele lugar. A mulher sempre esteve à disposição para me ajudar quando eu precisei, e eu? Dei o melhor de mim durante todos os meus anos como stripper em sua boate. Sempre sabíamos de tudo que acontecia ali, não era atoa que ganhei o apelido de "favorita" em relação a as outras mulheres. Era como uma espécie de ajuda mutua, como se uma mão lavasse a outra. Ela me ajudava, e eu elevava sua boate a um patamar que nem uma outra em todo Rio de Janeiro  havia chegado.

Ela respirou fundo com os olhos fechados, e então falou.

- Escute aqui garota, eu não vou permitir que seja insolente desse jeito! O que aconteceu com você? Você Nunca foi assim, Jennyfer!

Oh Deus, eu olhava em seus olhos e uma faísca dentro de mim se acendia a todo instante. Mas não era a hora certa para explodir, não com a Amber .

- Não aconteceu nada, eu já estava pensando sobre isso e tomei essa decisão.

- Não minta para mim. Rafaella está te obrigando a sair?

Revirei os olhos e bufei.

- Esqueça a Rafaella! Eu acho que posso tomar minhas próprias decisões.

- Você está se virando contra mim! Justo contra mim!

- Deus! Pare, você pode aceitar a minha decisão?!

- Não! – Ela gritou.

Ficamos nos encarando por alguns minutos quando ouvimos um barulho forte vindo do banheiro. Eu semicerrei os olhos confusa, e Amber ficou estática me fitando. Ela parecia nervosa, um tanto agoniada. Olhei por toda sua sala, me concentrando em um objeto em especial que estava depositado em cima de sua bancada de bebidas.

- Podemos conversar outra hora? Você me deixou muito irritada. – Ela falou rapidamente se aproximando de mim.

Eu franzi o cenho e neguei com a cabeça, fazendo Amber bufar.

- Jenny, abra os olhos. Você sabe que eu quero ajudar você. – Seu tom de voz agora era sereno.

Primeiro a raiva, agora os pedidos. Típico.

- Não duvido disso, Amber. – Falei entrando no jogo.

Ela  respirou fundo e caminhou em direção ao sofá de couro, batendo três vezes seguidas no estofado para que eu pudesse me sentar.

- Diga-me meu anjo, porque você quer tanto sair? Está precisando dinheiro? Eu posso dar a você, quanto precisar.

Eu caminhei até a enorme janela de vidro em sua sala, olhando as outras meninas ensaiando no salão principal.

- Não posso continuar aqui, estou tentando uma relação séria com a Rafa. E continuar sendo Stripper não vai ajudar.

- Então, é por Rafaella?

- É por mim. – Falei virando de frente para ela.

- Essa mulher mudou sua cabeça, eu sabia que não daria certo. Ela não é sua melhor opção, Bianca. – A mulher se levantou.

- Essa mulher, é a mulher que eu amo!

Amber riu, enquanto depositava em um pequeno copo uma boa quantidade de uísque.

- Amores vêm e vão! Está jogando sua melhor chance no lixo por uma paixãozinha.

- Que seja, eu vou sair da Imperium.

- É isso mesmo que quer?

Eu assenti, vendo a mulher me fitar. Apesar de sua calmaria aparente, eu conhecia Amber o suficiente para saber que ela estava tomada pela raiva. Minha decisão jamais seria aceita por ela com bons olhos. Aquilo ia contra nossa parceria.

- Tudo bem, querida. Se não esta mais se sentindo a vontade em minha boate, não posso lhe obrigar a ficar.

Seu tom de voz sereno e ilegível me causou um certo arrepio. Ela havia aceitado rápido demais.

- Mas acho que para ficarmos numa boa, sem qualquer marca de ressentimento. Preciso que você faça apenas uma ultima coisa para mim.

Minhas mãos estavam suando, e aquele frio na barriga estava me consumindo novamente.

- O que você quer?

- Imagino que você queira sair daqui numa boa comigo, não é?

- Claro. Você sabe que sempre vai poder contar comigo.

Amber sorriu e sentou em sua cadeira, girando a mesma até parar novamente em minha direção.

- Tenho muitos planos para esse lugar, meu amorzinho. Sinto muito, mas você não vai gozar das boas novas que estão por vir. Por escolha sua é claro, por mim você ficava.

Me remexi de forma impaciente, querendo saber de uma vez o que ela queria de mim.

- Mas para isso chegar, preciso de bons investidores. Você sabe muito bem.

Fiquei calada, apenas esperando que ela continuasse.

- E a Srta. Labres é uma ótima opção.

- O que eu tenho com isso? – Perguntei engolindo em seco.

Amber sorriu sarcasticamente.

- Quero te fazer o ultimo pedido.

- Faça.

- Meu ultimo pedido é que faça uma ultima dança. A melhor de todas. – Exclamou esperançosa.

- Claro, eu faço sem problema algum. Uma despedida, não é?

Ela assentiu.

- Exatamente, mas essa dança será exclusiva para alguém.

- Quem?

- Ora quem? Srta. Labres. O futuro da Imperium.

Amber encaixou a ultima peça do quebra-cabeça.

- O que? Está louca? Não. – Falei rapidamente.

- Qual problema?

- Eu não faço danças particulares a ninguém, e você sabe disso.

A mulher se levantou, e tomou até a ultima gota da bebida alcoólica em seu copo.

- Acho que para uma ultima vez, você pode abrir essa exceção não é mesmo?

Uma espécie de explosão de flashes em minha cabeça surgiu naquele instante, meu coração acelerou, era isso.

- Eu não posso, não faço isso. Eu já disse.

- Bianca, não seja tola. Você faz isso para varias pessoas, o que tem de ruim em fazer somente para uma?!

- Eu não vou fazer nada para essa mulher!

- Você não pode me negar isso! Depois de tudo que eu fiz por você! Vai me negar este ultimo pedido? Não vai ter ninguém aqui, apenas você e ela.

Eu olhei em seus olhos, e apesar de tudo, ela foi à mulher que me estendeu a mão quando eu mais precisei.

- Amber por favor.

- Escute, não precisa me responder agora. Vá para sua casa, e pense bem. – Ela falou enquanto caminhava em direção à porta, no qual abriu.

Eu fiquei parada, a fitando. E então andei para a saída.

- Pense bem em sua resposta. Tenha uma boa noite.

Point Of View Amber.

Fechei a porta delicadamente, vendo atrás da janela de vidro Bianca descer as escadarias. Maldita Stripper. Se ela ao menos soubesse o ódio que eu estava sentindo agora pensaria mil vezes antes de ter entrado em minha sala para falar tamanha asneiras. Como ela poderia me trair de tal maneira? Escolher sair da Imperium para simplesmente agradar aquela maldita prepotente dos infernos.

Arremessei o copo que estava sobre a mesa no chão, vendo o mesmo se espatifar no piso.

Eu sentia meu corpo quente, meu sangue estava fervendo em raiva de ambas as mulheres. Se estiverem pensando em afundar minha boate estão muito enganadas, eu sempre estou um passo mais a frente. Rafaella não vai conseguir tirar Bianca de mim, não mesmo.

- Amber? – Ouvi a voz de Ivy vindo do banheiro.

Corri até o mesmo destrancando a porta para que a mulher saísse.

- Finalmente! Achei que tivesse me esquecido lá dentro! – Resmungou.

- Eu sinto muito, Bianca acabou de sair.

- Tudo bem, eu ouvi a conversa de vocês.

- Ela está louca.

- Isso só prova o que eu sempre te falei.

Revirei os olhos e caminhei para o sofá. Ivy sempre teve razão, o fato de Rafaella ter entrado na Imperium arruinaria meus planos. Seu poder sobre as pessoas era simplesmente magnífico, já que Bianca nunca foi uma mulher fácil de convencer, sempre se manteve restrita aos ofícios de dançarina, mas ela havia conseguido.

- Não importa agora. Sua esposa não vai sair ganhando nessa.

- Você acha mesmo? Rafaella tem muita sorte.

- Eu tenho certeza. Isso não é um jogo de sorte.

- E é de que então?

- De habilidades.

- O que quer dizer com isso?

- Eu fiz uma boa proposta para Bárbara, e eu sei que ela não vai recusar. Apesar de estar com a cabeça virada por aquela maldita mulher, ela tem um sentimento de gratidão muito forte por mim.

- Só resta saber se esse sentimento de gratidão vai falar mais alto.

- Eu sei que vai. Conheço minha dançarina.

- O que está pensando em fazer?

Ivy perguntou enquanto se aproximava de mim, sentando ao meu lado no estofado macio.

- Vamos adiantar nossos planos. Temos que agir rápido, antes que Bianca saia da Imperium de vez.

- Não sei não, talvez devêssemos esperar.

- Não! Fique devidamente pronta, assim que obter o ok da Bárbara você vai agir para o lado da Kalimann.

Ivy  me fitou e assentiu.

- Mas é um tanto complicado, Rafaella já deixou bem claro para a segurança do prédio que não permite minha entrada.

- De um jeito, sei que você é esperta demais para isso.

- Ainda bem que sabe, eu quero meu lugar de volta no trono dos Kalimann's, e faço absolutamente tudo para isso.

- E eu quero a minha dançarina aqui, do meu lado. Sempre.

- Só ela? – Perguntou de forma provocante.

