CAPÍTULO TRÊS

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Com passos largos e apressados, o magizoologista e a ex-auror andavam pelas ruas nubladas de Nova Iorque, seguidos por Eudora, um pouco mais atrás deles, que se recusou a andar ligeiramente a fim de não se cansar muito rápido durante a caminhada.

Os no-majs encaravam os três bruxos com bastante curiosidade, como se soubessem que eles não estavam discutindo um problema casual, afinal, a inquietação deles conseguia, involuntariamente, chamar a atenção de todo mundo ao redor deles.

Por mais que procurasse algum lado bom na história, Eudora sabia bem que o sumiço da mala de criaturas mágicas de Newt Scamander era um dos problemas mais complicados que ela já havia presenciado em sua carreira.

Os animais haviam escolhido a pior hora possível para fugir da mala. A magia estava correndo um grave risco de ameaça por parte da comunidade não-bruxa, e se aqueles animais à solta causassem mais confusões, tanto os bruxos quanto os no-majs corriam um grande perigo.

Naquele momento, os três bruxos estavam em uma busca apressada pela maleta que havia sido trocada por um engano durante a confusão no banco, mais precisamente em busca de Jacob Kowalski.

— Eu ainda não consigo acreditar que vocês não obliviaram aquele homem! — Tina repetiu, quase aos prantos. — Se houver uma investigação, estou perdida.

— Nós íamos dar um jeito no no-maj, mas ele fugiu — Eudora suspirou, começando a ficar sem fôlego. — Não deu tempo.

— Mas por que você estaria perdida se fui eu quem deixei os meus animais escaparem? — Newt perguntou, intrigado.

Uma pequena criatura azul com asas na cabeça, conhecida como Gira-gira, passou zunindo por cima da cabeça dos três adultos. O magizoologista se virou, horrorizado, observando o inseto que pairava no ar. A jovem mulher leu, por própria vontade e curiosidade, os pensamentos do homem.

— É da sua mala — Eudora concluiu. — O que, exatamente, é essa criatura?

— Uma mariposa — Newt encarou Eudora e em questão de um segundo, desviou o olhar para fitar o céu de novo. — Das grandes.

A explicação rasa do homem fez com que as duas aurores ficassem ainda mais preocupadas com a situação.

Eles viraram uma esquina e encontraram uma multidão reunida na frente de um prédio em ruínas. Algumas pessoas gritavam, outras evacuavam o prédio às pressas, ao mesmo tempo que um policial parado no meio da multidão estava sendo atormentado por moradores descontentes.

— Por Merlim — Eudora murmurou em um tom baixo. — Você acha que alguma delas fizeram isso? — ela se virou para olhar o homem ao seu lado.

— Eu não tenho certeza — disse ele, a aflição em destaque em sua voz. — Mas espero que não tenha sido nenhuma delas.

A atenção de Eudora foi atraída por um minuto para alguns moradores que continuavam a discutir o acidente com o policial. Dentre a multidão, um homem de vestes um pouco rasgadas procurava chamar a atenção de todos os presentes na rua.

— Eu estou dizendo que foi outra explosão de gás, apenas vou subir com as crianças quando for seguro — disse uma senhora, rodeada de crianças.

— Sinto muito, senhora, mas não há cheiro de gás.

— Não foi gás! — ele exclamou. — Eu vi! Era uma coisa imensa!

LIONHEART - NEWT SCAMANDEROnde as histórias ganham vida. Descobre agora