Just a Year - (COMPLETA)

By alexia-macedo

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Rebeca mora em São Paulo e está no último ano do ensino médio. Tudo que ela quer é apenas aproveitar esse últ... More

Sinopse
Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6 (bônus)
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capitulo 20
Capitulo 21
Capitulo 22
Capitulo 23
Capitulo 24
Capitulo 25 (Especial 6 mil leituras)
Capitulo 26
Capitulo 27
Capitulo 29
Capitulo 30
Capitulo 31
Capitulo 32
Capitulo 33
Capitulo 34
Capitulo 35
Capitulo 36
Capitulo 37
Capitulo 38
Capitulo 39
Capitulo 40
Capitulo 41
Capitulo 42
Capitulo 43
Capitulo 44
Capitulo 45 (Final)
EPILOGO
Agradecimentos
Novidades para os leitores!

Capitulo 28

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By alexia-macedo

           Olho para o relógio do celular e vejo que falta apenas cinco minutos para as cinco da tarde. O horário combinado por nós para resolvermos o trabalho. Olho apreensiva para o painel do elevador e a Vanessa finge que não percebe, apesar de me lançar alguns olhares curiosos. Novamente, o elevador parece que está sendo comandado por uma tartaruga. 

Arrumo meu cabelo pela quinta vez no espelho do elevador e fico analisando pequenos detalhes do meu rosto. Assim que a Vanessa entra no nosso andar e as portas se fecham, me levando para o andar do Brian, pego um batom rosa leve que está em minha bolsa e passo. 

Não sei por que estou tão nervosa assim. Já vi o Brian várias vezes, inclusive hoje. Sem contar qe ele já me viu de todas as piores formas possíveis: toda suada e descabelada, com a cara inchada de sono (quase todas as manhãs, aliás) e, infelizmente, em uma maca de hospital. Minhas mãos ficam suando e meu estomago faz uns barulhos estranhos, que, espero eu, que não seja audível para os outros. 

Toco a campainha e em alguns minutos o Brian aparece. 

Eu esperava que ele realmente ficasse surpreso quando me visse. Não que eu tenha mudado tanto, só cortei algumas pontas do cabelo que, realmente, nem dá para notar, e deixeis os fios mais claros. Mas assim que a porta se abre, o que eu não esperava era que EU fosse me surpreender. 

Meus olhos batem pousam nos do Brian e descem um pouco, focalizando seu tórax molhado e sem blusa. E então eu percebo que ele também está com uma toalha presa na cintura. Subo o olhar rapidamente e vejo que seu lindo cabelo bagunçado está molhado e pingando um pouco. Sinto meu rosto aquecer. 

- Acho que cheguei em uma má hora. – Digo, já me virando e voltando até o elevador, mas antes que possa dar dois passos sua mão paira sobre meu ombro, me fazendo girar novamente. 

Ele realmente não deveria fazer muitos movimentos quando tem uma tolha presa em sua cintura. A impressão que eu tenho é que qualquer movimento que ele faça, até mesmo mexer os dedos da mão, vai fazer com que essa toalha despenque. 

- Eu não achei que você fosse realmente chegar na hora. Mas você não vai voltar. Espera na sala que eu já volto. – Ele abre mais a porta revelando um pedaço da sala. Entro, um tanto relutante. 

A sala da casa do Brian é completamente maravilhosa. Assim como da minha casa também. Parece até mesmo que a Vanessa e a mãe dele resolveram trocar dicas sobre decoração. As paredes são claras, em uma cor que eu não faço a menor ideia de qual seja, é como se fosse um bege com um pouco de salmão. 

Tem um sofá branco com algumas almofadas de cor cinza e bege também. Duas poltronas ocupam o outro canto da sala e no meio tem um pequeno centro com um jarro de flores. No jarro tem várias tulipas brancas. Sei que são tulipas, pois são as flores preferidas da minha mãe. A cor das tulipas combina perfeitamente com a decoração clean da sala. 