- Não, claro que não. Mesmo a gente conseguindo tudo isso, não vamos nos deixar. Não é mesmo?

- Claro que não, acha mesmo que vou perder minhas noites com você por Rafaella? Vou ser esposa, mas nada irá impedir.

- Ótimo. Mas primeiro, vamos focar em Bianca e Bárbara.

- Claro.

- Que triste seria para pobre empresaria ver como sua namorada é infiel. – Falei degustando cala mínima palavra em minha boca.

A mulher ao meu lado sorriu diabolicamente.

- Rafaella jamais aceitaria ser traída. Muito menos com a Labres.

- Mas será com ela mesmo, vou ensinar a Kalimann como é que se joga.

- Muito decidida, Amber. Gosto disso. – Foram as ultimas palavras dela antes de selar seus lábios nos meus.

Point Of View Thelma Assis

Entrei no camarim principal vendo Bianca arrumar sua bolsa rapidamente. Ela parecia um tanto agoniada e irritada. Me aproximei devagar, e mesmo assim a mulher não notou minha presença. Só confirmando o quanto estava perdida em pensamentos.

- Bi? Está tudo bem?

A morena saltitou com a mão sobre o peito, em um sinal de susto.

- Jesus, Thelminha. Você me assustou.

- Eu sinto muito, já estou aqui há tempos.

- Não precisa se desculpar estou distraída mesmo. – Disse virando a atenção novamente a suas coisas.

- Aconteceu algo? – Perguntei preocupada, sentando em uma cadeira ao lado dela.

- Está acontecendo tudo que pode imaginar.

- Quer me contar?

Bianca respirou fundo e se encostou na bancada atrás de si, me fitando com uma expressão pensativa.

- Eu vou sair da Imperium.

Eu arregalei os olhos surpresa. Como assim sair? Jennyfer era a pedra principal daquele lugar.

- Você está louca?

- Não, eu não posso mais ficar. As coisas com Rafaella estão tomando outros caminhos e estar aqui vai atrapalhar tudo. Além de que tem muita coisa acontecendo aqui.

- Mas ela não já aceitou você aqui?

- Sim, aceitou. Mas não quer dizer que ela goste. – Bianca suspirou. – E não é só por isso, eu realmente acho que meu reinado aqui já deve ter um final.

- Isso está tudo muito estranho.

- Você nem faz idéia. – Ela falou fechando o zíper de sua bolsa. – Eu vou pra casa agora, durma com a gente lá amanhã. Eu vou contar tudo.

Eu assenti devagar, e me levantei.

- Você já vai?

- Sim, ainda tenho que desmarcar um compromisso.

- Tudo bem, vou te levar até a porta.

A morena assentiu com um sorriso tímido, e então caminhamos pela porta dos fundos. Vi Bianca seguindo caminho pelo corredor até ser parada por alguém na entrada. Ela tentou se afastar, mas a pessoa segurou em seu braço. Pelo tamanho e feições eu julgaria ser uma mulher. Desci a pequena escadaria e me aproximei. Era a mesma empresaria que estava do lado de dentro há poucos minutos, Bárbara Labres.

A conversa parecia intensa, pois Bianca estava um tanto exaltada. Pensei em me aproximar e ver o que estava acontecendo. Mas as duas pareciam começar a se entender. Mesmo com o desconforto evidente naquela situação, tudo estava em calma. Recuei para dentro da boate e continuei a observar aquela situação apenas para ter certeza que Bianca estava segura. Quando por fim ela saiu ao lado da mulher em direção ao estacionamento, entrei na boate.

Point Of View Rafaella Kalimann.

Sentei-me novamente no sofá macio da sala de vídeo, enquanto tomava o restante do chá quente em minha xícara. Já estava bem tarde e nem um sinal de Bianca. Eu já estava ficando realmente preocupada. Desbloqueei o visor do celular, mas não havia notificações. Disquei em seu numero pela segunda vez aquela noite, e a voz irritante da mulher da operadora informou que o celular estava desligado.

- Meu Deus! – Bufei jogando o aparelho de lado.

Se havia uma coisa que me deixava realmente irritada, era esperar. Calcei os chinelos macios e caminhei em direção a cozinha, trocando o maldito chá por um copo de uísque.

Será que havia acontecido alguma coisa com ela? Talvez eu devesse ligar para Manoela. Mas e se ela pensasse que eu estava sendo invasiva demais? Neguei com a cabeça, para depois molhar a ponta dos lábios no liquido de meu copo. Sentindo o forte gosto do álcool na ponta da língua. Fiquei alguns minutos na sacada perto da sala, sentindo o frio arrepiar toda minha coluna. Aquela noite estava totalmente fechada, um temporal iria cair logo, logo. Tomei mais um gole do uísque, que esquentou todo meu interior. Até que finalmente ouvi o toque estridente de meu celular.

