Prólogo

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P.O.V: Tom.

Estacionei o carro em frente à casa. Eu olhava com atenção os detalhes da frente, tentando gravar tudo ao máximo. Era realmente linda e bem localizada. Ao menos ficaria confortável em uma bela residência, eu particularmente odiava quartos de hotel.
Peguei o essencial (carteira, chaves da casa e do carro) e saí. Ao fechar a porta, acionei o alarme e me encaminhei para a residência. Ao redor, na vizinhança, havia mais três que pertenciam ao elenco principal e uma delas... Era dela.
Sim... Dela.
Seria mentira se eu dissesse que não estava em meus pensamentos durante todo esse tempo. Os dois relacionamentos amorosos que tive anteriormente terminaram justamente por causa disso... Eu não conseguia esquecer Zendaya.
O cheiro, o toque, o sorriso, o carinho... Tudo estava ainda impregnado em meus pensamentos.
Às vezes, acordava no meio da noite, esticando o braço e procurando por seu corpo ao lado do meu. Um vazio me preenchia quando percebia que não estava mais ali. Isso desde o início do nosso término... até hoje.
Todos os meus amigos já me aconselharam a tentar superar. Sair com meninas, dar uma segunda chance ao amor.
Eu fiz tudo isso.
Mas de nada adiantou.
Zendaya ainda morava em meus pensamentos e ocupava um grande espaço do meu coração. Eu ainda a amava... Quero dizer, como é possível esquecer essa mulher? Ela era inesquecível.
Eu sei que deveria fazer isso porque... Não estava mais com ela. Estava cansado de ouvir as pessoas me relembrando disso, até de ouvir minhas próprias broncas. Mas eu não conseguia arrancar essa parte dela que ainda morava em mim. Era impossível. Ela era tão viciante que acabei viciado até em sua lembrança.
Meus devaneios desapareceram quando meu pé tropeçou no primeiro degrau da varanda. Tentei me equilibrar, segurando o corrimão e firmei os pés no chão para não cair.
Meu Deus.
De novo eu me prendi pensando nela.
Eu precisava parar de fazer isso. Harry me disse que as coisas ficariam bem mais difíceis se continuasse permitindo que meus pensamentos fossem até ela; eu teria que trabalhar ao lado dela por meses.
Isso seria impossível.
Mas eu era forte... Aprendi muita coisa durante esse tempo e iria aplicar tudo durante esse período.
Comecei a caminhar para a porta da frente e destranquei a fechadura. Seria uma nova era... Eu ia conseguir lidar com isso.

Depois de gravar um stories para o instagram, explicando sobre a entrega do script em minha nova (e temporária) residência, peguei meu celular novamente e digitei o número de Jacob. Nos falamos antes mesmo de chegar aos Estados Unidos, mas eu precisava vê-lo. Estava morrendo de saudades do meu melhor amigo.
Uma voz amigável soou do outro lado da linha:
- Alô?
- Já esqueceu meu contato?
- Tom!!! Oi! Não prestei a atenção quando atendi, como vai cara?
Sorri. Jacob tinha um jeito de animar seu dia apenas com uma frase, sua voz me acalmava e me colocava no centro sempre.
- Vou bem! Viu, você tá ocupado?
- Não, pode falar.
- Eu acabei de chegar na residência aqui em Atlanta e estou esperando minhas malas chegarem. Quer vir aqui passar um tempo comigo?
- Ah cara, eu adoraria, mas eu não tô em casa. Eu ainda tô a caminho, atrasei um pouco mais. Mas a gente pode marcar alguma coisa a noite, com certeza. Você tá livre?
- Claro! Será ótimo. O que tem em mente?
- Podemos ir naquele restaurante que fomos quando o elenco de Homecoming se conheceu pela primeira vez. O que acha?
Congelei. Foi o mesmo restaurante que a vi pela primeira vez também. Ela estava radiante naquela noite e sorria para todos que a cumprimentava. Vi pessoas do local a chamando pelo nome, pediam fotos e senti o peso de sua fama logo de cara... Quando ainda não era reconhecido.
- Tom? - Jacob me chamou do outro lado da linha.
- Oi? Ah, me desculpe, fiquei distraído. Pode ser sim, cara. Alguém mais vai além da gente?
- Tava pensando em chamar a Zendaya.
Ouvir seu nome sendo pronunciado foi como uma facada no meu peito. Saber que ela estaria ali mais tarde seria como um tiro certeiro.
Jacob percebeu que fiquei quieto.
- Quero dizer... Se tudo bem para você... Eu...
- Não. - Interrompi.- Tá tudo bem sim. Eu só... Deixa para lá. Vai ser divertido. Pelos velhos tempos, não é?
- Olha cara, se tiver problema eu vou entender. Eu posso marcar com a Z outro dia...
- Não, Jacob. Que isso. Eu... Eu vou ficar bem. Afinal preciso me acostumar com ela; vamos trabalhar juntos, não é?
- É... Bom ponto. Enfim, então eu te envio mais detalhes sobre o horário do jantar, pode ser?
- Claro. Valeu o convite. Te vejo lá.
- Que isso, Tom. Tô doido para reencontrar vocês. Até mais.
- Até.
Quando o telefone desligou, soltei o grande suspiro que estava prendendo. Realmente não iria ser fácil encarar Zendaya, mas uma hora eu teria que fazer isso... Cedo ou tarde.

AtlantaWhere stories live. Discover now