Bufei. Ele sorriu. 

-Não faz essa cara, Amber. Você sabe que eu só estou preocupado. 

Ele tirou a agulha do meu braço, pressionando um algodão no furinho. 

-À toa! 

-Espero mesmo que seja! Agora… Vem, cá! Temos que fazer os de imagem… 

Segui Bruce para a sala onde os aparelho capazes de me avaliar estavam. Sentei em frente a um dele que era capaz de detectar calor através de raios infra-vermelhos e, enquanto eu tirava a roupa e ficava apenas com o uniforme que Tony me deu, Bruce ajeitava essa máquina, concentrado. 

Sentei na frente dela e esperei, tentando controlar meu nervosismo e tirando as luvas. Bruce me encarou, chamando minha atenção. 

-Libera seu fogo, Amber. E apaga quando eu pedir. Consegue fazer isso? 

Assenti, apertando meu joelho com um pouco de força e sentindo meu estômago embrulhar. Olhei ao redor e percebi que o extintor de incêndio estava perto. Elevei meu olhar para o teto e achei os sensores de calor. As luzinhas vermelhas ao lado deles piscavam, indicando que estava ligados. Respirei fundo. 

Bruce se encaixou atrás do computador. Eu engoli em seco. Tudo bem, o formigamento no meu corpo indicava que eu conseguia acender. Mas meu problema estava sendo apagar. Eu não conseguia apagar há algumas semanas e, por isso, estava evitando acender. 

-Acende. 

Levei doi segundos, apenas, para incendiar meu corpo inteiro, enquanto aquela máquina começava a tirar várias e várias fotos. Fechei os olhos, suspirando com satisfação. 

O calor era gostoso. As chamas, me mantinham seguras. Eu sentia parte do vazio que eu ostentava no centro do meu peito ser preenchida e por mim, eu nunca mais apagava aquelas chamas. Eu estava em casa. 

-Eu preciso que você diminua, Amber. Ou vai incendiar o laboratório! 

Abri meu olhos e percebi que as chamas estavam altas. Os sensores estavam piscando mais rápido. Tentei me concentrar, mas eu não queria sair dalí, não queria apagar o fogo… 

-Amber… - Bruce tornou a repetir. 

Respirando fundo, e com muita dificuldade, fui diminuindo a intensidade do fogo. Quando eu, finalmente, o apaguei, eu tremia inteira. Meu estômago estava tão embrulhado que eu tive que levantar e correr para longe de Bruce, agachando na frente de uma lata de lixo qualquer e colocando o almoço inteiro para fora. 

Levei uns dois minutos para me recuperar e enfiar as luvas novamente. Bruce me observava nem muito longe, nem muito perto. Encarei ele. 

-É descontrole emocional, Bruce. 

-Eu sei. - Ele assentiu. - E eu não vou te culpar. Mas preciso que você volte. Faltam só mais dois exames. 

Respirei fundo e segui ele para dentro da sala de treinamentos, alguns andares depois. Bruce pegou uma vela, levando o extintor junto. 

-Mesma coisa de sempre. Apaga e acende a vela, está bem? 

Assenti. Encarei o fogo quando ele acendeu o isqueiro. A chama tremeu na mão dele e eu sorri. Meu corpo implorava para que eu colocasse a mão nela e sentisse o calor. 

Adore You.Where stories live. Discover now