"Deve ser porque eu ainda não mexi no meu celular hoje, estava ocupado."

"Ah, sim, claro," ela diz "Bom, eu só queria me desculpar por ontem. Não era aquilo que eu tinha planejado, mas quando a Babi chegou, tudo que ela queria era se divertir, e como eu tinha a chamado não poderia ter deixado ela sozinha."

Acho engraçado como as duas falam tanto uma da outra que parece que elas são as únicas amigas que a outra tem, quando ambas as duas conhecem a escola inteira.

"Está tudo bem, eu te culpo, não estou bravo com você," respondo.

"Que bom que não está!" Ela fala tão alto no telefone que tenho que o afastá-lo para não perder a audição. "Minha amiga me contou que você pediu para ela cuidar de mim, e também me disse que eu fiquei meio brava quando você me falou para ir embora."

"Ah é, eu tinha que falar, se vocês bebessem mais iriam passar mal ou fazer algo nada saudável, espero que ainda não esteja brava."

"Não estou, obrigada por cuidar de mim, nenhum menino hoje em dia faz isso," ela comenta.

Consigo ouvir um pouco de afeto em sua voz, e para ser sincero não gosto do que ouço.

Neste instante, Babi sai do banheiro com a roupa que vestia ontem. Eu a encaro enquanto ela olha para mim um pouco confusa. A roupa da babi está exatamente como no dia anterior, e tudo que vem na minha mente é nós dois no mar, ou quando vinhamos embora no carro

"Ah, sim, que bom. Melanie, eu tenho que ir," falo antes de desligar o telefone.

Quando ela ouve o nome de quem eu estava conversando, o rosto de Babi passa de confuso para sério, e não sei dizer se ela ficou desse jeito porque está com ciumes de mim e da Melanie, ou se foi porque ela acabou de trair a amiga dela duas vezes. Mas pelo jeito que ela olha para ela mesma de uma maneira extremamente culpada, deve ser a segunda opção.

"Era a Melanie?" Ela pergunta baixo

"Era, porque?"

"Porque eu tinha me esquecido dela. Como ela foi embora? Ela está bem?"

A voz dela fica rouca, e ela limpa a garganta para conseguir falar.

"Está, uma amiga cuidou dela."

"Ah," Babi diz, fingindo desinteresse. "Ela sabe como eu fui embora?"

"Não perguntou."

Babi levanta as sobrancelhas, surpresa. Mas o que esperava? Melanie não iria perguntar sobre a amiga dela para o cara que ela está envolvida, ainda mais quando eles se odeiam.

"Que bom, é melhor eu inventar alguma coisa depois."

O som da porta se abrindo no andar de baixo interrompe nossa casa, conversa. Então a voz do meu pai surge novamente na

"Augusto, cheguei," ele avisa.

Babi olha para mim buscando algum tipo de resposta para o problema que acabou de aparecer.

"Ele está subindo," ela diz ao ouvir o som dos pés dele na escada. "O que a gente faz?"

"Vá para o banheiro," digo.

"Para o banheiro? Você não acha que é melhor você sair do quarto antes que ele chegue aqui?"

"Vá logo, caso ele entre no quarto de surpresa." digo e vou em direção a porta para sair do quarto.

Mas no instante que eu pego na maçaneta a porta se abre.

"Olá filho," ele diz me dando um abraço,

"Oi pai," respondo. "E então, como foi a viagem?"

"Não tão boa quanto eu esperava" ele responde desanimado. "Mas de uma coisa eu sei, não vamos nunca fechar negócio com aquela empresa sem futuro. Eles estavam tão despreparados que achei que eu poderia apresentar a empresa melhor que eles.

"Aposto que sim" concordo

"Mas e então, estava dormindo até agora?" Ele pergunta.

"Não, acordei a alguns minutos, respondo. "Mas porque o senhor não vai se trocar e nós podemos descer e tomar café da manhã juntos? Ou já comeu?"

"Ainda não filho, isso seria ótimo. Faz tempo que não comemos uma refeição juntos."

Meu pai vai para o seu quarto e eu vou para o banheiro. Abro a porta e faço um sinal para que a babi faça silêncio.

"Porque demorou tanto?" Ela pergunta sussurrando.

"Vem logo," digo ignorando sua pergunta.

Quando estávamos quase chegando na porta, um dos empregados nos ve e reconhece a babi. Ele acena para ela, que acena de volta com um sorriso falso

Mas então ele olha para nossa cara de culpados e solta um sorrisinho, então continua seu caminho como se nada tivesse acontecido.

"E bom seu pai não ficar sabendo disso," Babi fala.

"Vai logo, depois eu resolvo isso," eu respondo e puxo seu braço até conseguir encostar minha boca do ouvido dela. "E não se esqueça de quem te deixou com dores nas pernas."

Ela sorri pra mim e atravessa a rua sem olhar para trás, e eu aposto que fez isso só para não se render tão fácil. E no instante que eu fecho a porta, meu pai aparece atrás de mim e pergunta:

"O que você estava olhando ai fora?"

"Nada, só estava fechando a porta direito, acho que o senhor deixou um pouco aberta," minto.

"Ok," ele responde, provavelmente sem acreditar muito nas minhas palavras.

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𝙳𝚒𝚐𝚊 𝙼𝚎𝚞 𝙽𝚘𝚖𝚎┊ᵃᵈᵃᵖᵗᵃᶜ̧ᵃᵒ ᵇᵃᵇⁱᶜᵗᵒʳ ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora