CAPÍTULO 10

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TRÊS MESES DEPOIS

Xiao Zhan havia acabado de sair de um plantão e a primeira coisa que fez após chegar em casa foi se jogar em seu sofá. Estava exausto. De repente ele sente algo peludo roçar em seu braço que estava jogado para fora do sofá e era Panqueca que estava ali, aparentemente querendo a atenção do dono.

Vendo que sua gatinha estava ali, Xiao logo a chamou. — Pai chegou neném.

Como se o respondesse Panqueca soltou um miado baixinho. A gata continuou roçando seu focinho na mão do dono fazendo o mesmo suspirar e assim sentar-se no sofá, mas quando estendeu as mãos para pegá-la, Panqueca soltou um outro miado como se estivesse zangada, e deu uma leve mordida na mão de Xiao o fazendo resmungar.
— Ai, falsa! Tu não queria subir? Eu em, gata bipolar.

Panqueca não pareceu se importar e apenas saiu balançando o rabo como se estivesse desfilando, fazendo o dono ficar incrédulo ali naquele sofá. — E ainda me dá as costas essa danada! Só é boazinha quando quer. Sua falsa.

Ainda estava resmungando quando sentiu o celular em seu bolso apitar com uma notificação. Ao ver de quem era a mensagem Xiao logo se animou, esquecendo completamente as repreensões que estava dando em sua gata. Logo abriu a mensagem.

[Yibo]

Bom dia
Seu plantão terminou?
Já está em casa?

[Xiao]

Bom dia, babe
Acabei de chegar
Estou exausto

[Yibo]

Imagino que esteja
Descansa um pouco, mais tarde passo aí

Lendo isso, Xiao teve uma ideia e logo discou o número do outro, não demorando muito para ser atendido.

Assim que atendeu o telefone a voz do outro lado perguntou preocupado.
O que foi? Tudo bem?

Xiao soltou uma leve risada.

Tudo sim. Só quis te ligar.

Yibo riu.

Xiao Zhan não soube o porquê de ter ligado tão de repente. Na verdade ele sabia sim por que o ligou. Estava com saudades de ouvir a voz do outro. Quando conversavam por ligação ou por mensagem, era sempre muito bom. Falavam sobre qualquer coisa aleatória que tinham em mente e assim nunca ficavam sem assunto. E dessa vez não foi diferente, Xiao logo contou o que tinha lhe acontecido agora a pouco como se fosse a coisa mais importante do mundo. E Yibo igualmente ouviu como se fosse o melhor assunto do mundo.

Acredita que Panqueca me mordeu?

Yibo soltou uma gargalhada do outro lado da linha e indagou. — Sério? E por quê?

E eu que vou saber o que se passa na cabeça daquela gata louca?

Você não diz que ela te ama?

Ela ama, mas só quando convém a ela. Tipo quando ela tá com fome.

Yibo soltou outra risada do outro lado.

E ela te mordeu do nada? Você não irritou ela?

Xiao ficou indignado.

Claro que não! Não sei o que deu nela também. Ela só morde quando....

Então Xiao parou de falar abruptamente.  Yibo se deu conta do que houve e indagou em tom óbvio.
Você não deu comida a ela assim que chegou né?

Não...

Então a culpa não é dela tadinha, ela só tá com fome.

Xiao rapidamente levantou do sofá indo em direção a cozinha com o celular no ouvido. Panqueca que de boba não tem nada percebeu que seu dono aparentemente iria lhe dar comida e logo apareceu na cozinha, sentando do lado de seu potinho de ração bem comportada apenas esperando seu dono colocar sua comida.

E do outro lado da ligação Yibo ouviu Xiao Zhan falar em uma voz doce com a gatinha, e um sorriso lhe escapou.

Desculpa neném, o pai esqueceu de te dar comida foi? E ainda te chamou de doida. Foi mal bebê.

Yibo soltou uma risada alta ouvindo e resolveu se despedir para deixar o outro descansar. — Eu vou desligar, tá? Tenho que ir trabalhar. Descansa, te ligo depois.

Ta. Até depois.

(...)

Quando foi por volta das 19h da noite Xiao Zhan ouviu a campainha do seu apartamento tocar, fazendo o mesmo se despedir da ligação que estava com a irmã. Como não tinha nada para fazer durante o dia, Xiao havia ligado para a irmã e então os dois passaram a tarde toda em chamada de vídeo.

Após abrir a porta e dar espaço para que Yibo entrasse, Xiao logo puxa o outro pra si pela cintura.

Yibo sorriu e passou seus braços pelo pescoço alheio o abraçando.

— Saudades,babe?

— Sempre.

Yibo riu, porém logo inclinou-se em direção a Xiao o beijando.

Após se afastarem levemente ambos sorriram um para o outro, sem motivo algum aparente. Sorriram simplesmente por ver o outro sorrindo. No entanto, após alguns segundos o sorriso de Yibo se desfez e ele suspirou desviando o olhar.

Xiao indagou preocupado: — O que houve?

Yibo voltou seu olhar para Xiao e indagou: — Posso te fazer uma pergunta?

— Claro que pode.

Vendo que o outro parecia nervoso, Xiao puxou Yibo pela mão até estarem sentados no sofá e disse com uma voz suave: — O que houve, babe? Me fala…

Após alguns segundos Yibo finalmente perguntou o que queria saber já a algum tempo:
— O que somos?

Xiao o olhou confuso e Yibo explicou: — Nós… O que somos um do outro?

Xiao sorriu.

— Era isso?

Yibo afirmou com a cabeça e Xiao o respondeu em seguida: — Eu nunca me preocupei com rótulos, mas se te deixa feliz… Que tal namorado? Pode ser?

Yibo sorriu e afirmou com a cabeça. Xiao Zhan sorriu ao ver o outro feliz e disse sincero:
— Pra mim só importava o que eu sinto por você. Mas agora que penso nisso… Te chamar de namorado me soa muito bom também.

Os olhos de Yibo brilharam e ele se jogou em Xiao, o abraçando.

— Eu te amo.

Ambos falaram ao mesmo tempo, o que fez com que rissem levemente. Xiao tirou o rosto de Yibo que estava escondido em seu pescoço e afirmou: — Eu te amo, namorado.

Yibo riu.

— Eu também.


Por AcasoWhere stories live. Discover now