Touch Me (Romance Lésbico)

Capítulo 31

- Não estraga tudo de novo.

- Não vou.

- Tchau.

Serena desligou e Emma se jogou de volta no sofá-cama. Só de pensar em ligar pra Melinda seu coração acelerava de uma forma absurda. Antes de fazer qualquer coisa ela se levantou e tratou de tomar um banho e fazer sua higiene matinal. Também comeu alguma coisa só pra não desmaiar de fome.

Emma pegou seu celular e pensou não uma, mas mil vezes antes de ligar. Deus, isso era torturante. Melinda tinha praticamente deixado claro que não queria mais ela, que sua vida agora era outra. Mas antes que ela pensasse mais alguma coisa e desistisse, Emma apertou no botão de ligar e apertou os olhos enquanto ouvia os sinais de chamada.

Demorou apenas alguns segundos para Melinda atender.

- Alô? Quem é?

A mão de Emma tremia enquanto ela segurava o celular em sua orelha. Seus olhos se mantinham fechados e sua voz simplesmente não saía.

- Alô? – Melinda insistiu.

- Melinda... Sou eu.

Houve um momento de silêncio. Emma realmente esperou com que Melinda desligasse a ligação, mas ela não fez.

- O que você quer? – Melinda respondeu num tom seco, mas baixo.

- Eu... Eu queria conversar com você.

Melinda suspirou.

- A gente não tem mais nada pra conversar, Emma. Se tivesse, isso teria acontecido há meses atrás.

- Eu viajei até Stanfield pra isso, vim aqui só pra conversar com você. Por favor... Eu só estou te pedindo isso. Uma conversa. Se no final dela você nunca mais quiser me ver eu prometo que vou respeitar sua decisão. Mas... Eu só... – Emma respirou fundo tentando reorganizar suas palavras. – Eu só quero conversar com você.

Emma podia ouvir nitidamente a respiração de Melinda do outro lado, ela estava um pouco ofegante, mas Emma tinha certeza que Melinda não estava tão nervosa quanto ela.

- Ok. – Melinda murmurou baixo. – Tudo bem. Eu converso com você e depois você me deixa em paz de uma vez.

Emma nunca achou que ia ficar tão feliz ouvindo uma frase como essa.

- Onde posso te encontrar? – Emma perguntou estranhamente animada.

- Eu não... não quero ser vista em público com você. – Ok, essa doeu, mas Emma não ousaria reclamar. – Onde você está ficando?

- No apartamento do Tony.

- Só... me manda o endereço e eu te encontro aí amanhã.

- Ok, eu vou te enviar. A gente deveria... marcar um horário?

- Não. Eu apareço quando eu puder. No fim da tarde provavelmente.

- Okay. – Emma não discutiria contra isso, nem deveria. Ela apenas esperaria por Melinda o tempo que fosse. – Obrigada. – Emma falou baixo.

Mais alguns segundos de silêncio e então, mais uma vez sem falar nada, Melinda desligou. Emma não ficava tão nervosa assim há tempos. A espera até o outro dia seria torturante, com certeza, mas ela não iria reclamar. Ela encaminhou o endereço para Melinda e começou sua longa espera.

Os dez minutos que se passaram pareciam que não tinham fim. Seria a espera mais longa de sua vida. Emma tentou se distrair de todas as formas. Assistiu vários filmes, até aqueles que Melinda adorava e ela detestava. Jogou, assistiu, saiu, voltou, dormiu, acordou e ainda assim o tempo parecia não querer passar.