Adore You.

By LetciaPereira338

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Sibéria. Dois mil e dezessete. Amber Johnson. Tudo começa quando, um ano após a Guerra Civil, Steve Rogers... More

Cast
Prólogo (0.1)
0.2
0.3
Século XXI (Primeira Parte)
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Segunda Parte.
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Terceira Parte.
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By LetciaPereira338

Confesso que eu fiquei parada no meio da rua como uma babaca por algum tempo, até Tchalla avançar um passo e apertar meu ombro, de leve. Nos encaramos. 

-Amber, preciso de um lugar reservado para conversar com vocês! Conhece algum? Preciso explicar ela e um monte de outras coisas! 

Não consegui falar nada, enquanto encarava a tal da Clarisse. O pior de tudo é que ela me lembrava Fury mesmo… O formato dos olhos, talvez, fosse o mais parecido. Hesitei, olhando por cima dos ombros para a direção da loja fechada e neguei. 

-Primeiro, eu tenho que ver o Senhor Lee… 

-Ele está no meu carro. - Tchalla apontou por cima do ombro para um carro estacionado mais para frente. - Eu preciso tirar vocês dois daqui, Amberly. Nesse minuto. 

Acompanhei o olhar de Tchalla para algum ponto atrás de mim. Clarisse murmurou um "Merda! Eles me acharam!" Ao mesmo tempo que Tchalla cruzou os braços sobre o peito e eu vi a armadura de Vibranium em formato de Pantera aparecendo. Meu queixo caiu. 

-Clarisse, tira a Amber daqui! Amber, liga para o pessoal e avisa que precisamos de um lugar seguro ou vamos voltar direto para Wakanda! Vão! Eu distraio eles! 

Clarisse agarrou minha mão e começamos a correr no sentido contrário de onde Tchalla correu. As pessoas começaram a se acumular ao redor da briga enquanto Clarisse me arrastou até o carro preto e blindado. 

-Entra logo! 

-Como eu vou confiar em você?! - Perguntei, hesitando. 

Clarisse respirou fundo e, do nada, senti o asfalto embaixo de mim ondular, me fazendo perder o equilíbrio e cair dentro do carro. 

-Ah, Amber! 

-Senhor Lee! Oi! E me desculpe! 

Falei me referindo ao fato de ter caído sobre o colo dele. Sentei no banco enquanto ele murmurava que estava tudo bem. Clarisse já tinha pedido ao motorista para sair de lá e o carro arrancou, tão rápido que quase bateu. Eu e o senhor Lee chacoalhávamos pelo carro enquanto Clarisse falava mais alto comigo, perguntando se eu já tinha conseguido falar com alguém. 

-Você por acaso está vendo algum celular na minha MÃÃÃÃÃÃO?! 

O carro girou em volta do próprio eixo por alguns quilômetros, o que fez todos nós gritarmos alto. Minha cabeça foi de encontro ao banco do carro e eu fiquei tonta. 

Quando o carro parou, o motorista gritou algo sobre nos segurarmos e, para o meu desespero, o carro começou a flutuar por cima dos outros carros. 

Enquanto todos os gritos no carro soavam altos e histéricos, tiros atingiam a parte debaixo do carro, sem penetrar nele. Quando eu achei que a situação não ia piorar, algo por baixo de nós fez o carro inteiro sacudir, o que intensificou os gritos quando a velocidade aumentou também. 

Por alguns segundos, o motorista também entrou em pânico e se agarrou a Clarisse, ao lado dele. Os prédios passavam voando por nós em uma velocidade muito rápida. 

Eu não sei quanto tempo durou o pânico, mas sei que quando olhei pela janela, percebi, refletido nos vidros dos prédios, que quem "dirigia" o carro era Tony e uma hiper armadura. 

Soltei um pouco o ar e consegui fazer o pessoal me escutar, o que fez com que os gritos cessassem. Mas por estarmos voando, eu ainda estava dando um verdadeiro ataque. 

Não sei ao certo quanto tempo passou, mas sei que, em algum momento, o carro começou a perder altitude até pousar em cima de uma casa. O teto abriu e algum tipo de plataforma fez com que decessemos até uma garagem subterrânea. 

Quando enfim, acabou, deixei meu corpo cair no banco, tremendo igual a uma vara verde. O Senhor Lee virou para mim. 

