Jiang Cheng pegou o pequeno em um braço, a lanterna na outra mão, e foi até a caverna de seu irmão. Quando chegou na entrada da caverna, foi como se ele estivesse tendo um déjà-vu. Mas, é claro, ele sabia bem quando e onde havia visto um casal abraçado, observando um filhote que se movia freneticamente até conseguir romper a membrana do ovo que o restringia. Wei Wuxian foi mais rápido que um agulhão pegar seu filhote nos braços assim que ele estava livre, e colocou-o para mamar com a facilidade de já ter feito isso centenas de vezes. Lan Wangji foi abraçar seu companheiro e o filhote em seus braços, suas caudas entrelaçadas enquanto eles estavam completamente mergulhados naquele momento.

E ele teve novamente que se retirar silenciosamente para não atrapalhar o momento de ligação, amor e cuidado da família de seu irmão. O problema era que ele ainda tinha um filhote com fome em seus braços, e enquanto se afastava, ele pensava no que ia fazer. Ir até Lan Qiren e pedir que lhe ajudasse a encontrar outra mãe lactante era o mais prudente, então ele se direcionou para onde, a essas alturas, já sabia onde o Sênior morava, e rumou para lá.

No caminho, entretanto, ele passou, sem perceber, perto da caverna de Lan Xichen. Não foi intencional, mas Baizhu pareceu notar, pois começou a chorar a plenos pulmões. Com medo de chamar a atenção não-desejada de Lan Xichen, ele tentou calá-lo de várias maneiras. Infelizmente, ou não, seus esforços foram em vão, e ele viu Xichen sair de sua caverna. Sem perceber, Jiang Cheng parou, e sem saber o que fazer, ele tentou esconder o bebê.

— O que aconteceu? — Lan Xichen perguntou, suas nadadeiras flutuando precisamente e levando-o rapidamente até Jiang Cheng e o pequeno que continuava chorando.

— Eu... Err... Desculpe, não era minha intenção incomodá-lo, eu estava indo... — Jiang Cheng tentou falar, mas estava muito agitado.

— Acalme-se. Por que ele está chorando...? — Lan Xichen perguntou.

— Fome. — Jiang Cheng falou, finalmente olhando o outro nos olhos. — Mas o filhote de Wei Wuxian e Lan Wangji acabou de nascer, e eles precisam de tempo para...

— Dê-me ele aqui. — Lan Xichen então falou, sem pestanejar.

Ele obedeceu e passou Lan Baizhu para os braços do pai, ainda um pouco receoso. O pequeno tomou o peito avidamente, como se estivesse faminto, o que não era real, mas talvez ele estivesse com saudades de sua ligação com o pai. Jiang Cheng ficou paralisado vendo Lan Xichen com Baizhu no colo, e Lan Xichen olhou o bebê com ternura por um segundo antes de desviar o olhar rapidamente.

— Obrigado. — Jiang Cheng finalmente conseguiu falar depois de alguns minutos. — Eu estava indo pedir ajuda ao seu tio, procurar outra ama de leite pelo menos agora...

— Não precisa agradecer, afinal, ele é meu filho. — Lan Xichen falou um pouco duro.

— É claro, é claro. Desculpe eu não tive a intenção de...

— Eu entendo, Jiang Cheng. — Lan Xichen falou. — Eu sei que tem feito o melhor por ele. Eu acredito em você. Eu sei que pedi para não vê-lo mais, mas há situações que fogem do nosso controle.

— Obrigado por entender. Eu só não queria que pensasse que fiz de propósito, sabe, trazê-lo até aqui. — Jiang Cheng explicou. — Eu não sou essa pessoa que força o impossível dos outros. Espero que volte a agir e a se sentir como pai de Baizhu, mas não espero que o faça imediatamente. Nem quero forçá-lo a isso.

— Eu sei. — Lan Xichen falou.

— Eu agradeço por confiar em mim. — Jiang Cheng falou.

Assim que Baizhu terminou de mamar, ele adormeceu nos braços de Lan Xichen. Jiang Cheng se moveu para pegá-lo de volta imediatamente, mas Lan Xichen voltou a olhar o filho nesse momento, e então ele preferiu não interromper.

Uma Pérola na Imensidão AzulWhere stories live. Discover now