Remus veio atrás ouvindo as lamentações de James.


*


- Um brinde aos solteiros! – Sirius ergueu o copo. – E aos cornos também, Peter.

Todos tentaram segurar o riso, mas não conseguiram.

- Vocês são os piores amigos do mundo, sabiam? – Peter tentou parecer zangado, mas também estava rindo.

Todos beberam e riram, até que se separaram para fazer algumas compras de natal.

Lily e Luna caminharam por várias lojas, compraram presentes para Ava, Romina, Remus, Sirius, Cris, Peter e até para Potter elas compraram. Era um mini pomo de ouro em formato de chaveiro, era difícil comprar presentes para alguém que, aparentemente, tinha tudo.

- Agora você saia de perto de mim que vou comprar o seu presente! – Lily fez sinal de "xô!" para a Santiago que saiu rindo.

- Eu vou te dar um Potter de natal! – Ela gritou já correndo para a porta da loja. Ela saiu antes de ouvir a resposta de Lily. Se virou bruscamente e deu de cara no peito de alguém.

- Que nariz duro, Santiago! – Ela sequer precisou olhar para cima para ver quem estava esfregando o peito, local onde seu nariz havia batido. O cheirinho de... alguma coisa gostosa que ela não sabia identificar (mas parecia uma floresta), invadiu suas narinas. Remus.

- Ai! Me desculpe! Eu estava... fugindo da Lily. – ela sorriu e puxou seu gorro um pouco para trás. Há dias não esteve tão próxima de Remus. Ele estava com as bochechas coradas. Usava um cachecol e touca verdes em cima de uma blusa de frio laranja. Estava tão adorável que Luna teve que se segurar para não suspirar ali mesmo. Ele deu um sorrisinho tímido e Luna sentiu que de repente suas pernas não aguentavam mais o peso de seu corpo. Forçou a se focar.

- Podemos conversar? – Os dois disseram juntos e sorriram.

No mesmo instante, um senhor mais velho esbarrou em Luna, a jogando em cima de Remus. Luna arregalou seus grandes olhos castanhos. Remus estava a segurando por seus cotovelos.

- É... acho melhor a gente ir para algum lugar mais... tranquilo. – Ele riu tímido e Luna só balançou a cabeça freneticamente. Não sabia se conseguiria falar. Eles estavam tão, tão próximos.

Logo ele empurrou delicadamente Luna para frente. O frio a abraçou novamente e ela sorriu sem graça. Se puseram a caminhar até próximo da casa dos gritos.

- Acho que é o único lugar que não tem uma multidão. – Luna olhou ao redor.

- Infelizmente. – Remus disse para si mesmo.

- O que?

- Nada.

Os dois caminharam até perto da cerca e se apoiaram ali.

- Remus, eu... – Luna começou se virando para o menino.

- Não, por favor. – ele riu e olhava para qualquer lugar que não fosse ela – desculpa te interromper. É que... eu realmente queria pedir desculpas pelo modo como agi nos últimos dias. Foram dias estressantes e... Eu sei que nada justifica. Mas, me perdoe. – seus olhos cor de mel olharam dentro dos olhos escuros de Luna - Por favor.

Luna soltou o ar dos pulmões. Tentou respirar fundo quando seus pulmões pediram ar, mas quando inspirou, o ar gelado a fez ter uma crise de tosse.

Ela já estava roxa quando Remus começou a lhe dar tapinhas nas costas.

- Obrigada... obrigada... já... já passou. Obrigada.

Pular de uma ponte. Ela queria pular da ponte e cair num abismo sem fim.

- Então... você me perdoa? – Luna encarou o olhar pidão do castanho a sua frente. Ele tinha um brilho no olhar que faziam Luna perder o foco, pareciam duas grandes... Luna sequer conseguia formular alguma comparação a não ser uma estrela. Uma estrela. Bem, bem grande.

- Dios mío, parece el sol. – ela murmurou.

- O que? – ele perguntou sorrindo

- O que? – ela respondeu

- Você... acho que você disse alguma coisa em espanhol. Eu realmente não entendi. – ele deu uma risadinha e Luna o acompanhou com a maior cara de otária. Otária. Céus, como ela podia ser tão otária na frente de Remus?

- Oh... me desculpe, eu... Eu te perdoo sim. Na verdade, eu até sei porque você estava daquele jeito e era sobre isso que eu queri...

- Sim! Foram as provas! Estava tão nervoso! E... Nossa! Que bom que entende! Foram estressantes, né?! – Remus começou a falar rápido e ofegante, se virou e começou a olhar para a casa dos gritos. Luna entendera. Se calou e encarou as mãos. – O que você... você disse que queria falar comigo também.

- Ah... não era nada muito importante. É só que... o pedido para o baile ainda está de pé.

Remus engoliu seco.

- Oh... o baile. É...

- Tudo bem se já tiver um par, eu...

- É isso! Eu... me desculpe, mas alguém já me convidou. – O coraçãozinho de Luna estava, agora, despedaçado.

- Ah... que legal!

Ela sequer teve coragem de perguntar quem era. Ela só queria sair correndo dali e chorar. Malditos hormônios chorões.

- Eu... tenho que ir comprar um presente para a Lily. – Ela se virou para despedir do amigo. 

Mas o destino, Merlin, Jesus, Alá, ou qualquer tipo de força superior que os guardava, não se contentou em simplesmente deixar Luna sair correndo. Quando o biquinho de Luna se aproximou da bochecha corada de Lupin, ele se virou na mesma hora e ela acabou beijando o canto dos lábios do menino.

Ambos se encararam com os olhos arregalados. Luna não conseguia falar. Tremia como uma vara verde. Sua garganta secou em tão pouco tempo que chegou a ponderar se o motivo do deserto existir era que alguma vez ele houvesse se apaixonado por alguém. 

- É... até depois, então. – Remus desviou o olhar para a Casa Dos Gritos e coçou a nuca. Luna girou nos calcanhares e saiu correndo. 



Espero que gostem <3 Prometo aumentar os capítulos assim que finalizar minha monografia!

Ran Before The Storm - Remus LupinWhere stories live. Discover now