-Seria melhor pedir um calmante? 

-Eu tô bem, senhor Lee! 

-É, tô vendo, menina! 

Fechei meus olhos tentando controlar minha respiração. Fiz o exercício que a psicóloga ensinou e aos poucos, fui me acalmando. Só os abri de novo ao ouvir a tal da Clarisse exclamando: "Awn! Que bebê fofo!" . Virei para o lado, esperando para ver Morgan, mas quem estava na entrada da enorme garagem cheia de carros caros e importados, no colo de Bucky, era Maya. 

Sorri, alíviada, e ajudei o Senhor Lee a sair do carro, enquanto Becca, Sam, Hope, Nat e Steve se aproximavam de mim e dele. Bucky ficou um pouco mais para trás, tendo em vista que (agora que eu tinha visto), Morgan estava de mãos dadas com ele, tentando correr para longe. 

-O Senhor está bem? - Steve questionou, esticando o braço e o ajudando o Senhor Lee a andar. 

-Tô ótimo! Pronto para outra! 

Soltamos uma risada e eu deixei Steve levar o Senhor Lee junto com Hope para dentro da casa. Tony foi pegar Morgan das mãos de Bucky, ao mesmo tempo que todo mundo, enfim, notava Clarisse, parada atrás de mim. 

Depois eu explicaria ela. Primeiro, eu precisava pegar minha bebê. 

Caminhei, rapidamente, até Bucky e depois de dar um beijo nele, puxei MJ e enfiei um monte de beijos nela, até MJ fazer careta e comentar algo como "No, Mama!". Ignorei. 

-Quem é ela? 

Encarei Natasha e dei de ombros. 

-O Tchalla sabe. Eu não! Mas sei que ela mexe com a terra e diz ser filha do Fury. 

-De quem?! 

-Fury. - Respirei fundo, enquanto Bucky acaríciava a base das minhas costas com a mão. - Vamos entrar? Aí, vocês me explicam como chegaram aqui tão rápido! 

Todos concordaram e eu fiz sinal para Clarisse nos seguir. Ela e o motorista de Tchalla foram mais atrás e no fim, pegamos um elevador para a Mansão de Tony. Morgan e MJ foram falando em língua de bebê, preenchendo o silêncio tenso que estava no lugar. 

Quando chegamos na sala, Tchalla estava conversando com Hope e Steve e os três encararam Clarisse quando ela saiu do elevador. Steve a analisou de cima à baixo, sustentando o olhar desafiador que ela deu para ele. 

Eu e Hope nos entreolhamos, mas o contato dos dois foi quebrado quando MJ esticou os bracinhos para Steve e murmurou um "Teetee!". Entreguei ela nos braços dele, vendo Steve esmordicar a bochecha dela. Encarei Clarisse. Ela tinha um pequeno sorriso no rosto. 

-Uau… - Bucky ergueu as sombrancelhas, parecendo notar o clima. 

-Pois é… - Natasha sorriu, cruzando os braços e piscando para mim. 

-O que é "Uau!"? 

-Cala a boca, Samuel! - Bucky reclamou. - Seu metido! 

-Ai, que fofinho! O Buckyzinho tem cinco aninhos! 

Quando ele fez menção de ir atrás de Sam, bateu contra algum tipo de muro invisível que Rebecca ergueu. 

-Eu acho que temos coisas mais importantes para fazer do que Vocês dois ficarem de palhaçada um com o outro! - Reclamei e me virei para Tchalla, apontando para Clarisse. - Quem é ela?! Como achou?! Qual o objetivo?! Por que fomos atacados?! Qual…

-Amor! - Bucky me puxou pelos rosto, encostando a testa na minha. - Respira, mulher… 

Tirei minha testa da dele e cruzei os braços, irritada. 

-Não quero me acalmar! Eu quero explicações! 

-E você vai ter todas as explicações. - Tchalla parecia estar achando graça do meu nervoso. - Mas só se deixar a gente abrir a boca e falar! 

Calei a boca e me obriguei a respirar bem fundo, ouvindo os momentos de silêncio que se seguiram. Apenas MJ e Morgan falavam, as duas no colo de Steve, que estava sentado no sofá, sufocado pelos dedinhos delas. Clarisse parecia incapaz de tirar os olhos dele. 

