Mas fazia sentido, em partes. Agora que a Academia Roux estava sendo aberta novamente, Genesis Roux podia muito bem ter visto que a neta de um dos quais sofrera em sua mão estava ingressando na faculdade de novo e, para evitar maiores problemas, cortara-me de lá. Ela já havia feito aquilo com meu avô e com outras pessoas. Por que não agora?

— Mas como ela pode suspeitar que eu planejo algo? — perguntei sem fazer conexões acerca daquilo.

— Não sei. Você é diferente, né? Ela pode ter visto aquilo e pensado: "certeza de que essa aqui vai entrar na Academia Roux e não quero ter de lidar com ela". Então só cessou sua matrícula — Genevieve teorizou.

— Mas ela não tem razões para suspeitar!

— Ela tem...

— Não é como ela soubesse, né? — falei, seca. Eu já estava com a cabeça explodindo. Por que precisava ser tão burocrático?

— Por que não esquece isso de uma vez, Maddie? — Genevieve perguntou, aproximando-se. Ela sabia que tinha grandes poderes sobre mim. Colocou ambas as mãos nos meus ombros e apertou-os. — É um sinal do universo dizendo para você não ir.

— Eu sou cética demais para isso — respondi.

E, por outro lado, estava querendo encontrar Madame Mermaid de qualquer jeito, porque acreditei brevemente que o seu sumiço tinha a ver com toda a onda de azar que se apossara das cabeças dos Bewforest, sobretudo a minha.

— Só esqueça.

— Venha comigo — sussurrei. Meus lábios se contorceram em um sorriso que podia convencê-la. Afundei minha cabeça em seu pescoço, beijando-a de leve. — Eu e você. Em uma viagem à cidade. O que acha? Um hotel legal. Só eu e você.

— Maddie, pare... — Genevieve pediu, mas me apertou consigo. Ela dizia "pare" e mantinha-me perto? Beijei com uns estalos maiores. Prolonguei meus lábios colados em sua pele de amêndoas também. — Você... Você não pode.

Afastei-me momentaneamente. Eu não podia muitas coisas, mas queria ouvir o que ela estava tentando especificar. Suas mãos continuavam sobre minha cintura, trazendo-me para junto dela. Eu suspirei com desregularização.

— O quê?

— Ir — murmurou, devagar. Seus olhos estavam semicerrados e, muito provavelmente, a vontade de tirar a roupa tendia a crescer. Nem ligávamos para o clima impróprio. — Você não pode.

— Com você eu posso — falei, acariciando de leve seu rosto. Nossos corpos, pertinho assim, causavam formigamentos desconhecidos ainda. Era sempre novo me manter ao seu lado. — Eu não tenho outra alternativa.

Genevieve Welch umedeceu os lábios e travou, sem medo de mostrar seus pontos de hesitação. Tínhamos liberdade o suficiente para confiar uma na outra até mesmo naquilo. A aproximação, mentalmente falando, permitia-nos unir diversos outros laços que nem pensávamos que eram possíveis.

— Você vai me pagar tudo.

— Tudo.

— Suíte presidencial.

— Eu não sou rica — falei, mas seu olhar incisivo me fez concordar. Bom, eu não era rica, mas podia deixá-la feliz com algo superficial também. — Ok.

— E cappuccino de avelã. Sete horas em ponto todos os dias.

— Cappuccino de avelã. Certo.

Meu sorriso só crescia. E ela, sabendo que teria o controle apesar de tudo, porque faria qualquer coisa para que eu não perdesse minha cabeça, direcionou-me um sorriso ainda maior.

Carmesim | LésbicoWhere stories live. Discover now