-Ansiosa! Já tem o resultado? 

-Tenho, sim! - Ela ergueu uma pasta branca. - Quer que eu diga ou a senhorita prefere abrir com o seu namorado? 

Meu coração parou quando percebi o sorriso dela e minhas mãos tremeram, acionando as luvas nelas. Levei alguns segundos para responder, segurando as lágrimas que queriam se formar dentro de mim. 

-Eu… Eu quero abrir… Por favor! 

-Claro! - Ela sorriu e me entregou o resultado. - Qualquer coisa, é só vir aqui, está bem?

Assenti, agradecendo e enfiando o envelope dentro da mochila de qualquer forma. Acenei um "Tchau" e saí, quase aos tropeços, daquele consultório. Eu mal fazia idéia de como estava de pé ainda. 

Saí pelos corredores com as lágrimas embaçando minhas vistas, esbarrando em qualquer pessoa que estivesse no meu caminho. Demorei mas achei a saída do Palácio, parando na frente dele. Percebi algumas das guardas me encarando, mas nenhuma delas questionou nada, para o meu alívio. 

Então, saí andando à esmo na direção da floresta que eu enxergava do meu quarto. Eu precisava de algum lugar vazio e reservado para pensar antes de abrir aquela porcaria de exame. Eu já sabia o resultado. 

Alguns minutos de caminhada depois, achei um tronco partido ao meio, deitado, em uma clareira que dava vista para um riacho. Talvez, tivesse sido cortado de propósito para servir de banco para qualquer um que fosse para aquele lado. 

Sentei no tronco e apoiei a mochila nas minhas pernas, criando coragem, enquanto brincava com o fecho, para abrir e pegar o exame. 

Pensei em tudo que passei até aquele minuto e cheguei à conclusão de que, talvez, eu e Bucky… Não era mesmo para acontecer. 

Me lembrei do que Rebecca havia dito uma vez sobre uma lenda japonesa chamada Akai Ito que dizia que duas pessoas que estão destinadas a ficarem juntas são unidas por um laço invisível vermelho e que não importa o tempo que demore, eles vão se encontrar. 

Mas sempre que eu encontrava o Bucky, algo acontecia e levava ele de mim. E se estivéssemos forçando um sentimento só porquê achamos que éramos o destino um do outro? 

E se na verdade, o que sentíamos um pelo outro não fosse amor? Fosse apenas a sombra do que sentíamos no passado, não deixando que a gente siga em frente? Eu já tinha ficado presa ao meu passado, achando amar Steve uma vez… E se com Bucky fosse a mesma coisa? 

Pensar nisso me fez começar a chorar incontrolávelmente. Eu o amava. Desesperadamente. Mais que a minha própria vida. Eu era apaixonada por cada detalhe daquele homem, pela forma que ele me tratava, pelo jeito que me amava… 

Ele me amava? 

Amava… 

Talvez, eu o amasse mais do que ele a mim, mas não fazia diferença. O importante era que ele me amava e eu amava ele. 

E não íamos ficar juntos mais por causa de uma porcaria de um bebê! 

Peguei o envelope da mochila e o abri, só para ler em letras garrafais o resultado, que eu já sabia. "POSITIVO". 

Com raiva daquele treco, piquei o papel todinho em mil pedacinhos e os vi queimar, um por um, em cima da minha mão. 

Se eu mentisse e dissesse que deu negativo, ele não ia acreditar. Ainda mais porque eu não teria o papel e Tchalla conseguiria uma cópia dele em segundos. Joguei as cinzas no riacho e as observei indo embora. 

Adore You.Where stories live. Discover now