Fui até a sala pegando o pequeno aparelho, vendo o visor piscar com o nome dela.

"Bia"

Se alguém em nossa empresa visse como nos tratávamos descobriria nosso envolvimento. Que para falar a verdade nem era mais segredo.

- Alô? – Ouvi sua voz baixinha do outro lado da linha.

- Finalmente, Bia! Está tudo bem? Onde você esta?

Ela suspirou.

- Estou em casa, meu amor.

- Quer que eu mande alguém te buscar ou você vem de carro? – Perguntei deitando no sofá.

- Amor...

- Oi Bia

- Liguei pra dizer que não vou.

Franzi o cenho, e me sentei no sofá.

- Não vem? Por quê? Aconteceu alguma coisa? – Soltei as perguntas de formas impensadas.

- Não, eu só estou muito cansada hoje. – Sussurrou fraquinho.

- Meu Amor, você pode descansar aqui comigo. Eu vou cuidar de você.

Ela ficou alguns segundos calada. Bianca parecia distante, e totalmente perdida de nossa conversa.

- Não fique chateada, tudo bem? Nos vemos amanhã.

- Bia, ta tudo bem com você?

- Sim, eu estou cansada e com cólica.

Eu suspirei. Tudo aquilo parecia uma desculpa para não se encontrar comigo. Eu só não entendia o porquê daquilo. Mesmo ela estando totalmente cansada, Bianca não se negaria a vir. Não por coisas triviais.

- Está bem. – Foi apenas o que falei.

- Rafa...

- Hum?

- Eu sei que você está brava, mas, por favor. Entenda-me.

- Você simplesmente sumiu e agora diz que não pode vim porque está cansada?

Soltei as palavras. Bianca sabia exatamente o quão chateada eu estava, mas não somente pelo furo que ela havia dado comigo. E sim por ser evidente a desculpa terrível que havia me dado.

- Me desculpe.

- Boa Noite. – Desliguei, deixando o aparelho de lado.

Point Of View Bianca Andrade

Joguei o celular sobre minha cama, encarando Manu que me fitava receosa. Sentei ao seu lado, e suspirei cansada. Encostando minha cabeça em seu ombro. Para piorar meu dia aquilo tinha que acontecer, Rafaella ficar chateada comigo. Será que tinha como ficar pior? Oh Deus, realmente tinha. Preferia me calar, e deixar tudo como estar. Apenas torcer para que no final tudo ficasse bem.

- Ela ficou brava?

- Já imagina não é? Ela ficou muito chateada. E com razão. - Falei triste.

- Você devia ter ido até lá com ela, esfriar a cabeça de todos esses problemas. Rafaella te faria relaxar.

- Eu não consigo, odeio ter que estar mentindo para ela.

- Acho que você deveria falar a verdade.

Fitei Manu que me encarava serenamente. Ela sempre sabia o que era o certo a se fazer, e sempre me indicava o caminho. Mas eu por outro lado era teimosa o suficiente para não obedecer. Minha cabeça estava confusão sem tamanho, parece que tudo virou de ponta a cabeça novamente. E eu simplesmente não poderia fazer nada para mudar, ou poderia.

- Você tem idéia do estrago que seria?

- Que seja, a senhorita lá está merecendo uns tapas de Rafaella, por fazer essas coisas.

- Eu não quero confusões.

- Você tem que parar de se preocupar tanto, Bia. Deixa a porra toda acontecer. Não adianta evitar, uma hora ou outra isso vai explodir.

Eu neguei com a cabeça, e me levantei.

- Você não está entendo. Tudo isso está grande demais, e quem vai se ferrar sou eu.

- Se você não fizer a coisa certa, realmente você vai se ferrar.

- Você não ajuda! – Exclamei irritada.

- Você que não está se ajudando, nós sabemos exatamente o que você tem que fazer. Mas me diz, Amber deve ter ficado muito irritada.

- Ela ficou, muito. Com toda certeza ela esta odiando a Rafa com todas as forças.

- Claro, por ela você está saindo.

- Não somente por ela, Manu, mas por mim. Eu gosto do que faço, mas chega uma hora que não dá mais.

- Eu sei Bibi. Vai dar tudo certo, eu estou aqui para ajudar você, ok? – Falou calmamente se aproximando de mim, dando-me um abraço reconfortante. Até que ouvimos o interfone soar estridente.

- Está esperando alguém? – Sussurrei para Manu que negou com a cabeça.

Dei de ombros e caminhei em direção a porta de entrada, no qual abri e dei de cara com ela.

- O que está fazendo aqui?

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