Cap. 3 - Coincidências

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Miguel e Bianca Venturotti se entreolharam diante daquela pergunta porque a resposta era teoricamente: sim. Só que os dois maiores tinham lá suas dúvidas quanto a isso.

B2: Sim, minha linda. Logo, logo, ela chega. - Tranquilizou a criança e jogando para o universo que aquilo de fato acontecesse.

Eles tinham combinado com Bianca de tomarem um vinho na casa dela por volta das 20h30min para comemorar o seu aniversário. A carioca nem cogitou qualquer comemoração mais elaborada do que isso, se sentia sem cabeça, iria ser só mais um trabalho para ela fazer. Por isso, aceitou de bom grado a proposta de ter só uma noite leve, bebendo um vinho, na sala de casa e conversando com os seus dois melhores amigos da vida e a sua pequena.

Ela teve que prometer de todas as formas possíveis para Miguel e B2 que não se atrasaria, nem mesmo se a empresa pegasse fogo. Ela achou um exagero, mas concordou com os termos, pois sabia que estava em falta com os amigos.

Bianca estava terminando os seus últimos afazeres na Payot sabia que tinha que sair da empresa em pouquíssimo tempo, caso contrário, se atrasaria. Mas, ela não conseguia simplesmente largar o que estava fazendo no meio e ir embora. Estava digitando o mais rápido possível, no computador da sua sala, quando de repente, todas as luzes se apagaram e ela ficou em um completo escuro.

B: Puta que pariu, não acredito nisso!

Ela ficou no escuro olhando para a tela preta do seu computador. Suspirou e pegou seu celular, já havia uma mensagem do Miguel perguntando se estava tudo certo para o vinho na sua casa. Enquanto respondia a mensagem falando que já estava a caminho, as luzes voltaram a se acender, muito provavelmente por força do gerador de energia que a empresa possuía.

Seria uma coincidência? Parecia mais um sinal do universo para que ela fosse para casa e não se atrasasse. Na verdade, o decorrer daquele dia parecia ter sido recheado de pequenas coincidências para a carioca.

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Rafaella estava tendo um dia corrido e estranho naquela quarta-feira, parecia ter levantado com o pé esquerdo e nada parecia estar no lugar certo. Não sentia sua energia muito boa. Ela era muito sensitiva e quando se sentia assim, era porque algo estava acontecendo.

Mas, não conseguia dizer o que era, o que estava a incomodando e a deixando naquele estado.

Desde o jantar da segunda-feira, ela e Rodolfo estavam muito bem, então não era isso que a estava deixando assim. No trabalho, tudo estava ocorrendo bem também, tanto com a clínica quanto com os seus atendimentos. Alice estava crescendo a cada dia mais rápido e Rafaella só ficava mais apaixonada por sua pequena, não podia estar mais feliz com ela.

O que ela estava deixando escapar? Ela não conseguia decifrar.

Naquela manhã, o seu celular não despertou no horário de sempre, o que bagunçou todo o seu cronograma do dia trocou o pote do açúcar pelo do sal, na hora de adoçar o seu café, tomou banho frio porque o chuveiro elétrico parecia ter queimado e agora a caminho da creche de Alice, ela pegou um trânsito dos infernos, totalmente incomum para aquele horário, o que ia fazer ela se atrasar tanto para deixar a filha como para o primeiro atendimento do dia na clínica.

R: Acho que eu deveria ter cancelado o dia de hoje e ter ficado na cama como a minha intuição me disse pra fazer.

A impaciência dela só aumentava a cada minuto, naquele trânsito horrível e o sentimento angustiante que tinha por dentro, desde que acordou, só crescia. Rafaela olhou o horário no celular durante um sinal fechado e viu que já marcava 13h15min, ainda faltava pelo menos 10 minutos para chegar na creche.

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