Único

8 2 3
                                    

  Havia uma praça, dentro dela continha muitas pessoas com máscaras de porcelana. A máscara cobria o rosto completo deixando apenas um local para respirar e outro para ver.
  Sua máscara branca com grandes olhos arregalados em castanho e marrom escuro. Os grandiosos olhos eram assustadores, olhavam a todos como se lesse a alma daqueles que não usavam - no caso eu - e ficavam com raiva deles
   Os que estavam em muitas pessoas cantavam hinos maquiavélicos e estranhos, eles me cercavam. Eu só quero ir para casa! Não compreendia aquele súbito medo devastador que insistia em me acompanhar de forma grossa e errônea. Eu corria desesperadamente para um matagal, aquilo parecia com um labirinto
   Tinha um mascarado na entrada do local, eu entrei lá, porque eles insistiam em me seguir? O que eu tinha feito a eles? Há! Eu não fiz nada, não aceitei que colocassem aquela coisa em mim.
   Eu caí. Eu caí lá dentro daquele labirinto, lá na hall da entrada. Haviam mais três atrás de mim… É o meu fim?! O Mascarado de gravata vermelha se aproximou calmamente até mim, ele sussurrou ameaças
  “Aceite e eles não sofrerão caso sua rejeição a nós!” Eu sabia a quem eles se referiam.
   Eles se referiam a minha família, sabiam que era o minha fragilidade, as minhas razões de vida o meu sentido de viver. Me levantei do chão com uma velocidade inimaginável. Eu corria desesperadamente em direção a minha casa, queria minha mãe
   Aquilo não batia, não fazia sentido era o que eu dizia. Parecia uma epidemia de maldade onde ninguém se importava com o próximo, “Se o próximo estiver morto melhor” eles diziam
    Eu abria a porta de vidro escuro para entrar na casa meio amarelada , meu irmão estava sentado no sofá como se um massacre não estivesse ocorrendo lá fora. Minha mãe fazia a janta naquela hora
    “Mãe! Mãe! Vamos embora daqui, vamos agora! Precisamos ir mãe”  Ela não entendia o por quê de eu estar daquela forma, ela respondia a mim com tanta calma e até um pouco risonha
    “Sair a essa hora filha? ‘Tá tarde meu bem. Amanhã a gente sai” era o que ela dizia, aquilo não era normal! Com toda certeza não era. Eu dizia a ela que estava havendo um massacre lá fora enquanto rodeava o balcão para seguir-lá enquanto caminhávamos para fora de casa. Ela olhava a rua esticou os braços em direção da mesma dizendo “Não tem nada aqui Lídia! Fique calma ou irá passar mal assim.”
    Como não havia nada para ela ali? Ela estava sob o poder da máscara e eu não percebi? Porque ela não via aquilo? Eu questionava aquilo tudo e nunca obtive respostas.
    Hoje o mundo está em um caos tão grande que não sei nem o que dizer sobre isso. Eu tentei avisar a aqueles que não estava sob o poder dela, ninguém acreditava em mim e chamavam me de louca! EU NÃO SOU LOUCA. Eu gritava para todos o que realmente estava acontecendo e apenas riam de mim
                                                                        [..]
    Eu acordei desesperada com tais lembranças, fazia tempos que não as vias novamente. Eu rezo e peço que aquilo não volte a ocorrer mais… Estar em um massacre onde apenas eu via as pessoas morrendo e ninguém acreditava em minha palavra.
    Eu caminhava para a janela do meu quarto e o vi! Que os Deuses e as Deusas nos protejam pois o Gravata Vermelha voltou com toda sua perversidade em níveis desconhecidos!
    Eu ainda lembrava de suas crueldades feitas a sociedade. Uns diziam que ele era o próprio Diabo que veio para infernizar e trazer total sofrimento as pessoas. Recordações da época sombria tocava minha mente e meu coração. Ele sabia que eu o observava , seu sorriso maldoso o entregava
    Sua nova Máscara de Porcelana revelava sua boca e nariz mostrava suas reais intenções ali, Gravata virou em minha direção não teve receio em vir em minha janela . Sabia que ali podia ser o final da minha linha, sabia que se ele quisesse me matar ele matava
      “Não vejo diferença em seus olhos assustados, sentiu minha falta? Eu senti a sua, seus gritos de desesperos e seu belíssimos atos de tentar ajudar o próximo me comoveram”  sua fala carregada de sarcasmo e ironia mostravam suas intenções ali. Ele queria medo, queria ver o desespero e sugar suas energias e matá-los desidratados de temor
       “Também não vejo diferença em seus atos toscos e desnecessários . Acho que o mundo não sente a sua falta e nem eu! Fico tão feliz de ter te comovido, pensei que meu temor não serviam de nada”. Gravata era inteligente, sabia muito bem entender o que eu dizia, eu sabia que ele me queria ali do seu lado. Pondo as pessoas ajoelhadas perante o medo do futuro, vendadas sem noção do que pode ocorrer.
       “A verdade é que … Eu senti falta do poder que este local me permitiu ter, isso faz as pessoas voltarem em seus devidos lugares” hoje eu entendia o que o Gravata queira fazer com o mundo, ele governava as pessoas que faziam o mal ao próximo. Ele revidava de uma forma errada e sangrenta , mas percebi o que ele queria realmente fazer. Gravata me buscou de outro Universo para comandar a podridão do Planeta Terra 
      Eu me sentia ofendida quando ele falava daquela forma. Gravata retirou tudo o'que eu tinha, foi jogado na lava assim como sua dignidade, mas eu me odiei. Não sabia que meu subconsciente era assim!
     “Fico ofendida da forma que dita como se lá não fosse nada, eu concordo em ir contigo e comandamos la juntos”
                                                                 [...]
      A Terra foi concebida a nós cem anos depois de nossa morte, cuidavamos la de forma justa e pura, Gravata havia maldade em si. Ele a usava para castigar os maus e por ordem na Terra, como deveria ter sido de primeira , mas não foi.
      Entendia seus conceitos agora e os apoiava. O bem reinava, a paz era o maior sinônimo de felicidade. Tinha ainda os que vendiam suas almas, corpos e pessoas. Eles eram bem julgados e castigados lá em baixo com Gravata. Havia a Cidade dos Anjos, era onde eu ficava. Eu cuidava daqueles que subiam , os faziam se sentir bem e em casa
       Gravata e eu nos encontrávamos diariamente para decidir os locais devidos das Almas Penadas e assim a paz reinava junto com nós.

Máscara do PesadeloWhere stories live. Discover now