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O Sol já havia se posto e as luzes de uma Mônaco que nunca dormia iluminavam mais uma noite brilhante quando Max Verstappen virou a quarta dose de whisky seguida. Os espelhos atrás do balcão do velho e conhecido Scandal Bar refletiam mulheres dançando voluptuosamente em gaiolas e pole-dances espalhados estrategicamente por todo o ambiente. Imediatamente os pensamentos de Verstappen flutuaram para a última vez em que estivera no estabelecimento, há pouco mais de um mês atrás; se permitiu até mesmo fechar os olhos por um instante, tornando tudo ainda mais vívido e real em suas memórias.
Lembrou-se então daquele belo par de olhos verdes, que não parou de fitá-lo desde o momento em que colocou os pés no bar até o instante em que ficaram sozinhos finalmente.
Aquele par de olhos verdes. O único motivo para ele estar ali naquela noite e em todas as outras precedentes. Max seria capaz de encontrar aquele par de olhos perdido em uma multidão ou até mesmo em uma guerra, se assim fosse preciso. E mesmo que já fizesse algum tempo desde a última vez em que, de fato, estiveram juntos, o neerlandês sabia que uma hora ou outra ela apareceria, porque ela era assim: sumia quando achava oportuno e tornava a aparecer quando lhe fosse conveniente. E tudo bem porque ele estaria ali esperando por ela. Ele sempre estava.
Logo uma fumaça aromatizada invadiu suas narinas, despertando- de seus devaneios e trazendo-o de volta à realidade. Max nem mesmo precisou se virar para saber o que estava acontecendo ali, já tinha visto aquele mesmo espetáculo vezes o suficiente para decorar o roteiro de cor e salteado. Era ridículo o quanto ficava volátil a simples menção de seu nome pelos alto falantes do bar.
O piloto então acenou para o barman, pedindo por mais uma dose e girando os calcanhares em seguida, apoiando os cotovelos no balcão e fixando seus olhos na figura loira que tomava a atenção de todos ali presentes. Tão radiante quanto da última vez e ainda mais atraente do que em todas as outras. Ela possuía uma luz própria tão forte que parecia capaz de cegar qualquer um que se atrevesse a sequer tentar atravessar o caminho dela.
A maneira como ela se movia era incrível. Quase como se não houvesse ninguém ali, além dela mesma. As garotas a sua volta dançavam de forma tão provocativa quanto, as mãos de todas elas passeavam pelo corpo uma da outra sem pudor algum. Max descreveria a cena como pornográfica, mas não, aquilo ali era muito melhor. Era artístico. Singular. A sua presença tornava cada performance única.
Se perguntado, o piloto da Red Bull Racing não saberia responder ao certo o que o enlouquecia naquela mulher. Os olhos? Sem sombra de dúvidas. Os lábios perfeitamente desenhados que sempre sustentavam um sorriso presunçoso? Ah, ele tinha certeza que sim.
Era como se, de alguma forma, ela reunisse tudo o que ele sempre buscou em outras pessoas, mas nunca tivera o prazer de encontrar antes. Tudo ali. Em uma só pessoa. Que ele sequer conhecia bem o suficiente para ter tanta convicção assim, mas era como uma sede impossível de ser saciada: não importava o quanto bebesse daquela fonte, sua busca por mais seria infinita.
