Por enquanto, Baizhu não tinha nenhuma obrigação com sua fita, e só a usaria em momentos solenes. Quando ele finalmente pudesse entender sobre o que a fita era e o que representava, era que ele passaria a ter alguma obrigação de vesti-la sempre.

Lan Qiren pediu licença para voltar aos seus afazeres, e Lan Wangji e Wei Wuxian deixaram a caverna também para colocarem A-Yuan para dormir.

Jiang Cheng estava começando a se acostumar com o ar doméstico que sua caverna tinha quando Lan Xichen estava ali. Mesmo que eles não tivessem nada entre eles, Jiang Cheng não conseguia não admirar e se animar com cada conquista que Lan Xichen fazia em rumo à sua melhora. E em rumo também à união de sua família. Era tão acalentador ver Baizhu nos braços do pai, e ver Lan Xichen cada vez mais conseguindo ver seu filho, e não mais uma sombra de seu falecido companheiro.

Honestamente, Jiang Cheng tinha medo de se apaixonar por Lan Xichen, mesmo percebendo que isso já estava acontecendo. Ele não tinha ideia se ele caberia na vida de Lan Xichen depois de tudo o que ele havia sofrido. Mas ele queria sempre poder ajudá-lo a seguir por um caminho melhor. E era por isso que ele continuava incentivando e participando da vida dos dois.

As chances de Jiang Cheng sair disso com o coração partido eram altas. Mas a felicidade de seu filho era mais importante. Quando Lan Baizhu começou a dormir nos braços de Lan Xichen, e ele não fez nenhum movimento para entregar o pequeno para Jiang Cheng, ele ficou orgulhoso. Eles estavam indo muito bem. Jiang Cheng não queria elevar tanto suas expectativas, mas ele diria que em breve, Lan Baizhu poderia voltar a morar com o pai biológico.

A ideia de que ele deixaria de ser necessário naquela relação e naquele lugar o assombrava constantemente. Ele não era o companheiro de Lan Xichen, e mesmo com toda a história do imprinting, se ele saísse logo, Baizhu não se lembraria dele. Ele não via como a família torta deles seguiria em frente. Sua missão era obviamente ajudar os dois e, assim que possível, voltar para sua vida de solteirão, e ajudar o recife oeste a se reestabelecer. Não haveria mais espaço para ele. As vezes como um amigo, ele poderia ao menos receber visitas dos dois.

Balançando a cabeça para redirecionar seus pensamentos melancólicos, ele foi limpar um peixe que Lan Xichen havia trago mais cedo para comerem.

— Jiang Cheng, você parece pensativo... — Lan Xichen falou, calmamente. Jiang Cheng havia percebido que o outro parecia muito mais sereno nos últimos dias, menos ansioso e também menos alerta. Era um bom sinal já que, por suas conversas com Lan Wangji, essa era a verdadeira personalidade de Lan Xichen.

— Não se preocupe, não é nada. — Jiang Cheng falou.

— Eu posso te perguntar uma coisa pessoal? — Lan Xichen perguntou. — Não precisa responder se não quiser.

— Vá em frente. — Jiang Cheng disse.

— Onde está o seu escolhido? — Lan Xichen perguntou.

— Bem... Eu nunca encontrei essa pessoa. E como Lan Qiren, eu me conformei com a minha posição de tio. — Jiang Cheng falou honestamente. — Ao menos até Lan Baizhu aparecer.

— Então simplesmente nunca encontrou uma pessoa? — Lan Xichen perguntou de novo. — Sabe, quase ninguém sabe disso, mas meu tio na verdade encontrou alguém.

— Sério?

— É sim. Foi muito depois de sua debandada, um encontro tardio como chamam, mas ele já estava cuidando de mim e Wangji, e também do recife, nessa época. — Lan Xichen contou. — Ele então preferiu se abster de sua escolhida alegando que não teria tempo para lhe dar a devida atenção e sem ouvir o lado dela. Ele já tinha feito sua cabeça sobre viver e carregar seu fardo sozinho, e sempre foi muito fechado.

Uma Pérola na Imensidão AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora