Capítulo 9

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Na quarta-feira à tarde me preparo para o primeiro assessoramento de dança e só de pensar em tudo que está por vir, sinto meu estomago revirar.

A sala da Professora Maryet não é diferente de qualquer outra sala de dança desta universidade. Um longo e espaçoso salão com assoalho de madeira nobre e paredes revestidas em espelho do chão ao teto.

Paro assim que atravesso as portas e observo a senhora de cabelos grisalhos presos em um coque, que, mesmo beirando a terceira idade, ainda contempla um aparentemente belo condicionamento físico.

— Ah, olá! — Cumprimenta calorosamente ao erguer o olhar e me ver. — Você deve ser a Srta. Evans.

Meneio a cabeça e devolvo o sorriso, tentando ser tão calorosa quando ela.

— É um grande prazer conhece-la, professora Maryet. — Digo me aproximando alguns passos dela.

Na verdade eu mal sabia de sua existência antes de ser mencionada por Diana, mas não custa nada ser agradável, não é mesmo?

Uma gargalhada gostosa irrompe dos seus lábios e reverbera pelos espelhos que revestem o ambiente.

— Presumo que você nem sabia da minha existência antes de segunda-feira. — Constata lendo meus pensamentos ou a minha expressão corporal. — Gostei de você criança. — Declara abrindo os braços. — Me dê cá um abraço.

Se eu já não houvesse me encantando por essa senhora, seu abraço reconfortante e apertado com certeza teria me conquistado.

— Você é muito linda, sabia? — Elogia me segurando a distancia de um braço.

Sorrio acanhada e desvio o olhar fitando o chão. Não sou habituada a receber elogios e por tanto não sei como agir quando os recebo.

Com delicadeza, Maryet ergue meu rosto e repete:

— É sim. Você é muito linda.

— Obrigado professora. — Agradeço com a voz baixa.

— Não precisa me agradecer criança, digo apenas verdades. — Sorri calorosa, iluminando meu dia. — E por favor, pode me chamar apenas de Mary.

— Mary. — Digo encantada quando ela me acaricia a face.

— Bem, bem... Mas onde está o seu parceiro afinal? — Pergunta sentando-se novamente em sua cadeira.

Ah minha cara professora, essa é com certeza a pergunta de um milhão de dólares.

— Bem aqui! — Declara Gael sob o batente da porta com os braços bem abertos.

Exibido.

— Olha ele ai... — Diz Maryet fitando-o por um segundo antes de se voltar em minha direção e sussurra. — Menina, ele é um gato.

Levo a mão à testa e contenho o riso enquanto balanço a cabeça em negativa, completamente incrédula com as palavras da digníssima professora a minha frente.

— Venha, entre, entre... — Ela o chama, ficando de pé e abrindo os braços como fez comigo. — Dê um abraço em sua velha professora.

Gael se aproxima e a envolve em seus braços. Maryet o aperta com força, demorando-se por um segundo antes de piscar um olho para mim e dizer, e ele é muito sarado, apenas com o movimento dos lábios.

Tapo a boca com a mão direita e tento abafar minha risada, mas Gael parece perceber porque me olha de maneira desconfiada quando Mary finalmente o solta.

— Me perdoe pelo atraso professora. — Pede parecendo sincero.

— Tudo bem querido. Não tem problema. — Ela lhe conforta com um sorriso caloroso e tapinhas no ombro. — Mas acho que agora podemos começar.

Cena de Amor em SyracuseOnde as histórias ganham vida. Descobre agora