Sylvia Plath, onde você tem ido?
Onde você está agora?
Aquele gás realmente matou-lhe ou
Estavas chorando na sacada?
Sylvia, onde você está?
Por que tivestes que fazer isso?
Você realmente preparou um lanche para
Suas crianças e, então, sentou para morrer sufocada?
Plath, realmente tinhas que morrer?
Realmente querias ir embora
Ou apenas querias férias de tudo aquilo?
Não compreendo.
Você era tão bela e jovem. Por que?
Por que não fugistes para o morro dos ventos uivantes
Ao invés de esconder-se nas colinas do esquecimento?
Tivestes a chance de mudar tua trajetória
Mas escolhestes ser possessa de ódio e ciúmes.
Deixastes que o amor e a ultraviolência apoderassem de ti.
Deixaste a Inglaterra em prantos ao escolher ouvir tua voz interior.
Criastes borboletas nos estômagos dos frágeis mimados
Garotos de quinze anos que nunca houveram visto
Alguém agonizar antes.
Iniciastes uma onda de medo e insanidade ao matar-se.
Um rio de sangue agora jorra ferozmente da terra
Que renegastes.
O guardião do submundo aguarda-te incansavelmente.
A Terra está em desordem sem teus poemas.
Os montes estão incolores e a neve cai em escarlate.
A dor que tu causaste é enorme
E nunca me perdoarei por ter permitido
Tua partida. Calado fiquei, consenti. Senti.
Agora te fazes de vítima e gargalhas de minha cara de dor.
Teu fim será de escárnio,
Embarcarás na barca do inferno, tua fiel guia
Ao teu eterno lar.
Momentaneamente, sinto ódio.
Os campos elísios perdem o sol.
Apolo não desce mais à terra vez ou outra.
Ninguém viu Hades capturar Perséfone e, agora,
O inverno se fez eterno.
Por tua causa, a podridão se acumula nos bosques.
A desordem se instalou nas charnecas e o homem congela.
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The Moon That appears at Cold Dawn
PoesiaThis collection is formed by some poems and little stories that I wrote throughout 2020, a rough year, though. It represents what's inside and around me, what really builds me. With an ironic and protester vibe, you'll get to read what ignites on me...