Capítulo 2

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- Ótimo, vou fazer uma torta para eles. – Me levantei da cama e abri o armário, precisa de um suéter e uma calça moletom.

- Eles estão na casa abandonada.

- Sério que conseguiram restaurar aquele lugar?

- Eu não vou falar com eles. – Joe andava pelo meu quarto mexendo nas minhas coisas, passei os últimos dias estudando para as provas do colégio e minha mesa estava uma bagunça.

- Porque não?

- Aquela casa me assusta.

- Ah Joe, é apenas uma casa.

- E se você morrer?

- É apenas uma casa. - Repeti para conforta-lo, Joe assistia muitos filmes de terror e ficava com essas idéias na cabeça.

A casa abandonada ficava no fim da rua, cerca de 4 minutos longe da minha casa, eu conseguia vê-la da janela do meu quarto, que dava para a rua.

Minha rua não tem muitas casas, ela da de frente para uma parte da reserva florestal, a única casa do outro lado da rua é a abandonada, que no momento aparentemente não está mais abandonada.

Eu moro em Florence, uma pequena cidade na costa de Oregon que tem a minúscula população de 9mil pessoas. Não sei porque meus pais decidiram se mudar para cá, eles consideraram Los Angeles, Seattle, Portland, até Nova York, mas decidiram viver nessa cidade minúscula que cheira a peixe e chove toda semana, segundo minha mãe a natureza é o melhor presente que a vida pode nos dar, então decidiram viver uma vida mais pacata e devagar perto das árvores.

Saí do quarto e desci as escadas, minha casa não é muito grande, meu quarto não tem nem espaço para uma cama de casal, o quarto do Joe é menor ainda, mas pelo menos não temos vizinhos irritantes. Minha mãe, Claire, trabalha para uma empresa de seguros, é a única que tem na cidade e de vez em quando ela tem que ir para cidades vizinhas a procura de clientes, meu pai trabalha como dono de uma loja de frutos do mar perto do porto da cidade, não gosto muito de passar tempo lá, na verdade odeio, as praias de Oregon são frias e só servem pra pescar, as vezes dá vontade de fugir para Los Angeles ou talvez Miami, só para tomar um pouco de sol.

Quando desci para cozinha vi minha mãe assistindo TV e meu pai na cozinha lavando a louça, em cima da bancada haviam duas panquecas esperando pra ser devoradas e uma torta fresquinha, parecia que acabou de sair do forno.

- Hmm. É pra mim?

- Nem pense em tocar nisso mocinha, são para os novos moradores do bairro. - Minha mãe falou e colocou a torta em cima da pia.

- Você sabe que eu gosto de fazer tortas, eu mesma poderia ter feito...

- Você gosta de comer tortas não de fazê-las. – Mentira, eu gosto de fazer tortas, mas as da minha mãe são bem melhores mesmo.

- E quem disse?

- Eu disse, agora tome o café da manhã e se troque porque vai ser você que vai entregar a torta para... Como é o nome dele?

- James. - Meu pai disse.

- Achei que fosse uma família.

- É apenas um garoto rebelde que fugiu dos pais e foi morar sozinho.

- Espero que ele seja simpático.

Após comer as panquecas do meu pai, muito boas por sinal, peguei a torta e fui dar boas-vindas ao garoto da casa abandonada. Caminhei a longa caminhada de 4 minutos e cheguei no local. Quando cheguei perto, ela parecia igual, sem movimento, sem nada. A casa tinha um estilo vitoriano, parecia uma mansão, porém sofreu muito com o tempo, na época que foi construída devia ter sido considerada uma das mais bonitas da cidade.

horror // a love storyWhere stories live. Discover now