— Vem Vagabundo! — exclama animada, me estendendo a mão e a pego, ignorando a vontade de esmurrar esse filho da puta. Eu e ela procuramos um banco e ajudo ela a subir. A Cindy senta no assento e sento-me ao seu lado. Ela coloca o cinto de segurança, faço o mesmo ajeitando a barra de proteção —Quando sairmos do parque, iremos para a praia com a galera ou vamos para a surpresa que você preparou para mim?— pergunta curiosa.

— Acho melhor irmos para a surpresa que fiz para você. Depois marcamos de ir para a praia com eles — ela balança a cabeça concordando.

Fiz uma surpresa para a Cindy lá no meu barraco, é algo que ela me falou que queria e arrumei para a mesma. É simples, mas acho que ela vai gostar.

— Eu vou morrer! — sussurra assim que a roda gigante é ligada e começar a rodar — Puta merda, é alto pra cacete, Xavier! — ela grita com os olhos fechados, estamos à cerca de 60 metros acima do chão — Puta merda! — solto uma risada ao vê-la olhando para o chão. A Dama agarra meu braço e enfia o rosto no meu peito, segurando minha camisa firmemente.

— Acho que tem alguém morrendo lá atrás! — exclamo divertido, virando meu rosto e olhando o Mattel que berra enquanto agarra o braço do Jonny. A Valerie está morrendo de rir, e o Jonny de olhos fechados parecendo estar rezando.

— Se eu sair vivo daqui, eu juro que nunca mais dou o rabo para o meu motorista! — Mattel grita e não consigo segurar a risada. A Cindy gargalha alto — Estão rindo, Xavier e Cindy? Quero ver se vai rir, Cindy, no jantar de sexta que seus pais irão organizar e você terá que fingir ser minha namorada! Provavelmente teremos que nos beijar na boca — ele grita brincalhão e paro de rir na hora, trinco meu maxilar, ficando sério.

— Nem olha pra mim, não sei de que jantar ele está falando — Cindy diz, acariciando minha nuca — E eu não vou beijar o Mattel, nem que o mundo acabe!— ela beija meu maxilar, fechando os olhos enquanto encosta a cabeça no meu peito. Aperto meus braços em volta da sua cintura, e fecho meus olhos sentindo a brisa do vento contra meu rosto.

[......]

Seguro a Dama pela cintura assim que ela desce da roda gigante e quase tropeça por ainda estar zonza do brinquedo.

— Eu nunca mais vou nesse brinquedo desgraçado! — Jonny  berra, fechando os olhos e se jogando no chão — Terra firme, como eu amo! — diz beijando a grama.

— Pelo amor Jonny, levanta doido! — Cindy exclama dando um chute na perna dele. As pessoas passam olhando para o Jonny que passa a mão na grama.

— Acho que eu tenho um ímã para atrair idiotas — Valerie sussurra assim que o Jonny se levanta soltando uma risada.

— Eu e a Cindy vamos embora agora — digo a eles e o Jonny me olha malicioso.

— Nós vamos para à praia, chamei uma galera pra ir também. Falou, cara!_Jonny diz batendo no meu braço. A Cindy abraça o Mattel e depois a Valerie.

— Cuidado, pelo amor de Deus. Não deixa ninguém saber que você e a Cindy estão juntos! — Valerie sussurra no meu ouvido, assim que vem me abraçar.

— Tchau gatinho — Mattel diz e me abraça rapidamente, solto uma risada negando com a cabeça.

— Tchau. Bora Dama? — ela segura minha mão e acena para eles — Minha moto está perto de uma árvore, vem.

— Deixa eu só comprar um algodão doce — ela puxa minha mão até onde a moça está vendendo. Ela faz o pedido a moça que começa a preparar o algodão doce dela — Droga... — Cindy sussurra olhando para a perna e olho para lá, vendo sorvete grudado na parte detrás da sua coxa.