O Brian pede para que eu me sente e liga a televisão, que é presa na parede. Tem algumas prateleiras perto da televisão, em cima do painel onde também fica a TV. 

Pego meu celular e vejo que são cinco horas em ponto. O meu celular vibra do exato momento em que ia jogá-lo dentro da minha bolsa tiracolo e vejo que é uma mensagem da Penélope, dizendo que sua mãe não quis deixar que ela viesse. Reviro os olhos e jogo o celular dentro da bolsa logo após enviar um “tudo bem”. 

No mesmo instante o Brian aparece na sala, agora adequadamente vestido. Ele está com uma blusa azul simples e uma calça moletom cinza. É a primeira vez que o vejo com uma roupa completamente descombinada. Mas mesmo assim, ele continua incrivelmente lindo, com seu cabelo molhado caindo sobre o rosto. 

Para Rebeca! Foco! 

- Não vai dar para fazermos o trabalho hoje. – Digo enquanto me levanto. A Vanessa hoje também resolveu me dar um banho de loja. Estou com uma sapatilha vermelha no pé em que pode ser usado qualquer sapato, um vestido de alcinha com estampa em preto, vermelho e laranja. Nunca imaginei usando uma roupa com essas cores, mas quando vi em mim o vestido, foi amor à primeira vista. 

- O que houve? – O Brian se aproxima um pouco e sua expressão é, lindamente, confusa. 

- Penélope não conseguiu sair de casa. 

- Mas isso não quer dizer que não podemos ir adiantando... – Ele passa a mão pelo cabelo fazendo com que várias gotículas caiam e deixando o cabelo bagunçado. – O trabalho já é para semana que vem. 

Continuo parada no meio da sala sem saber se vou embora ou volto e me sento no sofá. Por um lado, quero ficar. Afinal, o trabalho é realmente para semana passada e com toda essa confusão das últimas semanas não resolvemos exatamente nada. E por outro, sinto meus instintos gritando para que eu dê meia volta e desça para minha casa, para minha própria segurança, caso a Cecilia apareça por aqui. 

- Tá certo, tudo bem. – Minha boca dispara antes que eu possa analisar mais um pouco. Ele sorri. Não um sorriso largo, que mostre os dentes, mas um sorriso contido, com apenas os cantos da boca se levantando.

- Vem. – Ele começa a andar pelo corredor de onde veio e eu fico parada, apenas olhando. Para onde? – A gente vai ter que fazer o trabalho no meu quarto, as anotações estão lá, o computador também e minha mãe odeia quando faço qualquer coisa na sala. 

- Oook. 

Contorno o sofá em que estava sentada e o sigo a uma distancia segura. Tento controlar minha respiração, e nem sei ao menos porque estou fazendo isso. Tudo bem que é a primeira vez que apareço na casa dela, e agora no quarto dele também. 

Tenho um misto de curiosidade para saber como é. O Brian não parece ser do tipo organizado, e não me assustaria se encontrasse um típico quarto de garoto, como vemos nos filmes: roupas espalhadas, garrafas e latinhas pela cômoda ou estante. Pôsteres de bebidas ou bandas. 

Ele abre uma porta branca um pouco maior do que as portas em geral. O quarto é quase todo branco, exceto por uma parede azul. Não aquele azul que geralmente são usados em quarto de meninos, mas um azul escuro, de uma cor bem fechada. Tem uma cama de casal, com lençóis e edredons azuis também. Está incrivelmente arrumada, parecendo àquelas camas que vemos em lojas ou em revistas de decoração. 

Viro-me se vejo uma bancada, tem um computador branco de tela grande acompanhando de um teclado também branco, bem fino. Mais acima tem três prateleiras, pretas, como a bancada. Na prateleira mais alta tem dois pôsteres, como imaginei, de banda de rock. Na segunda prateleira, a do meio, tem alguns porta-retratos. Aproximo-me um pouco para ver as fotos e vejo um garotinho com um cabelo igual de índio, só que meio loirinho e de olhos claros, ele sorri para foto e seu sorriso larga revela que está com um dente faltando. Não consigo evitar de rir. Nas outras fotos ele está, suponho, com seus pais. 

