— E você viu isso na sua bola de cristal? — ele se mostrou irritado e achei melhor não retrucar. Sugeri que ele chamasse Hyunwoo para ver os fogos da varanda de casa ao invés de perder seu tempo indo até um lugar lotado e barulhento, porque assim eles poderiam conversar com tranquilidade e privacidade, mas era difícil convencer Kihyun sem lhe contar o verdadeiro motivo. — Não sei o que você quer, mas você não vai me fazer mudar de ideia. Aliás, não foi você que disse que queria me ver quebrando a cara?
— Kihyun, você não tá entendendo... — estava quase deixando escapar que Hyunwoo lhe daria um fora, mas eu sabia que o Yoo não iria me escutar.
— Você é que não me deixa te entender, Hyungwon — disse e me deu as costas, saindo do quarto.
Aquilo acabou por me irritar e decidi não ir ao festival, além de torcer para que Kihyun sofresse com o término de um relacionamento que nem havia começado. Queria que ele voltasse chorando para casa e eu faria questão de meter o dedo na sua fuça e declarar que o tinha avisado.
A raiva me acompanhou pela meia hora seguinte, mas era infundada. Eu confiava em Hyunwoo e tinha certeza de que ele faria o possível para entregar Kihyun à liberdade de forma menos dolorosa possível, ainda assim, não aguentei ficar apenas esperando.
Peguei o casaco preto da mala e saí, chamando um táxi por me sentir nervoso demais para dirigir. Liguei para Hoseok no caminho e ele me avisou que Hyunwoo e Kihyun estavam conversando na praia. Senti o quanto meu amigo estava aflito sobre o término e tratei de acalmá-lo, contando que estava a caminho e que pensava em me confessar. Obviamente Hoseok ficou mais alegre, mas pedi para não esperar muito de um cara como eu.
O encontrei numa das barracas e Hyunwoo apareceu em seguida, o semblante não muito feliz.
— E então? — perguntei e ele respirou fundo, dando a mão para Hoseok.
— Não foi ruim, mas acho melhor você ir falar com ele — Hyunwoo sugeriu e concordei, antes comprando duas garrafas de soju que poderiam servir como ótimos quebradores de gelo.
Kihyun estava deitado na areia e as pessoas que passavam por ele o fitavam com caretas, certamente achando que ele era um bêbado vadio qualquer. Ele nem notou a minha aproximação e parei com os pés um pouco acima de sua cabeça, aumentando a voz:
— Vai ser difícil tirar a areia do seu casaco, baixinho.
— Que ótimo — reclamou depois de abrir os olhos, usando minhas pernas como apoio para se levantar. Joguei uma garrafa de soju que aterrissou na areia e me pus ao seu lado, tomando um gole da garrafa que eu tinha nas mãos. — Vai quebrar o outro farol do seu carro?
— Eu vim de táxi.
— Era melhor não ter vindo — exclamou, abrindo o soju e tomando um longo gole antes de voltar a falar: —, mas já que está aqui, parabéns. Hyunwoo acabou de me dar um fora.
Pareceu como um soco no estômago e me arrependi de não ter lhe dado nenhuma dica sobre o que estava para acontecer. O remorso não me deixou ocultar que eu já sabia que eles terminariam, então confessei:
— Eu sei, foi por isso que te aconselhei a não vir.
— O quê? — pasmo, ele repentinamente segurou a gola do meu casaco e me puxou para perto, irritado. — Você combinou isso com ele? Vocês dois estavam só brincando comigo, é isso?
Tirei sua mão do aperto e respondi que não, pedindo para que ele juntasse as peças.
— Na noite em que você me seguiu, você não escutou a conversa? — eu quis saber e ele disse que não tinha tirado conclusão nenhuma das partes que ouviu. Expliquei que o cara de quem Hoseok gostava era Hyunwoo e por isso estive o tempo todo de mãos atadas, sem poder consertar meu erro em ter estragado o romance dos dois.
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Nothing In Common | HyungKi
FanfictionKihyun é obrigado a retornar ao interior para visitar a família. O que ele não sabe é que sua mãe e avó ainda estão batendo na mesma tecla e continuam agindo no módulo cupido: querem porque querem que o garoto desencalhe e, para isso, elaboram mais...
capítulo extra - o problema do Hyungwon
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