Quarta

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Assim que eu vejo os olhos azuis da minha amiga se arregalarem de tal forma que pareciam que iriam sair das órbitas e ela quase cuspir sua água de coco eu soube que não tive a melhor aproximação possível para contar a novidade.

E então eu escuto seu grito e fecho meus olhos, tapando sua boca e abafando o som que já atraiu a atenção de vários hóspedes que tentam tomar seus cafés da manhã em paz.

- Dá pra se controlar Ceren? Não é nada demais!

- COMO NÃO? – Ela afasta minha mão de sua boca, sorrindo com malícia para mim. – Você acaba de me dizer que dormiu com Serkan e quer que eu tome um gole de água de coco e apenas siga com minha vida?

Eu reviro meus olhos e apoio minhas costas contra o estofado fofo da cadeira, encarando sem paciência minha amiga.

- Nós apenas dormimos, Ceren.

- Eu duvido que você não tenha tirado uma casquinha dele, Eda!

E eu me arrependo neste instante de ter aberto minha boca para minha amiga, mesmo que tenha sido para contar algo totalmente inocente que aconteceu na noite anterior.

***

Eu e Serkan decidimos ignorar o que aconteceu entre nós mais cedo no mar. Chegamos no quarto em silêncio, o que só foi interrompido quando ele perguntou se eu queria tomar o banho antes dele. Eu me enfiei no banheiro, qualquer coisa para colocar o máximo de distância entre nós dois.

Após colocar meu pijama eu pulo na cama, usando a colcha fofa para esconder meu corpo. Talvez dessa forma eu consiga sumir ou que Serkan me ignore pelo resto da viagem. Escuto o barulho do chuveiro e fecho meus olhos, forçando-me a dormir.

Meu plano funcionou até que eu escutei um barulho alto e assustador vindo do lado de fora, o que me fez pular na cama e olhar instintivamente para a janela. Um temporal parecia destruir o mundo lá fora e eu me assustei novamente quando um clarão iluminou o chão do quarto. Alguns segundos depois escutei o trovão e eu sinto meu corpo todo tremer enquanto abandono a cama.

Fico em pé ao lado de Serkan, mais uma vez olhando como sua expressão fica serena enquanto ele está adormecido. Penso mais uma vez antes de cutucar seu braço, mas sinto um arrepio levantar os pelos da minha nuca e decido acordá-lo.

- Serkan. - Sussurro.

Levou algum tempo para que ele despertasse. Minha insistência em mexer seu braço e afagar sua cabeça me ajudaram um pouco.

- Hm...

- Serkan?

- Aconteceu alguma coisa, Eda? – Ele murmura, afastando meu braço e continuando de olhos fechados. – Tô um pouco cansado do jogo...

- Você já decidiu que horas vamos encontrar o Efe amanhã?

Eu vejo as linhas da sua testa de enrugarem e suas pálpebras se fecharem ainda mais. Logo em seguida sou atingida pela confusão em seus olhos.

- Não acha que está um pouco tarde para discutir isso, Eda?

- Mas... mas eu não consigo parar de pensar nisso, Serkan. Não consigo dormir tão ansiosa assim.

Ele esfrega os olhos e solta um suspiro frustrado. Eu não estou tão preocupada com sua reação pois meus olhos estão presos na janela ao lado do sofá onde ele dorme, meu corpo tenso a espera de outro barulho infernal.

- Eda... Prometo que conversamos amanhã...

- Serkan, por favor!

Balanço seu braço como uma criança e o trovão ecoa pelo quarto novamente, intensificando o aperto dos meus dedos e, finalmente, despertando Serkan. Eu me encolho, com os olhos arregalados em direção às gotas que batem contra a vidraça furiosamente.

Apenas uma semana com você (Edser) | ✓Where stories live. Discover now