Tem uma mulher jovem, com um sorriso discreto, expressões suaves e cabelos castanhos que segura um bebe no colo. Em outra foto tem seu pai puxando ele na bicicleta. Só de ver essas fotos, minha mente tenta imaginar a cena, as risadas, os gritos de “cuidado”. Dá para criar cenas inteiras na cabeça. 

Na última prateleira fica várias câmeras, umas cinco ou seis. Tem mais antiga, ou melhor, vintage. Aquelas não tão antigas assim e as mais modernas, com lentes enormes. 

- Colecionador? – Me viro e vejo que ele está bem atrás de mim. Ainda bem que, em uma distancia confiável. 

- Parece assustada. – Ele esboça um pequeno sorriso, quase imperceptível. 

- Não imaginava que gostasse de fotos. – Dou de ombros. 

- Tem muita coisa que você nem sequer imagina. – Ele diz enquanto passa por mim e puxa uma cadeira preta. Ele arrasta até perto da cama e pega uns papeis que ficam dentro de uma gaveta embaixo da bancada. – Essas são minhas anotações. Você deveria ter trazido as suas. 

- Eu vim correndo. Achei até que estava atrasada! – Me sento na cadeira e ele na ponta da casa. Seu quarto é do mesmo tamanho que o meu, mas parece muito maior. Não sei se é pelas cores claras e básicas ou pela organização. 

Ele me olha um pouco com os olhos semicerrados e sinto meu estomago saltar. Sua expressão é completamente indecifrável. Ele parece estar me analisando e então desvia sue olhar novamente para as folhas que estão em seu colo e parece procurar por algum papel. 

- Gostei do seu cabelo. – Ele diz, ainda com o rosto abaixado e olhando para os papeis. 

- Não sei ainda se combinou muito. – Dou um suspiro aliviado por ser esse o motivo de ele ter me olhado daquele jeito, como se tivesse querendo me pegar em uma mentira. Passo a mão por umas mechas. – Mas o cabelereiro disse que ia ficar fashion. – Digo tentando imitar a voz do homem que fez essa mudança e dou um riso curto e rouco. 

- Não sei se ficou fashion. – Ele repete a palavra com a mesma voz que fiz e me fita com seus olhos. – Mas ficou lindo. 

Seus olhos me prendem até que eu tomo coragem de sorrir e agradecer. Mas o “obrigado” sai como um sussurro, como se eu tivesse perdido a voz ou a capacidade de dizer qualquer coisa. Coloco um sorriso um pouco maior no rosto e ele volta a olhar as folhas. 

- Quem vai começar com a introdução? – Ele pergunta e volta a me olhar, mas não com antes. É apenas um olhar comum. O mesmo olhar quando você vai à padaria e olha para a moça do caixa, esperando pelo troco. 

- Pode ser eu. – Digo e pego meu celular, que acabou de apitar dentro da bolsa. – A Penélope acabou de mandar as fotos com as anotações dela. 

            - Acho que a planilha está pronta. – Digo enquanto passo a mão pelos fios que escapuliram do coque improvisado. 

Decidimos fazer uma planilha para conseguir saber direito o que cada um iria falar e quanto tempo iriamos gastar. Não pudemos ensaiar já que a Penélope não estava. Então adiantamos toda a parte possível. Quer dizer, eu adiantei toda a parte, já que o Brian apenas fazia alguns aviões de papel e ficava jogando em mim. 

- Você que algo pra beber? – Ele pergunta enquanto termino de escrever algumas anotações. Me limito apenas em balançar a cabeça. 

