Teoria dos Três Amores | Rabia

Capítulo XII - Ponte Aérea

Bahia.

"Puxa, agarra e beija" foi algo que as animou totalmente, visto que elas até mesmo começaram a interpretar a música uma com a outra, trocando beijos em alguns momentos, ou só mesmo provocando sua companhia da forma como podiam e tanto queriam. Gizelly e Manoela haviam conseguido afastar os demais de perto as amigas, ao ver que elas estavam realmente ignorando todos os demais e bêbadas demais para se importarem com o que estava acontecendo.

- Eu quero mais do que isso, Bia. - A voz de Rafa disse ao ouvido dela quando se aproximaram novamente, dividindo uma garrafa d'água. Bia mordeu o lábio e ouviu as palavras que cantavam na música que tocavam naquele momento.

- Com cara de desejo, cara de quem quer beijo. Minha mente viajando só pensando em nós, imagine quando estivermos a sós... - Rafa riu baixinho do que ela estava cantando, deixando-se absorver as palavras. - Entre quatro paredes, sacia a minha sede. Não provoca não, não me chame a atenção, eu não tenho a intenção de te magoar...

- Não, não brinque assim. Não chegar perto de mim, sabe qual vai ser o fim se eu começo a te beijar...

Ao falar aquilo foi que Rafaella colou seus lábios e elas desistiram de jogar aquele pequeno jogo, elas se entregaram ao momento da forma como queriam desde o começo, foi só mais um único empurrão dado pelo Destino para que elas acabassem indo embora para o hotel e, mais precisamente, o quarto delas.

Seus toques estavam muito mais apurados quando fecharam a porta que levava ao espaço claro que chamavam de seu, os toques ainda não chegaram em nenhum local mais avançado do que a bunda ou superficiais carícias nos seios com um escorregar de mãos. Elas estavam curtindo muito mais dar um amasso do que realmente aproveitarem-se uma da outra enquanto a mulher que estava dirigindo podia prestar atenção no que faziam.

O chegar no ambiente fez uma explosão nos sentidos de ambas, não eram só elas que faziam-se presentes... Desejo, Respeito, Admiração e Carinho haviam chutado o Autocontrole para longe e as garotas faziam questão de se perder uma na outra. Bia estava com o corpo encostado contra a porta e Rafa fazia questão de aproveitar para firmar o seu contra o dela, cada mínima parte era cuidadosamente digna de toque.

- Rafa... Carinho... - Bia chamou quando sentiu os lábios descendo por seu maxilar e precisou afastar um pouco a cabeça para deixar que a morena beijasse também seu pescoço. - Carinho, por favor...

- Eu nem te pedi para implorar, Bi. - Respondeu ainda contra sua pele, a língua provocando-a suavemente enquanto as mãos estavam firmemente nos quadris da carioca, que riu baixinho.

- Ia te falar para pensar bem nisso, não era pra tu ir metendo não. - Rebateu batendo suavemente no braço da amiga, que riu e chupou a pele dela para depois mordiscar o local. - Mas se quiser...

- Você quer construir ou acabar com o clima, Andrade?

- Eu quero você nua pra mim, Freitas. - Respondeu sem mais, levando a mão ao zíper do vestido de sua melhor amiga para que o mesmo passasse a deslizar por seus braços e logo estar embolado no chão, naquele momento era notável que Tempo havia desacelerado o trem e que elas estavam perdidas em sua própria bolha.

São Paulo.

A noiva desceu as escadas com o coração acelerado, suas mãos estavam geladas e não sabia exatamente como estava conseguindo colocar um passo na frente do outro com seus saltos sendo que tremia de corpo inteiro e parecia estar arrepiada. O cabelo estava bem preso e sentia a dor de alguns fios sendo puxados pelos grampos, mas precisava desse tipo de dor para notar que ainda estava ali, estava viva e não estava sonhando.

Ela ia se casar!

Chegou na porta de entrada do local que havia decidido que seria o casamento, um lindo celeiro reformado em uma chácara nos arredores da cidade de São Paulo, para que pudesse fazer a festa alí depois e não precisar realmente fazer uma viagem que sempre deixava um espaço para penetras aparecerem só no momento seguinte e não na celebração. A madeira fechada na sua frente a fez respirar fundo.