-Então… Quando Steve e Bucky me passaram o endereço daquele lugar que eles estavam, eu confesso que não fui, pessoalmente, investigar. - Tchalla andou até o sofá e observou MJ que quis se jogar no colo dele. - Oi, Neném! 

Bucky pigarreou depois que Tchalla se distraiu com ela. 

-Tchalla! 

-Ah, desculpem! É que ela é fofa! 

-É minha filha, né? - Bucky deu de ombros.

Todo mundo revirou os olhos, rindo. Tchalla continuou. 

-Enfim, eu mandei que pessoas vasculhassem aquele lugar. Só que há meses atrás, eu precisei ir para perto e pensei "Não custa nada dar uma olhadinha lá". 

-E ela estava lá? - Natasha questionou. 

-Não. - Tchalla explicou. - Mas achei isso lá. 

Ele andou até uma mochila no canto da sala e, depois de se abaixar e pegar o que parecia um livro, ele caminhou até a minha frente. 

-Eu acho que você deve reconhecer isso! 

Franzi a testa e o peguei. Era o mesmo livro que o Senhor Lee havia me dado e eu lembro dele ter dito que só existiam três exemplares no mundo. Esse, estava inteiramente escrito com o que pareciam correções nas frases, como se quem tivesse escrito, tivesse escrito errado e a pessoa tivesse que corrigir. 

Encarei ele e, sem tirar os olhos dos meus, ele virou o livro na minha mão e abriu as últimas páginas. Abaixei meu olhar. 

O silêncio era quase mortal. 

Na primeira folha indicada por ele, Havia o Nome "Soldado de Fogo", escrito em letras grandes. Havia uma pequena ficha sobre mim, indicando o que foi injetado, quais seriam minhas habilidades, como eu havia reagido, por qual motivo fui escolhida, qual a minha finalidade, meu parentesco com Martin Johnson, onde eu estava sendo mantida e por qual motivo eu era mantida em criogênia. 

Nas páginas de trás, li os nomes de Rebecca Barnes e Hope Finkley, com as mesmas fichas. E por fim, Clarisse Jolie, que tinha levado cerca de trinta anos para se juntar a nós. 

Senti meus joelhos fraquejarem e só não caí no chão, apesar de ter começado a chorar, porque Bucky envolveu minha cintura e me segurou contra o peito dele, passeando as duas mãos pelas minhas costas e me beijando na testa. 

-O que tem aí? - Hope questionou, tentando pegar o livro da minha mão. Não deixei. 

Assim que ela chegou perto, invoquei fogo na minha mão. Nos encaramos. Rebecca jogou um vento em mim, mas fui mais rápida e joguei o livro para Clarisse, que ergueu (do nada) um muro de terra, as mantendo longe. 

Achei que Tony Stark ia infartar. 

-Meu Deus! Meu piso de linóleo! 

-Eu tenho o direito de ver tanto quanto você! - Rebecca reclamou. 

-Até porque, se não fosse o seu avô, não estaríamos metidas nessa merda toda! - Hope reclamou.  

Eu me irritei, de uma forma que não me irritava há muito tempo e parti para cima dela, sendo segurada por Sam e Bucky. 

-Ah, é?! Engraçado, se não fosse você bêbada e chapada, a gente não tinha demorado naquela merda de festa e eu não teria sido sequestrada porque me preocupei com você e não quis te deixar para ser estuprada ou coisa pior! 

-Se tivesse me deixado, eu tinha tido uma chance de não estar nessa merda! 

Me soltei e enfiei um soco na cara dela. Hope caiu no chão, me puxando, enquanto eu metia mais um tapa na cara dela e Hope puxava meus cabelos. 

Ouvi gritos e um choro alto, mas eu estava enfurecida e só parei e bater nela e ela em mim, porque Steve e Bucky me tiraram de cima dela. 

-Meu Deus! Para as duas! Parecem dois animais! - Steve comentou, tentando me tirar de perto de Hope. 

-Vocês nunca brigaram assim! - Bucky me encarou. - O que aconteceu?! 

Silêncio. Eu respirava com dificuldade. O nariz de Hope sangrava, enquanto eu sentia sangue descer pela minha testa. Rebecca nos encarou. 

-Vocês duas passaram dos limites agora… 

-A culpa é dela! - Apontei. - Foi ela quem foi me provocar! 

