Relapse

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Quando Sanji percebeu, estava na frente da porta da casa de Zoro, sem saber como chegou ali ou quando.

Na noite anterior, após um jantar incrível e uma quase lua de mel, Sanji pediu sua namorada em casamento, um tanto precipitado levando em consideração que se conheciam não fazia nem um mês, mas ele não ligava, amava aquela mulher e queria estar com ela pelo resto de seus dias, e achava que era amado na mesma intensidade. Então, sem pensar duas vezes, comprou alianças maravilhosas e, após um delicioso sexo, ele se ajoelhou, beijou a mão delicada, sorriu angelicalmente para a amada e fez o pedido. Só não esperava receber aquela resposta.

Ela apenas riu de forma cruel e caçoou da cara do pobre loirinho, humilhando-o com palavras que guardaria para todo sempre em sua mente, afirmando sentir nojo dele e de todas as cicatrizes que pintavam seu corpo. Após reunir seus pertences, a caixinha com as duas alianças, ficando apenas com as joias valiosas e jogar a caixinha na cara de Sanji, ela saiu do quarto, dizendo que sempre só quis o dinheiro dele e o quanto ele era estúpido por achar que um dia alguém amaria um moleque tão burro e manipulável como ele.

Isso fez Sanji desabar. Passou horas chorando naquele quarto caro de motel e quando saiu, desejou não ter saído. Não conseguia pensar e ao parar no primeiro bar que encontrou, viu alguns homens fumando em uma mesa e se juntou a eles, acabando por fumar vários cigarros em um período minúsculo de tempo, se drogando com o vício que achou ter superado, mas na primeira vez que algo dava errado, ele já cedia aos desejos outra vez. Sentia-se tão patético que só desejava morrer. Era tão fraco e vergonhoso.

Junto ao cigarro, veio a bebida e ele passou a madrugada se afundando em ambos, fumando mais que bebendo, mas ainda bebendo o suficiente para chegar a perder os sentidos. Acabou sendo expulso de manhã cedo, o dono do bar chamando um táxi para ele de seu celular e ali estava o loirinho, bêbado na frente da porta de Zoro, lugar que supostamente era sua casa. Não se lembrava bem, mas provavelmente quando o dono perguntou qual dos endereços salvos era o de sua residência, Sanji devia ter apontado para o do marimo.

O dedo não saia da campainha já fazia alguns minutos, tocando-a com insistência, sem perceber que não deveria estar fazendo aquilo tão cedo, os vizinhos provavelmente queriam matá-lo, mas a única coisa que existia em sua mente era ver Zoro, não se importava com mais nada. Estava com um enorme sorriso bobo no rosto, típico de um bêbado, especialmente um que não costumava ficar assim. O loiro estava completamente fora de si e ao ver a porta sendo aberta, praticamente caiu para frente, enfiando o rosto em um lindo par de peitos em que pensou durante tantos dias, ou talvez esse pensamento fosse apenas devido a todo aquele álcool. Ao sentir o conforto e calor do amigo, ele voltou a chorar descontrolado e agarrou as mãos no peitoral, apertando-os inocentemente como se ali existisse uma camiseta para poder puxar. Levantou o rosto choroso e falou com o hálito terrivelmente cheirando a álcool.

- Ela terminou comigo.

Zoro sabia que devia ser alguma coisa muito estranha para alguém estar tocando sua campainha àquela hora com tanto empenho. Mas definitivamente não esperava por aquilo. Era bastante cedo ainda para o loiro estar ali para a reunião de mais tarde, mas obviamente que não era aquilo. Ele abraçou sem jeito o corpo menor, sem saber direito o que dizer ao mais novo.

Sanji sentiu os braços fortes envolvendo seu corpo pequeno em um abraço estranho que o fez se sentir seguro e por impulso fechou os olhos, apreciando o momento. Nunca esteve tão perto assim de Zoro, o calor dele era agradável e ao invés de aquecer seu corpo, estava causando um arrepio confuso, devia ser o vento entrando pela porta. Talvez seu comportamento aos olhos de Zoro parecesse apenas uma manha irritante e exagerada, mas quem disse que Sanji estava são o bastante para notar isso e parar de agir daquela forma? Eram sentimentos verdadeiros e seu coração sensível acabava de ser pisoteado por quem amava incondicionalmente.

Don't Call Me Daddy - ZoSan Where stories live. Discover now