C. B. 03

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Eu estava dentro do quarto a algumas horas, sozinha. Tentava a todo custo manter minha cabeça no lugar, mas ela estava longe. Muitas vezes eu me perguntava o que aconteceu com Dayane, o que de fato aconteceu com ela? Talvez ela tivesse enjoado de nós e tivesse se mudado..Mas essa opção nunca seria válida, Dayane nunca deixaria Victor sem uma explicação. Talvez ela tivesse morrido..Mas essa opção era terrível demais pra minha mente digerir, eu sinceramente considerava tudo, eu preferia considerar que Dayane havia decidido me deixar, preferia até mesmo pensar que nosso relacionamento tinha sido péssimo, pensava em qualquer coisa pra não usar a morte de opção, mas era impossível. Eu participei de seu velório. Eu vi seu caixão fechado ser enterrado e preferia pensar em tudo como se ela estivesse aqui. Ela não estava. Não mais. Mas isso era torturante demais, eu nunca iria admitir isso pra mim mesma. Como poderia? Eu não consegui amar a mulher aue me amava também, eu não consegui sentir com ela tudo o que eu precisava sentir, sinto que a vida levou toda a felicidade que era minha por direito assim que Dayane se foi. É injusto. É maléfico. Dayane foi embora sem que eu tivesse a certeza de que nosso último beijo era uma despedida, uma despedida que eu não queria que tivesse acontecido. Vivo no paralelo entre fingir que nada aconteceu e sentir tudo aquilo que todas as pessoas que perderam alguém sentem; Se eu soubesse que aquela era a última vez eu teria te abraçado mais. Se eu soubesse que era a última vez eu teria te dito que te amava mais do que eu conseguir admitir pra mim mesma que amava.

- Caroline? Caroline está me ouvindo?! - Marcel disse e eu me assustei assim que o vi parado em minha frente.

- Perdão, me desculpe, eu..Eu me distrai - Falei e Marcel franziu levemente sua sobrancelha.

- Tudo bem, vamos nos arrumar, a nossa reserva do restaurante já está feita - Marcel disse e eu logo me levantei e fui em direção ao banheiro.

(No dia seguinte)

- Amor, vamos logo - Reclamei enquanto esperava ele na porta de seu carro. Estávamos a caminho do aeroporto porque íamos viajar pra Grécia depois dele ter perturbado meu juízo durante um mês dizendo que a gente deveria ter uma lua de mel descente, mesmo que a gente já esteja casado a 1 ano e essa fase de lua de mel já tenha passado.

- Eu tô indo, querida - Ele falou e então chegou perto de mim e me deu um selinho rápido. Nós finalmente entramos no carro e fomos em direção ao aeroporto, esperamos o voô e embarcamos na Classe A. Nós temos dinheiro pra isso então se fosse pra viajar pra algum lugar eu queria viajar com tudo que eu Caroline Biazin posso me dar.

Quando chegamos na Grécia estava de dia e eu sinceramente não faço ideia de quanto tempo dormi. Fomos pra um hotel 5 estrelas que tinha uma vista linda pro mar, nosso quarto tinha uma piscina que era somente para nós dois e o quarto em si parecia uma casinha branca se olhassemos de fora.

Eu cheguei no quarto totalmente cansada e só querendo dormir enquanto Marcel queria sair pra conhecer a cidade e andar por aí e quando eu ia falar que ia dormir ele já me puxou pra trocar de roupa e nós saímos.

Eu usava uma saia longa rosada que era aberta nas pernas acompanhada de um top rendado branco e um salto branco. Meu cabelo estava indo até o meio das minhas costas e tinha cachos muito bem feitos e o Marcel colocou uma calça e uma camisa branca, junto de um tênis branco.

Fomos pra um restaurante que era bastante chique, mas ao mesmo tempo simples. Ficamos em uma mesa que mostrava bastante as pedras enormes que tinham pela areia da praia, a água azul e cristalina de Santorini.

O restaurante onde estávamos tinha algumas luzes douradas e um cheiro maravilhoso que fazia o ambiente ficar bastante confortável e mesmo que eu quisesse muito estar na cama do meu quarto eu estava feliz de estar ali.

Meu jantar estava indo muito bem, até eu me distrair com a paisagem por meros segundos e quando voltei meu foco para o Marcel ele estava comendo com os olhos uma mulher loira de olhos azuis e sussurrando coisas como "Você é linda" pra ela que sorria pra ele. Aquilo me enfureceu então como troco eu peguei minha taça de champanhe e joguei o líquido em sua blusa branca o fazendo se assustar e olhar pra mim tentando entender o que havia acontecido.

- Dá próxima vez que quiser babar em uma mulher me avise e assim eu te taco a água do balde e te dou o balde de presente - Falei e me levantei com grosseria, logo sai daquele restaurante e comecei a andar pelas ruas de Santorini.

- Carol, amor eu não tava olhando pra ela - Ele falou atrás de mim e eu continuei andando, mas ele puxou meu braço e me fez olhar em seu rosto.

- Se a day estivesse viva ela nunca faria isso comigo - Falei baixo como se eu mesma estivesse me falando isso, mas ele obviamente ouviu.

- Sabe o que você é Caroline? Uma ingrata! Nada que eu faço faz você esquecer essa morta... ESQUECE ESSA MULHER CAROLINE, VOCÊ É MINHA ESPOSA, MINHA E SOMENTE MINHA! - Ele gritou enquanto continuava a segurar meu braço e o apertava mais ainda.

- Marcel me solta - Falei e ele não me soltou então eu dei um chute em suas partes íntimas, um chute tão forte que o fez cair no chão de dor e então eu cuspi no mesmo - Nada me faz esquecer ela porque é ela que eu amo, você não é e nem vai ser algo comparado a ela, aceita isso - Quando me virei pra andar vi um homem alto na minha frente, ele vestia um terno preto muito bem justo e bem feito. Ele estava com um pano na mão esquerda e antes mesmo que eu tentasse correr ele me puxou e colocou aquele pano na frente da minha boca e do meu nariz me fazendo desmaiar logo em seguida.

Ao Seu Dispor | ☀︎︎Where stories live. Discover now