-Você quem ficou de palhaçadas sem me deixar ver o que tinha no caderno! 

Em um movimento rápido, peguei o livro das mãos de Tchalla, que parecia em choque ainda com o que tinha presenciado, e arremessei, com toda a força, na direção de Hope. 

-É um livro, sua burra! 

-Amberly! Para! - Bucky se meteu na minha frente. - Meu Deus, que infantilidade! 

-Ótimo! Fica aí com o pessoal maduro, adultão! 

Empurrei ele e peguei minha bebê do colo de Natasha, que chorava, assustada. Como eu conhecia a Mansão, não hesitei um único segundo em entrar em qualquer quarto de hóspede, deixando fogo por onde eu passei, já que, infelizmente, eu estava com tanta raiva, que mal conseguia controlar. 

Eu sabia que se saísse do controle, o traje por baixo da minha roupa e o sistema de incêndios controlararia. E sabia também que MJ não se machucava com meu fogo da mesma forma que Bucky. 

Então, não me importei, nem um pouco, de continuar pegando fogo. Talvez, isso até tenha acalmado MJ. 

Entrei no quarto e bati a porta, com força, trancando ela. Depositei uma MJ dorminhoca na cama e parei na frente do espelho do banheiro, me encarando nos olhos, depois de tirar minha blusa e a parte de cima do traje, ficando apenas com um top. 

Todo o meu corpo brilhava em laranja. Meus olhos estavam com chamas azuis. Eu mal respirava e minha vontade era de socar qualquer coisa. Então, quebrei o espelho. A dor na mão e o fato do sangue ter pingado na pia me fez pensar com mais clareza. 

Eu ainda estava com raiva. Muita. Mas já não queria incendiar a Mansão com Hope dentro e a assistir queimar. 

Ouvi uma batida suave na porta e fiquei quieta, lavando o ferimento. De alguma forma, a pessoa entrou (talvez Tony tenha dado a chave) e, logo, a porta do banheiro abriu. 

Me virei pronta para mandar Bucky ir embora quando visualizei Steve na minha frente. De qualquer forma, xinguei. 

-Vai embora! 

Ele não se mexeu. Estava sério e me encarava com o semblante preocupado. 

-O que houve com a sua mão. 

-Nada. 

-Amber… 

-Cai fora daqui! - Comecei a ter vontade de incendiar ele. 

Na verdade, naquele momento, eu lembrei de todo o sofrimento que ele me fez passar, a raiva, o ciúme, o desprezo… Eu queria socar a cara dele até Steve ficar deformado. 

Não tirei os olhos de cima dele quando Steve chegou perto de mim e parou na minha frente. Eu sentia meu corpo quente, pegando fogo. Ele esticou a mão, hesitando um único segundo antes de pegar a minha. 

Tirei correndo a mão da dele, já que eu não queria machucar ele. Não de verdade. Ou dessa forma. 

-Não… Me dá a mão? 

-Você vai se queimar! 

-Não vou! 

Ele andou para frente e me encurralou entre a pia e ele. Encarei minha mão, espantada. Estava unida a dele, o sangue brotando ainda do ponto de encontro entre ela e o espelho, encharcando a mão de Steve. 

-Como…? - Encarei ele, sem entender. - Não está doendo?! 

-Nem um pouco! - Steve sorriu de lado, me puxando pela cintura. 

Eu estava chocada demais para raciocinar que ele apenas me abraçou com um braço. 

-Eu acho que… A gente finalmente se entendeu, não é? - Steve questionou, sorrindo e pondo meu cabelo para o lado. - Deve ser por isso que você não me machuca mais. Quer dizer… Não há mais nada pendente entre nós o que permite que a gent se goste de verdade, né? 

-É… Pode ser isso! - Sorri. - Você, hm, está gostando da sensação? 

-É estranho! - Steve riu, me puxando mais contra ele e me abraçando com força. - Mas é gostoso… 

Concordei. 

-Me Desculpe, Amber. 

-Pelo que…?! 

Antes que eu pudesse pensar, a mão que Steve manteve no bolso espetou algo em mim e eu gritei, com raiva, empurrando ele, com força. Steve bateu com as costas na parede. 

Caí no chão, fraca, enquanto sentia o antídoto de Bruce passear pelo meu corpo. Quando ele ficou inteiramente gelado, Steve se abaixou na minha frente. 

-Você está bem? 

Encarei ele e assenti, aceitando a mão para levantar. Steve tirou a seringa das minhas costas e eu xinguei de novo. 

-Tinha que espetar com tanta força?! Reclamei. 

Impressionantemente, eu não sentia mais raiva nenhuma e, agora, minha mão e minha cabeça latejavam. 

-Você tem noção da sua força quando fica desse jeito, Amber?! - Steve reclamou, fazendo uma careta. - Acho que desloquei o ombro… 

-Desculpa! 

-Tudo bem. 

Esperei até ele lavar minha mão e envolver em uma gaze. Depois, ele me ajudou com o corte na cabeça. Fiquei em silêncio até aquele momento. 

-A Hope…? 

-Ela estava descontrolada igual a você. O Bucky foi tentar resolver. 

-Por que ele não veio aqui? - Perguntei, levemente magoada. 

-Porque ele ficou com medo de você tentar matar ele! 

Bufei.

Steve me arrastou até a cama e me deitou do lado de Maya que, apesar do barulho todo, ainda dormia. 

-A Hope não devia ter provocado você… 

Interrompi ele. 

-Eu já devia ter aprendido a controlar isso! 

-Ela também, não acha? A Hope já é crescidinha demais para culpar você por isso! 

Dei de ombros. 

-Eu culpo ela também, então… 

Steve revirou os olhos e ficou em silêncio. O sono começava a me invadir. 

-Aquela menina nova… 

Encarei ele e arqueei uma sombrancelha. Como ele não olhava para mim, ele não percebeu. 

-... Ela é filha do Fury?!

-Uhum… 

-Parece impossível, né? Ela é bonita demais para isso! 

Sorri mais amplamente. 

-É, ela é bonita, né? 

Steve percebeu, enfim, meu tom de voz e ficou vermelho. 

-Ah, não! Nem começa! 

-Sabe? Eu ia gostar de ver você namorando, Stee… Não como você me "namorou"... 

-Você nunca vai esquecer isso! - Steve murmurou, esfregando o rosto. 

-...Mas eu adoraria ver você apaixonado! 

-Vai dormir, vai, Amber! - Steve levantou da cama e me encarou. - Fica inventando coisa onde não tem… Até daqui a pouco! 

-Steve! - Chamei, antes dele fechar a porta. Leva a MJ? Por favor? Tô com medo de machucar ela… 

-Você não vai! 

-Por favor… 

Steve assentiu e pegou MJ no colo, com cuidado, levando ela. Sozinha, eu dormi em cerca de cinco minutos pelo que me pareceu uma eternidade. 

Quando acordei, o céu do lado de fora já estava escuro e eu me obriguei a ir até o banheiro, tomar um banho. Percebi que alguém tinha deixado roupas novas no pé da minha cama e foi elas que eu vesti. 

Saí pelo corredor, seguindo o som das vozes e percebi que o pessoal estava reunido em uma sala, espalhados pelo sofá, conversando. Não parecia uma conversa informal, mas também, não era uma briga. 

Como Hope estava sentada no sofá, decidi não atrapalhar o momento. Mas fiquei no corredor, ouvindo a conversa sobre o que tinha no livro. 

-Então, quer dizer que de tempos em tempos eles descongelavam vocês e ativavam os poderes?! Para quê?! 

-Parece que isso garantia uma vida longa e próspera de alguma forma aos dois. Talvez, eles absorvessem a energia dos nossos poderes de alguma forma. - Clarisse esclareceu, encarando Steve, que tinha questionado. - Mas eu não posso dizer nada porque eu não entendo absolutamente nada de Química, física ou sei lá o que eles faziam!

-Agora faz todo o sentido que o Martin queira a Amber… - Bucky murmurou. - Ela tem o sangue dele! 

-Exatamente. - Clarisse concordou. - Da mesma forma que Fury precisou ter uma filha para que ele pudesse desfrutar da minha herança genética  

-Mas que filho da puta! 

-Hey, olha a boca, Tony! Tem bebês na sala! 

-Então, eu e a Hope… - Rebecca questionou, hesitante. 

-Foi apenas um… - Clarisse ergueu os dedos no ar. - Um azar, digamos assim. 

-E que azar, né? - Hope reclamou. 

