capítulo 3 - o encontro ( parte 2 )

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Espantado pelo tamanho e beleza do cômodo não conseguia desfocar o olhar das paredes e teto. Tochas, estátuas de ouro, guardas com lanças, desenhos nas paredes chamaram tanto a sua atenção que mesmo sendo chamado por seu nome que em qualquer outra situação, e até mesmo em outro lugar mesmo sendo em outro tempo, o despertariam mas ele estava em transe natural causado pelo fascínio.

- Vamos mostrar o reino pra ele rs – Disse Akhenaton concluindo que não teria a atenção do jovem.

Concordando com a cabeça entendendo onde Akhenaton queria chegar levantou levemente os ombros fazendo uma expressão com o rosto que dizia “não tem outro jeito rs“. Aproximou-se do jovem colocando a curvatura do braço com antebraço sobre o seu pescoço, intencionalmente fazendo um gesto que expressa irmandade. E então com o toque Ramkhenaton começou piscar, inclinar a cabeça devagar para baixo mas ao contrário do que parecia não estava começando a refletir sobre as coisas que estava vendo, estava acordando de vez, pelo menos até que fosse impactado de novo por alguma outra visão. Apesar de tudo, incluindo os reis, ter milênios de existência do ponto de vista do jovem, tudo era novo para Ramkhenaton.

Caminhando pelos corredores do palácio, Ramkhenaton pergunta – Em que dinastia eu estou?

- Na minha, conversei com Akhenaton antes de resolvermos chamá-lo para cá e chegamos à conclusão que seria a melhor para receber você, meu reinado foi um dos mais prósperos do Egito – perto de concluir a frase ele levanta os braços fazendo um dos gestos mais comuns entre os reis.

- Ual, 19º dinastia!.. – com seus olhos brilhando, coração batendo forte e sorriso estampado ele degusta conscientemente os primeiros momentos da sua estadia enquanto caminha pelos corredores pois sabia que iria ver mais coisas que ninguém mais iria ver.

- Vou gravar muitos vídeos e fazer muitas selfies!

- Não, não vai – disseram os reis como quem pareciam treinar esta fala até chegar na sincronia perfeita.

- Mas por quê?

- a tecnologia do seu tempo interferiu negativamente na capacidade do ser humano de ouvir sua própria sensibilidade, tanto a níveis notáveis por vocês mesmos quanto a níveis em que passa completamente despercebido por vocês. Tudo aqui é passado de alma para alma, de coração para coração, de mente para mente pra que mesmo se esquecido pelo o consciente ainda sim continuar dentro de nós. E certamente seu celular iria atrapalhar isso, por isso me entregue – logo após ter dito tudo isso Ramsés II estendeu a mão para recolher o aparelho. Concordando com tudo que foi dito Ramkhenatin o entregou.

- Sabia que iria entender – disse ele esboçando um sorriso satisfatório – Veja! Chegamos! 

Há poucos metros da sacada que proporciona visão ampla sobre o reino até onde o horizonte permite, o entusiasmo do jovem preto com fracassadas tentativas de disfarça-lo fica extremamente notável aos olhos dos reis. Os reis que estavam há poucos centímetros atrás do jovem se olham de rabo de olho e dão um leve sorriso como quem queriam dizer com um tom de voz bem suave um pro outro “imagina a reação dele quando ouvir o que temos a dizer rs“.

Há dois passos de estar completamente na sacada um clarão de luz como uma tela branca dos filmes que indica um passar considerável de tempo, surge. A sacada era maior que a última que ele tinha visto, tinha vasos de plantas, três mulheres com grandes abanadores, também havia uma mesa com um lanche preparado e belamente enfeitado. Akhenaton se deu conta de que as cadeiras ainda não tinham chegado ali e com um estalar de dedos os súditos entenderam a ordem e foram buscá-las. 

Enquanto os reis esperavam as cadeiras chegarem eles esboçavam um pouco de impaciência com suspiros e expressões de descontentamento em seus rostos. Porém Ramkhenaton estava a admirar o reino do ângulo da sacada que tinha a mureta com aproximadamente meio metro de altura e feita quase que toda de ouro. A visão era linda, ele via pessoas caminhando, grandes fontes com água jorrando, casas duplex de tamanho médio, alguns soldados passando, outros parados, um pouco mais distante ele conseguia ver um lago e alguns animais bebendo a água, virando a cabeça pro lado contrário ele via outro lago, todas as construções tinham suas superfícies lisas e pintadas perfeitamente da cor prata, e nas quinas havia ouro, havia ouro em tudo e o design de tudo era perfeito e muito futurista. Era muita coisa pros seus olhos poderem focar mais de 4 segundos em algo específico, seus olhos passeavam por todo o campo de visão do reino anterior ao horizonte. Mas o que mais chamou a atenção dele foram os carros voadores que via cruzando os céus, carros estes que funcionavam a partir de combinação química de elementos naturais e engenharia mecânica extremamente avançada.

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