Em poucos minutos, enquanto respondo positivamente a mensagem de Vic de que é melhor que eu busque Leo apenas no dia seguinte, meu chefe faz um grande pedido de lanches, batatas e milk-shake. E, mesmo que eu diga que não quero nada, ele acaba pedindo um milk-shake de chocolate e batatas para mim. Quando finalmente estamos chegando em casa, volto a falar:

— Eu sinto muito, não queria ter batido no senhor. — Tento enquanto ele, de maneira repugnante, mergulha uma batata no seu milk-shake antes de levar à boca. — Meu Deus, retiro o que disse. Isso é completamente nojento e o senhor merece realmente levar uns tapas. — De repente ele começa a gargalhar.

— Garanto que é uma delícia. — Estaciono o carro próximo da fonte. — Quase tão bom quanto o meu beijo, Helena.

— O seu beijo não é bom! — falo alto demais, saindo rapidamente do carro e ele me acompanha, rindo.

A chuva anuncia sua chegada com vento forte e algumas gotas caindo sobre nós. A brisa forte arrepia minha pele.

— Tem razão. É ótimo! — Mais uma vez Victor Hugo me prende em seus braços. — Me dê uma boa razão para eu não te beijar de novo agora, Helena...

— Uma boa razão... — Tento lembrar quando ele afunda o seu nariz no meu pescoço, fazendo minha pele arrepiar.

— Gosto do seu perfume.

— Uma razão... — Ele não é casado com a Vic, eles são irmãos.

— Você tem três segundos.

— Você não... —suspiro enquanto ele começa a contagem —, beija bem.

— Sabemos que isso é uma mentira. Três. — Seus braços nos aproximam ainda mais.

— Está tarde, preciso ir dormir...

— Dois, Helena. — Seus lábios roçam os meus levemente.

— Amanhã eu trabalho bem cedo... Eu sou sua empregada! — Por mais que meu subconsciente me mande afastar, meus braços rodeiam seu pescoço.

— Um...

Pela segunda vez esta noite, Victor Hugo me beija. Como da primeira vez, ele começa devagar, como se estivesse tentando obter minha permissão, para só então aprofundar nosso beijo. Sem conseguir me conter, também aproximo nossos corpos e, puxando seu cabelo, afasto levemente seu rosto e mordisco seus lábios, arrancando-lhe um gemido.

Desviando sua boca da minha, Victor Hugo sequer me dá uma chance de pensar antes de deslizar seu nariz pela minha pele mais uma vez. E suas mãos me apertam fazendo-me gemer em conjunto com ele.

— Precisa parar... — Um breve momento de sanidade toma conta de mim, mas me abandona no momento que a boca de Victor Hugo chega a minha orelha.

Como ele poderia saber que esse é meu ponto fraco?

— Helena... — Meu nome sai como o mais selvagem gemido que já ouvi. — Eu adoraria tirar toda a sua roupa...

E, mais uma vez, antes que eu possa responder, seus lábios voltam aos meus. Praticamente me devorando, Victor Hugo me conduz sem que eu me importe para onde. Ele não parece se importar quando algo cai no chão se estilhaçando, apenas me ergue fazendo com que eu cruze minhas pernas em sua cintura. Sinto-me como uma adolescente com o primeiro namoradinho.

Victor Hugo senta no que percebo ser o sofá da sala e, deixando meus sapatos caírem no chão, ajudo-o a tirar o smoking e a gravata, além de abrir alguns dos milhares de botões de sua camisa branca. Esfregando-me em seu colo sinto o volume sob sua calça aumentar e nossas respirações descompassadas, sincronizarem.

— Como eu queria ter feito isso antes — murmura descendo o zíper do meu vestido, voltando seus lábios ao meu pescoço e depois descendo ao meu colo. — O seu cheiro... Esse perfume, Helena.

Limito-me a deixar meus gemidos e suspiros saírem dos meus lábios. Mesmo que quisesse, eu não seria capaz de impedi-los. Os dedos de Victor Hugo deslizam por meu corpo e não quero nem consigo dizer-lhe não.

— Apaga a luz. — peço entre um suspiro e outro.

— Por que eu faria isso? — Victor Hugo parece estar prestes a me devorar com seus olhos.

— Eu não... — Desde a morte de Mauro, não posso dizer que realmente voltei a ser mulher.

— Você é linda... Perfeita, Helena! — Sua boca volta novamente à minha.


Meu Viúvo - (COMPLETO)Where stories live. Discover now