Quando ele volta, já terminei de escrever tudo. Ele está com dois copos com algo preto e gelado, que eu descubro assim que coloco na boca, que é coca. Posso soltar um gemido de felicidade ao beber aquilo. Não havia nem notado como minha garganta estava seca. 

- Acho que terminei. – Digo enquanto me jogo um pouco para trás da cadeira. As pontas dos meus dedos doem um pouco. Olho para frente e vejo as lentes daquelas câmeras me encarando. – Você quer fazer faculdade de fotografia? 

- Não sei, na verdade. É algo que gosto, mas não sei se sou bom mesmo. – Ele diz enquanto se aproxima e pega uma das câmeras, e então volta a se sentar na ponta da cama. Ele coloca a câmera na frente do rosto, como se tivesse vendo tudo por trás da lente e então escuto um clique. 

- Ei! Você tirou uma foto minha? – me levanto e tento pegar a câmera da sua mão. Mas ele suspende o braço, deixando ela no alto, onde minha humilde altura não alcança. 

- Só de recordação. – Ele dá um sorriso e eu reviro os olhos. Ele abaixa a mão assim que volto a me sentar e pego novamente o copo com o refrigerante. – Meu pai jamais me deixaria fazer faculdade de fotografia. Não sem me deserdar. 

- Por quê? – Pergunto e coloco o copo em cima da bancada. 

- Ele acha que profissão de verdade é ser advogado ou médico, ou qualquer coisa do tipo que vá ajudar as pessoas. – Ele coloca a câmera em cima da cama e posso ver que sua expressão está um pouco triste. 

- Mas você deve seguir seu coração. - Desvio meu olhar e giro o celular no dedo, pela capinha. – Pelo menos você tem algo que goste de fazer. Eu não faço a menor ideia. Se tivesse alguma profissão que a única coisa que uma pessoa precisasse fazer era ler, até que eu tinha algum futuro. 

Ele dá uma curta risada e eu também sorrio. Ficamos em silencio por algum tempo e então escuto outro clique, vindo da câmera que está, novamente, na frente do seu rosto. 

- Para com isso. – Digo rindo e coloco a mão na frente da câmera, tentando não ser uma mula e não quebrar a câmera que, só pelo tamanho, deve valer uma fortuna. Ele continua sorrindo e então, quando tiro minha mão da frente, outro clique. – Você sabia que é muito chato isso? 

- Já disse, só quero ter recordação. – Ele diz pousando a câmera sobre seu colo. 

- De que? 

- Você. – Ele sorri. 

Balanço a cabeça e pego minha bolsa que está na cadeira. 

- Já passaram das sete da noite. Meu pai já deve estar arrancando dos cabelos. – Me viro para ele novamente e vejo que ele está em pé agora, e sua câmera está na cama. Ufa! – Tenho que ir. 

Ele acena com a cabeça e me acompanha até a porta. Entro no elevador e antes que as portas se fechem completamente o Brian aparece no meio delas, fazendo com que elas voltem a se abrir. Antes que eu diga qualquer coisa sinto seus lábios sobre o meu. É apenas isso. E então ele sorri e sai.

As portas se fecham e eu pouso a mão sobre a boca. Sem fazer a menor ideia do que pode ter sido isso. 

O que acharam do capitulo de hoje? Não esqueçam de comentar e voltar. No último capitulo havia comnentado que o livro está entrando na reta final e vocês me perguntaram várias coisas. Bom, primeiro eu não sei quantos capitulos vem por aí, mas acho que ainda tem uns 10 ou até mais. E não se preocupem pois a história não vai morrer aqui. Eu tenho uma ideia de conto para depois que ela acabar eu escrever também e até mesmo um segundo livro, mas não vai ser necessariamente sobre a Rebeca. ~suspense~

Não deixem de curtir a fan page (https://www.facebook.com/livrojustayear) e participar do grupo de leitores (Leitores de Just A Year, pesquisem no face que vai aparecer :)) Beijos! 

Ps: Em breve tem booktrailer! 

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