1.

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Harry desceu de seu táxi - depois de entregar ao motorista seu pagamento, murmurando-lhe um rápido "obrigado" com um sorriso educado no rosto - posicionando a alça de sua pesada bolsa de viagem com cuidado sob seu ombro, a sustentando de forma segura contra a lateral de seu corpo. Ele caminhou ansiosamente em direção à porta da casa a sua frente, não conseguindo conter a ansiedade por finalmente estar de volta, sentindo seu peito ficar cada vez mais leve com a promessa de logo poder estar naquele ambiente tão conhecido, confortável, e sentir o cheiro doce e familiar que o lugar sempre parecia exalar. Depois de uma longa e exaustiva semana de trabalho em LA, fazendo algumas aparições aqui e ali para fotos de paparazzi - provavelmente a parte mais irritante de seu trabalho, Harry tinha que admitir - ele estava finalmente de volta à Londres, e tudo o que queria fazer era tomar um longo banho e passar o resto de seus dias livres com seu namorado, especialmente assistindo filmes e tomando chá em sua cama, se ele pudesse escolher. Subindo os pequenos degraus da varanda de forma ansiosa e parando em frente à porta de entrada, Harry ajustou a alça de sua bolsa sob seu ombro, e começou a procurar por suas chaves em seus bolsos. Ao encontrá-las, o garoto destrancou a grande porta de madeira à sua frente, sem perder tempo em finalmente entrar no local e fechar a porta mais uma vez atrás de si. Fechando os olhos e respirando fundo, Harry sorriu preguiçosamente, sentindo-se completamente relaxado no momento em que seus sentidos foram invadidos pelo cheiro tão reconfortante e familiar. Velas aromáticas. Mesmo quando estava longe, Harry sabia que Louis ainda acendia suas velas preferidas por todos os cômodos da casa, mantendo o lugar com aquele precioso ar de conforto para quando ele voltasse.

Lar.

Ele estava finalmente em casa novamente. Sua casa. A casa deles.

Flexionando seus ombros de forma relaxada, Harry deixou que a alça de sua bolsa escorregasse por seu ombro fazendo com que a mesma caísse com cuidado contra o piso claro e frio da casa, a empurrando de forma preguiçosa para o lado com um de seus pés e a deixando encostada de maneira desajeitada contra a parede branca. Todas as peças de roupa que se encontravam em sua bolsa certamente seriam postas em sua máquina de lavar o mais rápido possível, então Harry não via motivos para se preocupar em levar a bolsa até seu quarto para depois ter que descer até a lavanderia carregando essas mesmas roupas novamente. Com um suspiro cansado, o garoto passou uma de suas mãos de forma calma por seus cabelos, entrelaçando seus dedos entre os fios macios e bem cuidados, colocando novamente para trás algumas mechas que caíram na frente de seus olhos conforme se abaixava para tirar suas botas. Desde que deixara seus cabelos crescerem - eles agora praticamente se encontravam na altura de seus ombros -, ele era obrigado a admitir que os mesmos caíam em seu rosto e bloqueavam sua visão com mais frequência do que gostaria, principalmente em ambientes abertos e com vento, ou quando precisava se abaixar.