Respirei fundo. Bem fundo. Rebecca protestou. 

-Hey! Não fala assim! É por causa desse azar que eu tenho irmão e sobrinha agora, está bem? 

Uma mão gelada tocou meu ombros e, antes que eu pudesse gritar, Tony tampou minha boca, parecendo achar muita graça em me assustar. 

-Cacete, hein, Tony! Ah… Oi, Senhor Lee! 

-Oi, Menina! 

-Estava escutando atrás da porta? - Tony ergueu uma sombrancelha, com a mesma expressão que usava com a Morgan. 

Cruzei os braços e empinei o nariz, irritada. 

-Eu estava tentando ouvir sem causar uma imensa confusão com a minha presença! Mais do que eu já causei hoje, está bem? Eu não estava apenas fofocando! 

Tony concordou com a cabeça e o Senhor Lee parecia que ia ter um ataque de risos a qualquer minuto. 

-Claro, isso não se chama espiar atrás da porta! 

Então, como eles foram jantar, eu me tranquei de volta no quarto e só abri a porta quando Natasha ameaçou arrombar a fechadura. Percebi que em uma mão ela segurava um prato de comida e na outra, uma MJ adormecida. 

-Posso entrar? 

Assenti e deixei ela andar até a cama, tirando minha filha do colo dela e depositando MJ, segura, entre os travesseiros. 

-Escuta, Amber… 

Encarei ela. 

-A Hope está arrependida do que fez, mas acho que você conhece ela, né? 

Revirei os olhos e concordei. Hope não ia admitir que estava errada e nem pedir desculpas. Ela simplesmente ia seguir em frente no assunto e acabou. 

-Outra coisa… Verificamos tudo que essa Clarisse disse. Na verdade, Tchalla já havia feito, claro. Por isso demorou tantos meses para eles virem aqui. Mas parece que é tudo verdade. Então… O Tony acha que não estamos seguros aqui e o Phill concorda. 

-Então, nós vamos para onde? - Perguntei, encarando MJ. - Porque eu só vou para onde minha filha for! 

-Eu sei. O Tony também quer esconder a Morgan e convenceu a Pepper a ir junto com a gente. O Bucky foi na casa de vocês pegar suas roupas. - Ela fez uma pausa. - Aliás, vamos para Wakanda. É o lugar mais seguro por enquanto. O senhor Lee já avisou a filha e ele vai também. Devo acrescentar que ele está animado! 

Sorri, mexendo no meu anel de noivado. 

-Ele é um amor. 

-É mesmo… 

Ficamos em silêncio por alguns segundos, enquanto eu comecei a comer. Natasha esperou eu terminar de mastigar e se inclinou para mim. 

-Você tem que ver os dois conversando, Amber. Não parece nem mesmo que só tem algumas horas que se viram pela primeira vez! 

-Eu sei! - Comecei a rir. - Ele ficou todo vermelho quando eu comentei que ela era bonita! 

-Ah, é! Ela é bonita mesmo! - Natasha mordeu a boca e ergueu uma sombrancelha. - Você acha que sai algo dalí? 

-Uns beijos e um sexo selvagem, com certeza! 

Caímos na risada e continuamos fofocando sobre a menina nova durante vários minutos, talvez uma hora, até que a porta abriu e foi a própria Hope quem apareceu. Um segundo de silêncio incômodo foi ouvido, antes dela soltar o ar e falar em um tom de voz ameno que, claramente, queria dizer "Escuta, não tô mais chateada! Vamos falar normal, okay?": 

-O Bucky avisou que foi atacado. Ele levou o pessoal para o outro lado da cidade. Temos que sair daqui agora. Clint e Thor já estão esperando com Phill Coulson para irmos para o plano B. 

Assenti, levantando da cama e pegando a bebê, saindo do quarto, rumo ao jatinho de Tony. 


Ooie, Pessoal!

Cheguei com um capítulo que eu amei escrever, mas tô "odiando postar" porque é ele quem determina os últimos capítulos da fanfic 💔🤧🥺

E já vou adiantando que agora que temos as quatro meninas super poderosas juntas, pode ser até que vocês achem o final meio sem graça...

Afinal, perto delas, o avô da Amber não é ninguém, né? Heheh

Bem, terça feira eu to de volta, okay?

Até lá! 💕💕💕

Beijos

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