𝟏.𝟕 𝑩𝒂𝒄𝒌 𝑻𝒐 𝑵𝒀

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Aparentemente, mesmo sendo gênios, ainda éramos uns idiotas, visto que histórias como aquela se repetiram muito em meio às outras. Não demorei muito a finalizar a refeição, deixei o dinheiro em cima da mesa e me despedi, saindo do restaurante e caminhando por Jamaica Avenue até meu trabalho.

Estava quente e as ruas estavam cheias. Adolescentes aproveitavam os últimos dias de verão, idosos aproveitavam o calor para passear com seus pets e tomar chá gelado nas lanchonetes e crianças recheavam os parquinhos.

Logo cheguei ao prédio da Cho's Assistance & Device. Abri a porta, ouvindo o sininho soar, como sempre. O senhor Cho comia tailandesa enquanto soldava uma placa de vídeo no balcão da frente. Ele largou os hashis sobre a mesa, ao lado do ferro de solda, e levantou os óculos.

-Excelente tarde, menina Wurtzbach! - disse sorridente

Estranho - pensei

-Boa tarde, senhor Cho...

-Veja bem, hoje é seu dia de sorte! - ele se levantava e jogava as embalagens no lixo 

-É o que? - perguntei desconfiada enquanto ele vinha até mim

-Vou tirar a tarde de folga, a loja é sua... - deu dois tapinhas no meu ombro

-Ok! - vi ele subir a escadaria em espiral que dava acesso à sua casa

Não era da minha conta o que ele ia fazer naquela "tarde de folga", mas pela animação provavelmente tinha a ver com Tina Ricci. 

Não tinha serviço de assistência, então coloquei minha bolsa atrás do balcão e fiquei por ali, arrumando prateleiras e etcetera, enquanto vigiava a loja. Cerca de três clientes entraram e saíram antes que o senhor asiático descesse, tentando dar um nó em uma gravata borboleta.

Ele vestia um blazer cinza, por cima da camisa branca e colete amarronzado. Estava fofo, tenho que admitir, e muito empolgado. Sai de trás do balcão, indo em direção a ele e arrancando a gravata de suas mãos.

Pronto. Murmurei ao finalizar o nó. O sino da entrada soou e ele se apressou em sair, se despedindo de maneira breve. Voltei pro balcão e cumprimentei aquele que chegava.

Rowan Hoffman

A presença dele tinha se tornado frequente no último ano. Nos encontrávamos sempre no metrô e, ocasionalmente, nos tornamos... algo como amigos. Rowan tinha, agora, dezenove anos, sendo dois anos mais velho que eu.

Ele costumava andar por aí, fugindo dos seguranças do pai, o grande Saymon Hoffman, fazendo tours de metrô. Creio que ninguém conhecesse Nova York como ele conhecia. Geralmente ele se escondia na minha sala e atrasava meu trabalho com suas piadas ruins. Eu gostava, muito. Ele era bobão as vezes, mas tinha alguma coisa que me fazia amar passar meu tempo com ele. 

-Regan Marynne, que prazer em rever você! - ele disse sorridente, vindo até o balcão

-Igualmente, senhor Hoffman... Sargento! - fui pegar no cachorro, expressando súbita emoção ao vê-lo

-Você passou o verão fora e eu nem mereço um abraço de boas vindas? Tô achando que você só me tolera por causa do cachorro...

Elektra - AvengersWhere stories live. Discover now