Ignorando seus cachos por alguns instantes, Harry se ocupou em tirar suas botas de forma rápida, juntamente de suas meias, as colocando dentro de suas botas e as deixando em seu lugar de costume: atrás da porta e ao lado do par de Vans propositalmente sujos de seu namorado. Harry não pôde deixar de sorrir diante da visão a sua frente, lembrando-se de como aquilo havia se tornado um tipo de ritual para eles. Em uma das vezes em que chegaram em casa depois de uma ótima noite jantando fora no restaurante favorito de Louis - um encontro que Harry já havia prometido ao mesmo há muito tempo e sempre encontrava obstáculos em cumprir - ele tirou suas botas de forma cansada, as jogando em qualquer lugar pelo corredor. A resposta que obteve do companheiro foi certamente inesperada, para dizer o mínimo. Louis foi rapidamente até suas botas e as colocou perfeitamente alinhadas ao lado do seu novo par de Vans, que o garoto havia insistido em usar especialmente nesse jantar, e com um olhar quase ofendido na direção do maior, disse de forma séria: "Juntos, Harry. Eu não quero que eles se sintam sozinhos.". Com uma risada incrédula e e uma expressão completamente surpresa (e apaixonada, mas isso não era uma novidade quando se tratava de Louis), Harry puxou o menor contra seu peito, o beijando com delicadeza enquanto levava uma de suas mãos até o rosto do mesmo em um carinho afetuoso, e assim andando com seus corpos colados até o quarto - tropeçando várias vezes enquanto subiam as escadas e quase não completando a subida inteiros, ele deve acrescentar -, para poderem aproveitar o resto da noite juntos em sua cama. Desde então, Harry fazia questão de deixar seus sapatos assim. Juntos. Mesmo que Louis sempre revirasse os olhos e tentasse esconder o sorriso diante desse ato, colocando a culpa de tal atitude no vinho, dizendo que ele não falava sério naquela noite. Harry não se importava.

Ele talvez nunca fosse admitir em voz alta, mas esses pequenos gestos costumeiros e domésticos compartilhados entre ele e Louis - como o simples ato de posicionar seus sapatos um ao lado do outro quando chegavam em casa - era possivelmente uma das coisas das quais Harry mais sentia falta quando estava longe. Além do próprio Louis, é claro. E com esse pensamente em mente, Harry voltou a se erguer e andar de forma silenciosa pelo pequeno corredor em direção à sala, atento a qualquer barulho que indicasse a presença do mais velho. Ele sabia que Louis estava de fato em casa - seus sapatos atrás da porta eram confirmação suficiente -, mas ele tentava decifrar em qual cômodo, e o que o garoto estaria fazendo.

Dirigindo-se até as escadas, Harry se deixou ser envolvido pelo silêncio confortável ao seu redor, sorrindo conforme o frio do piso e degraus relaxavam seus pés cansados por passarem muito tempo presos em suas botas, enquanto subia de forma calma as escadas em direção ao corredor que acabaria no quarto principal do lugar. O quarto que pertencia a ele e Louis. A esse ponto, o garoto tinha certeza de que o mais velho se encontraria ali, dormindo em sua cama. Ele sabia que se Louis estivesse acordado, o lugar não estaria silencioso. Nada era silencioso com Louis por perto. Então, caminhando pelo corredor até seu quarto, Harry começou a desabotoar sua camisa com dedos ágeis e rápidos - uma de suas famosas camisas coloridas, que Louis sempre dizia ser proibida para encontros, considerando que o mais velho as odiava e as mesmas chamavam demasiada atenção - já se preparando para esquecer o banho e simplesmente ir para cama com Louis, dormir por algumas horas e deixar que o cansaço da viagem se dissipasse ao menos um pouco. Com sua camisa já totalmente aberta, caindo de forma quase elegante sobre seu peitoral e barriga definidos, expondo completamente suas tatuagens, Harry segurou a maçaneta da porta com um sorriso ansioso e ao mesmo tempo satisfeito em seus lábios, se preparando para abrir a mesma e finalmente ver o rosto que tanto lhe fez falta nessa última semana.

Então ele ouviu.

Um barulho baixo e manhoso que Harry passara a conhecer perfeitamente bem nos últimos quatro anos. Ele não confundiria aquele barulho com nenhum outro nesse mundo, não importa quantos anos se passassem. E ali, congelado em seus pés em frente à porta, com sua mão ainda segurando a maçaneta e seu corpo em uma postura perfeitamente correta e atenta, Harry esperou. Esperou ouvindo atentamente, até que o mesmo barulho se fez presente outra vez.

Dessa vez mais alto e ainda mais claro, fazendo com que todos os pelos de seu corpo se erguessem devido ao arrepio tão familiar que o percorria.

E ele ouviu novamente. Os gemidos ficavam cada vez mais altos e constantes, manhosos e quase desesperados.

Louis.

No ControlWhere stories live. Discover now