— Desculpa tia, foi mal! — olho para o garoto que está parado atrás da Cindy segurando a casca de um sorvete. O moleque tem cabelos loiros e os olhos azuis. Ele me lembra alguém...

— Sem problemas — Cindy murmura parecendo atordoada. Meu olhar está fixo no do garoto que parece ter uns seis anos. O moleque me encara também, pendendo a cabeça para o lado e me encarando com os olhos semi cerrados_
— Como é o seu nome? — pergunta ao menino.

— Gregory, mas pode me chamar de Greg. Você é muito bonita, tia — ele diz passando a mão no cabelo e jogando para trás.

— Como você é fofo! Cadê seus papais?

— Minha mamãe ficou no banheiro, ela me pediu para eu esperar na porta porque eu não poderia entrar. Mas eu quis ir brincar, agora tenho que ir cuidar da mamãe. Eu sou o homem da casa, já que o meu papai não pode vim. Sabia que meu pai é ruim com homens maus? Ele é bem perigoso! — o moleque diz cruzando os braços e olhando sério para mim. Não consigo falar nada, ele me lembra alguém.

— Vagabundo, ele é a sua cara! Você tem um filho perdido pelo mundo? — Cindy pergunta me encarando com os olhos arregalados e rio fraco.

— Claro que não, Dama! O pirralho parece ter seis anos. Acha que eu fodi alguém com doze anos? — pergunto a ela, na minha linha de raciocínio. Agora que a Cindy disse, ele parece um pouco comigo — Ele disse que o pai dele é ruim com os homens maus, ele deve ser filho de um policial. É melhor a gente vazar.

— Sabe voltar sozinho ao banheiro? Sua mamãe vai ficar preocupada se não te ver onde ela mandou você ficar.

— Sei sim, tia. Eu já vou! — diz se afastando e olhando uma última vez para mim, antes de correr.

— Ele parece muito com você, Xavier, muito mesmo!— ela fala boquiaberta.
I

sto é verdade, ele parece comigo mesmo.

[......]

Abro a porta da minha casa e a Cindy entra largando a bolsa no sofá. Fecho a porta, a trancando. Caminho até a cozinha ligando a luz, lavo minhas mãos, abro a geladeira pegando o macarrão que fiz e o tirando para esquentar. Pego algumas almôndegas em um pote pronto.

— Preparada para experimentar o melhor macarrão esquentado do mundo? — pergunto assim que a Cindy me abraça por trás, enquanto esquento o macarrão.

— Prontíssima. Estou morta de fome! —ela se afasta, indo até a geladeira — Você comprou champanhe? — assinto — O jantar vai ser muito bom. E, eu ainda quero saber da minha surpresa, Xavier. Me conta, por favor — sussurra, fazendo biquinho.

— Não, e não! — nego, desligando o fogo.

— Chato! — resmunga, mostrando a língua para mim. A seguro pela cintura, e beijo sua boca — Nunca vou me acostumar com essa tua pegada. Deus! —exclama ofegante, se abanando e solto uma risada — Vamos comer, irei ver se é um bom cozinheiro — entrego um garfo a ela, que enrola o macarrão nele e o coloca na boca — Hum, que delícia! —geme satisfeita com a comida, e porra, esse gemido me afeta.

— Sou bom cozinheiro, eu sei! — digo convencido e ela ri. A Cindy pega uma tira de macarrão com a mão e coloca uma ponta na boca e a outra coloca na minha frente para que eu faça o mesmo. Coloco a ponta do macarrão na boca, e ela sorri enquanto comemos a tira do macarrão e colamos nossas bocas assim que ele termina.

A beijo lentamente, passando minha mão pela sua cintura enquanto ela aperta meus fios de cabelo. Encerro o beijo e enfio o rosto no seu pescoço, cheirando o local.

Espero que a Dama goste da surpresa que preparei. Deu um trabalho do caralho para arrumar tudo, e quase enlouqueci para poder preparar.

A Cindy merece tudo de incrível que existe nesse mundo!

Pecados da Dama e a Redenção do VagabundoWhere stories live. Discover now